terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Uma noite de brilho para Garcia Moreno



Infonet > Blog Lúcio Prado > 19/02/2016.

Uma noite de brilho para Garcia Moreno.

Garcia Moreno ficará radiante porque o primeiro “Café com Letras” da Sobrames em 2016 vai propiciar um momento singular para a boa palavra, com depoimentos memoráveis, que por certo relembrarão, com reverência e alegria, a sua vida e a sua obra. Serão três pronunciamentos oficiais mais os que poderão (deverão) surgir, de forma espontânea, a partir do momento em que, na condição de presidente da sessão e numa atitude temerária para alguns, franquear a palavra.

Para os que pensam que tantos pronunciamentos tornarão a reunião cansativa, cometem engano desmedido. Isso porque vamos falar de Garcia Moreno, festejado por muitos, como fez certa vez o notável poeta Airton Teles Barreto, no poema Mestres dos Mestres: “Na medicina dos que são maiores, todos tem vez na formação do mestre. O ser normal, o pobre, o rico e o louco. Mestre maior da medicina humana, nós nos lembramos de você assim: cultura enorme, inteligência alvor, raio de luz levando vida às palmas, remédio heroico ao ser aflito, mestre do corpo, professor das almas...”

A sessão do “Café com Letras”, promovido pela Sociedade Brasileira de Médicos Escritores e que tenho a honra de presidir em Sergipe, vai acontecer em 25 de fevereiro próximo, às 18h30, na Sociedade Médica de Sergipe, na Rua Guilhermino Rezende, 426 Bairro São José. Estão todos os meus (poucos) leitores convidados.

O saudoso médico, professor e escritor João Baptista Perez Garcia Moreno nasceu em Laranjeiras em 12 de dezembro de 1010 e faleceu 65 anos depois, em 22 de outubro de 1976. No seu sepultamento, na cidade natal, Luiz Antonio Barreto, um dos oradores e representando o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, do qual Garcia foi presidente, assim se expressou: "Mais uma vez, interferimos no tempo do viver, para falar da morte. De repente eis que a surpresa salta aos olhos, assalta a alma, roubando um amigo, um mestre, um homem bom. O dia enruga as suas claridades e a paisagem da cidade perde a graça. Volta à terra de Laranjeiras aquele que em vida foi chamado João Batista Perez Garcia Moreno, descendente do notável padre Daltro, do Lagarto. E Laranjeiras triste, com seu casario enlutado pela derrota do tempo, deixa abrir seu chão pródigo para em silêncio guardar o corpo sem vida, do seu filho ilustre".

Para Francisco Rollemberg, que será um dos oradores oficiais da sessão, Garcia Moreno “foi um escritor e cronista vigoroso, homem da terra que nunca abandonou e que dela se ocupou inteiramente, telúrico da cabeça aos pés...”

Já o professor José Augusto Barreto, que ocupa atualmente a Cadeira 17 ( que tem como patrono Garcia Moreno), da Academia Sergipana Medicina, na sessão que celebrou o Centenário do Nascimento do saudoso mestre, vaticinou: “ A Faculdade de Medicina foi o acontecimento mais importante da Medicina de Sergipe e teve em dois “garcias”, curiosamente, suas maiores representações: Garcia, o Moreno, como um dos idealizadores da escola médica no início da década de 50 e o outro Garcia, o Antonio, como seu fundador de fato, no início dos anos sessenta”.

Ainda na solenidade que celebrou o Centenário de Garcia Moreno, em 2010, aconteceram depoimentos emocionados da filha dele, Cândida Garcia Moreno Pontes, que reside em João Pessoa, do neto João Baptista Perez Garcia Moreno, filho de Cândida e que exerce a magistratura em Salvador, da jovem Beatriz do Nascimento Garcia Moreno, bisneta, além do pronunciamento do professor “Emérito” Odilon Cabral Machado, biógrafo refinado do autor de “Cajueiro dos Papagaios”, “Letras Vencidas” e “Doce Província”.

No ano que registra o 40º aniversário de seu falecimento, a Sobrames relembra a figura desse grande semeador da cultura em nosso Estado, realizando essa extraordinária sessão “Café com Letras”, com as participações dos médicos José Hamilton Maciel Silva, representando a Academia Sergipana de Medicina e Francisco Guimarães Rollemberg, representando a Academia Sergipana de Letras, além da professora Patricia Souza, doutoranda em educação pela UFS.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/lucioprado

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 22 de fevereiro de 2016.

A vida do desembargador Aloísio Abreu



Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 08/10/2012.

MEMÓRIAS DE SERGIPE.

A vida do desembargador Aloísio Abreu.
Por Osmário Santos.

Aloísio de Abreu Lima nasceu na cidade de Capela/SE, a 15 de dezembro de 1931. Seus pais: Eduardo de Abreu Lima e Maria José Lima.

O Sr. Eduardo foi um pequeno proprietário rural que manteve, com muito sacrifício, a pequena fazenda Carvões, em Capela, local onde Aloísio nasceu. Dele, o filho herdou a humildade, o esforço de vencer na vida e a coragem para educar os filhos Eduardo de Abreu Lima (falecido), Maria Helena Abreu e Aloísio.

De sua mãe, só tem a dizer que foi uma extraordinária mulher e que, mesmo sendo uma mulher da roça, fez tudo para proporcionar uma digna educação pelos filhos.

Ela morreu e não teve a felicidade de ter visto, em seus momentos finais de vida, meu irmão Eduardo, mas teve a felicidade de me ver como desembargador e a felicidade de minha presença no exercício do Governo do Estado, embora provisoriamente. Ela teve toda esta felicidade. Ela viu a minha trajetória de vida. Acredito que ela morreu feliz por isso.

Uma infância repleta de estudos, pois, logo aos cinco anos de idade, foi para Capela para o período de alfabetização com a professora Adelina. Com mais um tempo, passou a estudar no grupo da rede estadual de sua cidade natal. Desse tempo, Aloísio tem lembranças de um menino pobre que não teve condições para o lazer, mas se contentou com o amor de seus pais. Não esquece de dizer que também fez parte da Cruzada Eucarística, um envolvimento religioso, que o fez fixar na mente a idéia de ser padre. “Fiquei muito entusiasmado e fiquei muito religioso”.

Como na época não existia o curso ginasial em Capela, veio para Aracaju como aluno interno do Colégio Jackson de Figueiredo, onde concluiu o curso primário. Fez admissão para o Colégio Estadual, sendo bem sucedido, mas continuou morando no Jackson, mesmo estudando no Atheneu. Do tempo de aluno do Atheneu, faz questão de destacar os grandes mestres que teve: Manoel Cabral Machado, professor Cajueiro, José Olino, José Augusto da Rocha Lima, Ofenísia Freire. “O Atheneu era uma academia”. Fez parte do Grêmio Estudantil Clodomir Silva e também brigou contra o ensino do canto orfeônico.

“Não tolerava e até hoje não entendo de canto orfeônico. Nós tivemos um congresso estudantil e eu defendi uma tese no Instituto Histórico contra o canto orfeônico, pedindo que fosse retirado do currículo. Consegui muitos adeptos e também muitas críticas. Inclusive a professora Nilza, uma professora culta, chegou a dizer que eu era um menino ignorante. Na verdade, tudo que fazia dava certo no futuro”. O canto orfeônico desapareceu do currículo escolar tempos depois.

O pensamento de fazer Direito nasceu quando ainda era criança. Tudo começou quando viu, pela primeira vez, o desembargador Joel Aguiar fazendo discurso. “Aquilo me emocionava e disse para mim mesmo: um dia eu vou ser como o Dr. Joel. Ele foi a minha primeira fonte de inspiração no Direito.”

Fez o primeiro e o segundo ano do curso clássico no Atheneu. O início do terceiro fez na cidade de Salvador, no Colégio Estadual da Bahia. No tempo em que tomou a decisão para estudar fora, já se preparando para o vestibular, ainda não estava em funcionamento a Faculdade de Direito de Sergipe. Pela necessidade de aliviar os custos financeiros do pai por essa permanência fora de casa, conseguiu morada no Colégio Ypiranga e trabalho pelo dia como bedel do próprio colégio.

Digo com muito orgulho que já fui bedel e isso me conferiu responsabilidade muito cedo. Houve ocasiões que tive de ocupar a turma com lições, por conta da falta de professores.

Quando estava no segundo semestre do terceiro ano colegial, constatou que existiam 200 candidatos para 50 vagas para o curso de Direito em Salvador. Como já estava funcionando a Faculdade de Direito em Aracaju, já entrando no segundo ano, com poucos candidatos para o vestibular, resolveu vir para Aracaju e por aqui concluiu o terceiro ano no Tobias Barreto e, mais ainda, conseguiu vaga para trabalhar como bedel pelo dia com direito a dormida no colégio. “Nasci com a tendência de ser bedel.”

