terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Clodoaldo de Alencar Filho



Clodoaldo de Alencar Filho

Devemos ao Prof. Clodoaldo de Alencar Filho, o nosso Alencarzinho, não somente a introdução da ação cultural em programas institucionais do poder público, em Sergipe, como também a criação de projetos pioneiros na área, num tempo em que destinar recursos públicos para a Cultura era uma novidade administrativa com pouco crédito entre os administradores locais.

Na gestão do prefeito Godofredo Diniz , Alencar convenceu o prefeito a mandar construir a nossa primeira Galeria de Artes oficial, a Álvaro Santos, liderando um grupo de artistas locais onde estavam, entre outros, os pintores Otaviano Canuto, Florival Santos e Leonardo Alencar, além do arquiteto Rubens Chaves.

Depois, na administração Aloísio de Campos -1976 a 1980- incentivou a criação e foi o primeiro diretor do Departamento de Cultura e Turismo municipal, que me parece ter sido a primeira instituição pública, em Sergipe, a cuidar, especificamente, desses assuntos.Nessa gestão a municipalidade construiiu o Bar Meu Refúgio onde o proprietário Gerson servia um inusitado cardápio de caças e carne de animais como giboias e tatús,oferta hoje condenadas pela correção, mas, naquele tempo, uma estripólia capaz de atrair turistas..

A Galeria Álvaro Santos tornou-se o espaço cultural mais prestigiado da cidade onde interagiam os artistas plásticos e a nata social potencialmente compradora, inaugurando o mercado de artes em Aracaju. Nos anos 1970/1980 era na Àlvaro Santos, também, onde se reuniam os resistentes à ditadura militar, uma espécie de aparelho boêmio onde se tramavam desde a queda do regime aos amores fortuitos que resultaram em casamentos, como o de Mario Jorge com Marinice e Joao Gama com Aparecida Gama, além de romances tórridos como o de Luiz Antonio Barreto com a bela Zènia que largou um senador pelo bardo Luiz e sua poesia revolucionária.

Na Universidade Federal de Sergipe, onde chegou a ocupar o cargo de Reitor,. Alencarzinho e a Madre Albertina criaram o Festival de Artes de São Cristóvão que ainda pode ser considerado o maior evento cultural realizado em Sergipe, algo grandioso para o amadurecimento da produção artística sergipana e cujos efeitos ainda influenciam a cultura local.

Pois bem! Este relato movido pela gratidão pessoal à atenção que sempre me prestou o Prof.Alencar, mantendo-me como um seu colaborador assalariado em vários cargos que ocupou, pode carecer de exatidão histórica e, certamente, não alcança a dimensão enorme do homenageado, mas poderá servir para que não nos esqueçamos dos seus feitos.

Amaral Cavalcante- 02/2016.

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 14 de fevereiro de 2016.

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