sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Dr. Augusto Leite na medicina de Sergipe


Dr. Augusto Leite na medicina de Sergipe
Petrônio Andrade Gomes
Da Academia Sergipana de Medicina.

Findo o curso secundário, inicia-se a grande jornada do Dr. Augusto Leite. Embarcando no vapor Murupi em direção ao Rio de Janeiro em 1903, para fazer o curso de medicina, forma-se no dia 2 de janeiro de 1909, com a tese “Da contra-indicação renal ao emprego do salicilato de sódio”, sob a inspiração do prof. Miguel Couto. Nas férias que teve durante o curso, passava em Riachuelo, onde ajudava o irmão, Sílvio Leite, já médico, em pequenas operações. Em 3 de maio de 1909, acompanhado pelos amigos Gonçalo Rollemberg, Acioli, Manoel Cruz e José de Faro, segue para Capela, instalando-se no sobrado do sr. José Luiz Coelho Campos. Dois dias após, recebe seu primeiro chamado, nada mais nada menos que o sr.

Leandro Maciel. Montado a cavalo, dormiu no engenho Entre Rios, voltando a Capela no outro dia. Foi em Capela onde se entregou de corpo e alma ao estudo da medicina, propiciado pela escassa clientela de então. Permaneceu lá por 3 meses. Ganhou experiência, segurança. Mudou-se para Maroim, também com estadia curta, 100 dias. Em novembro já estava em Aracaju, cidade sem transporte, sem calçamento. As visitas eram feitas a pé, vestido de fraque, bengala e chapéu. A clínica era feita através das mãos, dos olhos, ouvidos, fazendo uso também do olfato e até do gosto. Chegou a operar em residências, em casebres de palha, à luz de querosene.

Em 1913 começa a trabalhar no Hospital Santa Isabel, a convite do desembargador Simeão Sobral. Único hospital existente em Aracaju, com apenas duas enfermarias, sem raios X, laboratório, autoclave, com pouco instrumental cirúrgico, alguns vidros de ventosas e um termo-cautério. Envolto àquela época no mais completo caos, crianças e adultos misturavam-se, não importando as doenças que elas carregavam consigo. A única separação era pelo sexo. Iluminação adequada, higiene, nem pensar! Eram realizadas apenas pequenas intervenções cirúrgicas, aqui e acolá uma amputação. Operava-se na própria sala de curativos, numa mesa de lastro de madeira. Segundo Dr. Augusto, era o que havia de mais moderno em Sergipe... Só para imaginar quão anti-higiênico era aquele nosocômio, o Dr. Pimentel Franco (chefe do Serviço de Mulheres) visitava a sua enfermaria acompanhado de um serviçal portando um fogareiro, o qual exalava incenso ou alcatrão, para afastar o terrível odor.

Viaja para a Europa em junho do mesmo ano, passando 6 meses em Paris, onde toma mais gosto pela Clínica Cirúrgica. Retorna a Sergipe com algum material cirúrgico, reiniciando o trabalho no mesmo Hospital Santa Isabel, onde criou o Serviço de Clínica Cirúrgica. Enfronhou-se na lide cirúrgica, aperfeiçoando-se em cadáveres e com as dores dos pacientes.

Em 9 de novembro de 1914 faz sua primeira laparotomia, fato histórico para a medicina sergipana. O anestésico era o clorofórmio, os ajudantes eram colegas (Silvio Leite, Theodureto, Aristides Fontes, Josaphat Brandão, Carlos Menezes, Jessé Fontes, Moacyr Leite) apanhados na rua ou mesmo nos consultórios. Realizou neste Hospital mais de 400 laparotomias. Em 1918 viu-se envolvido num rumoroso caso médico, digladiando-se com Dr. Helvécio de Dr. Augusto Leite na medicina de Sergipe Andrade, que tomou como algoz. Defendeu-se e partiu para o ataque sem ter sido acusado, foi à imprensa e aos tribunais, trocou correspondência com sumidades médicas de outros estados e colegas da cidade. Desgastado pelo caso, mudou-se para Recife por alguns anos. De volta a Aracaju, reiniciou seus trabalhos como cirurgião, até que numa noite, durante um jantar com médicos em homenagem ao Dr. Paulo Parreiras Horta, estando presente o Governador do Estado, Maurício Graccho Cardoso, definiu-se pela construção do “meio cirúrgico”, tão almejado pelo nosso ilustre colega. Com a pedra fundamental colocada em 1924, inaugurado oficialmente em 2 de maio de 1926 e de fato em julho de 1926 com apenas 6 médicos, construído pedra por pedra sob o olhar vigilante e atento do Dr. Augusto, o Hospital de Cirurgia é mais um fato histórico para a medicina sergipana.

Mesmo com a inauguração do Hospital de Cirurgia não deixou de operar no H. Santa Isabel, embora com dedicação maior ao primeiro, algo bastante natural. Ora, com a construção de um novo hospital em Aracaju, com capacidade para fazer cirurgias de alta complexidade para a época, é óbvio que houvesse diminuição do movimento operatório no Hospital Santa Isabel. Em virtude disso, a direção do mesmo, tendo à frente o Almirante Amynthas José Jorge, juntamente com outros membros, como os Srs. Austeclino Rocha, Guilhermino Chaves de Resende, Guilherme Nabuco Maciel, entre outros, em reunião extraordinária do Conselho Administrativo em 1º de outubro de 1926 resolveu extinguir a “alta cirurgia”, como se denominava as cirurgias de grande porte de então, aumentando os leitos de clínica médica. Tomaram o máximo cuidado em comunicar tal medida ao Dr. Augusto Leite, em especial, devido aos relevantes serviços que prestara ao hospital, deixando claro que “o grande cirurgião” continuaria “a dispor incondicionalmente do referido Hospital”. Tal fato desagradou profundamente o grande cirurgião, respondendo com uma carta em desagravo a tal medida, jurando que nunca mais poria os pés naquele Hospital. Isso mostra o orgulho e a forte personalidade do Dr. Augusto, que não admitia ser contestado. Já no Hospital Cirurgia, em 22 de março de 1927 realiza a primeira histerectomia total por via vaginal e em 5 de maio do mesmo ano a primeira mastectomia com limpeza dos gânglios axilares. Daí por diante, só conquistas: a Maternidade Francino Melo, onde em 13 de junho de 1931 nasce a primeira criança, que ganha o nome de Maria Augusta; serviços de radioterapia, radiologia, medicina e cirurgia experimental, Centro de Estudos, anátomo-patologia (aonde chegou a possuir mais de 2000 peças). Defensor intransigente da criança, instala em 24 de junho de 1933 o Instituto de Proteção e Assistência à Infância de Sergipe. Também é de sua responsabilidade o Serviço de Assistência Obstétrica Domiciliar.

