quarta-feira, 31 de outubro de 2012

"Aracaju de Ontem e de Hoje", de Jaime Gomes Junior - 26


Foto da Praça Inácio Barbosa e a antiga Estação de Trem de Aracaju na década de 20. Hoje no local está o Mercado Albano Franco. Foto atual de Agosto de 2012.

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 31 de Outubro de 2012.

José Carlos Mesquita Teixeira


"José Carlos Mesquita Teixeira nasceu no dia três de maio de 1936, em Aracaju, mas foi registrado pelo pai como nascido em Itabaiana. Em 1950, estudando no Colégio Estadual Atheneu Sergipense, foi militante da União Sergipana dos Estudantes Secundaristas – USES, ao lado de Jaime Araujo e Tertuliano Azevedo. Anteriormente, vivera outra experiência no movimento estudantil secundarista, quando morou no Estado da Bahia, participando ativamente da campanha “O petróleo é nosso”, nos anos finais da década de 40 e no início da década de 50. De acordo com o entendimento de Wellington Mangueira, “José Carlos foi preparado para a vida no mundo do trabalho. O pai era empresário, mas ele começou ganhando a vida no balcão da loja, medindo e rasgando pano na empresa Tecidos Teixeira. Era um homem trabalhador, que pegava no pesado”[3]. Na verdade, inicialmente, o patriarca Oviedo Teixeira não via com bons olhos a predileção do filho pela atividade política..."
(Jorge Carvalho).

Leia artigo completo "Oviedo, José Carlos, Luiz Antônio e Tarcísio" de Jorge Carvalho, clicando no link abaixo:
Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 9 de Maio de 2012.

Praça Manoel Emílio de Carvalho, em Lagarto-SE.

Antiga Praça do Rosário, atualmente Praça Manoel Emílio de Carvalho,em Lagarto-SE.

Lagarto é uma das principais cidades do interior de Sergipe, localiza-se na região centro-sul e a 75 km da capital Aracaju. É uma típica cidade do interior nordestino com sua feira livre e comidas típicas. Às sextas-feira é servido arroz-de-galinha em bares, restaurantes e em algumas residências. Aos sábados o prato típico é a maniçoba, também vendido em bares, restaurantes e residências e aos domingos o vatapá(de camarão ou frango), segue a mesma trajetória.
A base da economia local é a atividade agropecuária além de algumas indústrias, microempresas e centro comercial comun às cidades interioranas.

Destaca-se no Folclore com o Grupo Parafusos.

Para o lazer, muitos preferem frequentar as praias localizadas nas cidades litorâneas mais próximas ou o turismo ecológico na serra da Miaba e Pedra da Arara ou pescar na Barragem Dionízio Machado.

Assim é Lagarto, pequena, alegre e acolhedora.
  
Foto:Bárbara Andrade
Foto e texto reproduzidos do blog nte02lagarto.wordpress.com

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 29 de Outubro de 2012.

Homenagem ao Frade Capuchinho Frei Florêncio

No dia 28 de outubro (2012), na Festa de São Judas Tadeu, Frei Florêncio comemorou 50 anos de sacerdócio. Na foto ao lado do jornalista Rosalvo Nogueira.

Foto reproduzida do álbum de Rosalvo Andrade Nogueira no Facebook.

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 29 de Outubro de 2012.

Festa do Mastro: 73 Anos de Tradição e Folia em Capela (2012)

Subida do mastro, um dos momentos mais aguardados da festa.

Festa do Mastro: 73 anos de tradição e folia em Capela *
Brincadeira marca o fim do ciclo junino no Estado (01/07/2012)

A chuva que caia desde o começo da manhã ajudou a fazer lama para que os participantes da Festa do Mastro, em Capela, pudessem se lambuzar à vontade neste domingo, 1º. Homens e mulheres de todas as idades se juntavam às crianças e caiam nas poças lamacentas enquanto esperavam que a árvore deste ano fosse escolhida na mata.

Com o tronco derrubado, seguiram em cortejo até a Praça de São Pedro. No caminho, mais pessoas se juntavam à multidão que arrastava o símbolo da festa popular pelas ruas da cidade. A garoa que caia não desanimou os brincantes, que eram saudados por onde passavam com os estrondosos tiros dos bacamarteiros.

Ao chegarem à praça, os homens mais fortes se juntaram para levantar o tronco. Amarradas as cordas, cada grupo puxava para um lado, fazendo a grande árvore se erguer novamente. Com o mastro fincado no chão, os mais corajosos tentavam subir para buscar as garrafas de bebida amarradas nos galhos.

Folia do povo

Todos os anos, a Festa do Mastro atrai centenas de pessoas a Capela, município do Leste sergipano. Para os filhos da terra, é quase uma obrigação ir à cidade no dia da brincadeira. Participando pela primeira vez da folia, Joelma Costa não hesitou em ir para o meio da guerra de lama. “Estou achando a festa ótima, muito divertida”, comentou a diarista que curtia na companhia de amigos. Ela gostou tanto que fez uma promessa: “próximo ano não perco”.

Os capelenses costumam dizer que quem participa uma vez, não perde jamais. O analista financeiro Poliano Dantas faz jus ao dito e desde que brincou pela primeira vez, há mais de 10 anos, não perde uma Festa do Mastro. “É uma sensação inexplicável. Só quem está lá no meio sabe a emoção e a adrenalina que é”, expressou. Poliano enfatiza que essa é uma tradição que deve ser preservada. “A festa é muito importante para a cultura de Capela e de Sergipe”.

Além dos zabumbeiros que, como de costume, animaram a multidão, as bandas Seeway e Saia Rodada complementaram a festa deste ano. Para quem curte a folia, a programação não podia ser melhor. “A gente se diverte com a festa tradicional e ainda pode dançar muito com o som desses cantores maravilhosos”, ressaltou o pedreiro Alexandre Costa.

Fé e festa

A Festa do Mastro foi organizada pela primeira vez em 1939, quando os irmãos Nelson Francisco de Melo, Napoleão Francisco de Melo, Wilson de Melo e Anderson Francisco de Melo decidiram festejar o Dia de São Pedro, 29 de junho, com amigos e familiares. A brincadeira começava com a busca de uma árvore seca na mata, que, à noite, era queimada e servia de fogueira.

Os anos se passaram e a festa se modificou, mas sem perder a tradição de buscar a árvore que serviria de mastro. Como o caminho até a floresta era de terra, quem participava ia sujando os amigos com a lama das poças d’água, brincadeira que foi incorporada à tradição. Hoje, 73 anos depois, o folguedo é realizado no domingo da semana do São Pedro, encerrando o ciclo junino sergipano com a queima do mastro e guerra de buscapés.