Feito vestibular explodiu de alegria ao saber que passara em segundo lugar, juntamente com Darcilo Costa. Com satisfação, diz que teve como professores, Cabral Machado, Gonçalo Rollemberg, Garcia Moreno, João de Araujo Monteiro – o querido Monteirinho – Olavo Leite, Renato Cantidiano, Armando Rollemberg, Enok Santiago, Hunald Santa Flor Cardoso. “Tive grandes mestres”.

Participou do centro acadêmico como vice-presidente da diretoria comandada por Adroaldo Campos. Na campanha eleitoral de Leandro Maciel, fundou o comitê estudantil e fica como presidente. “Era um udenista violento. Não vou negar a ninguém a vida inteira”. Fez discurso por toda cidade de Aracaju, viajou pelas cidades do interior e até chegou a levar até a fazenda do pai o candidato Leandro Maciel.

Dessa convivência, a promessa de que seria aproveitado foi cumprida por Leandro com a vitória da UDN. Treze dias depois que o novo governador assumiu o governo, estava nomeado promotor-substituto da cidade de Nossa Senhora das Dores.

Já estava terminando o terceiro ano quando foi nomeado. Revela que até antes de o governador assumir o poder, não existiam critérios para a nomeação de promotores-substitutos e muitos deles eram comerciantes, políticos, fazendeiros, pessoas ligadas à comunidade, porém sem nenhuma ligação com a área jurídica.

Leandro, segundo Aloisio, acabou com esse processo de escolha e passou a aproveitar o estudante de Direito. Aloísio e Epaminondas – hoje, desembargador – foram os dois primeiros promotores-substitutos nomeados em Sergipe.

Logo depois de mim, foram Jorge Mesquita, Alencar, Adroaldo Campos. Porque todos nós participávamos da campanha de Leandro Maciel. Tenho a satisfação de dizer isso, e dizer como reconhecimento e gratidão ao meu passado.

Formado em Direito, nunca exerceu advocacia. Ao término do curso, pela abertura de concurso para juiz, se inscreveu e foi aprovado. Nomeado para Dores, passou dez anos, chegando ao total de 12 anos de trabalho naquela cidade. Trabalhou em Riachuelo por um ano por pedido de remoção. Promovido para a Comarca de Lagarto, atuou como juiz por dois anos. Desse tempo, sente-se feliz em recordar o prêmio que recebeu do Boletim do Nordeste – órgão noticioso da área jurídica na região – como Melhor Juiz Cívil do Nordeste, outorgando-lhe a Medalha do Mérito Judicial.

Em Aracaju, como juiz da Vara Civil, passou dez anos. Também, teve seu trabalho reconhecido pela Ordem dos Advogados, que lhe concedeu voto de louvor pelo desempenho na Terceira Vara da Comarca de Aracaju. Os Diários Associados, através do Diário de Aracaju, colocou Aloísio como o uiz do ano de 1972.

Confessa que nunca teve volúpia para chegar ao Tribunal de Justiça como desembargador. Tinha conhecimento que existia muita gente à sua frente e, por isso, não tinha nenhuma preocupação. Com morte de Mário Lobão em acidente, com a aposentadoria de Lauro Pacheco para ser secretário de Segurança Pública e com a aposentadoria de Luiz Garcez, tomou posse.

O Dr. Luiz Garcez resolveu, muito jovem, se aposentar. Minha vaga veio em decorrência da aposentadoria precoce de Luiz Garcez. Desencantou-se do Tribunal, resolveu cuidar do seu patrimônio – um homem rico. Como preferiu cuidar de suas fazendas, abriu a minha vaga.

No Tribunal, exerceu a Corregedoria-Geral de Justiça e chegou a exercer a presidência. Dessa passagem, relata que inaugurou alguns fóruns e abriu espaço para a Informática, sendo o responsável por sua implantação no Tribunal de Justiça. Chama atenção que, desde a presença do desembargador Alencar, todos os desembargadores que passaram pela presidência do Tribunal de Justiça fizeram relevantes obras dando uma nova feição do Poder Judiciário em nosso Estado.

Agora, a desembargadora Clara bateu o recorde. Foi quem mais trabalhou. Por sinal, ela inaugurou na sexta-feira, o Fórum de Aracaju. Foi uma inspiração minha. Fui eu que consegui o terreno e fiz o projeto. Graças a Deus, a Dra. Clara fez a execução da obra. Quando ela assumiu o Tribunal já pegou o terreno e o projeto pagos. Ela teve determinação e executou a obra.

Da sua volta ao comando do Tribunal como vice-presidente ao lado do desembargador Epaminondas Silva de Andrade Lima, tem toda satisfação, justamente por trabalhar com um colega, nomeando no mesmo tempo em que ele foi nomeado como promotor-substituto. “É um rapaz altamente competente e criterioso. Eu acredito muito na sua administração”. No Tribunal Eleitoral, passou por dois biênios como juiz e mais dois anos, 95/ 96, como presidente.

Sente-se realizado por ter conseguido, no seu Estado, elevados cargos.

Considero que as coisas me chegaram por obstinação. Dentro de meio século, dois desembargadores exerceram o Governo do Estado. Tive no governo do Estado por duas vezes. A primeira, por 17 dias e, a segunda, por sete dias. De qualquer maneira, foi registrado. Fui um plantonista, mas fui um plantonista que marquei minha presença no governo de Sergipe, no exercício pleno. A história está aí para dizer.

Casou com Maria Isabel Santana de Abreu, promotora da Infância e da Juventude e desse casamento quatro filhos: Alba Germana Santana de Abreu, psicóloga; Marlon Sérgio, engenheiro e bacharel, exerce hoje a função de tabelião-registrador; Ricardo Múcio, presidente do Tribunal do Júri; e Aloísio de Abreu Filho, engenheiro e empresário. É avô de nove netos.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net/osmario-leitura

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 21 de fevereiro de 2016.

Orlando Vieira



Orlando Vieira viveu em sergipe na sua infância, natural de Capela - SE. Deu início a sua trajetória de ator no Teatro de belas Artes em Recife.

Consagrado pelas participaçoes em cinema, teatro e televisão, Orlando Vieira se apresenta como icone das artes cênicas de Sergipe.

Texto e imagem reproduzidos do site: abdse.org.br

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 21 de fevereiro de 2016.

Homenagem a 'Rainha do Forró' Clemilda (1936 - 2014)





Homenagem a 'Rainha do Forró' Clemilda (1936 - 2014).

(...) Apesar de alagoana, a forrozeira que é considerada 'Rainha do Forró' se consagrou como um dos maiores ícones da música sergipana com 50 anos de carreira, gravação de 40 discos e seis CDs. Ela tem dois discos de ouro e dois de platina.

Em 1985, Clemilda ficou conhecida nacionalmente após o sucesso ‘Prenda o Tadeu’. Nesse mesmo ano ganhou o primeiro Disco de Ouro e em 1987, e o segundo prêmio veio com o LP ‘Forró Cheiroso’, mais conhecido como ‘Talco no Salão’.

Nascida em 1936 no interior de Alagoas, Clemilda foi para o Rio de Janeiro aos 20 anos de idade e lá começou a frequentar programas de rádio, o que despertou o interesse dela pela música. O timbre inconfundível lembra a voz do nordestino nas cantorias populares.

Em 1965 a forrozeira conseguiu espaço para cantar em um programa de rádio onde conheceu Gerson Filho, tocador de fole de oito baixos e também alagoano, com quem se casou e teve dois filhos, que lhe deram cinco netos. Clemilda fez shows por várias partes do país, mas ao ver em Sergipe o sucesso do disco ‘Rodêro Novo’ ela acabou fixando moradia no estado.

Clemilda fez várias participações em discos do marido, mas somente em 1967 lançou carreira solo e se consolidou como ícone da música nordestina. Ela participou ainda de vários programas da Rede Globo como o Cassino do Chacrinha e apresentou por mais de 35 anos o programa Forró no Asfalto em uma rádio pública de Aracaju.

Fonte: Marina Fontenele
e Joelma Gonçalves
Do G1 SE.

Fotos reproduzidas do site: aquiacola.net

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 21 de fevereiro de 2016.

Clodoaldo de Alencar Filho



Clodoaldo de Alencar Filho

Devemos ao Prof. Clodoaldo de Alencar Filho, o nosso Alencarzinho, não somente a introdução da ação cultural em programas institucionais do poder público, em Sergipe, como também a criação de projetos pioneiros na área, num tempo em que destinar recursos públicos para a Cultura era uma novidade administrativa com pouco crédito entre os administradores locais.