Mais anos se passam e eis que surge Dr. Gileno Lima para quebrar o orgulho do mestre. Por dois anos, pacientemente, tenta convencer o amigo e admirador Dr. Augusto a retornar ao H. Santa Isabel. E consegue! No dia 9 de novembro de 1964, trazido pelo diretor do H. Santa Isabel, o inesquecível Dr. Gileno Lima, o grande cirurgião refaz a mesma cirurgia que fizera há 50 anos, retirando um grande fibroma uterino. E vem o gesto nobre de reconhecimento e veneração: doa ao Hospital Santa Isabel o “Bisturi de Ouro” que havia recebido em 1959 da classe médica sergipana, em comemoração ao seu cinqüentenário de formatura. Gileno recebe o “bisturi” e o coloca num nicho em parede do referido Hospital. Nas futuras reformas do hospital, paredes foram derrubadas mas o bisturi foi guardado. Em 2007, em visita ao Hospital, membros da Academia Sergipana de Medicina ( Drs. Lúcio Prado, Antônio Samarone, Hamilton Maciel e eu ) descobriram o bisturi, cuidadosamente guardado por uma antiga funcionária do Hospital, dona Helena, numa gaveta de sua mesa de trabalho, envolto por um papel.

Esse bisturi foi gentilmente doado pelo Dr. José Carlos Pinheiro (atual diretor do Hospital) à Academia Sergipana de Medicina, orgulhosamente trazido por mim ao Museu Médico da Somese, onde repousa. Paralelo à sua carreira médica, enfronhou-se pela política, chegando a ser senador constituinte, chefe de partido político, com ação destacadíssima. Seus embates na tribuna eram sempre escorreiPetrônio Andrade Gomes
Da Academia Sergipana de Medicina tos, límpidos. Mas a medicina foi mais forte, optando por abandonar a política em 1937, para gáudio nosso. Sua maior obra foi, sem sombra de dúvida, o Hospital Cirurgia. Era sua maior paixão, inegavelmente.

Enquanto vida e saúde teve, ia todos os dias ao Hospital, com seu corpo franzino e pequenino em altura, mas com uma alma gigantesca, a percorrer todas as dependências, olhando tudo e a todos, inquirindo e cobrando. Nascido em 1886 em Laranjeiras, faleceu em 1978, em Aracaju, com 91 anos, sepultado no Cemitério Santa Isabel.

Texto reproduzido do site: inux.alfamaweb.com.br

Foto reproduzida do site: saolucas-se.com.br

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Aracaju, Doenças, Aterros e Obras



Infonet - Blogs - Luíz A. Barreto - 30/03/2005.

Aracaju, Doenças, Aterros e Obras.
Por Luíz Antônio Barreto.

A decisão do presidente Inácio Barbosa de mudar a capital ainda carece de mais amplo e melhor entendimento, para que certas lacunas sejam preenchidas com informações contidas nos documentos públicos, com as quais será possível consignar, nos anais da história, o papel de pelo menos quatro figuras de destaque político: o próprio presidente Inácio Barbosa, o Barão de Propriá – comandante José da Trindade Prado, da Guarda Nacional -, o Barão de Maruim – João Gomes de Melo - e o presidente Salvador Corrêa de Sá e Benevides. Inácio Barbosa foi nomeado presidente da Província de Sergipe em 7 de outubro de 1853, tomou posse em 17 de novembro do mesmo ano, governando até 6 de setembro de 1855, quando chamou a assumir a administração o vice-Barão de Propriá, que permaneceu a frente do Governo até 26 de setembro, passando a chefia da Província ao Barão de Maruim. Salvador Corrêa de Sá e Benevides, nomeado em 24 de dezembro de 1855, tomou posse em 27 de fevereiro de 1856, ficando em Sergipe até 11 de abril de 1857.

Inácio Barbosa tinha pressa em dotar Aracaju das condições de habitabilidade e convocou os capitalistas mais próximos para participarem da somação de esforços em pelo menos três medidas imediatas: o aterro da área central da nova cidade – a Olaria, a construção das várias obras e o combate às doenças que ameaçavam mais que as próprias “febres do Aracaju”. O engenheiro Sebastião José Basílio Pirro, que desde 1848 estava na Província, comissionado, contou com a colaboração de mais dois colegas, para implantar seu projeto, que não era tão simples como querem supor alguns intérpretes da história da capital sergipana. O tenente Coronel José Xavier Garcia de Almeida, encarregado de obras gerais, e Capitão Francisco Pereira da Silva, responsável pelas obras da Província.

As obras começaram em ritmo alucinante. A primeira delas, o Palácio Provisório (atual prédio da Delegacia Fiscal) foi contratada em 23 de março de 1855, menos de uma semana depois da Resolução da mudança, com o tenente coronel Antonio Carneiro de Menezes. Era uma construção relativamente simples, com dois quartos, duas salas de frente, um gabinete, uma sala de jantar, dispensa e cozinha. O presidente Salvador Corrêa de Sá e Benevides mandou ampliar o Palacete, com mais dois quartos, uma estrebaria e um muro. Em 18 de abril, foi contratada a obra da Alfândega, (prédio que está fechado, no fundo da praça General Valadão), construído sobre as ruínas da Alfândega velha. Em 23 de abril o Quartel da Polícia (atual prédio, sem uso, da Secretaria de Estado da Educação, a avenida Ivo do Prado). Em 22 de maio foi lançada a pedra fundamental da Catedral, que não passou de parte do alicerce, e em 15 de junho teve início, no terreno onde deveria ser construída a Catedral, a obra do Palacete da Assembléia Legislativa Provincial. As obras de esgotamento sanitário e de aterro tiveram como responsável o Capitão Francisco Pereira da Silva, enquanto as três fontes que Inácio Barbosa mandou cavar ficaram sob a responsabilidade do tenente coronel José Xavier Garcia de Almeida.