Por Michel Oliveira

Foto: Marco Viera/Portal Infonet.
Foto/texto reproduzidos do site: infonet.com.br/saojoao/2012.

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 29 de Outubro de 2012.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Aglaé D'Ávila Fontes e a Valorização da Cultura Popular


Aglaé fala sobre novo livro e a valorização da Cultura Popular *

Aglaé D’Ávila Fontes, uma das mais importantes pesquisadoras de cultura popular de Sergipe, prepara seu 14º livro. Nesse seu novo trabalho, ela se debruça sobre as Caceteiras e a Chegança, dois grupos tradicionais do município de São Cristóvão, e mais uma vez busca, através do registro documental, guardar a memória do patrimônio imaterial do Estado.

Ao longo de todos esses anos de pesquisa, Aglaé já escreveu sobre praticamente todas as manifestações folclóricas de Sergipe, com destaque para o livro ‘Danças e Folguedos’. A pesquisadora nunca abandonou seus estudos sobre a cultura popular, paixão que divide com seu trabalho de gestora na área da cultura.
Atualmente, ela ocupa o cargo de secretária de Cultura de São Cristóvão e é membro do Conselho Estadual de Cultura. Nessa entrevista ao Sergipe Cultural, Aglaé dá detalhes sobre seu novo livro e fala sobre a cultura popular e a valorização da identidade do sergipano.

Sergipe Cultural - Fale um pouco sobre esse seu novo trabalho.

Aglaé Fontes - Estou me preparando para publicar um livro sobre a Caceteira e a Chegança de São Cristóvão e a figura do mestre Rindu. Esse novo trabalho é voltado para Educação Patrimonial pela vertente do Patrimônio Imaterial. Escolhi a figura do mestre Rindu, que é o chefe da Caceteira e da Chegança. Ao fazer esse trabalho, além dos dados do brincante, faço uma homenagem a ele por conta da sua importância para a cultura local e sergipana de modo geral.

Sergipe Cultural - Por que a escolha das Caceteiras e a Chegança?

Aglaé Fontes - Ninguém nunca publicou um trabalho voltado somente para a Catecetira. Não há nenhum registro sobre isso, e a minha ida para São Cristóvão me oportunizou ter um acesso muito fácil tanto à Caceteira quanto à Chegança, através do mestre Rindu. Há mais ou menos um ano que estou levantado os dados sobre a vida dele e sobre os grupos. Esse meu trabalho faz um levantamento histórico da presença dos grupos em São Cristóvão e do acervo poético deles. É um importante registro que pode se juntar à força da história de São Cristóvão para melhorar o perfil dessa cidade que tem uma praça como Patrimônio da Humanidade.

Sergipe Cultural – Na sua opinião, qual a importância da cultura popular para a formação das novas gerações? Qual a importância da escola nesse processo?

Aglaé Fontes - A escola deveria se preocupar em divulgar a nossa cultura e a literatura oral do nosso folclore. Hoje elas trabalham muito com os clássicos, chamados contos de encantamento, e não trabalham esse outro lado, os contos populares. O manancial de contos populares que Silvio Romero resgatou não chega às escolas, por exemplo. Elas deveriam ter um olhar mais pensante sobre a cultura popular. Para que isso ocorra faltam duas coisas: informação e decisão política. É muito importante que os mais jovens tenham conhecimento da sua historia cultural e da sua cara. A gente tem que ter orgulho das coisas do nosso estado. E como eu posso ter orgulho da minha cultura, se eu desprezo a cultura popular?

Sergipe Cultural – Como você vê esse universo da cultura popular em relação às novas tecnologias?

Aglaé Fontes - Me preocupo, porque estamos vivendo numa época digital com uma velocidade muito grande da informação e não aproveitamos isso para inserir a cultura popular. Não adianta realizar um ou outro evento. Na verdade, eu tenho mágoa da palavra evento, porque é ‘vento’, é passageiro. O que importa para a nova geração é aquilo que deixa semente, a semente está na ação da professora na escola, está no livro, está no registro. Fora isso tudo é ‘vento’. Não fica nada. Hoje em dia as crianças e os jovens não conhecem a própria cultura e os significados do nosso folclore. Reconheço, apesar de tudo, que já teve alguma melhora. A universidade, por exemplo, tem se preocupado em pesquisar sobre os diversos grupos. Mas ainda tem vários pontos que precisamos melhorar. As comunidades populares também estão perdendo essa essência, por conta do encantamento das tecnologias. Os netos e filhos dos brincantes já não querem mais tomar parte dos grupos. E isso é muito preocupante.

Sergipe Cultural – De onde vem essa sua paixão pelo folclore e pela cultura popular?

Aglaé Fontes – Para explicar isso eu tenho que voltar para um passado bem distante. Na fazenda do meu avô, o pai da minha mãe, sempre teve Reisado. Quando criança no interior eu tinha contato muito próximo com as festas populares. Minha mãe sempre teve um encantamento especial pelos grupos folclóricos e por isso desde cedo eu assistia às apresentações, eu gostava muito, tanto que minhas brincadeiras com meu irmão eram de Cacumbi e Chegança. Eram essas coisas que feriam nosso imaginário. Quando eu tive escola sempre valorizei a cultura popular. Quando comecei a fazer pesquisa não tive como fugir desse universo. A pesquisa e o registro documental é uma forma de eternizar nossa cultura e nossas raízes. Se nos distanciarmos da nossa cultura e perdermos nossa cara, teremos aonde procurar para saber como era.

Fonte:Laranjeiras.com

*Entrevista e foto reproduzidas do blog coisasdesaocristovao.blogspot

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 29 de Outubro de 2012.

domingo, 28 de outubro de 2012

"Aracaju de Ontem e de Hoje", de Jaime Gomes Junior - 25

Palácio Serigy na praça General Valadão anos 60/70. Foto atual de 2012. 
Acervo Particular: Jaime Gomes Junior

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 28 de Outubro de 2012.

"Aracaju de Ontem e de Hoje", de Jaime Gomes Junior - 24

Trecho da Rua Estância entre Rua Pacatuba e Avenida Ivo do Prado, em Aracaju.
 Foto atual bati em 2012.  Acervo Particular: Jaime Gomes Junior.

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 27 de Outubro de 2012.