Na gestão do prefeito Godofredo Diniz , Alencar convenceu o prefeito a mandar construir a nossa primeira Galeria de Artes oficial, a Álvaro Santos, liderando um grupo de artistas locais onde estavam, entre outros, os pintores Otaviano Canuto, Florival Santos e Leonardo Alencar, além do arquiteto Rubens Chaves.

Depois, na administração Aloísio de Campos -1976 a 1980- incentivou a criação e foi o primeiro diretor do Departamento de Cultura e Turismo municipal, que me parece ter sido a primeira instituição pública, em Sergipe, a cuidar, especificamente, desses assuntos.Nessa gestão a municipalidade construiiu o Bar Meu Refúgio onde o proprietário Gerson servia um inusitado cardápio de caças e carne de animais como giboias e tatús,oferta hoje condenadas pela correção, mas, naquele tempo, uma estripólia capaz de atrair turistas..

A Galeria Álvaro Santos tornou-se o espaço cultural mais prestigiado da cidade onde interagiam os artistas plásticos e a nata social potencialmente compradora, inaugurando o mercado de artes em Aracaju. Nos anos 1970/1980 era na Àlvaro Santos, também, onde se reuniam os resistentes à ditadura militar, uma espécie de aparelho boêmio onde se tramavam desde a queda do regime aos amores fortuitos que resultaram em casamentos, como o de Mario Jorge com Marinice e Joao Gama com Aparecida Gama, além de romances tórridos como o de Luiz Antonio Barreto com a bela Zènia que largou um senador pelo bardo Luiz e sua poesia revolucionária.

Na Universidade Federal de Sergipe, onde chegou a ocupar o cargo de Reitor,. Alencarzinho e a Madre Albertina criaram o Festival de Artes de São Cristóvão que ainda pode ser considerado o maior evento cultural realizado em Sergipe, algo grandioso para o amadurecimento da produção artística sergipana e cujos efeitos ainda influenciam a cultura local.

Pois bem! Este relato movido pela gratidão pessoal à atenção que sempre me prestou o Prof.Alencar, mantendo-me como um seu colaborador assalariado em vários cargos que ocupou, pode carecer de exatidão histórica e, certamente, não alcança a dimensão enorme do homenageado, mas poderá servir para que não nos esqueçamos dos seus feitos.

Amaral Cavalcante- 02/2016.

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 14 de fevereiro de 2016.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Sepultado o ex-governador de SE., Paulo Barreto Menezes



Fotos: Marcos Borges.


Publicado originalmente no site da PMA, em 15/02/2016.

Prefeito presta a última homenagem ao ex-governador de Sergipe Paulo Barreto Menezes

Faleceu, na segunda-feira, 15, aos 90 anos, o ex-governador do estado de Sergipe, Paulo Barreto Menezes. O corpo foi sepultado às 17h, no cemitério Colina da saudade, onde amigos, familiares e autoridades puderam prestar a última homenagem. Entre os homens públicos presente estava o Prefeito João Alves, que fez questão de prestar condolências aos familiares e amigos do ex-governador de Sergipe. Paulo Barreto Menezes estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde se tratava de forte infecção nos pulmões, mas não resistiu.

O Prefeito João Alves afirma que Paulo Barreto foi um dos maiores e melhores homens públicos que já conheceu. “Um homem que primava pela dignidade, pela seriedade e pelo amor ao nosso estado. Ele fez uma grande obra enquanto governador e foi um excelente engenheiro. Eu fui estagiário dele no DER, quando eu estudava engenharia. Ele me deu a oportunidade de aprender muito, ele era um homem raro. Neste momento em que vemos a classe política se degradando, ele fica nas nossas memórias como um exemplo a ser seguido”, assevera o prefeito João Alves Filho.

Jorge Bonfim Menezes filho de Paulo Barreto Menezes estava bastante emocionado pela perda do pai,mas fez questão de lembrar que o seu pai sempre dizia que a base do ser humano era a família. “Meu pai sempre fazia questão de nos lembrar que a melhor coisa do mundo é a família e a segunda é ter amigos. Como homem público ele sempre teve grande preocupação com a coisa pública. Todos os políticos de Sergipe mereciam um homem como o meu pai. Nunca desde pequeno, nunca ouvi ninguém falar alguma coisa que manchasse a honra do meu pai. Sempre ouvi que ele era um homem do bem e que era um exemplo”, lembra.

Carlos Rodrigues, ex-secretário de justiça, diz que trabalhou durante quatro anos com Paulo Barreto e que, como homem público, ele tinha compromisso com o povo. “Homem que tinha a obrigação de subir as escadas do palácio para executar as obras do povo e principalmente para as classes mais necessitadas. Ele foi meu amigo, meu chefe e meu líder. Nessa hora de muita tristeza só posso deixar o meu abraço carinho para os seus familiares e amigos”, afirmou

História

Paulo Barreto Menezes ocupou diversos cargos públicos. Ele foi Diretor de Obras no governo de Lourival Baptista, sendo responsável por grandes construções. Dirigiu a antiga Escola Técnica Federal de Aracaju. Exerceu o cargo de governador do Estado de Sergipe, por eleição indireta, de 15 de março de 1971 a 15 de março de 1975.

Durante o seu mandato foi construída a Biblioteca Pública Epiphâneo Dórea, inaugurada no ano de 1974. Paulo Barreto foi homenageado com o seu nome na rodovia que liga a praia 13 de julho (em Aracaju) à Atalaia, também conhecida como avenida Beira Mar e num conjunto residencial na zona oeste da capital sergipana.

Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 15 de fevereiro de 2016.

Morre o ex-governador de Sergipe, Paulo Barreto de Menezes



Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 15/02/2016.

Morre o ex-governador de Sergipe, Paulo Barreto de Menezes.

O corpo do ex-governador será sepultado às 17 horas desta segunda, no cemitério Colina da Saúde, em Aracaju.

Por: JornaldaCidade.Net

Morreu na manhã desta segunda-feira (15), o ex-governador de Sergipe, Paulo Barreto de Menezes, aos 90 anos.

Segundo o filho, Jorge Bomfim, ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular da capital sergipana, onde realizava o tratamento de uma infecção pulmonar, mas não resistiu a uma parada cardíaca e faleceu por voltada das 10h.

Ainda de acordo com o filho do ex-governador, o velório deve ser iniciado por voltada das 13h30, no Cemitério Colina da Saudade, em Aracaju, onde o sepultamento está previsto para acontecer a partir das 17h.

Natural do município de Riachuelo, Paulo Barreto de Menezes nasceu no dia 9 de outubro de 1.925 e foi governador de Sergipe de 15 de março de 1971 a 15 de março de 1975. Ele dirigiu a antiga Escola Técnica Federal - CEFET - e ocupou a Direção de Obras no governo Lourival Baptista. Durante o seu mandato foi construída a Biblioteca Pública Epiphâneo Dórea, inaugurada no ano de 1974.

Texto reproduzido do site: jornaldacidade.net

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 15 de fevereiro de 2016.

Ranulpho Prata

Personalidade Lagartense, 4 de abril de 2011.

Ranulpho Prata.
Por Rusel Barroso.

Médico, jornalista, romancista e autor de contos literários, nasceu em Lagarto (SE), em 4 de maio de 1896, e faleceu em Santos (SP), em 24 de dezembro 1942.

Iniciou seus estudos em Sergipe e transferiu-se para Bahia, onde concluiu o curso secundário e ingressou na Faculdade de Medicina de Salvador, vindo a se formar em 1920, no Rio de Janeiro, pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro. Clinicou em Aracaju, onde organizou um gabinete radiológico, no governo de Graccho Cardoso.

Sua paixão pelas letras deu-se a partir de experiências vividas em consultório médico com seus pacientes, cujos impulsos causados por lágrimas e sofrimentos inspiraram seus romances e contos admiráveis.

Ranulpho Hora Prata casou-se com a Prof.ª Maria da Gloria Brandão Prata. O filho Paulo nasceu em Mirassol, SP, em 28 de janeiro de 1924, herdeiro do perfil humanístico do pai, marcante em sua formação e em sua vida. Dois meses depois, mudavam-se para Santos, no litoral paulista, onde fixaram residência. Em 1927, Dr. Ranulpho inscreveu-se no corpo clínico da Santa Casa da Misericórdia de Santos, ficando encarregado pelo Gabinete de Raios X e Eletricidade Médica. Além de pioneiro na incipiente radiologia brasileira, ficou também conhecido pelos seus romances “O triunfo” (1918), “Dentro da vida” (1922), “O lírio na torrente” (1925) e “Navios iluminados” (1937), além dos contos “A longa estrada” (1925) e um estudo sobre Lampião (1934). Retratando a vida na comunidade portuária santista em sua época, “Navios Iluminados” é uma importante contribuição à literatura social, objeto de pesquisas acadêmicas. Seu vocabulário real e expressivo foi responsável por suas grandes obras, que marcaram a impetuosidade de seus trabalhos literários e que lhe rendera boas amizades, a exemplo do laço fraterno que mantinha por Lima Barreto, seu amigo inseparável na literatura.