A historiografia sergipana é pródiga para com os presidentes titulares, mas trata pouco dos vices, geralmente quatro, para cumprir certos períodos. Quando foi chamado a assumir o Governo, o Barão de Propriá era o 3º vice-presidente. O Barão de Maruim, que era o 1º vice, estava fora da Província e o 2º vice ou tinha morrido ou estava com algum impedimento. Apesar de passar apenas 20 dias como presidente interino, o Barão de Propriá teve de enfrentar o cólera, tomando providências que livraram Sergipe de uma epidemia de graves proporções. Doente, em Estância, o presidente Inácio Barbosa temia que o cólera que grassava na Província da Bahia pudesse atrapalhar os seus planos de povoar Aracaju com funcionários públicos transferidos de São Cristóvão e com sergipanos de vários lugares. Foi Inácio Barbosa, no leito de morte, quem declarou a “Quarentena” para as embarcações procedentes de portos onde houvesse a epidemia do cólera e criou uma Comissão de 3 médicos para Estância, dentre eles o poeta José Maria Gomes de Souza, um para São Cristóvão – Dr. Francisco Sabino Coelho de Sampaio, e um para Aracaju, o Dr. José Antonio de Freitas Júnior, encarregada do monitoramento da providência.

Inácio Barbosa, em 6 de setembro de 1855, convocou o Barão de Propriá e o mandou assumir o Governo da Província, para tomar outras medidas, como a de contatar com os presidentes das Províncias de Pernambuco e de Alagoas, garantindo o abastecimento de Sergipe, principalmente de comidas e remédios, prejudicado com a decisão de fechar as entradas para os barcos da Bahia e de outros portos ao Sul. O Barão de Propriá, em Relatório datado de 26 de setembro de 1855, com o qual passa a administração da Província ao Barão de Maruim, demonstra toda a sua preocupação com a situação ameaçadora, como um percalço ao intencionário do presidente Inácio Joaquim Barbosa.

As circunstâncias desfavoráveis daquela quadra, incluindo a morte prematura do presidente, não impediram, contudo, o sucesso do projeto de mudança da capital. Os aterros se tornaram rotineiros e vararam o tempo, as doenças foram combatidas, as áreas das construções saneadas, e as obras fizeram de Aracaju um grande canteiro de trabalho, como atesta o relato da visita de Dom Pedro II e sua comitiva a capital sergipana, em janeiro de 1860. Aracaju foi, também, uma vitória da determinação.

Fonte: "Pesquise - Pesquisa de Sergipe/InfoNet". institutotobiasbarreto@infonet.com.br.

Fotos e texto reproduzidos do site: infonet.com.br/luisantoniobarreto

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Obra: "Cabeça Chata", do artista plástico Eurico Luiz


Eurico Luiz dos Santos (1936 - 2004).

Eurico Luiz dos Santos, pintor, escultor, cenógrafo e professor de pintura.

Assinava Eurico Luiz

Nascimento: 20 de novembro de 1936, em Araçatuba/SP
Falecimento: 09 de dezembro de 2004, em Aracaju/SE

Paulista de nascimento, costumava dizer que era “baiano pelo coração e sergipano por adoção”.

Fonte: Mário Britto.
Imagens reproduzidas do blog: bangalocult.blogspot


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Tintiliano Retrata a Arquitetura Antiga








Tintiliano retrata a arquitetura antiga.

Saudosismo. Essa é uma das marcas das obras do artista sergipano Tintiliano. Com 32 anos ele já coleciona diversas obras, que se destacam por retratar a arquitetura antiga e o sentimento interiorano que ele carrega por ter nascido em Propriá, local onde desenvolveu seu dom nos seus primeiros anos de trabalho.

Tintiliano começou a se relacionar com a arte com idade entre 5 e 6 anos, ajudando a avó que produzia artesanato, e apesar de ter se mudado para Aracaju nessa mesma época, devido ao falecimento da avó, nunca deixou de lado a sua cidade natal.

“Mantive a relação com Propriá, e sempre voltava para lá. Acho que, na verdade, a minha escola foi esta cidade. Lá eu saia com meu cavalete e pintava na rua, as pessoas me conheciam e às vezes alguém ia lá e me dava um copo de leite”, relembra Tintiliano, acrescentando que os resquícios coloniais de Propriá sempre atraíram a sua atenção.

Ainda sobre as lembranças da infância e da pré-adolescência, o artista conta que nunca recebeu apoio da família e que já chegou a furtar tintas para poder pintar. “Para comprar material era difícil. Pintava no fundo de casa, montava meu próprio material, pegava caixote de uva para pintar, tinha que fazer mistura para a tinta render e negociava com as pessoas para conseguir trabalho. Meu começo foi muito difícil. As pessoas não me levavam a sério”, recorda.

A respeito da paixão por projetos arquitetônicos antigos, o artista é enfático e alega que o passado lhe atrai mais que o presente. “Se Deus me desse a oportunidade de ter 50 minutos para olhar qualquer período de tempo, não queria saber do futuro e escolheria voltar ao passado”, revela.

Amadurecimento

Sobre o seu amadurecimento enquanto artista, Tintiliano comenta que é autodidata e aprendeu errando. Ele alega que a sua entrada na universidade foi um ‘divisor de águas’ e defende que não é refém de nenhuma técnica, e ainda que o tipo de tinta e de pincel empregados são apenas ferramentas que utiliza para se comunicar com o público.

Tintiliano utilizava, até o ano de 2010, óleo para pintar. Porém, por conta de uma tuberculose, iniciada pelos danos causados pelo produto nocivo, foi proibido de trabalhar com isso e passou a usar muito a aquarela.

“Tem dois anos que uso muita tinta à base de água e me aprimorei mais na técnica. Utilizava o óleo porque era o produto que menos muda suas cores originais. Quanto à aquarela, esta foi um refúgio para a minha saúde. Hoje sou aquarelista por acidente e tive que me readaptar”, comenta Tintiliano.

Influências

Influenciado pelo impressionismo espanhol, o artista destaca ainda que estuda muito a arte de Joaquín Sorolla, e de artistas sergipanos, a exemplo de Florival Santos, Jordão de Oliveira, e do artista plástico radicado em Sergipe Eurico Luiz.

“Não sou uma cópia fiel do impressionismo, e nunca pensei em pisar no campo do abstrato, pois isto não me emociona. O espaço e o conjunto arquitetônico são o que me interessa”, destaca.

Trabalhos

Chamado para fazer diversos trabalhos e para levar sua arte para outros Estados, Tintiliano conta que já ministrou cursos e oficinas, desenvolveu obras para calendários, dentre eles um que retratou as mulheres que trabalhavam no mercado municipal de Aracaju. Ele conta que já pintou também alguns afrescos, ilustrou livros e que além de pinturas sobre tela, produz gravuras em azulejo.

Imagens e texto reproduzidos do site: infonet.com.br/aracaju/2013

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Cotinguiba, o "Tubarão da Praia"

Sede do Cotinguiba, na Avenida Augusto Maynard.
Foto: Thiago Barbosa/globoesporte.com

O 'Tubarão da Praia'.