"Aracaju de Ontem e de Hoje", de Jaime Gomes Junior - 23

Foto da antiga Mobiliária Chic de Chapermann e Filho (antiga fábrica e loja de móveis). Uma das melhores da época que ficava na rua João Pessoa 19-29. Hoje Banco Itaú e uma Loja de Confecções. Foto atual de 2012.

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em  28 de Outubro de 2012.

Clodomir Silva: Um Sergipano a Serviço da Cultura.



"Um ilustre sergipano que marcou a cultura sergipana. Esse é Clodomir de Souza e Silva, que pela sua importância, deu nome a uma biblioteca municipal em Aracaju, a uma maçonaria, ao Grêmio Escolar do colégio Atheneu Sergipense e a uma travessa no bairro Getúlio Vargas, também em Aracaju. Jornalista, escritor, advogado e político, ele integrou a elite intelectual sergipana entre 1920 e 1932. Duas obras marcaram sua trajetória. A primeira, no ano de 1920, foi “O Álbum de Sergipe”, uma obra comemorativa do 1º centenário da Emancipação Política de Sergipe. “O Álbum constitui referência para os estudos sergipanos, pois trata-se de uma síntese da história, da geografia, da economia e da administração de Sergipe; um balanço da trajetória dessa unidade político-administrativa nos seus primeiros cem anos”, avalia a historiadora Terezinha Alves de Oliva. O segundo livro foi “Minha Gente”, publicado pela primeira vez no ano de 1926 e que está na terceira edição. O livro é uma coletânea de textos sobre os costumes de Sergipe, no qual o autor retrata com fidelidade as peculiaridades desse povo. Homenagens Por todo esse legado, Clodomir recebeu várias e merecidas homenagens. Entre elas ter uma biblioteca que leva o nome dele. A biblioteca foi criada através da lei municipal número 30, de 7 de novembro de 1959, pelo então prefeito de Aracaju, Conrado de Araújo. Já a emenda que deu nome à biblioteca foi do vereador Roque Simas, datada de outubro de 1959. A biblioteca foi inaugurada em 31 de janeiro de 1961. No ano de 2001, por iniciativa da diretora, Maria Sônia Santos Carvalho, foi solicitada uma pesquisa sobre Clodomir Silva, realizada pela professora do Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe, Verônica Maria Meneses Nunes. A pesquisa resultou na criação de um memorial sobre o patrono no ano de 2003, com fotos, documentos, publicações de Clodomir, entre outros objetos. “Nosso objetivo com o memorial é difundir a vida e a obra de Clodomir Silva. Ele fica logo na entrada da biblioteca e é parada obrigatória nas visitas orientadas. Em toda a biblioteca temos ainda fotos e banners. Depois do memorial, acredito que aumentou o interesse das pessoas pelo intelectual, inclusive com relação a trabalhos acadêmicos com maior profundidade, como monografias”, afirma a diretora Sônia Santos. A biblioteca funciona de segunda a sexta, das 8h às 22h, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 13h. As visitas orientadas podem ser agendadas pelos telefones 3179-3742 e 3179-1380. Biografia Clodomir nasceu em 20 de fevereiro de 1892, na cidade de Aracaju. Seus primeiros anos de estudo foram feitos no colégio Atheneu. Aos 19 anos iniciou a carreira de jornalista, escrevendo para diversos jornais, entre eles Correio de Aracaju, Estado de Sergipe e Sergipe Oficial. Cursou a Faculdade de Direito de Recife, integrou a primeira geração do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, a Loja Maçônica Capitular Cotinguiba e a Academia Sergipana de Letras. Foi ainda professor do colégio Atheneu e da Escola Técnica de Comércio Conselheiro Orlando, além de deputado estadual por duas vezes. O intelectual faleceu de febre tifóide em 10 de agosto de 1932".*

* Reproduzido do site aracaju.se.gov.br/

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 23 de Maio de 2012.

"João: O Poeta Sapateiro" *


 Este trabalho tem por objetivo analisar as contribuições de João Sapateiro para a cultura Sergipana, fazendo uma análise e reflexiva sobre o que é cultura, e como esse poeta contribuiu para o enriquecimento da cultura de nosso estado. Visto que as manifestações artísticas são inerentes à própria vida social, não havendo sociedade que não as manifeste como elemento necessário à sua sobrevivência Para tanto, pesquisa a sites, estudos de obras teóricas, foram as ferramentas metodológicas utilizadas para alcançar o objetivo proposto.

Cultura s.f. 1. Acervo intelectual e espiritual. 2. Conjunto de conhecimentos adquiridos; instrução, saber. 3. Conhecimentos em um domínio particular. 4. Conjunto de estruturas sociais, religiosas, etc., de manifestações intelectuais, artísticas, etc., que caracterizam uma sociedade. (Larousse, p. 262, 2001)
“literatura” é arte que tem por matéria prima a palavra, e utilizando-se de técnicas faz-se da palavra um instrumento poderoso na construção do que se pretende - recriar a realidade.
A poesia está nesse contexto literário, pois, entende-se por poesia uma obra literária em versos, ou seja:
Poesia s.f. (gr. Poieses, criação), 1. Forma de expressão lingüística destinada a evocar sensações, impressões e emoções por meio da união de sons, ritmos e harmonia, geralmente em versos. (Larousse, p. 777, 2001)


João Silva Franco. Negro, quase dois metros de altura, teve a vida marcada pelo sobrenome postiço. Profissionalizou-se como sapateiro, remendando o couro, trocando o salto, pondo meia sola nos sapatos da população. Discreto, mas de boa conversa, o sapateiro exibia na sua oficina de trabalho, folhas de papel pautado, repletas de palavras escritas em letras de forma, fixadas nas paredes e nos poucos móveis do seu canto laboral. Eram trovas, pequenos e longos poemas, que surpreendiam a freguesia. João Silva Franco passou a ser conhecido como João Sapateiro, e reconhecido como o sapateiro poeta.
Vimos um pouco da biografia deste autor. Com isso pudemos refletir como este homem, sem condições (em se tratando de condições financeiras) conseguiu produzir tantas poesias em meio à correria da vida de trabalhador e chefe de família. Sendo, portanto, um vencedor, um exemplo de persistência, de amor a arte.
Pesquisando as expressões culturais de Sergipe, vimos que é de uma grandeza relevante, visto que somos o menor Estado da Federação. Pesquisamos e vimos a literatura folclórica, com seus versos, cordéis, cantoria de improviso, as lendas, os mitos, adivinhações, contos, nomes de famosos como Tobias Barreto, Silvio Romero, enfim, vários nomes, várias manifestações, mas de tudo que pesquisamos, nada, ou quase nada encontramos para situar o nosso poeta João Sapateiro nessa cultura. Subtende-se que este modesto e brilhante poeta não foi reconhecido o suficiente para ter seu nome estampado em livros, situando-o como pertencente à cultura de elite ou popular. Restando o questionamento: Suas poesias são consideradas literatura? Lembrando que “literatura” é arte que tem por matéria prima a palavra, e utilizando-se de técnicas faz-se da palavra um instrumento poderoso na construção do que se pretende - recriar a realidade.
Separamos, para análise reflexiva, o poema abaixo, a fim de entendermos o fundamento das produções de João Sapateiro. Este que reproduziu em seus trabalhos, seus sentimentos, suas ideologias. Sendo, portanto, um brilhante poeta, ainda que não reconhecido no meio literário.