Em breve descrição, traçada na coletânea de cartas de Lima Barreto, lê-se que Ranulpho Prata “formou entre os melhores amigos do romancista, na última fase da sua vida”. Em setembro de 1918, Lima Barreto registraria como haviam se conhecido. Ranulpho Prata o procurara com um exemplar de seu primeiro romance, O triunfo, lançado naquele mesmo ano.

Lima Barreto se referiu ao episódio na primeira frase da crítica ao livro, publicada em 28 de setembro, no periódico ABC: “O senhor Ranulfo [sic] Prata teve a bondade e a gentileza de me oferecer um exemplar de seu livro de estreia – O Triunfo”. Em 1940, dois anos antes de morrer, na véspera do Natal de 24 de dezembro de 1942, em depoimento a Silveira Peixoto, Ranulpho Prata fala do início daquela amizade:

“Lima Barreto elogiou o livrinho e foi visitar-me no Hospital do Exército, onde eu era interno. A visita desse mulato genial deu-me grande alegria. Sentados num dos bancos do jardim, o Lima, meio tocado, como sempre, mas perfeitamente lúcido, claro, brilhante mesmo, queria saber com segurança se a Angelina do romance era realmente bonita como eu a pintara. Todos os ficcionistas, dizia-me ele, com ironia, têm a mania de fazer belas as raparigas das cidades pequenas. Nos lugarejos por onde eu andara nunca vira nenhuma… Eram todas feias, grosseiras, desalinhadas… E eu garanti que a minha Angelina era, positivamente, encantadora, capaz de virar cabeças sólidas de gente de grandes cidades.”

Ranulpho Prata publicou: O triunfo, 1918; Dentro da vida, 1922; O lírio na torrente, 1925; A longa estrada (contos), 1925. No ano seguinte, lançou Renascença das letras na França. Em 1933, voltou a escrever e publicou Sofrimento, seguido de Lampião (1934) e Navios iluminados (1937).

Texto e imagem reproduzidos do site: lagartonet.com

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 15 de fevereiro de 2016.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Félix Mendes completaria hoje 72 anos de idade (14/02/2016)





Publicado originalmente no Facebook/Luduvice José, em 14/02/2016.

Félix Mendes completaria hoje 72 anos de idade.  
Por Luduvice José.

Madrugada de 13 de abril de 2013. O toque monocórdico do telefone fixo percorreu a sala da minha casa, chegando-me até o quarto onde ainda dormia. Despertou-me causando apreensão pelo inusitado da hora, por ser um sábado, quando geralmente as pessoas esticam no leito um pouco mais.

Atendi e do outro lado a voz chorosa de Mirabel Mendes Rodrigues foi direta: - Félix fez a passagem. Traduzindo, Félix Mendes, meu amigo/irmão desencarnara, ou como comumente dizem, falecera.
Não soube o que dizer. Pois ficava entre o desenlace de uma pessoa querida, amiga, sincera, séria, objetiva, corretíssima, ou com a situação aflitiva de sua devotada irmã me informando sobre o óbito.

Decodifiquei o fato e me encontrei com o inevitável e já previsível: o Félix ter deixado de viver do lado de cá, com pouco mais de um ano num leito, após ser necessário o internamento hospitalar em razão de cuidados especializados em função de ser portador de Esclerose Lateral Amiotrófica, detectada no Rio de Janeiro, onde dividia residência em Copacabana com a querida irmã. A sua vinda a Aracaju foi pedido dele à irmã, acrescentando que desejaria ser sepultado na capital sergipana.

Hoje, 14 de fevereiro de 2016, Félix Mendes, caso estivesse nesta dimensão, completaria 72 anos de idade. Trata-se de um artista plástico consagrado, nascido em Estância, Sergipe, que muito fez pelas artes plásticas sergipanas na razão direta que valorizava o próprio trabalho, tendo realizado exposições no eixo Rio-São Paulo e em alguns países da América do Sul, sempre com boa cobertura da mídia. Notabilizou-se como o primeiro sergipano a divulgar nacionalmente os Festejos Juninos de Estância, tendo promovido no bairro de Copacabana uma amostragem do Barco de Fogo e da Guerra de Espadas, merecendo divulgação plena em todas as redes de jornais, rádio e televisão, tornando-se desta forma o pioneiro em colocar Sergipe em destacada posição, com reflexos para o turismo sergipano. Na oportunidade, Félix Mendes exercia o cargo de Secretário Municipal de Cultura de Estância, sua terra natal, durante a primeira administração do Prefeito Carlos Magno, tendo destacada atuação em torna Estância destaque nos Festejos juninos de Sergipe, atuando fortemente na preservação dos grupos folclóricos estancianos.

Como artista plástico se caracterizou como Naif (também conhecido como primitivo). Todavia um Naif consciente, pois revelava conhecimento de composição, perspectiva, luz, incluindo domínio tonal, fugindo da característica fauve (uso de cores diretamente do tubo, sem misturas de matizes), tendo deixado um legado de murais em agências do Banco do Nordeste do Brasil em algumas capitais brasileiras, incluindo Aracaju, além de ter telas suas espalhadas por diversos países, onde mereceram considerações críticas elogiosas.

Esta é minha homenagem singela a um grande amigo esperando que Sergipe faça justiça a quem muto dedicou sua vida honrando este Estado como ativista estudantil, como artista plástico, como incentivador do folclore e como cidadão probo e respeitado por posições em defesa da liberdade em todos os níveis.

Muitos artistas sergipanos ligados à música junina, o reverenciam enfaticamente pelo apoio, pois foi o idealizador e Promotor do Forrozão da Rua de Siriri, evento público e aberto, que contou com diversas edições, sempre no mês de julho, que representava tornar a música junina autêntica, mais apreciada e executada pelas emissoras de rádio, como se fosse uma espécie de ressaca junina que reunia todos os anos milhares de pessoas durante alguns dias, na rua de Siriri, onde Félix Mantinha casa em Aracaju.

Parabéns meu amigo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Texto e imagens reproduzidos do Facebook/Luduvice José.

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 14 de fevereiro de 2016.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Aracaju Bye Bye


Infonet > Blog Luíz A. Barreto > 11/04/2009.

Aracaju Bye Bye.
Por Luiz Antônio Barreto.

O capítulo biográfico de Mário Cabral na Bahia, porquanto seja igualmente rico de vastidão crítica, sua obra, no geral, é uma obra sergipana, mesmo quando universaliza suas leituras e exerce a crítica literária

Morreu quinta-feira, dia 2 de abril, em Salvador, na Bahia, onde vivia desde 1953, o advogado e professor, poeta e crítico, ficcionista e cronista de Aracaju Mário de Araújo Cabral, que em 26 de março completara 95 anos. Nasceu em Aracaju e a esta cidade dedicou parte de sua vida e de sua obra. Aqui iniciou-se no jornalismo, publicando em 1934 artigo de desagravo a memória de Tobias Barreto, maltratado pela virulência de Agripino Grieco. Começava ali uma vocação que duraria para sempre e responderia por uma vasta obra que representa uma enorme contribuição à cultura brasileira, com especialidade a Sergipe e a sua capital. Sócio de Paulo Costa no Sergipe Jornal, velha folha política que serviu a Graccho Cardoso e a Pereira Lobo, contando com as penas geniais de Clodomir Silva e Artur Fortes, mas colaborou com A República, dirigido por Gonçalo Rollemberg Leite, e com outros jornais sergipanos, deixando um rastro de luminosidade em suas páginas.

Advogado, Procurador do Município e nesta condição Prefeito de Aracaju, deixou seu nome gravado, de forma indelével, na edição primacial da Revista de Aracaju, seleta de textos antológicos, de autores que formaram, entre a primeira e a segunda década do século XX, na escola dos grandes que dobraram o século XIX e fixaram seus nomes nas páginas da história cultural brasileira. Mário Cabral é um sobrevivente da geração de Fernando Porto, José Calasans, Lauro Fontes, Passos Cabral, Omer Monte Alegre, Raimundo Souza Dantas, Paulo de Carvalho-Neto, José Sampaio, que ilustraram os jornais sergipanos com seus ensaios, poemas, suas opiniões e posições políticas. E com a morte dessa constelação ele permaneceu só, recluso em sua casa na Barra, na capital baiana, mas atento aos amigos novos, aos intelectuais que surgiram, estimulando com suas palavras sinceras, ajustadas ao espírito, a tantos quantos batiam à sua porta ou se valiam da comunicação epistolar, a mais recorrente, ou telefônica. Morreu, portanto, o último dos grandes.

