quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O alegre e carismático Paulo Bedeu

Foto reproduzida do site: amase.com.br


Publicado originalmente no site Osmário Santos, em 16/11/2009.

O alegre e carismático Paulo Bedeu
Por Osmário Santos.

Paulo Roberto Faria dos Santos nasceu em 22 de outubro de 1965, na cidade de Aracaju/SE. Seus pais: Edvaldo Socorro dos Santos e Renilva Maria dos Santos.

O pai levou uma honrada vida de maquinista da Leste Brasileira, e dele o filho aplica em vida muitos exemplos, com destaque a honestidade. “ Meu pai era um homem íntegro e gostava da simplicidade da vida”.

Sua mãe teve quatro filhos, sendo que um morreu no parto e outro com 22 anos de acidente de moto.”Minha mãe era dona de casa, teve apenas o curso primário e levava uma vida de simplicidade e voltada para a educação os filhos. Era uma mulher que sempre estampava alegria, e isso, tenho dela. Meu sorriso é igual ao de minha querida mãe”.

No bairro Siqueira Campos, o velho Aribé, Paulo Roberto viveu os momentos da infância e da juventude com tempo para os estudos e prática esportiva.

Ainda criança, o contato com professores e colegas no Jardim de infância José Garcez Vieira, da rede municipal de ensino. Com as professoras Leonor e Antônia, em dois colégios diferentes, instalados no bairro Siqueira Campos, os primeiros anos do curso primário, concluído no Colégio Cristo Rei. Em seguida, faz o curso ginasial no Colégio Costa e Silva da rede estadual de ensino.

Na condição de primeiro atleta bolsista de Sergipe, estuda o curso científico no Colégio Arquidiocesano diante da sua qualidade de atleta por excelência no voleibol e handebol. “ Sair da água para o vinho. O Siqueira Campos uma outra realidade, pois na época, só podia estudar em escola particular na Zona Sul de Aracaju, quem fosse bem sucedido. Como vim de uma outra comunidade, outro tipo de educação, diante desse processo o Arquidiocesano me influenciou bastante para o que sou hoje”.

O esporte chegou na vida do menino Paulo Roberto aos seis anos de idade, quando era o Dunga do Jardim de Infância da Praça Dom José Thomaz. “ O Dunga dos Sete Anões, por comandar a turma. Eu dividia os times, era o melhor jogador e participava de todos os tipos de esporte”.

No tempo de estudante primário, já jogava futebol em disputa de bairros com chuteira, camisa e tudo mais. “ Disputava campeonato no único campo de futebol do Siqueira Campos e jogos de pelada em todos os campos de várzeas do Siqueira e do Bairro América”.

Foi atleta do time do famoso Cobrinha, o Atlético. Sempre atuou no futebol na condição de quarto zagueiro. “ Aos 15 anos cheguei a jogar no juvenil do Confiança por um ano e seis meses, quando Edmur Cruz era o técnico do dragão. Participava de partidas no campeonato sergipano, junto com o Joãozinho, Nunes e outros. Cheguei a treinar no time juvenil do Sergipe na época do Geraldão. Também joguei no América da rua do Acre, no Flamengo Circulista e no Rio Negro”.

Jogando futebol com categoria, faz o mesmo com uso das mãos na prática do voleibol. Deixa o futebol para momentos de diversão. Recorda-se das célebres partidas no campo de futebol do Arquidiocesano. As peladas do Arqui eram bem diferentes das peladas nos bairros, pois lá pelo Aribé, o pessoal chegava mais forte nas disputas de bola. Sempre fui notado como o melhor jogador do colégio, juntamente com João Fontes que jogava no time do 3º ano. Como era do primeiro ano, mesmo assim a gente ganhava” ( risos e mais risos).

Segue enfrente no voleibol, incentivado pelo professor Arinaldo Alves, o saudoso Wax. “Ele me viu jogando e fui jogar na Seleção. Outra pessoa importante, foi o professor Homero Ribeiro da UFS,
que hoje nos deixou”.

Jogando no time de voleibol do Arquidiocesano, sagra-se campeão por três anos.

No voleibol de praia outra história de sucesso, chegando a profissional quando participou do Circuito Voleibol de Praia. “Fui morar no Rio de Janeiro em 1982 e joguei no CIDE – Clube de Israelita Brasileiro no voleibol de quadra. Depois fiquei exclusivamente no futebol de praia. Me deram duas categorias para treinar e fiquei só na praia”.

Convidado para ser professor do Colégio Salesiano e do Colégio Arquidiocesano com responsabilidade de treinar os times dos dois colégios e com uma melhor proposta financeira, volta a Aracaju e começa mais uma etapa de sua vida profissional. “Preferi voltar para a minha terra”.

No carnaval de um Aracaju do passado, uma presença histórica diante da criação do Bloco Carnavalesco Rebu. “Gostava muito de samba. Qualquer lata a gente fazia samba. Naquela época se usava saco para se fantasiar e sair nas ruas. Daí comecei a fazer tambor. Fui para a cidade de Simão Dias e lá peguei couro de bode e fiz um tambor que fez o maior sucesso.