Cântico
Aos Laranjeirenses


Minha terna Laranjeiras,
Terra das lindas palmeiras,
Adoro tudo que é teu;
Admiro os belos prados,
E adoro os lindos trinados,
Das aves que Deus te deu.

O teu passado eu bendigo,
E adoro o “Bom gosto” amigo,
Aonde vou me banhar;
Adoro a meiga corrente
Que canta canção dolente
Andando em busca do mar.

Adoro a tua Matriz,
Aonde a velhinha feliz
Vai rezar o seu rosário;
Amo o teu belo Cruzeiro
Que lá no cimo do outeiro
Nos lembra o Monte Calvário.

Amo a tua marujada,
E adoro a Pedra Furada,
Que nos encanta e fascina!
Gosto da policromia
E da coreografia
Da Taieira de “Bilina”.

Amo os sinos maviosos
E os teus jardins olorosos
Que te dão tanta beleza!
Amo as igrejas dos montes,
Amo as tuas velhas pontes
Que fazem lembrar Veneza.

Admiro o candomblé,
E o zabumba do José,
Torrentes de poesia!
Amo a face angustiada,
Da imagem cobiçada
Do Senhor da Pedra Fria.

Admiro a Matriana,
Aonde em fins de semana
O povo vai repousar;
E adoro o Barro Vermelho,
Que fez do rio um espelho
Onde vive a se mirar.

Eu gosto dos Penitentes
Que contritos, reverentes,
Rezam por todos do além.
- E é com orgulho que falo
Na dança de São Gonçalo,
Que nos encanta e faz bem.


Eu adoro as procissões
Que povos de outros rincões
Não deixam de acompanhar;
E os teus velórios cantados
Que nos deixam encantados
Esquecidos de chorar.

Amo ao Samba de Tropelo,
Coco, Forró e Martelo,
Bacamarte e Batalhão;
E as tuas garotas belas,
Cantando trovas singelas
Nas rodas de São João.

Amo a vista deslumbrante,
E a brisa acariciante
Do morro de Bom Jesus;
O Serra-Velho, dioso,
E o mês de doloroso,
Que aos namorados seduz.

Adoro o teu céu de anil,
Amo o teu povo gentil,
Amo tudo que é de ti;
Eu amo os tamarindeiros
Eu amo os velhos coqueiros
Onde canta o bem-te-vi.

Admiro os Caboclinhos,
E os Negros do Rei Raminho,
Lamentando o cativeiro;
E a cantoria bonita
Da turma de João de Pita,
No dia seis de janeiro.

Adoro os velhos sobrados,
Aonde em tempos passados
Se cultivava o lirismo;
E os bancos da Conceição,
Onde sentou-se a paixão
No tempo do romantismo.

Adoro a rua Direita,
Porque quanto mais se ajeita,
Fica bem mais sinuosa;
E o Alto do Xavier
Que mostra pra quem quiser,
O quanto és majestosa!

Minh’alma também é louca
Por ti, cidade barroca,
Residência do saber;
Terra de João Ribeiro,
Meu amor é verdadeiro,
E te adoro até morrer!.

Percebe-se que o poema “Cântico aos Laranjeirenses” trata-se de um poema laudatório, que João, filho adotivo da cidade de laranjeiras, produziu enaltecendo sua terra querida.
João inicia os versos exaltando a terra de lindas palmeiras, com belos campos e aves mandadas por Deus. Ele fala da Igreja Matriz com seu belo cruzeiro, que o faz lembrar o Monte Calvário, das manifestações artísticas – a taieira, o candomblé, a dança de São Gonçalo; expressa ainda seu carinho pelo rio com seu barro vermelho que vivia a mirar, pelo povo daquela terra- povo gentil, os prédios antigos com sua beleza lírica encravada em sua história. Enfim, João expressa em cada verso seu amor pela terra que o acolheu, e em gratidão o tornou um filho ilustre.
Finalizando este singelo trabalho, temos então o conhecimento de que cultura, ou manifestações artísticas, são inerentes à prática social, não havendo sociedade, portanto, que não às manifeste. Sendo, portanto, um elemento necessário para a efetivação da expressão humana. E que poesia é uma arte literária em forma de versos que tem como objetivo expressar e evocar sensações, emoções. Conhecemos, ainda, um pouco deste ilustre sergipano - João Silva Franco - que com sua arte compôs muitos poemas em meio à sua rotina de sapateiro, utilizando-se da arte para expressa-se e manifestar seus mais profundos desejos e pensamentos acerca de diversos temas. Podemos então concluir que este sergipano, adotado por uma cidade rica em cultura, soube aproveitar cada elemento a ele oferecido transformando em arte e revelando-se através de suas poesias. Podemos, então, responder ao questionamento proposto anteriormente: Suas poesias são consideradas texto poético? Ou apenas um trovador que compunha ao exercer seu ofício de sapateiro?
As poesias de João são consideradas parte da cultura popular sergipana. Embora não tenha se tornado um nome famoso entre os nomes de literários como Silvio Romero, Tobias Barreto, Hermes Fontes, sua poesia é de grande importância para a consolidação de nossa cultura. A exemplo desse reconhecimento lembremos que seu nome foi o escolhido para estampar o I Prêmio de Poesia Popular João Sapateiro em 2009.

*Foto da ilustração e texto reproduzidos do blog culturasergipana.blogspot

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 28 de Outubro de 2012.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

"O Santo Doutor Ou a Relatividade da Loucura" *

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 25 de Março de 2012.