Em 1995, na casa de José Calasans, estiveram reunidos Fernando Porto, Mário Cabral e Lauro Fontes, ases de um jogo lúdico e lúcido, cujas cartas revelavam Sergipe em todos os naipes, e Aracaju como o coringa. Foi um encontro, que promovi e presenciei com Aglaé d’Ávila Fontes e Jackson da Silva Lima, que fez de Aracaju o tema central de evocações e lembranças, visões e sentimentos marcantes na biografia de cada um. Dos quatro, apenas Fernando Porto ficou aqui, para expressar seu talento de pesquisador e de intérprete, dentro e fora das salas de aula. Os demais tomaram a Bahia, onde estudaram e adquiriram formação superior, para acenderem o facho luminoso de suas inteligências, aumentando a riqueza da cultura brasileira na Bahia.

O capítulo biográfico de Mário Cabral na Bahia, porquanto seja igualmente rico de vastidão crítica, sua obra, no geral, é uma obra sergipana, mesmo quando universaliza suas leituras e exerce a crítica literária. É que tudo em Mário Cabral lembra Sergipe, Aracaju, suas recordações, suas amizades, conservadas carinhosamente por décadas seguidas. Acadêmico da Academia Sergipana de Letras desde 1941, era o decano do sodalício, ocupando a Cadeira que tem como Patrono o médico Ascendino Ângelo dos Reis e como primeiro ocupante o magistrado e intelectual Manoel dos Passos de Oliveira Teles, que neste ano completa 150 anos de nascido, e que foi responsável pelo primeiro ordenamento das Obras Completas de Tobias Barreto. Sua atuação cultural, desde os anos de 1930, foi coroada com a entrada acadêmica e, posteriormente, com a cátedra das Faculdades de Direito e Católica de Filosofia, novidades que abriram a década de 1950, pela visão de homem público de José Rollemberg Leite. Parte de sua obra literária, como Caderno de Crítica, Roteiro de Aracaju, e Crítica e folclore, editados entre os anos de 1944 e 1952, irretocável, serviu de peão de ordenamento para muitos livros que expõem, para sempre, seu valor como intelectual. Um deles, confeccionado na oficina da alma – Aracaju bye, bye, embora publicado somente em 1995, é uma declaração de amor a sua cidade, um suspiro saudoso de suas lembranças. O último deles, já resenhado neste espaço, foi Seleções, uma antologia de versos, de 2008, o que significa que a velhice não retirou do poeta seu poder criador.

A pesquisa sobre o folclore das crianças de Aracaju, apresentada inicialmente em conferência, e depois incluída em livro, é um registro do maior interesse, que salva a lúdica infantil do descaso e do esquecimento, e merece, de há muito, nova edição, para servir, didaticamente, às escolas aracajuanas e sergipanas. A Prefeitura de Aracaju, que expediu Nota e decretou Luto pela morte de Mário Cabral, tem todas as condições de organizar e editar uma seleta ou editar o livro de folclore infantil, como forma de prestar a mais digna das homenagens, divulgando a obra do intelectual e ex-prefeito.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/luisantoniobarreto

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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Marcos Luduvice: o rei das faixas...



Publicado originalmente no site Osmário Santos, em 07/08/2004.

Marcos Luduvice.
Por Osmário Santos.

Marcos Luduvice: o rei das faixas Empresário, radialista e jornalista que homenageia personalidades sergipanas com faixas.

Antônio Marcos Couto Luduvice nasceu no dia 8 de março de 1955, na cidade de Aracaju-Sergipe. Seus pais: Hamilton Luduvice e Clideilda Couto Luduvice. Seu pai foi representante da Ródia, fundador da Sociedade de Amigos da Marinha (Soamar) e pioneiro em serviço de auto-falante (A Voz do Comércio). Com a empresa Santa Rita de Auto Falante, foi a primeira pessoa que anunciou o prefixo da Rádio Liberdade AM antes da sua inauguração.

Sua mãe é conhecida por Dezinha, professora aposentada do Estado, fundadora da Escola Santa Joana D’Arc, uma das melhores do Estado em curso primário, que funcionou durante 35 anos. Pelos seus bancos estudaram muitos alunos que hoje são destaque nas funções que atuam na sociedade. “Meus pais sempre batalharam para oferecer o melhor para os filhos. Minha mãe passava a maior parte do tempo no colégio. Herdei de meu pai e minha mãe o caráter, a honestidade e a humildade. O que herdei de meu pai foi a maneira de se comunicar, a paixão pelo rádio e a admiração pelas forças armadas e Polícia Militar. Da minha mãe, o dinamismo e o espírito de liderança. Quando era criança lembro-me da frase que meus pais sempre me pregava: ‘Meu filho, seja um homem honesto e lute pelo que quer, sem ter que passar por cima dos outros. Ajude o próximo e mantenha sempre a humildade, honestidade, caráter e espírito de liderança’. Carrego este ensino até hoje e passo sempre para os meus filhos”.

Momentos lúdicos e estudos.

Luduvice conta que teve uma infância sadia e feliz. Uma criança que gostava de brincar, principalmente de soldadinho e de índio. “Lembro-me que um dia sai sem permissão de minha mãe e quando ela veio para me bater eu corri para a casa da vizinha. Quando ela me pegou eu disse para ela: não me bata minha mãe que sou magrinho igual a uma lagartixa. Uma vez fiz uma traquinagem, pintei um gato todinho de tinta prateada (risos)”.

Como não poderia deixar de ser, estudou o curso primário na Escola Santa Joana D’Arc. Em seguida passou a estudar no Ginásio Tobias Barreto, onde iniciou o curso ginasial, concluído no Atheneu Sergipense. No Colégio Dom José Thomaz fez o científico.

Conta que a dona Bel foi a sua primeira professora, que ainda menino participou do grupo de jovens da paróquia São José, sobre o comando de padre Amaral, e foi diretor de relações públicas do grupo de escoteiros Marroque de Melo, da Capitania dos Portos. Passava as férias brincando na casa do avô, José Luduvice, mas a maior parte do tempo brigava e puxava os cabelos da prima Auxiliadora Luduvice, hoje defensora pública, por ciúmes.

Fez vários cursos técnicos de aperfeiçoamento, entre eles cita os de marketing e publicidade e contabilidade.

Diz que foi um jovem muito namorador e que gostava de pegar o carro Veraneio azul do pai para ficar rondando o Colégio Estadual Atheneu para paquerar e chamar a atenção das garotas.

Primeiros momentos no trabalho.

Começa a trabalhar desde os 10 anos na cantina do colégio de sua mãe. Tempos depois monta o Bar do Cajueiro, no conjunto Inácio Barbosa. Logo após monta o Bar Buraco Quente, na rua Capela.
Faz o curso de corretor em 18 de junho de 1979 e logo começa a se dedicar à profissão. “Lembro-me bem da minha primeira venda, um terreno com um português, o doutor Costa, na empresa Concal, o qual me incentivou a entrar no ramo de corretagem de imóveis. Batalhei muito para alcançar meus objetivos. Fui um dos pioneiros no ramo de imóveis do Estado. Montei a Expresso Imobiliária em 1980, uma da primeiras no Estado. Teve época que cheguei a administrar mais de dois mil imóveis, sem contar com as vendas diárias. Não parei por aí, logo criei a Organizações Marcos Luduvice, na época com três empresas (Limpa-fossas, Serviços Gerais e Imobiliária). Também tive uma fábrica de blocos e depósitos de cimentos. Criei a limpa-fossa com o meu amigo Macedo, da Pizzaria Janaína, sem contar com o cafezinho expresso com entrega em domicílio. Fui assessor de gabinete dos prefeitos Wellington Paixão e Jackson Barreto e assessor do deputado Laércio Miranda. Também montei o Bar e Restaurante Galeto Expresso. Fiquei conhecido como Marcos Luduvice “O expresso”.

Revela que hoje mantém duas empresas: Organizações Povão Expresso (Limpa-Fossas e Serviços Gerais) e o Jornal Povão.

Adquiriu muita experiência ao longo dos anos na área empresarial, perdeu e ganhou muito. “Montei empresas de diferentes ramos de atuação. Aprendi muito profissionalmente. Hoje sei que o crescimento de uma empresa está no trabalho em equipe. Passei por diversas dificuldades para chegar onde estou e fazer o meu nome. Graças a Deus venci sem precisar passar por cima de ninguém”.

Paixão pelo rádio.