Cotinguiba o time que 'gerou' o Sergipe...

Trechos pinçados de reportagem de Thiago Barbosa, para globoesporte.com, em 16 de junho de 2012.

Cotinguiba, clube mais antigo de Sergipe...

Da glória a decadência.

Clube mais antigo do futebol sergipano, o centenário Cotinguiba engendrou o Sergipe, seu grande rival da época.

- Alguns integrantes do Cotinguiba, descontentes com algumas situações, acabaram saindo do Tubarão para fundar o próprio clube deles. Daí nasceu o Sergipe, uma semana depois, para ser o nosso primeiro rival - disse Wellington Mangueira.
As agremiações, que nasceram para a prática do remo, partiram logo em seguida para os esportes terrestres. No futebol o Cotinguiba levou a melhor nos primeiros anos em relação ao vermelhinho.

O popular 'Tubarão da Praia' viveu anos gloriosos no esporte bretão. O time foi o primeiro campeão sergipano da história, em 1918. Ao todo, foram 6 títulos da 1ª divisão, um da segundona e 6 torneios início. Mas com o passar do tempo o rei dos mares foi perdendo sua majestade na grama.

Em meados dos anos 50 começou a derrocada do Cotinguiba, que ia perdendo cada vez mais espaço para o Sergipe e se aprofundava em uma crise aumentava a cada dia no departamento de futebol.

- Foram vários fatores que ocasionaram esse enfraquecimento do futebol no Cotinguiba. O primeiro deles foi no período militar. Tinhamos aqui muitos sócios comunistas. Nesta época, Sargentos do Exército é que apitavam os jogos. E eles começaram a perseguir nosso time, influenciando nos resultados. Depois disso veio outro grande problema: como éramos um clube social, nos mantínhamos com a contribuição dos nossos associados e com os grandes bailes de carnaval que promovíamos. Mas em seguida surgiu o Iate Clube de Aracaju e muitos sócios partiram para lá. Tempos depois os carnavais saíram dos clubes e ganharam as ruas, o que contribuiu para aumentar a nossa crise financeira. Com dificuldades para manter nossa sede social, fomos aos poucos abrindo mão do futebol, até acabar de vez.

Depois dos anos 70, o Cotinguiba viveu idas e vindas no futebol. A última participação no Campeonato Sergipano da Divisão de Elite foi em 1996. O último título foi em 1993, da Série A-2.

Ídolos da Bola.

Próximo do parque aquático, na sede social do Cotinguiba, a imponente estátua do ídolo Charuto dá as boas-vindas aos visitantes e revela que o ambiente é carregado de história. A homanagem é a um dos jogadores mais importantes da história do clube.

Ele defendeu as cores do Cotinguiba nos tempos românticos do futebol, quando se jogava por amor e não recebia-se nada em troca. Charuto foi campeão com o Cotinguiba em 1952 e 1957. Tinha a fama de possuir um chute forte. Quando pegava de jeito, mandava um "charuto" para o gol adversário. Era o terror dos rivais que formavam a barreira quando cobrava faltas. Várias redes foram furadas quando ele marcava gols.
Conta-se que, em um determinado jogo, Charuto havia feito três gols, porém o árbitro só validou um, pois não tinha a certeza de que a bola realmente havia entrado, já que ao invés de balançar ele furava as redes.

Charuto chegou ao Cotinguiba em 1945 e só saiu de lá no início da década de 60, passando quase toda a sua carreira no clube onde foi por várias vezes artilheiro.
Outro grande ídolo do Cotinguiba nos gramados foi o atacante Carlos Tirso, considerado o maior artilheiro de todos os tempos do futebol sergipano.

Tirso conseguiu bater um recorde ainda hoje inalcançável. Ele foi autor de dez gols em um só jogo. Nos dias de hoje, pediria três músicas no Fantástico e ainda sobraria um tento.

O cenário deste grande feito foi o antigo Estádio de Aracaju, onde foi erguido tempos depois o Batistão. Melhor equipe do futebol sergipano na época, o Cotinguiba massacrou o Atlético.

Com 19 anos de idade, Carlos Tirso formada ao lado de Gélio, Moraes e Canabrava um ataque impiedoso. Ele marcou 10 gols na vitória por 11 a 1.

Mas segundo o próprio jogador, ele teria marcado na verdade os 11 tentos do Tubarão da Praia, mas em um deles, antes de a bola entrar, teria desviado no 'traseiro' do defensor adversário e o juíz acabou considerando um gol contra.
Tempos depois, em 1942, Carlos Tirso foi Campeão Sergipano como treinador da equipe.

Perdeu-se no tempo.

Nos tempos áureos, Cotinguiba e Sergipe travavam duelos também nas arquibancadas, para confirmar qual agremiação tinha mais torcida. O páreo era equilibrado, mas com a queda vertiginosa do Tubarão da Praia e a ascensão cada vez maior do Alvirrubro, os torcedores colorados aumentaram bastante em número, já os do Cotinguiba esvaíam-se na proporção em que o futebol deixava de existir no clube.
Com a popularidade do Confiança, muitos torcedores 'migraram' para o bairro Industrial, já que nascia ali o novo rival do Sergipe.

José Wiltemberg dos Santos, o popular 'Galera', é exemplo vivo deste fenômeno. Prático amigo do lendário Zé Peixe, passou a vida nas águas guiando embarcações no antigo rio Cotinguiba, passou também a vida inteira na sede do clube, que frequenta até hoje para jogar conversa fora com os amigos.

Galera chegou a ser roupeiro e massagista do Cotinguiba nos tempos em que o futebol era forte. Também era 'torcedor de arquibancada'. Mas com o encerramento das atividades futebolísticas o coração continuou azul, mas batia a partir de então pelo time proletário.

- Meu clube de coração é o Cotinguiba, mas no futebol torço para o Confiança. Não tem nada a ver isso né, passei a minha vida aqui, não tenho nenhuma ligação com o Confiança, não conheco ninguém lá e nunca fui à sede deles, mas como o futebol deixou de existir aqui passei a torcer para o Confiança - disse o aposentado.

Lula também é torcedor do Confiança.

Caso semelhante ao de Galera aconteceu com Lula. Sócio há anos do Cotinguiba, passou boa parte de sua vida no clube, foi campeão como treinador de futsal por lá e, quando se aposentou do serviço público trocou a comodidade da aposentadoria pelo trabalho voluntário no clube. Cuida com bastante zelo das instalações, mas no campo da bola também escolheu o Confiança.
- Digo isso com muita tristeza. Este clube tem uma história linda no futebol. Por aqui passaram grandes craques. Claro que hoje era para eu ser um torcedor fanático do Cotinguiba, toda minha história está aqui dentro, mas o futebol morreu aqui. Espero que possa realmente se reerguer em breve. Se jogarem Cotinguiba e Confiança certamente torcerei pelo Cotinguiba - declarou.