Sergipanidade: Um Conceito em Construção


Sergipanidade: um conceito em construção.
Por Luiz Antônio Barreto

Desde Prado Sampaio, aluno no Recife e discípulo de Tobias Barreto, que entrou no vocabulário sergipano o termo SERGIPANIDADE, ainda que vagamente citado, como um louvor ao fazer cultural sergipano. Décadas depois, José Silvério leite Fontes, professor de história, biógrafo de Jackson de Figueiredo, citou SERGIPANIDADE no contexto da formação de Sergipe. Somente nas últimas duas décadas a SERGIPANIDADE começou a ser tratada como um conceito cultural, capaz de inspirar artistas, escritores, pensadores, qualificando um sério e inarredável compromisso das manifestações da cultura.

É certo que as culturas regionais transitam no acostamento da vida social, sufocadas, quase sempre, pelo domínio hegemônico que a tudo afeta. O povo, contudo, resiste e ao seu modo guarda as manifestações mais autênticas, que são a vida, nem sempre fácil, dos grupos sociais subalternos. Neste mês de junho há como quê uma pausa: é o mês de Tobias Barreto, o maior de todos os sergipanos, em todos os tempos, e é o mês dos festejos juninos, quando um doutor da Igreja – Santo Antônio, um profeta – João Batista e um apóstolo – São Pedro são reunidos, no cenário que guarda antiguidade, e do qual é mostruário o corte do mastro, o pau de sebo, a dança da quadrilha, a culinária de milho e coco, a montagem de um arraial que em tudo lembra a simplicidade ingênua do povo de todas as idades, nas suas conexões atemporais.

A cronologia da linha do tempo exalta a vocação histórica, econômica, cultural de Sergipe, inscrita em episódios marcantes, desde a Catequese de 1575, sob a tutela dos padres jesuítas, que atravessaram a fronteira do rio Real, reunindo em missões as tribos existentes no território sergipano. Os indígenas pareciam receptivos à presença de franceses na foz do rio Sergipe, huguenotes, ou, em extremo, eram atraídos pelos ajuntamentos que a Inquisição, anos mais tarde, denominou Santidades.

A Conquista de 1589/1590 significou o domínio forte dos portugueses, então subordinados a Espanha dos Felipes. São Cristóvão, povoação fundada com fóruns de cidade, evocava o feito cristão da esquadra de Dom João de Áustria em Lepanto, na Grécia, derrotando os sarracenos. A invocação de Nossa Senhora da Vitória para sacramentar a terra conquistada não intimidou os sergipanos, que viram a troca de Nossa Senhora da Vitória por Nossa Senhora do Rosário, que na dialética daquele tempo vinculou negros africanos, escravizados nos engenhos e nas fazendas de gado.

A Inquisição deixou, a partir da Visitação da Bahia, em fins do século XVI, um retrato desobediente dos habitantes do território sergipano. Leituras de textos proibidos, costumes judaicos, liberdade sexual e Santidades são mostruários do grau de independência que os sergipanos queriam conquistar, ainda que enfrentando força poderosa das duas Coroas européias. Colonos e soldados da guerra de 1590 foram recompensados com glebas de terra, doadas em Sesmarias, instituto hereditário que parecia conter, com antecipação, os impulsos dos brasileiros em formação. Lavouras e criatórios tomavam os pastos, inicialmente férteis, porque banhados por rios constantes. Na virada do século Sergipe, segundo registra Diogo de Campos Moreno no seu LIVRO QUE DÁ RAZÃO DO ESTADO DO BRASIL, criava os melhores cavalos do Brasil, com os quais os posseiros substituíam as canoas, ampliando os contatos e organizando comunidades.

Sergipe sobreviveu entre Espanha e Holanda, oferecendo o salitre para o fabrico da pólvora, como queria Portugal, que abastecia seu fogo no comércio holandês. A fábrica de pólvora, na margem do rio São Francisco, não saiu, mas o sentimento de preservação de sua liberdade contribuiu par associar Nossa Senhora do Rosário aos negros, como ainda hoje ocorre. E mais ofereceu: a prata das minas de Itabaiana, de Melchior Dias Moréia, que resistiu até a morte com o segredo que o fez personagem lendário daquele tempo. O entusiasmo do Brasil, da Coroa Portuguesa e de utópicos do mundo velho levaram à criação do Regimento Geral das Minas do Brasil, tendo sua execução confiada à experiência de Dom Rodrigo Castelo Branco, que viveu quatro anos em Itabaiana e serviu ao Brasil ajudando a descobrir ouro, prata e diamantes, fixando em Minas Gerais um povo de riqueza.

As lutas entre portugueses, espanhóis e holandeses repercutiram em Sergipe, já Capitania de sua Majestade o rei de Portugal, cobiçada como um troféu, com sua posição geográfica estratégica, onde sopravam ventos de liberdade. O século XVIII raia vigoroso, com a ousadia do padre Eusébio Dias Laços Lima, que mais do que imprimir “Gazetas Infamantes” distribuía cartas e títulos de nobreza com seus seguidores, declarando em Sergipe e em Alagoas um Principado. Preso, levado a ferros de volta a Portugal, padre Laços inscreve o seu nome no território sergipano, onde dizia ter servido a causa portuguesa, catequisando e aldeando indígenas. Não como fizera o padre Mamiani na aldeia de Tomar do Gerú, vivendo entre os Kiriris e organizando dois livros que são os mais antigos produzidos em Sergipe: a Gramática da Língua kiriri e Catecismo da Doutrina Cristã na Língua Brasilica da Nação Kiriri, editados em Lisboa na última década do século XVII.

A organização do Brasil ocorreu, mais aceleradamente, com a criação das Freguesias, cada uma com seu orago, seus limites, suas terras. Em inquérito respondido pelos vigários das Freguesias sergipanas conhece-se, em detalhes, o estágio de cada uma delas, com as suas qualidades naturais e suas benfeitorias, garantindo a vida social. No final do século XVIII, Sergipe tinha 7 Freguesias que serviram de lastro para o surgimento das vilas e das cidades. É quando se tem notícia das salas de aula, das escolas orientadas pelos jesuítas e depois da expulsão pelos oratorianos. Aparecem os engenhos de fabricar açúcar e as fazendas de engorda de gado. É quando se espalha pelo Brasil os ideais de liberdade, tomando corpo na chamada Inconfidência Mineira. Sergipe, então, produzindo riqueza para as Capitanias de Bahia e Pernambuco, também sonhava com sua liberdade e principalmente com as condições de produzir riqueza para a própria Capitania e seus habitantes.