Fizemos um livro de ouro e compramos mais dois instrumentos, e fundamos em 1986 o Bloco Rebu. Na época, Carlos Magalhães era o presidente da Empresa Sergipana de Turismo - Emsetur- e resolveu estimular as entidades carnavalescas no sentido que elas participassem do desfile oficial do Carnaval de Aracaju. No primeiro ano fomos vice-campeão e perdemos para o Bloco da Paradinha do Chicão. No ano seguinte contamos com a presença no bloco do saudoso Lisboa, que passou a fazer as alegorias e cuidou do figurino junto com Adilson Silva. Com o grande reforço, conquistamos o 1º lugar do desfile de blocos e chegamos a Penta Campeão com o Bloco Rebu. Naquela época, existia uma disputa muito grande. Os blocos conduziam seus componentes em carretas que circulavam pelos bairros de Aracaju, com paradas em clima de Carnaval, fanfarras, muita batucada e muita alegria. No final, se encontravam na Praça Fausto Cardoso onde era realizado o grande Carnaval da cidade. Era ótimo, era um Carnaval diferente.

Era bonito. Tinha o Bloco da Paz de Eduardo Oliva, o Batomucho de Betinho, Mané e Irineu Fontes”.

Em 1980, Paulo Roberto chega a tenente do Exército Brasileiro. “ Entrei como aluno do NPOR no ano de 1979 e fomos servir em Salvador por um ano como aspirante. Saímos como 2º tenente. O Exército foi de grande importância na minha vida, principalmente, na questão disciplina. Só deixei o Exército por ser temporário o oficial NPOR. Na época, somente seis anos de farda”.

Como desejava garantia no emprego, ao sair do Exército faz concurso para a Petrobras e para a Nitrofértil. Passa nos dois concursos, porém não assume. “ O que queria realmente, era ser professor de Educação Física”.

Mesmo todo mundo dizendo que seria um bom professor de Educação Física, na verdade, seu sonho era ser médico e até tentou. “ Fiz vestibular para Medicina, não passei e fiquei como 16 º excedente. No ano seguinte passei em 2º lugar para Educação Física, na Universidade Federal de Sergipe, mas se tivesse feito para Medicina teria passado. Por coisas do destino, passaria em 16º lugar. Quase que enlouqueço. Mas Deus escreve certo com linhas tortas. Hoje, estou muito satisfeito”.

Na vida de professor muitas conquistas. De uma vez só ensinei nos colégios Arquidiocesano, Salesiano Gracco Cardoso. Eram os colégios da moda no Estado de Sergipe. Tive a grata satisfação e posso dizer hoje, que a final do campeonato estudantil aconteceu entre as duas equipes em que eu era o técnico, a do Arquidiocesano e Salesiano. Tive de me contentar em ficar na arquibancada (risos). Durante cinco anos fui técnico da seleção”.

Em 1985 funda sua primeira academia de ginástica, instalada na Praça Assis Chateaubriand no São José. “Alugamos uma casa de Cleonâncio Fonseca,onde passamos dois anos. Por três meses passamos com um único aluno. Depois chegou o segundo aluno, mais outro até que chegamos a 400 alunos, a ponto de termos que providenciar um espaço maior depois de dois anos de atividades”.

Na Avenida Pedro Paes de Azevedo concretiza seu primeiro sonho ao construir o prédio que abrigou a ‘Academia Paulo Bedeu’ com uma nova estrutura e modernos equipamentos. Até hoje, graças a Deus, o prédio é meu e lá funciona a TV Cidade”. Registra que para a época, diante do alto investimento do empreendimento, muitas pessoas bem sucedidas na vida faziam questão de dizer que ele não iria conseguir sucesso. “ Meu pai, minha mãe, meus irmãos também diziam que seria muito difícil”.

Em 2001 inaugura a ‘Paulo Bedeu Club’ na Avenida Jorge Amado, depois de ouvir de muita gente que o monumental empreendimento não daria certo. Percebi que a academia da Pedro Paes já era pequena e que a cidade estava se desenvolvendo para aquela área. Encontrei o terreno, descobri de quem era, comprei, depois mais dois terrenos e mais outro. Temos 1.800 m2.

Depois que abri a academia houve um grande desenvolvimento no bairro. Até o ‘seu’ Lauro Menezes disse que o bairro deve muito a Paulo Bedeu, pois mora há mais de 20 anos lá, e sua casa só é conhecida quando ele diz que mora vizinho a Academia Paulo Bedeu”.

Não esquece de dizer que na proximidade do elevado da Hermes Fontes tem outra academia, a ‘Paulo Bedeu Express’, fazendo sucesso há cinco anos. Na duas academias tem hoje 1600 alunos.

Continua como professor de Educação Física do Estado, onde ingressou por concurso público.” Hoje estou no Geraldo Oliveira, no campo de futebol do Sergipe, mas ensinei no Costa e Silva, no Castelo Branco, no Olavo Bilac, Arício Forte. Até hoje ensino por me realizar no lado social. Terça, quarta e quinta estou dando aula no Estado. Tenho dois salários, mas como a gente sabe da precariedade do ensino estadual não falta bola de voleibol para meus alunos. Eu compro e deixo lá e assim faço com outros equipamentos”.

Das grandes realizações, os filhos, Paulo Diogo e João Pedro. Continua solteiro. Do nome Bedeu: “Na época do Bloco Rebu, o Nestor Amazonas procurou um nome artístico para melhorar a divulgação do bloco no contato com a imprensa e me perguntou se desejava ser chamado de Paulo ou de Bedeu. Respondi os dois e Paulo Bedeu pegou (risos).

Texto reproduzido do site: usuarioweb.infonet.com.br/~osmario

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 10 de fevereiro de 2016.

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