De acordo com a direção do Cotinguiba, a resposta se o time realmente estará de volta ao futebol será dada nos próximos dias, a depender do apoio financeiro que o clube vai receber. Enquanto isso os amantes do simpático tubarão esperam que os tempos áureos possam voltar, que a torcida seja novamente grande, como era antigamente, e que o time retome a rotina de levantar taças no futebol sergipano.
  
O Presidente do Clube Wellington Mangueira.
Foto: Thiago Barbosa/globoesporte.com

 Uma das primeiras formações do Cotinguiba, na década de 20.
Foto: Arquivo Pessoal/Cotinguiba.

Em meio ao pó, alguns troféus conquistados nos áureos tempos.
Foto: Thiago Barbosa/globoesporte.com

Charuto tem estátua na sede do Cotinguiba.
Foto: Thiago Barbosa/globoesporte.com

Carlos Tirso fez 10 gols em um jogo.
Foto: Arquivo.

Time do Cotinguiba campeão em 1942, Tirso era o treinador. 
Foto: Arquivo Pessoal/Cotinguiba.

Galera ama Cotinguiba, mas torce para o Confiança.
Foto: Thiago Barbosa/globoesporte.com

Lula também é torcedor do Confiança.
Foto: Thiago Barbosa/globoesporte.com

Todas as foto e o texto foram reproduzidos do site: globoesporte.globo.com/se/noticia

Postagem originária do Facebook/MTéSERGIPE, de 28 de novembro de 2013.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Cadastro de Sergipe


"Tenho postado fotos antigas. Por um lapso não tenho dado a fonte. São de dois Cadastros de Sergipe, um de 1933 e outro de 1949, que me foram cedidos por empréstimo, gentilmente pelo Engenheiro Luis Eduardo Magalhães". (PRDB).

Imagem: acervo Paulo Roberto Dantas Brandão.

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 26 de novembro de 2013.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Uma grande mulher!


Uma grande mulher!

Conheci e amei o Confiança, antes de conhecê-la. Noivos, recebemos do técnico Rubinho, a faixa de Campeão Sergipano Invicto de 1968. Já como minha esposa, sempre recebi dela todo apoio e compreensão, nos momentos que assumi o comando da Diretoria Executiva e de decisões que comprometiam nosso orçamento familiar. Médica Geral e Psicanalista, Ângela continua incentivando meu trabalho e minha dedicação a causa da AD Confiança. (MP).

Foto e texto reproduzidos do site: fotolog.com.br/adconfianca

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 25 de novembro de 2013.

Confiança - 70 anos de glórias


Confiança - 70 anos de glórias.

Fundado no dia 01 de Maio de 1936, a Associação Desportiva Confiança, comemorou o ano passado, seus 70 anos de existência no cenário do futebol brasileiro. O ponto alto das comemorações foi o encontro de veteranos e novos dirigentes,além de ex-atletas e torcedores de todas as idades. Esta foto, reune o atual presidente Miltinho, além dos proletários Prof. Jouberto Uchôa, Lygia e Matias Paulino (meus compadres). Estiveram também presentes à solenidade o grande presidente super-campeão Walquírio Correia Lima, El Carlos Cruz e o saudoso Cel. Tadeu Cruz (vice-presidente na época).

Foto e texto reproduzidos do site: fotolog.com.br/adconfianca

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, 25 de novembro de 2013.

1936 - Como tudo começou...


1936 - Como tudo começou... (Parte 02)

O Voleibol feminino do Confiança foi também campeoníssimo  de 1938 a 1947, numa incontestável hegemonia. Epaminondas Vital, como técnico organizou e dirigiu as maiores equipes do vôlei  proletário.Na formação desta foto vemos em pé : Maria Julia, Julita, Bidon e Anísia.  Ajoelhadas: Leuzina, Amélia,  Lenalda  e  Clarita.Nosso colaborador e torcedor proletário Robson Porto,tem nos enviado notícias da época, publicadas no Jornal Correio de Aracaju,datadas de 1945, com farto material sobre Vôlei  e Basquetebol. O futebol do Confiança só veio posteriormente, no dia 01 de Maio de 1949. Com a criação do Departamento de Futebol.


Foto e texto reproduzidos do site: fotolog.com.br/adconfianca

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 25 de novembro de 2013.

Celso Dantas - O adeus a um grande proletário!


Celso Dantas - O adeus a um grande proletário!

Em Dezembro de 2006 tomei posse na Academia de Medicina de Sergipe na cadeira que tem como Patrono o saudoso e eminente médico Gilvan Rocha. O que parecia ser um simples evento, revestiu-se ao final da solenidade de invulgar brilho com a agradável surpresa que o acadêmico Lúcio Prado preparou, convidando o Dr. Celso Dantas para cantar, acompanhado pelo tecladista e também médico Sérgio Lopes.

Conheci Celso Dantas há mais de 40 anos, como torcedor, conselheiro e supervisor da Associação Desportiva Confiança. Lembro-me que ao lado dos inesquecíveis jornalista Carlo Mota e do treinador Dequinha, foi responsável pela vinda do famoso atacante Nunes para o clube proletário. Não era incomum, nas numeradas do Batistão, Celso desfraldar a bandeira alvi-anil e com sua potente voz conclamar os torcedores para que contribuíssem financeiramente com o clube do seu coração.

Conheci Celso Dantas como o competente, austero e dedicado economista que ocupou os cargos de Superintendente do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e posteriormente a presidência do Instituto de Previdência do Estado de Sergipe (IPES).

Conhecí Celso Dantas o seresteiro que juntamente com o músico sergipano Carlos Augusto, aceitou e defendeu a música Tema de José de minha autoria , por ocasião do 1º Festival da Música Sergipana, realizado no extinto Cinema Vitória, obtendo classificação, entre as 3 melhores composições. Volto a falar da minha posse na Academia e da surpresa que estava reservada,quando Celso apareceu todo engravatado e com sua emocionada voz, cantou a primeira estrofe da música Tema de José, que ele defendeu há 33 anos, no Festival.: São lágrimas tão quentes, correndo no rosto da gente, sem poder parar... Enfim no sertão chovia e o pobre sorria, vendo sua terra molhar...

