sábado, 31 de março de 2012

Onde você estava no dia 31 de março de 1964?

"Tinha 14 anos, estudava no Atheneuzinho e lembro que os portões demoraram a abrir nesse dia, eu e muitos colegas ficamos a esperar sentados no meio-fio da calçada do canteiro central da 'Rua da Frente', quando passou um senhor em um Jeep e gritou, "Não vai haver aula hoje não...". (AM).

Postagem original na página do Facebook em 31 de março de 2012.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Petrônio Gomes e seu Programa "Rádio Revista"

Foto do Portal educar-se.

O Rádio Sergipano do passado deixou muita saudade, programas como "Rádio Revista" de PETRÔNIO GOMES, que era levado ao ar todos os domingos pela Rádio Cultura de Sergipe, faz falta ao Rádio, muita falta... Volta Petrônio!

Era com o prefixo musical (BG) - postado abaixo -, que a cidade de Aracaju acordava todos os domingos. Saudades do Programa de Petrônio Gomes.


Postagem original na página do Facebook em 20 de março de 2012.
http://www.facebook.com/photo.php?fbid=383679041651216&set=o.259696634059007&type=1&theater

quinta-feira, 29 de março de 2012

Murais de Jenner Augusto no Cacique Chá, Parque Teófilo Dantas.


Postagem original na página do Facebook em 29 de setembro de 2011.

Jornalista e Escritor Zózimo Lima (1889 - 1974)


"Natural de Capela (SE), trabalhou por mais de 40 anos no serviço público federal. Mas, na verdade, jamais abandonou o exercício do jornalismo. Seus contos e crônicas foram publicados em jornais como o "Correio Paulistano", "A Tribuna", de Santos (SP), "Diário de Notícias" e "O Imparcial", de Salvador (BA), no "Correio de Aracaju" e na "Gazeta de Sergipe". Escreveu para a Associação Sergipana de Imprensa e para a Academia Sergipana de Letras". (biografias.netsaber.com.br).

Postagem original na página do Facebook em 13 de novembro de 2011.

quarta-feira, 28 de março de 2012

No tempo do vídeo cassete, Ana Valença era uma fada.

No tempo do vídeo cassete, Ana Valença era uma fada. 
Ela tinha a varinha mágica para nos transportar ao universo espetacular do cinema, às paisagens deslumbrantes da sétima arte e ao extraordinário universo onírico que o cinema nos propunha, tanto para o nosso auto-conhecimento quanto para a nossa danação filosófica. 
A locadora de Ana Valença era um templo moderno, cheio de estantes abarrotadas de vídeos escolhidos pela sagacidade do seu marido, Ivan Valença, de uma universalidade incontestável . 
Ana era a senhora das ricas prateleiras na lojinha de cinema de Ivan Valença, ali perto da Praça da Imprensa . Chegando lá, era Dona Ana que nos conduzia às melhores delícias e era ela quem mandava anotar quanto tempo poderíamos curtir o filme alugado.
Muitas vezes peguei uma porção de fitas por mero respeito à importância delas, mas em casa, fissurado no “O Clone”, me esquecia de vê-las. Até porque, sempre precisei de ajuda para lidar com as conjuminâncias do aparelho vídeo-cassete, tabaréu que sempre fui, com dedos rombudos para tecados tão minúsculos, ou pela absoluta indiferença que sempre nutri aos efeitos do Enter ou do Plus.
Eu fui criado arredondando botões num rádio de pilha, para acessar a estação radiofônica que queria. 
Acho que Ana entendia isto porque não me cobrava tanto pela demora. Quando eu voltava lá, doido pela maravilha de um filme novo,ou pela sua interessante conversa, ela assumia o prejuízo da minha inadequação e sempre me enchia de novas preciosidades. 
Eu voltava para casa decidido a entender, definitivamente, de cinema. Tanto quando o seu marido Ivan Valença, nosso ídolo. Claro que eu nunca consegui, mas vi bons filmes indicados por Ana.
Devolvo amanhã “A Última Loucura de Mel Brooks” que tanto me serviu para entender a comédia. Pode me cobrar o quanto quiser pela demora. Eu juro que valeu á pena. 
Sou devedor.


Amaral Cavalcante

Postagem original na página do Facebook em 27 de março de 2012.

terça-feira, 27 de março de 2012

Quando Conheci Carmelita Fontes


Conheci  Carmelita Fontes numa fase bastante delicada da minha vida. Cheguei  em Aracaju rapazote, formado nas securas de Simão Dias. Tinha a cabeça esponjosa de sonhos absorvendo curiosas novidades: gente apressada, marinete cheia, ruas sem fim, carestia de vida.
Mas a cidade me recebeu com cuidados de madrinha, tomando-me a mão em seus caminhos perigosos por suas calçadas íngremes, seus casarões misteriosos entrevistos pela ramada dos jardins, seus incompreensíveis elevadores pantográficos que me levariam ao topo do mundo no último andar do edifício “A Moda”, de onde se via um pedacinho do mar.
E o mar, para um sertanejo como eu, era uma divindade líquida lambendo os pés das pessoas, num leva-e-traz de mistérios. Um açudão se derramando no horizonte com ruídos de besta-fera!
A visão dele ainda hoje me atormenta.
Chegado aqui sem emprego, intelectualmente solitário e sem convívio social, passava horas sentado no parque Teófilo Dantas, comendo pipoca Lyrio do Valle e escrevendo poemas num caderno de capa dura. Amassado dentro dele um calhamaço de poemas juvenis, precariamente datilografados em papel de seda; cor de rosas para os de amor, amarelos para os de espanto e azuis para as esperanças.
Mas então me apresentaram a Carmelita Fontes. Fui a uma reunião da Academia Sergipana dos Jovens Escritores que ela criara e fiz o teste para freqüentá-la, que consistia em escrever um poema ali, na hora, em cima de um tema proposto por Carmelita. O meu foi “Uma Gota D’água”.
Ora, para um rapaz vindo do sertão, falar de uma gota d’água, da falta ou da fartura dela... foi fácil. Tanto é que passei.
A convivência com a Academia me trouxe dois grandes benefícios: a integração com a juventude intelectualmente atuante da cidade e o bendito acesso à orientação de Carmelita, aos seus conselhos literários, aos cuidados quase maternos que ela dedicava a um jovem escritor em plena formação.
Todos nós, que passamos pelo seu gabinete, ali na Rua Arauá, fomos beneficiados pelo garimpo aos tesouros da sua biblioteca, pela leitura de suas crônicas e poemas e, principalmente, pela convivência com a excelência literária que ela, com absoluta maestria e capacidade de liderança, reunia em torno de si, para distribuí-la.
Todos nós, os que passamos pela Academia dos Jovens Escritores, devemos a Carmelita Fontes a moldagem perfeita dos nossos melhores ideais.