Dividida entre os partidários da independência e aqueles que queriam manter Sergipe sob o Governo da Bahia, os sergipanos manifestaram, como foi possível, o desejo emancipador, o que ocorreu no dia 8 de julho de 1820. A Bahia, que apoiava a Revolução do Porto, em Portugal, não aceitou a emancipação de Sergipe, prendeu e mandou de volta o Brigadeiro Carlos César Burlamarqui, que havia sido nomeado Governador de Sergipe. A luta continuou, projetando-se na movimentação pela Independência do Brasil, proclamada por Pedro I, filho e herdeiro do rei em 1822, seguindo-se a reunião da Assembleia Constituinte e a outorga da Carta Constitucional de 1824. Sergipe aparece, então, como Província autônoma, livre, emancipada, no conjunto das demais Províncias brasileiras.

A construção do Poder, enfrentando resistências nem sempre aplacadas, fez de Sergipe um lugar de luta pela liberdade, pela prosperidade, valendo-se da inteligência dos seus filhos, Pátria de poetas, juristas, filósofos, Médicos, Militares Sergipe elevou sua participação na vida do País, tanto com seus jornais, suas escolas, suas bibliotecas, como pela bravura dos seus soldados, cobertos de glória no Paraguai, como os irmãos Barão do Rio Apa e Visconde de Maracaju, que ocuparam, em épocas distintas, o Ministério da Guerra. O Visconde foi o último Ministro do Império, o Barão, já na República, foi Ministro do Presidente Floriano da Fonseca. Fosse nos campos de batalha, fossem nos corredores das faculdades, os sergipanos mostraram  a fibra e o caráter com os quais abriu caminho à sua história.

No curso dos fatos, a têmpera sergipana mostrou-se firme no enfrentamento da realidade, mesmo quando certos percalços se abatiam sobre os sergipanos. Com o maior índice de raças combinadas do Brasil, segundo o Censo de 1980, Sergipe nordestinizou-se com os ideários que abraçou: o Tenentismo, em sintonia com militares jovens que defendiam a liberdade, a reação, nas ruas, contra a agressão do submarino alemão U-507, que torpedeou navios mercantes e de passageiros que navegavam pela costa sergipana, demonstrando, exemplarmente, às suas elites a coerência pautada ao longo do tempo. A riqueza dos engenhos e usinas de açúcar, o algodão, o petróleo, o gás natural, os minérios, entraram no cômputo do esforço econômico de Sergipe, em favor da justiça social.

Em cada um dos ângulos de sua história, Sergipe guarda coerência com princípios e valores que resistem no tempo e simbolizam os compromissos, sempre renovados, com os quais aparecem nítidos os traços da sergipanidade. E desse sentimento pode dizer:

SERGIPANIDADE é o conjunto de traços típicos, a manifestação que distingue a identidade dos sergipanos, tornando-o diferente dos demais brasileiros, embora preservando as raízes da história comum. A SERGIPANIDADE inspira condutas e renova compromissos, na representação simbólica da relação dos sergipanos com a terra, e especialmente com a cultura, e tudo o que ela representa como mostruário da experiência e da sensibilidade.

Cada povo, situado no ambiente da sobrevivência – recorrência universal da vida humana – cria sua perspectiva, muitas vezes utópica, de futuro, adota suas crenças, incorpora seus valores, constrói seus caminhos, elabora modos de viver e de compreender a realidade, produz a sua própria história.

Além da língua, as sociedades têm pontos de contato que prevalecem nas relações internas das pessoas. A história, monitorada eticamente, e a cultura, universalizada pelas contribuições externas, agem na formação do povo e alimentam a identidade social.

A terra, com toda a noção de natureza que nela comporta, demarca a presença do povo, sua convivência ambiental, ecológica, produtiva, com seus recursos postos na partilha dos mesmos interesses.

Herdeiros de uma pequena faixa de terra litorânea, irrigada até o interior pelos rios da história do Brasil – São Francisco, Cotingüiba, Sergipe, Vaza-barrís, Piauí e Real -, aptos ao trabalho, criativos e inovadores no domínio do conhecimento, os sergipanos compõem um povo que fez da luta o caminho de sua afirmação, e renova, a cada dia, a cada episódio de sua trajetória, a mesma lição em defesa da liberdade contra todos os tipos de opressão, do direito como instrumento contra os privilégios, da prosperidade para evitar a indignidade da vida, da justiça para conter as hegemonias.

Forma-se, então, a consciência pedagógica para viver o comum, fortalecendo as fronteiras da identidade própria. É com esta noção de SERGIPANIDADE, como atitude tanto individual quanto coletiva, que devem florescer as manifestações artísticas, as contribuições lúdicas, fazeres e saberes, usos e práticas circulantes a serem incorporadas pela aceitação, para serem consagradas e renovadas.

Foto e texto reproduzidos do site e-sergipe.com

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 16 de Março de 2012.

Dia da Sergipanidade - 24 de Outubro


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Mapa Turístico de Aracaju


Mário Jorge (1946-1973)


"Nascido no dia 23 de novembro de 1946 na cidade de Aracaju, Mário Jorge Vieira, iniciou o curso de Direito em sua cidade natal, mas não concluiu, seguindo para São Paulo, onde fez o curso de Ciências Sociais – o qual, também, não finalizou.

Primeiro poeta concretista do Estado, Mário Jorge lança em outubro de 1968, um envelope intitulado ‘Revolição’ – primeiro e único lançado em vida. Trata-se de um conjunto de poesias concretistas, que devido ao seu conteúdo o levou preso. Além de ‘Revolição’, ele escreveu: ‘Poemas’, ‘Silêncios Soltos’, ‘Cuidado’ e ‘De repente, há urgência’ – todas obras póstumas. Mário Jorge morreu em janeiro de 1973 num acidente automobilístico, aos 26 anos". (Ana Lúcia).

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 29 de Fevereiro de 2012.