Iniciou no rádio como ouvinte, participando de diversos programas, e daí veio a grande paixão. Para conquistar o direito de usar o microfone, fez curso em 1988, promovido pelo Sindicato dos Radialistas, na época presidido pelo destacado radialista Paulo Lacerda. “As duas pessoas que abriram as portas das emissoras foram o radialista Pedro Rocha e o superintendente da rádio Atalaia na época, jornalista Evando Ferreira. Fiz o primeiro programa aos sábados no horário das 6h às 7h com o nome de Classificados Atalaia. Logo após, o radialista Messias Carvalho me concedeu um horário no sábado à tarde, na Rádio Liberdade AM, das 14h às 18h, o Expresso Sertanejo. Na Rádio Jornal apresentei o programa da ADCE – Empresários Cristãos. Depois, o saudoso Carlos Mota me ajudou a retornar para a Atalaia AM, onde me cedeu o horário que era do radialista Paulo Brandão, aos domingos das 7h às 8h, com o programa De Olho na Cidade. Logo após a morte de Carlos Mota passei um bom tempo afastado do rádio. Fui produtor do programa Bate e Rebate, na 103 FM, apresentado por Alceu Monteiro e Andrade Lima. Após alguns anos afastado, fui surpreendido com um convite do jornalista Carlos França para comandar o programa De Olho na Cidade, na rádio Aperipê AM, que está no ar até hoje, graças ao comando e apoio do atual superintendente César Gama. É um programa criador de opinião pública, exercendo sua missão social e homenageia profissionais de diversos segmentos, políticos, empresários e profissionais liberais, etc, através do diploma de Amigo da Imprensa”.

Dos momentos de rádio, de interessante conta que durante o seu programa o operador trocou as ligações e disse-lhe que o ouvinte João do Pandeiro estava na linha aguardando a oportunidade para participar do programa. “Coloquei a pessoa no ar e falei o seguinte: ‘Fale João do Pandeiro’. E uma outra voz respondeu: ‘Não Marcos, é a senadora Maria do Carmo’. Foi um mico, mas logo pedi desculpas e acabou tudo bem (risos)”.

Luduvice faz questão de registrar que foi um grande admirador do jornalista Paulo Brandão e com ele teve a oportunidade de participar do Jornal Povão com alguns artigos. “Era um fã número um e fazia a questão de participar da distribuição. Logo após a sua morte, passado um bom tempo, tive a oportunidade de conhecer melhor Aída Brandão, a herdeira do Jornal Povão, onde ela me convidou para escrever a coluna “Notas e Notas”. Foi aí que nasceu uma grande aproximação, que acabou se transformando em amor. Quando menos esperávamos, já estávamos juntos. Coisas do destino. Somei-me a Aída, uma grande guerreira e batalhadora, para dar continuidade à grande obra que é o Jornal Povão. A experiência que venho adquirindo foi conseqüência do trabalho em conjunto com minha esposa e a nossa equipe. Hoje sou um jornalista com registro na DRT e conhecido em todos os meios da sociedade”.

Gosta de homenagear pessoas.

Também é conhecido como o rei das faixas e se sente recompensado em poder homenagear as pessoas, independente de classe social ou partido. “Faço homenagens até para pessoas que estão dando o último adeus. Todos os homenageados e famílias se sentem felizes em acordar e ver a faixa na sua porta ou em outro local. Já deixei várias pessoas emocionadas. Na edição 500 do Jornal Povão o ex-governador Albano Franco citou no depoimento: ‘Quem não conhece o Marcos Luduvice? Aquela pessoa maravilhosa, cavalheira e que sempre quer ajudar. Nas faixas tem sempre sua saudação, que é uma marca registrada’”.

Política e família.

Entrou na política em 1988, quando saiu candidato a vereador de Aracaju pelo PFL, com o apoio e incentivo do ex-deputado Reinaldo Moura. “Tive votação de quase mil votos. Em outras eleições dei apoio a vários candidatos, como Reinaldo Moura (prefeito e deputado), Laércio Miranda (deputado), Adelson Barreto (vereador), José Lopes (vereador), Evandro Sena (vereador), José Carlos Machado (deputado), João Alves Filho, Lila Moura, Maria do Carmo Alves, Lauro Maia (prefeito), entre outros”.

Do primeiro casamento com Lígia teve quatro filhos: Marcos Júnior, Lídia, Luana Luduvice e Alexandre Tadeu. “Tenho dois filhos de um relacionamento extra-conjugal, Juliana e João. Do meu segundo casamento, com Aída Brandão, tenho uma filha, Yasmim Maria, que hoje está com sete anos, e tenho Paulinho, filho de Aída e Paulo Brandão, que considero como um filho”.

Se considera um homem realizado profissionalmente e no campo do amor. “Tenho uma mulher que me ajuda a crescer, uma companheira para todas as horas e que lhe tenho muito amor, que é Aída Brandão. Ela me completa em tudo. Sou feliz também por ter filhos e pais maravilhosos e uma família unida e feliz”.

Cita os grandes amigos.

Pede espaço para agradecer a todas as pessoas que fizeram e fazem parte da sua vida e que nas horas difíceis se fazem presentes. “Edil Barreto (in memorian); Aureliano (in memorian); Luiz Carlos Dantas, da Vi Sabor, meu maior incentivador e o qual considero como um pai; Eduardo Silva; William Ferreira; Vicente Figueiredo; Paulo Roberto Rodrigues Góes (Palmar); Valmir Mendonça; Jackson Wiltshire; Negaço; Débora Matos; Mark Clark; Milton Barreto; Paulo Lacerda; Ligeirinho; Cabral; Helenita, minha mãe de criação; tia Conceição Luduvice; Glória Luduvice; Rui Cláudio Amorim; Martiniano e Maria do Carmo; sargento Diógenes; Roberto Góes, Augusto Júnior e Angélica; Raimundo; Núbia; Cel. Magno; Dr. Kércio Pinto; Dr. Abelardo Inácio; Dr. Zelito Correia; Zé Luiz; Ângela Góis; José Cassiano (Infraero); jornalista Clarêncio Fontes; Izaias Almeida; Luduvice José (tio); Altino Fonseca; Fábio Henrique; Irany; Alaíde Maia; D. Zefita; D. Margarida; Walter; coronel Eduardo e D. Leila Garcez; Valter Batista e Taiobinha; a irmã, Rita de Cássia; e a prima Dora. “Infelizmente não dá para citar todos, pois são inúmeros amigos. O meu lema é fazer o bem sem olhar a quem. Deus Proverá!”.

Texto reproduzido do site: usuarioweb.infonet.com.br/~osmario

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Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 10 de fevereiro de 2016.

João Quintino e sua paixão pelo Atheneu Sergipense

Foto reproduzida do site: osmario.com.br


Publicado originalmente no site Osmário Santos, em 30/11/2006

João Quintino e sua paixão pelo Atheneu Sergipense.
Por Osmário Santos.

João Quintino de Moura Filho nasceu a 7 de a gosto de 1956, na cidade de Aracaju. Seus pais: João Quintino de Moura e Maria Barreto Moura. Seu pai levou uma vida de muito trabalho como motorista do Ministério de Agricultura em Aracaju. Dele aplica em vida os princípios de honestidade, sinceridade e seriedade. "Tenho muito orgulho de meu pai. Uma pessoa humilde, simples que me deu muitos ensinamentos morais e éticos. Ainda é vivo, graças a Deus. Fez agora 80 anos".

Sua mãe levou uma vida de dona de casa e a dedicar carinho aos sete filhos, além de ter um cuidado todo especial com a educação de todos eles. "Me deu muito carinho e era uma mãe muito zelosa, e isso eu passo para os meus filhos".

Nasceu e passou a juventude onde hoje é o Parque Augusto Franco, mais conhecido como Sementeira. Como funcionário do Ministério da Agricultura, lotado na Estação Experimental de Aracaju ( Parque da Sementeira) o pai e mais oito colegas de trabalho responsáveis pelo apoio da Estação e até o chefe geral moravam em residências do governo federal, no local de trabalho.

"Meu pai era o motorista do engenheiro agrônomo Edmilson Machado, que era o chefe geral da Estação Experimental e viajava muito. Como ele tinha algumas vaquinhas que ajudavam o sustento da família, com a venda do leite era possível comprar os livros e as fardas dos colégios dos filhos. Pela manhã íamos para a escola e à tarde ajudava a tirar ração das vacas e prendê-las ao pôr do sol".

O menino João Quintino, de sua infância lembra dos momentos das brincadeiras debaixo de cajueiros, do amanhecer com o cantar dos pássaros e da salutar convivência com os demais moradores da antiga Estação Experimental. Desse tempo destaca a amizade de todos de sua família com a família do feitor do Parque Lourival, de sua esposa Dona Céia.

