quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

João Quintino e sua paixão pelo Atheneu Sergipense

Foto reproduzida do site: osmario.com.br


Publicado originalmente no site Osmário Santos, em 30/11/2006

João Quintino e sua paixão pelo Atheneu Sergipense.
Por Osmário Santos.

João Quintino de Moura Filho nasceu a 7 de a gosto de 1956, na cidade de Aracaju. Seus pais: João Quintino de Moura e Maria Barreto Moura. Seu pai levou uma vida de muito trabalho como motorista do Ministério de Agricultura em Aracaju. Dele aplica em vida os princípios de honestidade, sinceridade e seriedade. "Tenho muito orgulho de meu pai. Uma pessoa humilde, simples que me deu muitos ensinamentos morais e éticos. Ainda é vivo, graças a Deus. Fez agora 80 anos".

Sua mãe levou uma vida de dona de casa e a dedicar carinho aos sete filhos, além de ter um cuidado todo especial com a educação de todos eles. "Me deu muito carinho e era uma mãe muito zelosa, e isso eu passo para os meus filhos".

Nasceu e passou a juventude onde hoje é o Parque Augusto Franco, mais conhecido como Sementeira. Como funcionário do Ministério da Agricultura, lotado na Estação Experimental de Aracaju ( Parque da Sementeira) o pai e mais oito colegas de trabalho responsáveis pelo apoio da Estação e até o chefe geral moravam em residências do governo federal, no local de trabalho.

"Meu pai era o motorista do engenheiro agrônomo Edmilson Machado, que era o chefe geral da Estação Experimental e viajava muito. Como ele tinha algumas vaquinhas que ajudavam o sustento da família, com a venda do leite era possível comprar os livros e as fardas dos colégios dos filhos. Pela manhã íamos para a escola e à tarde ajudava a tirar ração das vacas e prendê-las ao pôr do sol".

O menino João Quintino, de sua infância lembra dos momentos das brincadeiras debaixo de cajueiros, do amanhecer com o cantar dos pássaros e da salutar convivência com os demais moradores da antiga Estação Experimental. Desse tempo destaca a amizade de todos de sua família com a família do feitor do Parque Lourival, de sua esposa Dona Céia.

Inicia os estudos no Jardim de Infância Augusto Maynard, época que Dona Bebé Tiúba era sua diretora. Na Escola Santa Joana D’Arc, de Dona Dezinha e do Sr. Hamilton, fez o curso primário. "A escola me deu uma boa base. Hoje lembro muito bem as lições das professoras Margarida Neuza e Dona Dezinha, que além de professora era uma mãe e uma diretora muito rigorosa".

Diz que está gravado em sua memória o exame de admissão para ingressar no Atheneu, realizado no ano de 1967. "A prova de Português era eliminatória e era oral".

Por dois anos estuda no antigo prédio do chamado Atheneuzinho da Av. Ivo do Prado, e que tinha como diretora a professora Carminha Lobão. Lá estuda a primeira e segunda série ginasial. A terceira e a quarta, além de todo o curso científico estuda no Atheneu Sergipense, na praça Graccho Cardoso. "Em 1970, quando da comemoração do centenário do Atheneu, o Athneuzinho foi desativado e seus alunos passaram a ocupar a ala nova do Sergipense, e eu estava entre eles".

João Quintino faz questão de registrar que para ele o Atheneu foi o grande colégio de sua vida. Além da formação intelectual e moral, toda envolvência com colegas, professores, funcionários, atividades esportivas e com a sua famosa e respeitada banda escolar, onde foi um de seus integrantes. "Até hoje guardo como lembrança e todo carinho a corneta que toquei nos inesquecíveis desfiles cívicos de 7 de Setembro, estendidos pela presença da banda a convite, em cidades do interior sergipano, a exemplo da Barra dos Coqueiros".

No futebol de salão participava dos campeonatos internos organizados pelo Manezinho, com todo o destaque. "No ano de 73 minha turma foi campeã. Era eu, Carlos César, que era um grande jogador de futebol de salão, e outros. Também tenho até hoje a taça desse campeonato, limpo sempre, e por isso até hoje não enferrujou" (risos).

Seu desejo era fazer engenharia civil, diante do seu gosto pela de matemática. Pela necessidade de trabalhar para ajudar seus pais e por ser diurno, o curso de engenharia da Universidade Federal de Sergipe, faz Economia, que era noturno.

Faz vestibular em 1975 e logo passa a ser aluno dos professores Antônio Vieira, Josué Modesto dos Passos Subrinho, Manoel Cabral Machado em Filosofia no início do curso, professor Macilon Pacheco, professor Roberto em contabilidade, e outros. Cola grau em Ciências Econômica no ano de 1984.

Não Colégio GCM, do professor Leão Magno Brasil e da professora Iracema Mendes, em seus primeiros momentos no Edifício Cabral Machado, na rua João Pessoa, passa pela experiência do primeiro emprego, trabalhando na secretaria do colégio, datilografando provas e outros trabalhos, mas só passa por dois meses, por emprego conquistado na Embrapa. Naquela época não existia concurso público. Fiz um teste de seleção, fui aprovado diante de outros concorrentes".