Músico Sergipano Luís Americano Rego (1900-1960)


Luís Americano (Luís Americano Rego), instrumentista e compositor, nasceu em Aracaju SE, em 27/2/1900, e faleceu no Rio de Janeiro RJ, em 29/3/1960. Começou os estudos de clarineta aos 13 anos com o pai, Jorge Americano, mestre-de-banda em Aracaju. Ingressando no Exército, tornou-se músico do 20º. Batalhão de Caçadores, sediado em Maceió AL. Transferido em 1921 para o Rio de Janeiro para servir no 3º. Regimento de Infantaria, deu baixa no ano seguinte.
Já dominando o sax-alto e a clarineta, passou a atuar como músico profissional. Integrou diversas orquestras, entre as quais as de Justo Nieto, Raul Lipoff, Simon Bountman e Romeu Silva. No início da década de 1920 participou com destaque de gravações realizadas na Odeon, ainda pelo processo mecânico: Coração que bate, bate..., maxixe (Freire Júnior), gravado em 1922, traz no selo seu nome e do Grupo de Donga.
Em 1928 viajou para a Argentina, levado pelo norte-americano Gordon Stretton, baterista e chefe de orquestra, com quem trabalhou três meses. Integrou em seguida a orquestra do argentino Adolfo Carabelli, regressando em 1930 ao Rio de Janeiro, onde formou o conjunto de danças American Jazz, que gravou na Victor.
Em 1932 passou a integrar o Grupo da Guarda Velha e a partir do mesmo ano foi relançado pela Odeon, revelando-se nessa nova fase como grande compositor e um dos maiores clarinetistas brasileiros. São dessa época os lançamentos de É do que há, choro, e Lágrimas de virgem, valsa, ambos de sua autoria.
Em agosto de 1940 fez parte do grupo de músicos e compositores brasileiros escolhidos por Pixinguinha, a pedido do maestro Villa-Lobos, para realizarem gravações para o maestro Leopold Stokowski (1882—1976), que visitava o Brasil.
Além de atuar por muitos anos no teatro musicado e em dancings, participou como músico de estúdio das orquestras da Rádio Mayrink Veiga — de fins da década de 1930 ate 1950 — e da Rádio Nacional, de 1950 até a morte.

Texto e foto reproduzidos do site: cifrantiga3.blogspot.com/2006/08/lus-americano.html

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 9 de Fevereiro de 2012.

Registro da Remoção das Barracas do Antigo Mercado Municipal


A foto registra o começo da remoção das barracas do antigo Mercado, dando início as reformas gerais que o revitalizou. Hoje, noto que o mesmo necessita URGENTEMENTE de manutenção, para que continue sempre bonito, pois trata-se de um lugar de visita obrigatória dos turistas que nos visitam.

Foto acervo César de Oliveira
Reproduzida do Blog pergunteaopereira

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 5 de Fevereiro de 2012.

Dr. Antônio Garcia Filho (1916-1999)


"Poucos homens construíram um perfil tão múltiplo, tanto na compreensão da realidade, quanto na criação de linguagens, como Antonio Garcia Filho, nascido em 1916 e falecido em 1999". (Luís Antônio Barreto).

Postagem original na página do facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 30 de Março de 2012.

Tobias Barreto de Menezes (1839-1889)


"Tobias Barreto de Menezes (07-06-1839/26-06-1889), mestiço, pobre, nasceu na vila de Campos, província de Sergipe, e faleceu em Recife, Pernambuco. Bacharel em direito pela Faculdade do Recife, foi jornalista, advogado e deputado provincial. Destacou-se no campo da filosofia por sua atuação polêmica contra o conformismo retórico. Questionou a concepção de física social do positivismo, relacionou o conceito de cultura à constituição de normas para a compreensão do social e do humano. Entendia a metafísica como teoria do conhecimento divergindo profundamente do positivismo. Admitia a liberdade humana como realidade não empírica. Defendeu o liberalismo na política, a emancipação feminina e a libertação dos escravos. Foi uma figura central na Escola do Recife, disseminando o pensamento filosófico alemão no Brasil que, naquela época, sofria forte influência da cultura francesa. Foi um importante pensador brasileiro no século XIX. O lado poético de Tobias é pouco ou quase nunca lembrado no arcabouço literário brasileiro, no entanto sua poesia possui um estro lírico envolvente e de sentimentos profundos, sem decair no superficialismo ou clichês da fase condoreira do romantismo. As temáticas sociais da época estavam sempre presentes nos seus poemas. Que Mimo (1874), O Gênio da Humanidade (1866), Escravidão (1868) e Amar (1866) são algumas das suas poesias mais famosas". (Do Blog sinfonicasergipe).

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 29 de Março de 2012.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Gumercindo de Araújo Bessa, Bacharel (1859/1913) *


Nasceu na Estância a 2 de janeiro de 1859, filho de Urbano Joaquim da Soledade e D. Francisca Carolina de Araújo Bessa, e faleceu às 3 horas e alguns minutos da manhã de 24 de agosto de 1913, no engenho Mucuri, termo do Socorro, tendo sido sepultado no cemitério Santa Isabel do Aracaju e custeados os seus funerais por conta do Estado. Os primeiros anos da sua infância transcorreram naquela cidade, aproveitados em boa parte nos estudos iniciais do curso de humanidades. Destinado à carreira eclesiástica, freqüentou o seminário arquiepiscopal da Bahia durante os anos de 1876 a 1879 e quase a concluir o curso canônico resolveu susta-lo, para abraçar outra carreira que mais se harmonizasse com as tendências naturais do seu espírito. As suas preferências pelo estudo do direito encaminharam-no para a Faculdade de Direito do Recife, onde, após um brilhante tirocínio acadêmico, recebeu o grau de bacharel em ciências jurídicas e sociais a 2 de outubro de 1885, deixando de si a honrosa tradição de primeiro estudante da turma daquele ano pelo talento e aplicação e, segundo o juízo autorizado da Congregação dos lentes da Faculdade habilitado para ensinar direito em qualquer universidade do mundo.

Volvendo à terra natal, foi logo nomeado promotor público da comarca de S. Cristóvão, cargo que exerceu até 1886 Posteriormente, em 1891, ocupou os lugares de juiz de casamentos, desembargador e presidente do Tribunal de Apelação do Estado, dissolvido em conseqüência da revolução de 23 de novembro desse ano, e Chefe de Polícia em 1894. Eleito deputado provincial no última legislatura do antigo regime, foi ainda deputado à primeira Constituinte republicana do Estado e deputado federal em 1909 pelo sufrágio do eleitorado oposicionista. Em todas essas elevadas posições soube sempre manter a mesma linha de indefectível inteireza e altiva independência, escopos principais dos seus atos, não tendo podido por lamentável circunstância corresponder à confiança política dos seus comitentes perante a Câmara Federal visto o seu grande espírito já se ressentir a esse tempo dos estragos produzidos pelo mal que lhe minava a existência. O honroso conceito externado pelos mestres sobre os seus dotes intelectuais e preparo científico, confirmou-se plenamente no exercício da nobre profissão que abraçou, mais por amor à ciência complexa do direito, do que pela cobiça do lucro, que muitas vezes renunciou em súbitos movimentos de excessiva generosidade. Foi na advocacia que se firmaram solidamente os seus créditos de eminente jurisconsulto, cujo saber, vencendo o obstáculo das distâncias, transpôs as fronteiras do Estado e foi impor-se à admiração dos mais notáveis profissionais do foro judiciário, à dos tribunais superiores e às agremiações científicas do país. O renome de sua vasta erudição jurídica adquiriu tal valor na consciência dos doutos, que por ato espontâneo do Conselheiro Carlos Antonio da França Carvalho chegou a ser convidado insistentemente em 1892 para reger a cadeira de direito criminal da Faculdade de Direito do Rio da Janeiro.