Gratidão.
Amaral Cavalcante

Postagem original na página do Facebook em 27 de março de 2012.

sexta-feira, 23 de março de 2012

O Tempo de Jorge Farone



Vocês imaginem a Aracaju do final dos anos setenta, uma aldeia entrevada entre a danceteria da Fugase e os domínios de Sobó nas elegâncias do Iate Club. Uma pequenina cidade ensaiando os caminhos da modernidade, onde a convivência com a segurança oferecida pela tradição precisava ser feita para que Aracaju se mantivesse capaz de reter em seu seio os rebentos da inquietação... que perpassava o resto do mundo. A juventude aracajuana, tomada pela intuição da nova era, embalada pela revolução de costumes e pela conscientização política que lhes obrigava a ditadura militar de então, reagia de qualquer modo à repressão que nos aviltava, naqueles tempos.
Uma geração inteira de jovens sergipanos se formou assim e assim construiu suas perspectivas de progresso individual nesta cidade. Uns escolheram o front político e outros, como Jorge Farone, se impuseram pelo empreendedorismo.
A fábrica de roupas Farone foi uma das primeiras respostas da nossa geração às expectativas da cidade:
- E esses meninos malucos vão fazer o que por nos todos?
Jorge Farone fez. Movimentou a economia municipal e gerou dezenas de empregos. Mais que isto: serviu-nos de exemplo nos mostrando como ser um bom capitalista perseguindo o lucro sem negar atenção á solidariedade cidadã. Por diversas vezes visitei sua fábrica, nos áureos tempos, e vi com qual matéria de amor elas funcionavam.
Chego agora ao que queria lhes contar, desde o início desta Crônica: Jorge Farone foi um dos primeiros anunciantes do Folha da Praia, torcendo para que aquela contravenção jornalística chegasse algum dia (como hoje chega), a noticiar com estoicismo e amor a sua despedida
Viva em nós. Jorge Farone!

Amaral Cavalcante

Postagem original na página do Facebook em 23 de março de 2012.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Rádio: Programa "Discoteca da Saudade" com Arí Nogueira

"O radialista ARÍ NOGUEIRA, com seu programa “Discoteca da Saudade”, apresentado todas as sextas feiras das 20 a 24 horas pela Rádio Aperipê AM, faz um resgate da música do passado, a música de seresta. Os ouvintes ligam para o programa, batem papo com o apresentador e solicitam as músicas do cancioneiro popular de sua preferência. Desfilam nas quatro horas de programa, Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto, Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Aguinaldo Rayol, Aguinaldo Timóteo e muitos outros. São canções que fizeram sucesso nas décadas de 40/50 e eram a trilha sonora da vida de nossos avôs, pais e que deixaram muita saudade. O Arí antes de executar a música, faz um pequeno relato da vida do cantor e compositor". (AM).


Abaixo, a música Siboney, que é usada como BG de seu programa. 


Postagem original na página do Facebook em 20 de março de 2012.

Paulo Santos da Escolinha do Zebra

"Homenagem a PAULO SANTOS do Zebra" (AM).
Postagem original na página do Facebook em 22 de outubro de 2011.

quarta-feira, 21 de março de 2012

13 de Julho, Calçadão de Viana, Avenida Beira Mar

"Aracaju por mais um ângulo..." (AS).
Postagem original na página do Facebook em 20 de novembro de 2011.