Inicia os estudos no Jardim de Infância Augusto Maynard, época que Dona Bebé Tiúba era sua diretora. Na Escola Santa Joana D’Arc, de Dona Dezinha e do Sr. Hamilton, fez o curso primário. "A escola me deu uma boa base. Hoje lembro muito bem as lições das professoras Margarida Neuza e Dona Dezinha, que além de professora era uma mãe e uma diretora muito rigorosa".

Diz que está gravado em sua memória o exame de admissão para ingressar no Atheneu, realizado no ano de 1967. "A prova de Português era eliminatória e era oral".

Por dois anos estuda no antigo prédio do chamado Atheneuzinho da Av. Ivo do Prado, e que tinha como diretora a professora Carminha Lobão. Lá estuda a primeira e segunda série ginasial. A terceira e a quarta, além de todo o curso científico estuda no Atheneu Sergipense, na praça Graccho Cardoso. "Em 1970, quando da comemoração do centenário do Atheneu, o Athneuzinho foi desativado e seus alunos passaram a ocupar a ala nova do Sergipense, e eu estava entre eles".

João Quintino faz questão de registrar que para ele o Atheneu foi o grande colégio de sua vida. Além da formação intelectual e moral, toda envolvência com colegas, professores, funcionários, atividades esportivas e com a sua famosa e respeitada banda escolar, onde foi um de seus integrantes. "Até hoje guardo como lembrança e todo carinho a corneta que toquei nos inesquecíveis desfiles cívicos de 7 de Setembro, estendidos pela presença da banda a convite, em cidades do interior sergipano, a exemplo da Barra dos Coqueiros".

No futebol de salão participava dos campeonatos internos organizados pelo Manezinho, com todo o destaque. "No ano de 73 minha turma foi campeã. Era eu, Carlos César, que era um grande jogador de futebol de salão, e outros. Também tenho até hoje a taça desse campeonato, limpo sempre, e por isso até hoje não enferrujou" (risos).

Seu desejo era fazer engenharia civil, diante do seu gosto pela de matemática. Pela necessidade de trabalhar para ajudar seus pais e por ser diurno, o curso de engenharia da Universidade Federal de Sergipe, faz Economia, que era noturno.

Faz vestibular em 1975 e logo passa a ser aluno dos professores Antônio Vieira, Josué Modesto dos Passos Subrinho, Manoel Cabral Machado em Filosofia no início do curso, professor Macilon Pacheco, professor Roberto em contabilidade, e outros. Cola grau em Ciências Econômica no ano de 1984.

Não Colégio GCM, do professor Leão Magno Brasil e da professora Iracema Mendes, em seus primeiros momentos no Edifício Cabral Machado, na rua João Pessoa, passa pela experiência do primeiro emprego, trabalhando na secretaria do colégio, datilografando provas e outros trabalhos, mas só passa por dois meses, por emprego conquistado na Embrapa. Naquela época não existia concurso público. Fiz um teste de seleção, fui aprovado diante de outros concorrentes".

Começa a trabalhar no serviço público federal na condição de datilógrafo da área de pesquisa. "Na época a unidade da Embrapa começou em Quissamã, município de São Cristóvão, numa área de 360 hectares, uma área muito grande. Hoje é um assentamento do MST. Lá foram três anos de trabalho. Depois, por seis anos a Embrapa funcionou no Parque da Sementeira até a construção da sede atual, inaugurada em 1984".

Na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, ao se formar em economia, passa a ocupar o cargo de técnico de nível superior e a partir daí muito trabalho e conquistas. "Fui supervisor de vários setores, aliás, quase todos. Só não fui supervisor de recursos humanos, e por um período fui chefe da área de operações administrativas. Por dois períodos distintos cheguei à diretoria administrativa. De 1985 a 1990 e de 1995 a 2000. Hoje estou na supervisão da área de manutenção".

Antes de ingressar na Embrapa, por seis meses treinou no time juvenil do Confiança. Não chegou a titular em vista do novo emprego que exigia tempo integral. "Se tivesse continuado treinando eu teria jogado no time profissional. Tive de deixar porque os treinos eram pela tarde" (risos).

Uma das coisas mais importantes em sua vida, como registra, foi a de ter idealizado a Festa de Confraternização dos Ex-Colegas do Atheneu. Tem certeza que foi Deus que lhe iluminou. A primeira aconteceu por boas lembranças da época de aluno do Atheneu, período marcante da sua juventude. Saudades dos professores, dos colegas de seu tempo e expectativa de encontrá-los num encontro festivo e revestido de saudosismo. Como tudo tem um começo, quando da realização de um grande um concurso da Embrapa em Aracaju, optou em coordenar as atividades administrativas no colégio, que muito representa em sua vida. "Fui a procura de Dona Valdice e de Dona Miriam na secretaria, para aproveitá-las como fiscais. Dona Miriam, que era secretária do Atheneu, foi até o arquivo do colégio e apanhou a minha ficha escolar. Eu não sabia que o colégio era assim tão organizado. Quando passei meus olhos sobre ela vi minhas notas, exame biométrico, todo o meu histórico e isso muito me empolgou. Perguntei se poderia ter acesso a turma de 64, ela mandou que passasse por mais uns dias, e isso aconteceu. Passei a entrar em contato com os meus ex-colegas, e como Aracaju é muito pequeno fui bem-sucedido. Daí surgiu a I Festa de Confraternização dos Ex-colegas do Atheneu. A primeira reunião preparatória aconteceu com quatro pessoas: eu, Max Montalvão, Rosângela Menezes e Sérgio Smith".

Um colega começou a puxar o outro, a coisa foi crescendo e o resultado: a primeira festa reuniu 80 ex-colegas e a última, no ano passado em sua sétima edição, mais de 500 ex-alunos, inclusive, o então prefeito de Aracaju Marcelo Déda, que participou do show de calouros, do conselheiro do TC Reinado Moura, que fez o mesmo. Também as presenças dos deputados Garibalde Mendonça e Augusto Bezerra. O melhor é que pouco importa quem é quem na confraternização dos ex-colegas, todos que da festa participam, se estabeleceram na vida nas mais diversas profissões e voltam ao centenário Atheneu repletos de saudade e gratos pelo que representou o colégio na vida de cada um deles. Uma festa de muita emoção, tal como aconteceu na primeira com seu idealizador, João Quintino. Na noite anterior eu não conseguir dormir pela vontade de reencontrar meus ex-colegas".

Quintino diz que a cada ano a festa agrega mais colegas e a energia é bem maior pela chegada de pessoas de outras turmas. "Começou com a minha". (risos)

Destaca que não é uma festa que visa lucro, e o que sobra a sua comissão organizadora direciona recursos para investimento no próprio colégio. "Devolvemos para o Atheneu o que o Atheneu nos deu de graça: nosso estudo, nossa formação. Na nossa época um grande colégio, grandes mestres".

Revela que a festa é realizada sempre no primeiro sábado de dezembro, e tem certeza que a deste ano, que tem como tema a Discoteca do Chacrinha, e vai acontecer no próximo sábado, dia 2 , no Atheneu Sergipense, a partir das 16 h, com show de Núbia Faro, Show de Calouros e do The Tops a partir das 18h, ficará na história. Não esquece de dizer que a festa tem um site: www.excolegas.com.br

Casou com a colega de trabalho da Embrapa, Maria Ester Déda Gonçalves no ano de 1980, depois de dois anos de namoro. É pai de três filhos: "Aline Gonçalves Moura, formada em arquitetura, Graziela Gonçalves Moura, formada em pedagogia e professora do CCPA, e João Paulo Gonçalves Moura, que está fazendo medicina veterinária".

Texto reproduzido do site: usuarioweb.infonet.com.br/~osmario

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 10 de fevereiro de 2016.

Djalma: o seresteiro de Aracaju



Publicado originalmente no site Osmário Santos, em 26/05/2008.

Djalma: o seresteiro de Aracaju.
Por Osmário Santos.

Djalma Silva Oliveira nasceu a 26 de maio de 1942, na cidade de Boquim, Estado de Sergipe. Seus pais: Emístocles Souza de Oliveira e Maria da Glória Silva Oliveira.

O pai foi barbeiro e músico, tocava saxofone. Dele herdou, além da veia musical, a honestidade e o amor à música. “Era uma pessoa séria e de palavra”. Sua mãe era dedicada à casa, não tinha estudo, mas lia muito. “Era católica, sempre muito carinhosa e dela herdei o carinho e amor que ela dava a seus filhos”.