Maior distinção não podia aspirar o advogado provinciano, que não se havia jamais afastado de sua terra e nem ao menos conhecia materialmente a progressiva cidade, onde pontificam os vultos mais salientes da mentalidade brasileira. Igual homenagem aos seus profundos conhecimentos científicos foi-lhe prestada pelos acrianos, quando dele recebeu a espinhosa incumbência de enfrentar o sábio jurisconsulto e príncipe da tribuna parlamentar, conselheiro Rui Barbosa, na ação de reivindicação do território do Acre pelo Estado do Amazonas. Nessa luta gigantesca entre os dois atletas do direito não ficaram ao certo bem definidas as posições do vencedor e do vencido, visto que ambos terçaram as armas com a mesma maestria e cônscios do próprio valor bateram-se fidalgamente, elevando-se às mais recônditas regiões da ciência, sem se ferirem na defesa da causa, que cada um patrocinava. Como único prêmio do seu esforço desenvolvido nesse pleito memorável, para o qual se volveu por muito tempo a atenção do Brasil inteiro, dadas as excepcionais aptidões intelectivas dos dois valentes contendores, a Intendência do Alto Acre deu em 1906 à principal rua da vila Rio Branco o nome de Gumercindo Bessa. Não lhe foram menos brilhantes que os do foro os triunfos alcançados nas pugnas da imprensa sergipana. O provecto advogado em nada desmereceu como jornalista político. Profundo conhecedor da língua nacional, estilista irrepreensível e de uma dialética impecável, nunca cedeu uma linha ao adversário na discussão dos princípios doutrinários. Nos seus escritos sempre assumiu toda a responsabilidade do ataque na defesa dos seu ideais, assinando-os invariavelmente com o nome próprio e raras vezes com o conhecido pseudônimo de Aulus Gelius.

O seu gosto pelo jornalismo despontou muito cedo, quando ainda estudante na Estância, como muito cedo revelou possuir um fenomenal poder de retentiva, que lhe permitia operar verdadeiros prodígios de memória, repetindo literalmente a uma só leitura páginas seguidas de qualquer obra. À semelhança do filósofo solitário, passou a melhor parte da vida no silêncio do seu gabinete a manusear as páginas iluminadas dos oráculos do direito. Caráter intransigente e honesto em franca rebeldia contra a hipocrisia das convenções sociais, ele sentia-se bem naquele ambiente, exercendo toda a soberania do talento na íntima convivência dos livros, que considerava os seus leais conselheiros. Digno discípulo de Tobias Barreto não deixou, como seu mestre, obras de grande fôlego, mas através do pouco que escreveu se descobre bem quanto seria capaz de produzir. Ainda como ele, não era senhor das qualidades integrais de um perfeito orador; entretanto, a vastidão da sua cultura intelectual supria consideravelmente as falhas dos predicados da oratória, tornando-o um vigoroso discutidor nos torneios da tribuna. O Governo do Estado, em homenagem ao nome ilustre do grande morto, adquiriu a sua livraria para a Biblioteca Pública da capital, hoje instalada no salão Gumercindo Bessa, onde em ato solene foi colocado o seu retrato a 24 de outubro de 1916. Sócio honorário do “Clube Democrático” de Laranjeiras, efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e membro correspondente da “Sociedade de Legislação Brasileira” do Rio de Janeiro.

FONTE:
GUARANA, Armindo.Diccionario Bio-Bibliographico Sergipano: Rio de Janeiro, 1925.
Esta obra poderá ser encontrada na Biblioteca Ephifânio Dorea - Aracaju-Se.

*Texto reproduzido do site manuscritosconsultoria.com.br
* Foto reproduzida do blog thiagofragata.blogspot

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 20 de Outubro de 2012.

Conjunto Musical da Década de 20, Cidade de Simão Dias

Conjunto Musical - década de 20 *

Na década de 20, Annápolis (atual Simão Dias) possuía um Conjunto Musical organizado pelo maestro Zeca Laranjeiras, constituído por várias senhoritas da sociedade de Annápolis que executavam belas melodias ao som de violinos e bandolins.

"O Conjunto teve seus dias áureos, pois promovia festas familiares e, vez por outra, aos domingos e feriados, enchia a Praça "Barão de Santa Rosa" de muitas alegrias com a execução de marchas, sambas, valsas, tangos, etc, previamente ensaiadas pelo abnegado instrumentista e compositor maestro José Profeta da Silveira (Zeca Laranjeiras)" (Olda do Prado Dantas, 2011)

*Foto e texto reproduzidos do blog tiagoexemplodevida.blogspot

Da direita para esquerda (frente):
Noemia Dias Rocha, Olda do Prado Dantas, Hildete Rabelo Dortas,
Marieta Rabelo Dortas e Lenita Rabelo Fonseca.
Da direita para esquerda (atrás):
Edeltrudes, Carmem do Prado Dantas, Berenice Rabelo Dortas, Aristeia Lilveia e Rosita Mascarenhas.

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 20 de Outubro de 2012.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Governador Augusto Franco Recebe em Palácio Chico Anysio

Reminiscência em fotos - 1978. (Acervo Gilvan Fontes).
 Governador Augusto Franco, Chico Anysio, Cel. André Lucas. 

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 18 de Outubro de 2012.

Homenagem ao Intelectual João Oliva

"Aos sábado,em torno de 90 anos de uma vida muito bem vivida,a família se reúne. E o tempo,este danado,não verga a sabedoria do velho João. Ao contrário: possibilita-nos sempre belas lições, belos exemplos. O velho mestre está ali, refletindo, pensando, educando-nos. Um humanista, um homem do bem,um homem de fé que nos gestos nos demonstra esperança, fé e amor,sobretudo amor! — com Almiro Oliva". (Foto e texto reproduzidos do mural de Luiz Eduardo Oliva/Facebook).


Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 21 de Outubro de 2012.

Solenidade de Inauguração da Ponte de Pedra Branca

Foto do acervo de Evanilson Andrade Calazans. Comitiva acompanha presidente Getúlio Vargas no ano de 1933 - Solenidade de Inauguração da Ponte de Pedra Branca - Laranjeiras/SE.


Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 15 de Março de 2012.