Conheço Aracaju


Eu conheço Aracaju da Colina do Santo Antônio, onde tudo começou. Lá naquele morro está erguida a primeira Igreja da cidade.
Eu conheço Aracaju, pois quando ela tinha um pouco mais da metade de sua Idade atual eu nasci e dela nunca me separei.
Eu conheço Aracaju, que com poucos anos de nascida acolheu o meu pai Isaac Schuster recém chegado da longínqua União Soviética e que também jamais se separou, vivendo aqui mais de 2/3 de toda a sua existência.
Eu conheço Aracaju que também acolheu minha Mãe Maria, quando a mesma trocou o Povoado Jenipapo, no município de Lagarto pela mesma.
Eu conheço Aracaju da Rua da Frente que beira em toda a sua extensão o Rio Sergipe.///
Eu conheço Aracaju com o seu Povoado Mosqueiro, quando na época só se chegava a pé ou a cavalo e posteriormente de Lambreta que às vezes apagava o fogo encharcando a vela, quando passávamos por um riacho na sua trilha principal.
Eu conheço Aracaju, cidade onde nasci, me criei, vivo, sonho, brinco, amo, me casei e vi os meus filhos nascerem e crescerem.
Eu conheço Aracaju que me deu a Eternidade.
Eu conheço Aracaju dos cinemas Rex, Guarany, Tupy, Vitória, Aracaju, Palace e Cine Teatro Rio Branco, que entre outras, teve a honra de receber Bidú Saião.
Eu conheço Aracaju da Ponte do Imperador que foi construída justamente para receber o Imperador do Brasil na época Don Pedro II.
Eu conheço Aracaju de Fausto Cardoso, político honrado e que não se curvou aos poderosos, assassinado friamente.
Eu conheço Aracaju das retretas na Rua João Pessoa e Praça Fausto Cardoso, onde todos os domingos à noite a juventude se reunia e ficava passeando para lá e para cá. Os flertes aconteciam aos montes. Muitos namoros e casamentos surgiram desses flertes.
Eu conheço Aracaju do Beco dos Cocos e das boates Miramar, Xangai, Nigth and Day, Luz Vermelha e a famosa “Fresca”.
Eu conheço Aracaju do Galo de Ouro, da boate La Bamba ou Nigth and Day, Imperial, Oliveira Martins, Epitácio, Chantecler e Capineira na Rua Bahia.
Eu conheço Aracaju que adotou o capelense professor Leozírio Fontes Guimarães, a maior expressão musical do Estado de Sergipe e a também capelense professora Lindalva Cardoso Dantas Guimarães, que lecionou para praticamente toda a juventude da época.
Eu conheço Aracaju da Estação Ferroviária, no Bairro Siqueira Campos, até hoje o mais populoso de Aracaju.
Eu conheço Aracaju da Atalaia Velha e Atalaia Nova, lugares de veraneio até os anos 60 e o Parque Teófilo Dantas, onde eram realizadas as Feirinhas de Natal e eu ia com meu Pai. Eu andava na roda gigante, no Carrossel de Seu Tobias (um boneco negro que girava a cabeça quando o carrossel estava em movimento). Meu Pai gostava de jogar um pouco nas roletas existentes e nós dois juntos comíamos pipoca, algodão doce, guaraná com o nome de Jade (o refrigerante da época fabricado em Aracaju).
Eu conheço Aracaju da Rua São Cristóvão Velho e da Rua Vitória Torta, das canoas “To-Tó-Tó” que faziam a travessia para a Barra dos Coqueiros e Atalaia Nova e Saveiros que faziam viagens para Santo Amaro, Maroim, Rosário, etc.
Eu conheço Aracaju da primeira ponte de concreto que ia para a Atalaia Velha a qual começou a ruir e só passava um carro de cada vez até a nova ser construída e as duas pontes da Praia 13 de Julho, ambas de madeira, uma delas na famosa “quatro bocas”.
Eu conheço Aracaju do Estaleiro também na Praia 13 de Julho onde ficavam os barcos de pesca e canoas dos nativos que ali habitavam onde algum tempo depois foi erguido o Iate Clube.
Eu também conheço Aracaju do Bar e Lanchonete Chic, situado na Rua de João Pessoa com Laranjeiras, do Bar Simpatia, Bar Sport, da Sorveteria Iara e São Jose, do “Cacique Chá”, localizado no Parque Teófilo Dantas, da Furna da Onça, da Casa das Frutas, única casa que vendia frutas importadas, tais como uva, passas e maçã, todos eles situados na rua de Laranjeiras e nesta mesma rua a Casa Oriental, especializada na venda de móveis de vime, casa esta de propriedade de Isaac Schuster.
Eu conheço Aracaju de Isaac Schuster dando discursos inflamados no “Ponto Chic” contra os violentos “camisas verdes”, uma filial de Hitler no Brasil.
Eu conheço Aracaju quando ainda possuía uma grande colônia Judaica, entre eles, Elias Roitman, José Zuckman, Isaac Schuster, Isaac Chapperman, Abraão Chapperman, etc.
Eu conheço Aracaju do Bairro São José onde existia e existe a Igreja com o mesmo nome do bairro, bem como o colégio dirigido por freiras, do outro lado a Praça Tobias Barreto e no último lado, hoje o Hospital São Lucas, mas que na época era somente mangue que servia a nós, crianças da época, pescarmos siri, pegarmos caranguejo e no fundo da Igreja um campo que nós chamávamos de Campo do Bariri e onde realizamos inesquecíveis peladas, hoje todo ele coberto por residências e edifícios.
Conheço Aracaju do Bairro 13 de Julho, lá onde existia o Estádio de Futebol com as equipes do Cotinguiba, Sergipe, Olímpico, Vasco e posteriormente Confiança, Itabaiana, Estanciano, Riachuelo, Própria, etc.
Não esqueço, não quero e não posso esquecer quando ainda jovem (criança) eu ia para o campo de futebol (assim era chamado o Estádio) e em vez de assistir o jogo eu ficava ajudando uma senhora de idade, vendendo laranja descascada para ela (fazia por prazer, não cobrava um centavo). Não esqueço e nem quero esquecer quando resolvi ser remador do Clube Sportivo Sergipe, eu e mais três amigos: Sálvio, Marcelo e Mario Henrique (além do Patrão do barco, um senhor de nome Murilo e que muito nos ensinou).
Eu conheço Aracaju dos bailes dominicais na Associação Atlética, Iate Clube e Vasco Sport Clube.
Eu conheço Aracaju do Colégio Estadual, Tobias Barreto de seu Zezinho Cardoso e posteriormente do Professor Alcebíades Melo Vilas Boas e quando lá estudei conheci o Professor Portugal que ensinava inglês, do Colégio Jackson de Figueiredo de dona Judite e senhor Benedito, do Colégio São José e do Colégio Nossa Senhora de Lourdes (este último responsável por eu conhecer a minha companheira quando lá fui professor de matemática, inclusive dela).
Eu não esqueço, não posso esquecer e nem quero esquecer que eu conheço Aracaju, que eu amo Aracaju, que eu nasci, vivo e viverei por toda a minha vida nesta Cidade.

Lion Schuster  - 06.05.2003.

Postagem original na página do Facebook em 20 de novembro de 2011.