Começa a trabalhar no serviço público federal na condição de datilógrafo da área de pesquisa. "Na época a unidade da Embrapa começou em Quissamã, município de São Cristóvão, numa área de 360 hectares, uma área muito grande. Hoje é um assentamento do MST. Lá foram três anos de trabalho. Depois, por seis anos a Embrapa funcionou no Parque da Sementeira até a construção da sede atual, inaugurada em 1984".

Na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, ao se formar em economia, passa a ocupar o cargo de técnico de nível superior e a partir daí muito trabalho e conquistas. "Fui supervisor de vários setores, aliás, quase todos. Só não fui supervisor de recursos humanos, e por um período fui chefe da área de operações administrativas. Por dois períodos distintos cheguei à diretoria administrativa. De 1985 a 1990 e de 1995 a 2000. Hoje estou na supervisão da área de manutenção".

Antes de ingressar na Embrapa, por seis meses treinou no time juvenil do Confiança. Não chegou a titular em vista do novo emprego que exigia tempo integral. "Se tivesse continuado treinando eu teria jogado no time profissional. Tive de deixar porque os treinos eram pela tarde" (risos).

Uma das coisas mais importantes em sua vida, como registra, foi a de ter idealizado a Festa de Confraternização dos Ex-Colegas do Atheneu. Tem certeza que foi Deus que lhe iluminou. A primeira aconteceu por boas lembranças da época de aluno do Atheneu, período marcante da sua juventude. Saudades dos professores, dos colegas de seu tempo e expectativa de encontrá-los num encontro festivo e revestido de saudosismo. Como tudo tem um começo, quando da realização de um grande um concurso da Embrapa em Aracaju, optou em coordenar as atividades administrativas no colégio, que muito representa em sua vida. "Fui a procura de Dona Valdice e de Dona Miriam na secretaria, para aproveitá-las como fiscais. Dona Miriam, que era secretária do Atheneu, foi até o arquivo do colégio e apanhou a minha ficha escolar. Eu não sabia que o colégio era assim tão organizado. Quando passei meus olhos sobre ela vi minhas notas, exame biométrico, todo o meu histórico e isso muito me empolgou. Perguntei se poderia ter acesso a turma de 64, ela mandou que passasse por mais uns dias, e isso aconteceu. Passei a entrar em contato com os meus ex-colegas, e como Aracaju é muito pequeno fui bem-sucedido. Daí surgiu a I Festa de Confraternização dos Ex-colegas do Atheneu. A primeira reunião preparatória aconteceu com quatro pessoas: eu, Max Montalvão, Rosângela Menezes e Sérgio Smith".

Um colega começou a puxar o outro, a coisa foi crescendo e o resultado: a primeira festa reuniu 80 ex-colegas e a última, no ano passado em sua sétima edição, mais de 500 ex-alunos, inclusive, o então prefeito de Aracaju Marcelo Déda, que participou do show de calouros, do conselheiro do TC Reinado Moura, que fez o mesmo. Também as presenças dos deputados Garibalde Mendonça e Augusto Bezerra. O melhor é que pouco importa quem é quem na confraternização dos ex-colegas, todos que da festa participam, se estabeleceram na vida nas mais diversas profissões e voltam ao centenário Atheneu repletos de saudade e gratos pelo que representou o colégio na vida de cada um deles. Uma festa de muita emoção, tal como aconteceu na primeira com seu idealizador, João Quintino. Na noite anterior eu não conseguir dormir pela vontade de reencontrar meus ex-colegas".

Quintino diz que a cada ano a festa agrega mais colegas e a energia é bem maior pela chegada de pessoas de outras turmas. "Começou com a minha". (risos)

Destaca que não é uma festa que visa lucro, e o que sobra a sua comissão organizadora direciona recursos para investimento no próprio colégio. "Devolvemos para o Atheneu o que o Atheneu nos deu de graça: nosso estudo, nossa formação. Na nossa época um grande colégio, grandes mestres".

Revela que a festa é realizada sempre no primeiro sábado de dezembro, e tem certeza que a deste ano, que tem como tema a Discoteca do Chacrinha, e vai acontecer no próximo sábado, dia 2 , no Atheneu Sergipense, a partir das 16 h, com show de Núbia Faro, Show de Calouros e do The Tops a partir das 18h, ficará na história. Não esquece de dizer que a festa tem um site: www.excolegas.com.br

Casou com a colega de trabalho da Embrapa, Maria Ester Déda Gonçalves no ano de 1980, depois de dois anos de namoro. É pai de três filhos: "Aline Gonçalves Moura, formada em arquitetura, Graziela Gonçalves Moura, formada em pedagogia e professora do CCPA, e João Paulo Gonçalves Moura, que está fazendo medicina veterinária".

Texto reproduzido do site: usuarioweb.infonet.com.br/~osmario

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 10 de fevereiro de 2016.

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