E se não bastasse a emoção que me levou às lágrimas, fui homenageado pelo querido amigo quando visivelmente emocionado,enalteceu o valor da classe médica e também cantou Tarde demais para esquecer tema sonoro do magnífico filme dos anos 70, estrelado por Débora Kerr e Gary Grant, que marcou minha juventude nas tardes de domingo no Cine Palace.

No dia 11 do corrente, Celso Dantas aos 69 anos de idade partiu para os braços do Todo Poderoso, deixando uma grande saudade no coração dos seus familiares e de todos nós.

Este fotolg está sendo reapresentado agora com a foto de Celso, na solenidade da Academia Médica.

Foto e texto reproduzidos do site: fotolog.com.br/adconfianca

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 25 de novembro de 2013.

Dragão sai da Federação - torcida protesta nas ruas


Dragão sai da Federação - torcida protesta nas ruas.

Um dos fatos mais marcantes na história do do Confiança, foi o rompimento com a FSD, por motivo da decisão do campeonato de 1955 que dava nos " bastidores" o título para o C.S.S.Comandados pelo Patrono Joaquim Sabino e pelo deputado estadual Torres Júnior, os torcedores saíram às ruas de Aracaju para protestar.

Os últimos acontecimentos esportivos que originaram no afastamento da Associação Desportiva Confiança, da Federação Sergipana de Desportos, não nos parece ter a gravidade precisa que merecesse da parte dos diretores do clube proletário tão enérgica quão arrogante atitude.

Mesmo admitindo houvesse o campeão de 54, sofrido uma série interminável de perseguições e injustiças, do presidente da F.S.D., Sr. Manoel Moura Filho, conforme declarações do Sr. J. Montes, presidente do Confiança, mesmo assim achamos injustificável o seu afastamento da liga, considerado por muita gente como extemporâneo e violento. Melhor seria que os dirigentes do Confiança não avançasse tanto antes de apurar as acusações de culpa formuladas contra seus atletas, e aceitasse as determinações da mentora sergipana, para a realização do segundo jogo com o clube Sergipe, em qualquer campo, dando-lhes uma demonstração de que realmente são esportistas, e empreendendo maiores esforços no sentido de positivar mais uma vez o poderio de sua equipe. Findo os compromissos derradeiros desta jornada pelo campeonato de futebol da cidade deste ano, qualquer que fosse o seu resultado não seria demais se os diretores do clube prejudicado voltassem a reexaminar a questão, já com o propósito definitivo de em caso de não ser mais possível o perfeito entrelaçamento de relações amistosas entre seu clube e o presidente da F.S.D., aí então dar-se-ia o seu afastamento, mesmo temporário, em forma de licença, até quando permanecesse na presidência da Liga, o Sr. Moura Filho.

Estas observações que ora fazemos, nesta altura dos acontecimentos, em nada vem diminuir ou condenar a posição já assumida pelo valoroso conjunto "proletário". Não usaremos esta coluna para fins desagregadores. Não sabemos onde está a razão, e por isso mesmo não opinaremos contra ou a favor do Confiança. Do mesmo modo não possuímos as armas necessárias para combater o Sr. Moura Filho. Nos limitamos a comentar as ocorrências com imparcialidade, atribuindo tais atitudes como frutos de paixões exacerbadas, partidas de espíritos egoístas e inconformados, deste ou daquele lado, de elementos que nunca foram desportistas e que jamais compreenderam que o esporte é alegria e amizade entre os povos. Mas, o esporte sergipano, não sofrerá tamanho golpe sem o nosso protesto. Batalharemos pelo seu soerguimento e combateremos por todos os meios ao nosso alcance contra aqueles que desejam a sua destruição.

Quanto ao clube Sergipe, seu adversário nestas batalhas finais, pela posse do título não merece da nossa parte ser criticado pela decisão que tomou - usou de um direito lícito que lhe assiste. O título conquistado em nada lhe decepciona.

Os demais clubes que deram apoio ao presidente Moura Filho, nesta questão que resultou na renuncia da A.D. Confiança, da F.S.D., também usaram o direito legal, e certamente não acompanharam o clube do Sr. Montes porque têm suas razões ocultas que somente a eles cabem revelar. Enfim, todos agiram acertadamente ou estão implicados no mesmo erro. De nossa parte que sentimos a ausência do quadro do Bairro Industrial do futebol sergipano, (caso sua decisão tenha sido definitiva) lamentamos o ocorrido, esperando que fatos decepcionantes como o que estamos assistindo, não continuem desmoralizando um passado digno e honroso dos desportistas dos nossos antepassados que souberam com altivez e dignidade elevar o nome esportivo do nosso pequenino Estado.

Matéria assinada por Hildebrando Lima e publicada no Jornal de Sergipe em 15/12/1955 (Dos arquivos de Robson Porto).

Foto e texto reproduzidos do site: fotolog.com.br/adconfianca

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 25 de novembro de 2013.

Matias e Lígia - Verdadeiros Proletários.


Matias e Lígia - Verdadeiros Proletários.

Conheci Dr. Matias Paulino da Silva no final dos anos 60 nas hostes proletárias. Casado com a a advogada Dra. Maria Lígia Maynard Silva, apaixonada torcedora do Dragão e também ex-integrante da diretoria alvi-anil, Matias foi meu vice-presidente em 1970 quando assumí o comando do time proletário pela primeira vez. O casal azulino batizou minha primeira filha Luciana. Certa vez o Dragão jogava fora do Estado, com Matias chefiando a delegação alvi-anil. Na impossibilidade da presença de um médico naquele momento "meu cumpadre" que também é médico, mas veterinário, assumiu o Departamento Médico e atendeu aos atletas com a maior atenção possível. Foi na varanda de sua casa, que nós diretores do Dragão, aconselhamos o atleta João de Oliveira Nunes (Joãozinho) trocar de nome e passar à ser chamado NUNES, que mais tarde brilharia na seleção e nos maiores clubes brasileiros. (MP).

Em foto recente, Matias conversa com técnico Simões, no Batistão por ocasião da Festa das Faixas de Campeão 2008.

Foto e texto reproduzidos do site: fotolog.com.br/adconfianca

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Dragão 2 X 1 no Sergipe - Campeão Invicto 1968


Dragão 2 X 1 no Sergipe - Campeão Invicto 1968.

O Super-Super  campeonato sergipano que conquistamos em 1968, em empolgante final no Sabino, quando derrotamos o C.S. Sergipe, por 2 x 1 (dois gols de Vevé, "o canhão do Bairro") foi para mim um dos momentos mais marcantes, quando ainda era acadêmico de medicina ou "facultativo" do Confiança, segundo o radialista Gilson Rollemberg. Nesta foto, o técnico Rubinho, no intervalo de um dos jogos, orienta o goleiro Gilton e o lateral Sóstenes. Ao meu lado, o massagista Unaldo cuida dos atletas que saboreiam laranjas, no próprio gramado do Estádio Proletário.