Aracaju Vista da Barra dos Coqueiros

Postagem original na página do Facebook em 19 de novembro de 2011.

Festa na Fazenda Porto dos Barcos em Riachuelo-Se.

"Festa na Fazenda Porto dos Barcos, com a presença de Armando Maynard". (Tassinho).
Postagem original na página do Facebook em 26 de agosto de 2011.

terça-feira, 20 de março de 2012

Aracaju de Ontem: Rua da Frente, Colégio Brasília, Edifício Atalaia

"Aracaju 157 anos - Presente de Aniversário do blog antiguidadecolecoeseartes de Waldemar Neto". 

Postagem original n a página do Facebook em 11 de março de 2012.

Programa de Batalhinha, Rádio Liberdade, Década de 60

Radialista - Batalhinha (O amigo da Petizada). Do BLOG DO LUDWIG OLIVEIRA 

(Abaixo o prefixo musical (BG) do programa de Batalhinha, levado ao ar na década de 60,  pela Rádio Liberdade de Sergipe, que ficava na Rua Itabaianinha). 

Postagem original na página do Facebook em 19 de fevereiro de 2012.

Programa "Hoje é Dia de Retreta", Com Jairo Alves de Almeida

"Minhas manhãs de domingo, ligado na programação das Rádios AM

Logo cedo, ao acordar, o “Arquivo Musical”, pela Rádio Bandeirantes de São Paulo, aqui retransmitida pela sua afiliada, a Rádio Liberdade 930 AM, logo depois é hora de ouvir pela Rádio Aperipê, o programa “Domingo no Clube”, apresentado por Sérgio Tadeu e à partir das 9 horas “Hoje é dia de Retreta”, com Jairo Alves de Almeida, pela Rádio Cultura". (AM).

Abaixo o prefixo musical (BG) de “Hoje é dia de Retreta”. 


Postagem original na página do Facebook em 19 de março de 2012.

"Faltou Gás" e "Choveu na Horta"

Antônio Bonfim do Cinform


(Publicadas no cinformonline em 2008, quando retomei o gosto de escrever crônicas incentivado por Jozailto Lima).

Faltou gás

Preciso escrever uma crônica para o cinformonline!
Pois foi bem na hora de refogar os temperos, já com todos os ingredientes picadinhos e a as palavras maturando no tacho, que faltou gás. Quer dizer: no caso do meu fogão interior - esse coração de seis bocas que cozinha sonhos - o gás é o vinho.
Sem ele não há fervura e sem fervura não há texto que preste.
Quem há de me valer nesta aflição terrível?
Ora, valei-me o Senhor Bonfim!
Senhor Bonfim, na minha taça não chove desde a semana passada. Seca e esturricada minha verve não serve nem ao pasto das muriçocas municipais, única manada que aqui se cria e acresce aos meus bens a ilusão fazendeira. Vive cá um seu posseiro sem inteiras nem meias, mal tendo o que beber. Nem meiotas de aguardente, nem latinhas de cerveja, nem um cardo azedo na pobre vida desse escritor gaiato.
Acode! Chega Antonio Bonfim, mangangão do Cinform! Custa nada? Envie trovoadas de vinho sobre a minha adega crestada, faça engrossar os veios da minha imaginação que ela, aos borbotões, haverá de continuar provendo o seu pomar de frutíferas crônicas.

Amaral Cavalcante - fevereiro/2008

Choveu na horta

Recebi aqui em casa um Bonfim atarantado, carregando uma caixa enorme de vinhos dos melhores. A cara feliz de quem reencontra a adolescência a buzinar aflito, que eu abrisse logo a porta, desacostumado com tarefas assim amorosas e sentimentais. Era para entregar sua oferenda (como qualquer filho de santo), aos orixás que me cuidam. Você precisava ver! Na mesma hora, eu fazia o que melhor sei fazer: recebia um amigo querido, Sales Neto, com o vinho que ele me trouxera gritando na porta: quer vinho, poeta!
Boa hora para se chegar.
Bonfim adentrou e tomou conosco uma taça do chileno aberto. Brindamos, conversamos miolo de pote e fomos indo do Chile à Itália, um golinho em Portugal, uma bicada na França. Agora, fico a pensar: quanta gente não gostaria de receber em casa, sem aviso, o mangangão do Cinform? Quantos não se veriam surpresos com o carinho desajeitado desse conterrâneo vitorioso? Eu mesmo não esperava tanto. Mas qual! Somos os mesmos moleques do Santo Antonio, da Atalaia, do Siqueira Campos... os rebentos de fé de uma Aracaju antiga – nunca sei se melhor ou pior – envelhecendo felizes nesta cidade amada.
Conheci Bonfim numa agenciazinha de propaganda estabelecida no Bairro Santo , na batalha pioneira da publicidade moderna, fazendo Slide para a televisão. Assim de clientes, muitos deles clientes também da engraçada Folha da Praia, a novidade irreverente de então. Pegou o Cinform alternativo e fez dele o que é hoje, sem perder o jeitão sergipano, tímido, mas sempre correto, empreendedor e ascendente.
Grande Bonfim, mas não é?
O presente dos vinhos é em agradecimento pelas crônicas que tenho publicadp no seu www.cinformonline.com.br que me levam ao prazer de fuxicar memórias e achar moedas no nariz da história. Amei, Bonfim.

Amaral Cavalcante -fevereiro/2008

Postagem original na página do Facebook em 19 de março de 1012.

Antiga Casa da Esquina da Rua Pacatuba, Hoje Prédio da Caixa

Postagem original na página do Facebook em 01 de outubro de 2011.

Bar na Praia de Atalaia

Postagem original na página do Facebook em 30 de setembro de 2011.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Parque da Sementeira

Parque da Sementeira, Foto: Adilson Andrade.
Postagem original na página do Facebook em 17 de março de 2012.