Da infância até os 18 anos, vive em sua querida Boquim, onde estuda o primário e o ginásio, na Escola Santa Teresinha. Não chega a concluir o 4º ano ginasial, deixando de lado os livros para a escola da vida. “Eu era moleque e jogava bola. Meu pai se desgostou porque perdi o ano e me colocou para trabalhar”.

Djalma em sua infância e juventude jogou muita bola com os amigos e aprendeu a tocar sax e violão.

Seu primeiro emprego foi tesoureiro da Prefeitura de Boquim nos anos 60. O prefeito da época, Jacomíldes Barreto, arranjou-lhe o emprego quando tinha seus 18 anos. Não dura muito tempo no trabalho em vista da sua convocação para servir o Exército Brasileiro por ter chegado na idade de atender o Alistamento Militar.

Parte para Aracaju e passa a fazer parte da tropa do Batalhão Campo Grande – 28º Batalhão de Caçadores. “Eu era magrinho e amarelo e lá meu número era 166. Aprendi a ter disciplina e a lavar panela. Areava os panelões direitinho. Também paguei muito mico. Apresentava-me ao oficial e depois de prestar a devida continência logo dizia que estava ali presente para atender seu chamado, tal como tinha sido comunicado por um colega mais adiantando. Nada disso era verdade” (risos e mais risos).

Ao término do rapazote e já preparado pela boa formação militar recebida no Batalhão Campo Grande que muito reconhece, decide morar em Aracaju na casa de seu irmão Dermeval Souza, músico e sargento da polícia. É a partir daí onde começa suas noitadas musicais. Seu irmão lhe dá enorme apoio. Djalma se arrisca e passa a sobreviver somente da música.

A música permeia sua vida desde a infância por influência de seu pai tocando saxofone. Entretanto, seu primeiro contato com os instrumentos aconteceu de 14 a 15 anos de idade. O pai tocava em seus dois saxofones músicas brasileiras antigas. Entusiasmado pelo som musical e pelas letras das músicas, sempre estava a pegar em um dos sax para tentar soprar. Esforço fazia até demais, até que vibrou quando conseguiu um som estridente. “Daí por diante passei a ter mais gosto e me esforçar muito mais. Para tanto ficava atento às mãos e à maneira do meu pai tocar o instrumento e segui em frente”.

Sua primeira apresentação pública foi em um baile em Boquim, com presença de toda sociedade local. Uma noite que até hoje povoa sua mente. “Edvaldo Medeiros, irmão do maestro Medeiros, tocava cavaquinho e tinha um grupo na época. Nós éramos amigos e ele, percebendo meu valor artístico, me deu espaço no seu grupo musical, que estava em seus primeiros momentos”.

Com a música, Djalma, já tocando violão ainda jovem, conquistava muitas garotas com sua seresta. “As garotas chegavam a abrir as janelas para me escutar, mas não mais que isso. Mas eu tinha medo de jogarem uma lata de água na cabeça da gente” (risos).

Em sua época para sobreviver de música, o seu irmão Dermeval propiciou oportunidade a tocar e cantar nos famosos cabarés de Aracaju, a exemplo do Miramar e Xangai. A estréia aconteceu no Miramar, em noite de grande movimento. “Cantava e tocava boleros, samba-canção, samba, músicas de Nelson Gonçalves, Orlando Silva e nisso foram muitos anos de trabalho”.

Sempre buscando melhorar sua aprendizagem musical, dedicou muito do seu tempo longe da noite para decorar letras e a toca.

Já enturmado no meio artístico sergipano, passa a tocar em Nino e seu conjunto que marcou época em Aracaju, mas antes, junto com Edidelson Andrade e Gravatinha, formam o Trio Aliança, onde seus integrantes tocavam e cantavam. Começaram tocando em circos mambembe e viajando pelas cidades do interior sergipano. “Sentíamos que estávamos agradando pois muitos eram os aplausos que recebíamos. No entanto, não soava bem aos nos nossos ouvidos quando éramos anunciados para a platéia. Respeitável público, o circo... tem o prazer e apresentar o Trio Aliançaaaaa! Sendo assim, resolvemos mudar o nome, pois não combinava com o perfil dos componentes. Daí passamos para Trio Atalaia e deu certo”.

A nova performance chega com um novo repertório, incluindo músicas de compositores sergipanos, entre eles Antônio Vilela, que presenteou o grupo com a sua canção Atalaia, que tanto sucesso fez no anos 60 e 70 em Aracaju. Com a chegada da rádio Atalaia, a música ganhou um bom reforço na sua divulgação e sempre com a voz do Trio Atalaia.

Djalma conta que tem muita saudade desse tempo, diante da constante presença do seu grupo nas emissoras de rádio e nos clubes sociais não só de Aracaju, como nas cidades do interior, como Propriá, Estância e outras. Emociona-se ao voltar ao passado diante das memoráveis apresentações nos clubes sociais que na época movimentavam a sociedade sergipana com boas programações. Sempre estava a cantar e a tocar na Associação Atlética, Iate Clube, Vasco, Cotinguiba, AABB e outros.

Ainda com o Trio Atalaia, a inesquecível viagem a São Paulo, quando os sergipanos se apresentaram no Programa Replay, de Ana Maria Braga, na extinta Tupi.

Muitos anos se passaram com o saudoso Trio Atalaia e por conta do salutar saudosismo Djalma não esquece de contar a apresentação que o trio fez na noite de São Paulo, precisamente na Boate Igrejinha, que era o point da época da capital paulista. Registra que significou muito essa apresentação as meninas sergipanas do Grupo Moendas. Lina e irmãs.

De sua passagem por Nino e seu conjunto, boas recordações dos companheiros de trabalho. Do Nino no órgão, Duda no baixo, Agnaldo na bateria, Djalma na guitarra e voz, e Carlos Augusto maestro no piano. Registra que a agenda de Nino e seu conjunto sempre estava cheio de compromissos musicais. “Tinha vez que chegávamos a tocar três festas num mesmo dia. Festa de formatura era com Nino e até mesmo as festas de São João na época de Alencar Filho na Atlética eram animadas pelo Nino e seu conjunto. Também tocamos na boate da Iara, nas festas de 15 anos, até que Nino resolveu ir para a Bahia e o grupo se desfez, deixando saudades”.

Faz rasgados elogios à voz de Edidelson Andrade, parceiro de muitos anos nos trios Aliança e Atalaia.

O Djalma seresteiro começa a entrar em ação. Em 1963 toca no Bar e Restaurante 315, do inesquecível Augusto Cabral e que abrigava na noite os boêmios e artistas de Aracaju, diante da sua boa comida e música ao vivo de voz e violão, e isso todos os dias. O bar funcionava em frente à antiga rodoviária.

Djalma diz que tocou muito nas noites de final de semana no Hotel Beira Mar em sua fase gloriosa, que reunia o melhor da sociedade sergipana em sua área na proximidade da piscina. Já cantou com Carnera e Antônio Teles, seu grande companheiro de noitadas. A seresta é a sua marca. Já tocou em tudo que é bar e cantou na noite de Aracaju. Passou pelo antigo Vaqueiro, pela Boate Segredo, da Atlética. Também tocou no Cacique Chá, no clube da Fugase, no Cantuá e haja lugar. Todos locais para apreciação da boa música do seresteiro Djalma.
Em muitos carnavais Djalma deu o ar da graça tocando saxofone e cantando as marchas dos velhos tempos. Nos tempos áureos do bar e restaurante Iemanjá, presença de Djalma.

Diz que o advogado José Augusto Lobão, seu amigo, tinha uma casa de seresta e Djalma também compartilha com sua veia artística. Posteriormente assume a casa de seresta, que a partir daí passar e ser chamada de Djalma e que resistiu a muitos anos. Registra que sua maior lembrança como seresteiro é ter feito parte do Trio Atalaia.

Djalma passa um bom tempo parado e sem tocar. Diante dos encontros da vida, eis que aparece o amigo, conhecido como professor Ludwing, e Jorge, para um empurrãozinho, e hoje está com um show marcado: “A Volta do Boêmio”, que vai acontecer no próximo dia 30, a partir das 22h, no BNB na Atalaia. Será um show-baile. Além de Djalma, Suzana Walois e convidados e mais a banda Hit Parade.

Djalma casou-se com Edilma Andrade e pela segunda vez com Ruth. É pai de Djalma, Denise, Edilene, Djanice e Railson.

Sente-se realizado como músico e diz: “Se houver outra vida, que acredito que sim, quero ser músico novamente”. Seu grande sonho é gravar um DVD. Encerra seu depoimento para a história da música em Sergipe em clima de emoção. “Eu digo que viver de música é ser um herói e com muita fé em Deus”.

Texto reproduzido do site: usuarioweb.infonet.com.br/~osmario

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 10 de fevereiro de 2016.