Bons tempos aqueles...

Foto e texto reproduzidos do site: fotolog.com.br/adconfianca

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2012 – ADC ganha o troféu Estado de Sergipe


2012 – ADC ganha o troféu Estado de Sergipe. 

É bem verdade que não conquistamos o título de 2012, por força de um regulamento que não premiou o melhor time do certame em número de pontos ganhos. Mas, fazer o que?

Aproveito esta foto para agradecer de modo especial ao dirigente João Fonseca, que me convidou para colaborar com nosso time na área médica, desde novembro de 2011. Aliás, nunca deixei ao longo de mais de 40 anos de colaborar, com a ADC, ocupando todos os cargos do Clube. Este ano, com algum sacrifício pessoal, cheguei até á ocupar a búrica do time, nos jogos finais do certame, culminando com a conquista da Taça apresentada acima e do vice-campeonato de Sergipe.

O trabalho do DM contou também com a participação de Gilmar (Mamá), Radar Massaterapeuta) e do ex-fisioterapeuta do clube Paulo Moura..

Médico sempre serei! Torcedor proletário da mesma formal!

Fotolog de Marcos Prado Dias e J. Robson Porto
A foto é de Rozendo Aragão - Assessor de Imprensa da ADC.

Foto e texto reproduzidos do site: fotolog.com.br/adconfianca

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1976/77 - Uma Seleção de Craques


1976/77 - Uma Seleção de Craques.

O Bi-Campeonato Sergipano de 1976/77, ficou indelevelmente gravado na gloriosa história da A. D. Confiança.

A A.C.D.S. (Associação dos Cronistas Desportivos de Sergipe) premiou nos estúdios da TV Atalaia, os melhores do ano (praticamente todo time proletário).

Nesta histórica foto, tirada no local da homenagem vemos em primeiro plano: os saudosos radialistas Jurandí Santos e Gilson Rollemberg,os atletas Gilson ,Zé Luis (goleiro), Lourival, Fiscina ,Dudu, Dery,Edmur Cruz(técnico, já falecido) além dos cronistas Alcei de Carvalho e José Carlos Oliveira.
Agachados: Raimundo Macedo (Pingo de Leite) Nininho, Furiba, Mica,Luis Carlos Bossa-Nova, Joaozinho da Mangueira, Leó Filho e Givaldo Batista. (Esta foto é da coleção de Luis Carlos.)

Arquivos de Marcos Prado e J.Robson Porto.

Foto e texto reproduzidos do site: fotolog.com/adconfianca

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Nunes - Grande Artilheiro do Dragão!

Nunes e Dr Marcos Prado.

Nunes - Grande Artilheiro do Dragão!

Quando ele chegou para o Confiança,por intermédio do saudoso técnico Dequinha, era apenas Joãozinho ou João Cobrinha.Uma noite na residência de Matias e Lygia Maynard,em reunião de Diretoria,conversamos com ele e a partir daquele momento, o Sr.joão Oliveira Nunes, passou á ser conhecido como NUNES.

NUNES, marcou sua passagem pelo Confiança, clube que o projetou para o cenário nacional, com belíssimos gols.Em 1974, foi o maior goleador do certame sergipano com 17 gols.Lembro-m que mesmo febril,com mais de 38 graus de temperatura,ele desobedeceu a orientação médica, e entrou em campo, contra o Vasco Esporte Clube, pelo campeonato sergipano marcando um dos mais belos gols que o Batistão já assistiu, de bicicleta, no empate do Dragão com o clube cruz-maltino por 2 x 2. Um verdadeiro gol de placa.

Na foto, a revisão médica realizada na concentração da chácara do Santo Antônio, um dia antes do jogo. No ano seguinte, Dr. Hercilio Cruz,Presidente do Conselho e de acordo com a Diretoria proletária promoveu sua negociação com o Santa-Cruz (Pe) e daí para o futebol carioca onde no FLU e posteriormente no Flamengo conquistou inúmeros títulos, inclusive Libertadores e Mundial, atuando também na Seleção Brasileira.

Arquivos de Marcos Prado e Robson Porto.

Foto e texto reproduzidos do site: fotolog.com.br/adconfianca

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 25 de novembro de 2013.

Adeus amigo Simões!

Marcos Prado e Maurício Simões.

Adeus amigo Simões!

Esta foto,foi por ocasião do retôrno,de Mauríco Simões ao Confiança, que culminou com a conquista do Campeonato Sergipano de 2008 e após brilhante campanha em memoráveis jogos, faltou pouco para atingirmos a série B do campeonato brasileiro.

Nome: José Mauricio Fernandes Simões
Nascimento: 11/08/1963 Estado Civil: Casado
E-mail: jms.simoes@hotmail.comContato:
(81) 99172770

2001 - A.D. Confiança(SE) - Campeão Estadual - Eleito Técnico do Ano
2002 - A.D. Confiança(SE) - Bi-Campeão Estadual Invicto
2003 - Clube Sportivo Sergipe(SE) - Campeão Estadual
2004 - A.D. Confiança(SE) - Campeão Estadual
2008- A.D. Confiança(SE) - Campeão Estadual

Faleceu no dia 18 de outubro (Dia do meu aniversário), aos 48 anos de idade, com 14 títulos conquistados no nordeste do pais, onde era considerado o REI do FUTEBOL NORDESTINO.

DESCANSE EM PAZ AMIGO... (MP).

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Tadeu Cruz - Grande Saudade Proletária


Ewerton do Detran, Tadéu Cruz, João Mendonça, Marcos Prado e Arício Rezende. (Todos deram sua parcela na conquista do Título).

Campeonato Sergipano de 2001.

Após o polêmico campeonato de 2000, que não acabou, e que moralmente nos o conquistamos, restava ao Confiança provar no ano seguinte que o título seria nosso. E não deu outra! Mesmo com uma administração corajosa,mas polêmica, que tinha a frente o desportista Célio França,ganhamos o primeiro campeonato do novo milênio. Ewerton do Detran, o saudoso Tadeu Cruz, João Mendonça e Arício Rezende, Elcarlos Cruz muito contribuíram para a inédita conquista proletária.Eu estava, como sempre estive à frente do Departamento Médico do Dragão. O técnico era Maurício Simões.