Famoso Relógio do Meio da Rua, Largo da Praça Fausto Cardoso

Quadro do Palácio - Museu Olímpio Campos. Foto do Blog "Antiguidade Coleções e Artes". 
Postagem original na página do Facebook em 15 de fevereiro de 2012.

Cine Teatro Rio Branco

Cine Teatro Rio Branco, acervo do Blog "Antiguidade Coleções e Artes". 
Postagem original na página do Facebook em 15 de fevereiro de 2012.

Rádio Cultura, Programa "A Hora Católica" com Dom Luciano


Quem não lembra de quando Dom Luciano José Cabral Duarte apresentava todos os domingos pela Rádio Cultura de Sergipe, às 12:30 h, o programa "A HORA CATÓLICA", programa de uma audiência impressionante, pois com sua inteligência e cultura, Dom Luciano dava uma aula todos os domingos.

Abaixo, o prefixo musical (BG) do programa "A Hora Católica". 
Beethoven 6a Sinfonia "Pastorale" (Allegro I e II -...


  Postagem original na página do Facebook em 19 de março de 2012

Homenagem ao Historiador Sergipano Luiz Antônio Barreto.

Postagem original na página do Facebook em 20 de agosto de 2011.

domingo, 18 de março de 2012

Igreja São José - Praça Tobias Barreto

Postagem original na página do Facebook em 19 de agosto de 2011

Lança - Perfume, Década de 60

"Dalva e Laura Cecilia, uma recordação dos velhos carnavais.....huá...huá...huá..." (PJMM).
Postagem original na página do Facebook em 18 de agosto de 2011.

"Redes Sociais"


"Redes sociais
  
Resisti às tais redes sociais. Tinha entrado no Orkut já há algum tempo. No começo curti alguma coisa. Principalmente os grupos. Associei-me a um que discutia a II Guerra Mundial, outro sobre Economia, entrei no grupo da Família Brandão e no da Família Dantas. Com o tempo a novidade foi ficando chata. E eu, de vez em quando, e bota de vez em quando nisso, acessava minha página no Orkut. Quando os caras que administram a tal rede estabeleceram que os donos das páginas passavam a saber quem os visitava, desisti.
Depois de algum tempo entrei no Twitter. Vi que tem gente com milhares de seguidores. Acho que não entusiasmei ninguém. Até porque não sei o que vou colocar no Twitter, a não ser o link de alguns artigos que escrevo num blog que criei, e que também ninguém acessa. Tenho 3 ou 4 heróis seguidores no Twitter, e só. Segui alguns, principalmente jornalistas que têm blogs informativos. E sorrio prá burro com um cara que se assina Real Morte. Ele se diz A Morte, e é hilário. De resto, acho que os repórteres políticos em atividade têm que seguir os políticos, principalmente os boquirrotos que escrevem de tudo no tal micro-blog. Talvez surjam pautas interessantes. E só.
Aí, entrei meio desconfiado no Facebook. Coloquei lá, meio encabulado, o meu perfil. Escolhi uma foto em que eu não pudesse ser logo identificado. Não adiantou. Marcaram-me em uma meia dúzia de fotos que foram direto para minha página. O que posso fazer? Logo surgiram mil amigos. Alguns que nunca vi mais gordo. Já passo dos 70. Estou me sentindo herói.
O bom ficou para os grupos. Armando Maynard, pelo que vejo aficionado na Internet, que edita um blog "Mídia Depressa", criou o grupo "Minha Terra é Sergipe". Da última vez que acessei, já havia mais de 551 integrantes. Sergipanos que continuam bravamente na terrinha, e sergipanos que moram alhures têm se encontrado no Minha Terra ... Começaram as lembranças, a publicação de fotos da infância e juventude. De objetos de uma época em que éramos felizes e não sabíamos. O maior barato.
Algumas pessoas têm postado fotos de paisagens e prédios antigos de Aracaju. E todos tentam adivinhar que construção é aquela, que prédio é aquele outro. Muito interessante. Pego-me aficcionado pelo Face. Tenho postado algumas coisas, principalmente os filmes que vejo. E tenho compartilhado o que encontro de interessante na Internet. Não de cabeça, mas aos poucos vou mergulhando nas redes sociais".

Paulo Roberto Dantas Brandão
 
Postagem original na página do Facebook em 17 de março de 2012.

sábado, 17 de março de 2012

Desenho a Lápis de Cor de Ana Denise Souza

Postagem original na página do Facebook em 17 de março de 2012.

Homenagem a Ivan Valença

Postagem original na página do Facebook em 20 de agosto de 2011.

Homenagem a Monsenhor José Carvalho de Souza

"Homenagem a Monsenhor José Carvalho de Souza e ao Colégio Arquidiocesano". (AM).
Postagem original na página do Facebook em 20 de agosto de 2011.

Homenagem a Clodoaldo de Alencar Filho

Postagem original na página do Facebook em 20 de agosto de 2011.

Homenagem a Antônio Fernando Dantas Maynard (1934 - 1998)

"Homenagem ao primo Antônio Fernando Dantas Maynard (1934 - 1998)". (AM).
Postagem original na página do Facebook em 20 de agosto de 2011.

Colégio Estadual Atheneu Sergipense

Postagem original na página do Facebook em 20 de agosto de 2011.

Brasão do Estado de Sergipe


Postagem original na página do Facebook em 20 de agosto de 2011.

Maria Thetis Nunes (1923 - 2009)

Postagem original na página do Facebook em 20 de agosto de 2011.

O Famoso Relógio Que Ficava no Meio da Rua

"Praça Fausto Cardoso". (AM).
Postagem original na página do Facebook em 19 de agosto de 2011.

Foto da Praia de Atalaia

"Praia de Aracaju - Foto de Marco Antonio Pinto". (AM).
Postagem original na página do Facebook em 16 de março de 2012.

Vista Aérea de Aracaju

Postagem original na página do Facebook em 16 de março de 2012.

Cidade de Aracaju Vista da Ponte Construtor João Alves

Postagem original na página do Facebook em 16 de março de 2012.

Aracaju Antiga - Mercado

"Direto do fundo do baú. Mercado Auxiliar". (PRDB).
Postagem original na página do Facebook em 16 de março de 2012.

Aracaju Antiga - Balsa Aracaju/Barra dos Coqueiros

Postagem original na página do Facebook em 20 de agosto de 2011.

Aracaju Antiga - Praça Fausto Cardoso

Postagem original na página do Facebook em 20 de agosto de 2011.

Aracaju Antiga - Centro Histórico, Praça Fausto Cardoso

Postagem original na página do Facebook em 20 de agosto de 2011.

Monsenhor Claudionor Fontes (1930 - 2011)

"Essa foto é para quem tem saudades de Pe. Claudionor, vigário da Catedral". (TGB).
Postagem origina na página do Facebook em 17 de agosto de 2011.

"Uma Crônica para vocês... do Minha Terra é Sergipe!"



"Como dizia o tão conhecido Wellington Elias, “uma crônica para você”s... amigos do MINHA TERRA É SERGIPE. Incrível é a capacidade do ser humano de integração, de socialização e a necessidade de trazer à tona lembranças, num apego à momentos felizes vividos na primeira juventude. Sim, porque estamos a viver a segunda e com a sapiência de valores bem determinados: amizade, bem estar, tolerância, partilha e outros tão importantes quanto. O grupo Minha Terra é Sergipe, idealizado por Armando Maynard, é um exemplo explícito da carência de uma geração em avocar e fortalecer as amizades, provando para si mesmo que a vida está ali, latente, apesar de certas limitações. Muitos de nós tivemos que derrubar parâmetros, para que hoje, pudéssemos deixar aflorar as nossas mais íntimas vontades na busca da alegria de um momento tão marcante e supremo como o do encontro dos integrantes desse grupo, acontecido ontem, 4 de fevereiro de 2012, no Bar dos Cajueiros, em Aracaju. O tributo à Gwendolyn Tompson foi a motivação para que lá estivessem presentes inúmeras pessoas, dispostas à ouvirem uma boa música, conversarem e mais, reverem colegas e amigos, há muito afastados do convívio salutar, uma vez que cada um seguiu o caminho planejado. Como cheguei cedo, fiquei a observar os passos contados que, timidamente, avançavam em direção ao centro do Bar, de onde emanavam os acordes de um violão sob o comando dos ágeis dedos de Jiló que, com seu repertório selecionado e voz agradável, mantinham o calor da acolhida. Pronto. Essa era a única dificuldade. Daí por diante, só entrosamento. Wagney Aragão, o Waguinho, brilhante cicerone, fazia as honras da casa, ou melhor, do grupo, recebendo a todos com um carinhoso abraço e uma alegria contagiante. Fomos vizinhos na Rua de Lagarto, onde moramos por um bom tempo e as famílias mantiveram laços de amizade. Lembro que, por intermédio das irmãs de Waguinho, Aroldina e Agnes, conheci Armando e começamos o namoro, pelos idos de 1970, que resultou na história que vocês conhecem. Para surpresa de todos, acredito, não só Jiló estava encarregado de manter o clima musical, mas lá estiveram também Roberto Alves (boa música e repertório escolhido a dedo), Valtinho (acordeon de “ouro”), Felix (guitarra afinadíssima e Milionário foi o ponto alto), Fernando Barbosa (não sabia que Fernando cantava) acompanhado por Arnaldo, Nancy ( tangos maravilhosos), Didi Colares ( o bom samba e Alcione então...), sem falar no acompanhamento de Gugu ( esposo de Sonia Beatriz) ao triângulo. Como foi bom vivermos “ao vivo” as conversas do facebook. Sonia Beatriz não havia me identificado como Lygia sua colega do Conselho de Educação, foi muito engraçado quando ela constatou quem realmente eu era, porque até então era a esposa de Armando. Rimos um bocado. Estávamos juntos na mesa, eu, Fernanda Guerra, Lulu Leite, Nadja Figueiredo, Amaral Cavalcante, Dora Santana, Cândida Boto, Indira Marques, Ana Montanher, Lícia, Wagney. Em outras mesas, a sempre autêntica e simpática Laura Cecília, Tirzah Silveira, Martinha Bragança e esposo, Sonia Beatriz e esposo, Didi Colares, Eliana “Chocolate”, Consuelo Maia, Gabriella Menezes, Jorge Farone, João Carlos Maynard, Pascoal Maynard e Alberto Leguelé. Circulando sempre, a comunicativa Zil Sobreira. Acreditem, muitas outras pessoas prestigiaram o encontro. Com certeza, o clima que imperava, fez com que todos pudessem sentir-se à vontade para lembrar o tempo de colégio – do G.A., do Atheneu, do N.Srª de Lourdes – das missas na Catedral aos domingos e também das “retretas” e da paquera na Pça. Fausto Cardoso. Pois é, estávamos todos ali, sem distinção de classe, de cor e de posição social, alimentando um desejo forte de viver as emoções contidas pelo tempo no bauzinho de memórias. Aguardemos o próximo!".


Lygia Prudente


Postagem original na página do Facebook em 6 de fevereiro de 2012.

"Rua Vila Cristina n. 68"


"Rua Vila Cristina, nº 68
Esse passou a ser o nosso endereço, alguns anos após a morte de vovô Cabral. Saímos de sua casa, a Vila Cabral, e viemos para a Rua Vila Cristina. Em parte pela sua aparente ausência, mas principalmente, pela constante presença através das lembranças e da saudade... Eu começava a entender que, quando a gente está de luto, não é só pela perda do ser amado, mas também pela parte de nós que se perde com ele. A vida estava começando a me colocar em contato com sua dura realidade.
Anos depois vimos que essa mudança foi uma benção para todos nós. Chegamos à Rua Vila Cristina no ano de 1962. Eu tinha exatamente 11 anos de idade. Era uma criança e pensava e agia como tal. Minha primeira amiga na nova rua foi Cecília Martins. Depois vieram Vivian Lima e Ana Beatriz Buarque.
Nessa época conheci Laura Cecília. Mais nova do que eu, tinha 08 anos apenas, mas isso não foi impecilho para que ficássemos amigas e que ela se tornasse uma espécie de mascote da nossa turma. Ela era viva, curiosa, inteligente. Estava sempre onde eu estava e teve até direito a um apelido carinhoso colocado por Renato Conde Garcia: a Garota de Liverpool. Apelido colocado por causa das roupas transadas que Dinha trazia para ela do Rio de Janeiro. E como nossos pais eram muito amigos ela sempre estava lá em casa.
Foi aí que a vida de todos mudou... Guerrinha foi estudar no Ginásio de Aplicação, Beth e Ângela no Colégio Nossa Senhora de Lourdes e eu fui para um educandário (não me lembro do nome) na Rua Santa Luzia e cuja proprietária era D. Julia (tia de Geraldão). Foi nesse educandário que fui preparada para o exame de departamento realizado pela Secretaria de Educação. Naquela época só fazia o exame de admissão quem passasse nesse exame. A nota máxima era 10 e eu passei com média 9,9. Ainda tenho esse certificado. Logo fiz o exame de admissão para o Ginásio de Aplicação e passei também. Lembro que foi dificílimo. Era composto de prova escrita e prova oral com dois examinadores. Para mim foi complicado, pois estava com escorbuto. Imaginem uma filha de médico com falta de vitamina C no organismo. Uma doença já erradicada. Fato que deixou papai bastante chateado.
Guerrinha ao acabar o ginásio passou para o Ateneu e as meninas também.
Mas deixa-me falar como era o nosso trecho de rua. Na esquina com a frente para a Praça Camerino era a casa de D. Marita Sobral, mãe de Geraldo e José. Vizinho a ela era a nossa casa, depois a dos Fonseca (Sr. Eduardo Fonseca e D. Aidil, pais de Silvinha, Aidil e o filho homem), depois vinha a casa dos Martins (Sr. Nelson, D. Deruchete, Cecília e Nelsinho), a casa de Dr. Olavo (pai de Amelinha e da irmã), a casa dos Amado ( Sr. Paulo, D. Mercedes, Tonho Amado, Zé Amado, Doda, Dudu e Paulinho) e na esquina com a Rua Senador Rolemberg era a casa de D. Ester. Anos depois a casa de Sr. Eduardo Fonseca foi vendida à família Lima (Sr. Rodrigo, D. Alice, Rita, Douglas, Vivian, Rodriguinho e Popô).
Do outro lado da rua, da Rua Senador Rolemberg para a Praça Camerino, ficava a Associação Atlética de Sergipe, um terreno baldio que depois virou um campo de futebol do clube, a fábrica de gelo, a casa de Senhor Batalha, D. Elzinha, Licia e os irmãos. Anos depois essa casa virou a Clínica de Acidentados, e na esquina com a Praça Camerino era a casa de D. Zulnara, avó de Zulmira.
Ah! Foi na Rua Vila Cristina que um mundo novo passou a se descortinar para mim. Despi o manto de inocência da infância e vesti o das descobertas da adolescência. Descobri coisas que nem sabia que existiam (a descoberta do meu corpo e de sentimentos como o amor, a ternura e a amizade verdadeira). Despertei, então, para as paqueras. Os namorados naquela época nem pegavam nas mãos. Braço no ombro nem pensar e o beijo era um sacrilégio. Tive algumas paqueras antes de namorar com aquele que seria o meu marido.
A varanda da nossa casa era privilegiada, pois dali víamos passar os estudantes do Ateneu e do G.A.. Era um desfile diário de estudantes para lá e para cá.
A década de 60 foi mágica... Época de mudanças no estilo de vestir, nas danças (rock e twist) e no comportamento também. Época dos Beatles e da Jovem Guarda. Passei a ter consciência dessas mudanças e comecei a desfrutar das coisas boas que a vida me dava. Papai passou a dar a chave da porta, mas só podíamos usar quando saíamos a três irmãs juntas. Foi quando passamos a sair acompanhadas por Guerrinha. Papai que sempre foi um homem festeiro de repente se afastou e passou a responsabilidade para os ombros de meu irmão. Guerrinha era de uma rigidez a toda prova e ai da irmã que o desobedecesse... Ele seria capaz de tirá-la da festa na mesma hora.
A nossa casa era o ponto de encontro dos amigos: Max Rolemberg, Milton Barreto, Raul Rolemberg, Josilávio Araujo e Marcelo Marinho (colegas de Guerrinha na Faculdade de Medicina), Paixão, Ivan, Pedrito Barreto, Teobaldo, Duílio, Pedrão, Betinho, Tidê, Toinho Barbulino, José Francisco Fontes Lima, João Aragão, Aurinha, Antônio Sérgio dos Anjos, João Monteiro, Laura Cecília, Nilva, Bárbara, Eliana Chocolate, Licia, Jussara Maynard, Kátia Veloso, Vivian, Cecilia, Douglas, Elygio, Tadeu, Roberto Botelho, Tonho Rezende, Mané e Guila Rezende, Sergio e Renato Garcia, Pedro Marcelo, Lili e Bete Prado e Ana Beatriz Buarque. Sempre tinha um violão tocando e alguém cantando. Será que esqueci alguém?
Em Aracaju naquela época existiam algumas bandas formadas por amigos: The Tops por Pascoal Maynard na bateria, Marcelo Brito de Melo na guitarra solo, Marcos na guitarra base, Pithiu no contra baixo, e Rubinho no órgão eletrônico. Esta foi a formação inicial. Depois vieram: Tonho Baixinho, Wellington Menezes Barbosa, John Manush (um americano que aportou por aqui), as Moendas (Lina e Adi) – vocais, Nandika na guitarra e Marquinhos na bateria.
Os Top Caps, na sua primeira formação, era composta por: Edgarzinho no teclado, Paulo Amilcar na bateria, Zé de Otília e Hermercílio nas guitarras, Marcos e Tonho Baixinho - vocais. Na sua segunda formação tinha: Edgarzinho no teclado e guitarra, Sérgio Garcia e Lobinho nos violões e vocais, Anchieta vocal, Paulo Amilcar na bateria, Marco e Orlando nas guitarras e Pedrão, eventualmente, na gaita. Lembro de alguns ensaios no local onde era a boate Segredo na Atlética. Os mesmos eram à tarde e os amigos participavam. E virava uma festa improvisada.
Os Águias banda que foi incentivada por Tenisson Freire, comodoro do Iate Clube de Aracaju, e que ensaiava no barracão dos barcos do clube era composta por: Toninho na guitarra solo, Beno na bateria, Luiz Mário no baixo, Tosca (depois Orlando) na guitarra e Zenóbio no teclado.
Os Nômades, banda originária da cidade de Itabaiana, na sua primeira formação, era composta por: Anatólio na bateria, Jorge Roberto Silveira e Luiz nas guitarras, Airton no contrabaixo e vocal de Chico. Já na sua segunda formação contava com: Jorge Roberto Silveira na guitarra, Anatólio na bateria, Lisboa vocal, Edgarzinho no teclado e Airton contrabaixo.
Os meninos da turma tinham mania de fazer serenata na porta lá de casa, o que deixava papai possesso. Ele sempre perguntava a mamãe se eles não tinham o que fazer.
Na década de 60 começaram a surgir as boates. Foi inaugurada a boate Catavento na Associação Atlética de Sergipe. A Top Som embaixo do Hotel Palace e cujos proprietários eram Antonio Manoel, Wilson do Gavetão e Gilberto Vilanova.
A boate Stallo, no Atalaia Clube, cujos proprietários eram Edgarzinho e Beto Silveira tendo como “assessores”: Renato Conde Garcia e Carlos Manoel Burgos. Lembro de ter ido a uma festa de reveillon lá. Só não lembro o ano. Começavam, assim, “os embalos de sábado à noite”.
A boate Oxente, no Cotinguiba, cujo proprietário era Alfredinho. Se não me engano, essa última já na década de 70.
Foi a época das festas em casas de amigos, na Associação Atlética de Sergipe, no Iate Clube de Aracaju e no Clube dos Médicos, de idas à praia de Atalaia, dos banhos de piscina na Atlética, dos torneios de buraco, aliás, tudo era motivo de uma festa.
A festa do Havaí no Clube dos Médicos que colocaram um estrado na piscina e a orquestra de Medeiros tocando nele. Final da festa Medeiros e sua orquestra acabaram tomando banho de piscina porque foram jogados nela.
Nas tardes de sábado papai ia jogar tênis com seus amigos Blanar, Ascanio, Bragancinha, Anquizes e o prof. Candido. Gostava de vê-los jogar. Eles participavam de torneios em Propriá e em Penedo. Papai tinha uns amigos lá da família Peixoto Gonçalves. Guerrinha às vezes acompanhava papai nessas viagens.
Com a inauguração da piscina da Atlética passávamos os dias de férias nela. Nessa época existia um maitre estrangeiro que se chamava Thomas Van Dick. Papai caiu na besteira de autorizar a ele que nos atendesse no que pedíssemos e que depois a conta seria por ele acertada. Todo dia de tarde tinha uma conta de daiquiris nevados tomados por nós para papai pagar.
Lembro ainda de algumas pessoas que trabalhavam lá: Bispo sempre calmo e com um sorriso nos lábios, Tertulino (o cobrador), Frances (que ficava na sorveteria), Amor (cozinheira) e que sempre me dava uns petiscos, Bota fogo (eletricista), Sr. Pedro, o garçon Pelé e Izaildes que trabalhava na secretaria.
Nos carnavais, durante o dia, era na Atlética que a turma brincava.
A Associação Atlética de Sergipe era um clube acolhedor e na década de 60 foi quase que uma extensão da nossa casa. Um crime o que fizeram com o clube. Vendê-lo numa transação mal explicada e depredá-lo do jeito que fizeram. Hoje ao passar na Rua Vila Cristina meu coração se aperta de tristeza ao ver um patrimônio como aquele no estado que ficou.
Ainda na década de 60, Guerrinha estava na faculdade de Medicina, Beth na Faculdade de Direito, Ângela na Faculdade de Medicina em Salvador e eu noiva esperando a data do casamento.
Abdiquei do sonho de ser médica, para casar e constituir família. Casei no ano de 1970, mas estava diariamente, à tarde, na Rua Vila Cristina, 68. Para sempre estava ligada àquele endereço até o dia que vovó vendeu a casa para a Construtora Norcon que construiu no lugar dela o Edifício Vila Cristina.
Interessante, achava que tinha passado mais anos na Rua Vila Cristina. De 1962 a 1970 quando casei. Os anos que vivemos ali foram tão bons que contaram cada um como dois ou três. Como se isso fosse possível. Naqueles anos o romantismo foi vivido e cantado em versos e prosa e por isso eles serão sempre os nossos anos dourados".

(Fernanda - Aracaju, 2009/2012)

Postagem original na página do Facebook em 12 de janeiro de 2012.