Nosso Álbum hoje homenageia o exemplar Coronel Tadeu Cruz,um desportista que levado por mim para o Dragão ocupou diversos cargos até a Presidência do Conselho, tendo sido um dos mais destacados dirigentes pela sua seriedade e competência, fato que foi comprovado, quando estimulou clubes de outros municípios como Propriá e Maruim, quando Delegado daquelas cidades.

Na imprensa, criou um modelar e aplaudido programa semanal "Domingo no Clube" hoje, muito bem conduzido pelo seu filho e meu afilhado Sérgio Tadeu, que desde menino era levado pelo pai para aprender na emissora Aperipê os segredos do estúdio e do chorinho.

Ainda no Confiança, Tadeu colaborava com a parte social ao realizar eventos e grandes promoções com atletas e associados.

Seu prematuro desaparecimento deixou o desporto sergipano mais pobre e carente de bons quadros.

Foto e texto reproduzidos do site: fotolog.com.br/adconfianca

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, em 25 de novembro de 2013.

Rubens Chaves

Rubens Chaves e Marcos Prado

Rubens Sabino Ribeiro Chaves, filho do Patrono do Confiança Joaquim SR Chaves, nasceu em Aracaju, onde iniciou seus estudos. Colou grau em Arquitetura pela Universidade da Bahia.Foi fundador do Clube de Engenharia e do Lions-Sergipe, assumiu diversos cargos de importância nos governos municipal e estadual.Foi Presidente da Executiva, do Conselho Deliberativo e Conselheiro da Associação Desportiva Confiança, clube que tanto amou e que dedicou grande parte de sua vida á causa proletária com especialização nas divisões de base. Polêmico, autêntico, mais acima de tudo azulino Rubens, nunca será esquecido no Dragão.

Esta foto (uma de suas últimas), foi colhida na noite de autógrafos do seu livro " ARACAJU : Para onde você vai?".

Foto e texto reproduzidos do site: fotolog.com.br/adconfianca

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Dragão - 70 anos de vitórias. (2006)


Dragão - 70 anos de vitórias. (2006).

"No ano de 36, no esporte do Brasil, surgiu mais uma estrela, brilhando no céu anil ..." estrofe da música que compusemos por ocasião dos 50 anos do clube proletário em 1986. No dia 01 de Maio do ano passado completamos 70 anos de glórias.Esta foto, com o bolo de aniversário, homenageia alguns dos proletários em diversas épocas : Em torno dos grandes dirigentes, presidente Valquírio Lima e Dra. Lígia Maynard, destacamos Matias Paulino, o saudoso Tadeu Cruz, Tonho do Caldinho, presidente Milton Dantas, Aurélio, Luizinho da Trovão, Sávinho Garcez, professor Joubert Uchoa e Juca (Bala) Dantas.

Foto e texto reproduzidos do site: fotolog.com.br/adconfianca

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 25 de novembro de 2013.

sábado, 23 de novembro de 2013

Conluios com a Web


Conluios com a Web

Meu processo de escrita tem sido sempre o mesmo. Visto uma bermuda velha de agradáveis passados, calço uma havaiana furada no calcanhar e aviso aos circundantes domésticos com falso mau humor: vou beber no facebook. Todos riem nesta hora. Depois abro um vinho e coloco dois prevenidos latões de cerveja no congelador, para segurar, até mais tarde, o papo virtual com os amigos seguidores.

Abro o feed e leio tudo o que me toca o entusiasmo, às vezes comentando ou apenas curtindo e outras compartilhando, quando o que leio é o que eu gostaria de ter postado e tem a minha inteira concordância. Levo em conta também os seguidores que interagem comigo e que me fazem estar aqui, nesta conversa de viciosa inteligência que tanto me apraz.

Meia garrafa depois eu escrevo. Levo um tempo buscando no Google a melhor ilustração para a minha viajem e curto muito achar naquela Babilônia a ilustração ideal para o sentimento que quero remeter aos meus benéficos leitores.

Ai então me resta aguardar as manifestações de apreço e concordância, os reparos certeiros, as raras obtemporações e os profusos elogios ao que eu posto, o necessário acumpliciamento diverso que me anima a continuar escrevendo e postando no Facebook. Saibam que levo muito a sério o julgamento de todos vocês, já que nada os obriga a me curtir. Esta moderna interação entre escritor e leitor é a mais profícua novidade na cadeia produtiva que move a literatura nesses tempos ainda mal entendidos da comunicação via Web.

Já no pé da garrafa eu costumo recorrer ao joguinho da Paciência, outro vício que o computador nos traz, e jogo o jogo até que algum de vocês faça soar a sineta da sua presença em meu universo virtual.
Gosto muito de compreender esse novo tempo.

Amaral Cavalcante.

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 23 de novembro de 2013.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Joana Doceira


Joana Doceira

Joana Doceira vendia iscas de mamão cristalizado, jenipapo seco, umas balas de mel pegajosas e doce batido em tacho de cobre. O de batata vinha com grânulos esquisitos e o de goiaba açucarava em cima, mas no de araçá o azedinho enganoso da fruta nos comportava. Ô doce bom!

Mas só a meninada lhe fazia freguesia.

É que tinha também um quebra queixo briguento, impossível de morder por cariados e banguelas, inesquecível. Do tabuleiro lodento ela tirava com certo esforço, uma lasquinha do doce e competia a nós, meninos de Simão Dias, brigar a ferro e foice para degustá-lo, com a precária dentição que, descuidada, doía-nos em cáries e incomodações.

O quebra-queixo na boca resistia um tanto, mas ia liberando pouco a pouco os seus mistérios de açúcar: lembranças de cocadas velhas, tons longínquos de maria-mole e sobressaltos de baunilha. Joana Doceira deixava restar no quebra-queixo o gosto primordial da maravilha: o sabor de goiabas amassadas, um gosto de chão arrematado nas frutas do quintal, no açúcar que olhe permitia reinar entre os meninos e as fritas impossíveis de mais doçuras por ela cristalizadas e finalmente prontas ao deguste das nossas papilas infantis.

Ficava no oitão da minha casa, a venda dela, que nem platibanda tinha. Lá dentro, após o batente de ardósia polida por gerações de pezinhos, um escuro balcão paupérrimo de festa. Prateleiras destroncadas expunham pucumãns e intrincados alfenins de bosta de mosca sustinham a nosa avidez. Falanges de baratas bêbadas crocritavam babadinhos de celofane, apresentando-se à nós como se fossem elas a operárias de tudo, funcionárias de Joana a recepcionar a rica freguesia com seus tostões em punho.

Sá Joana Doceira estava muito velha! Tínhamos que gritar três vezes e esmurrar o balcão com vigorosos chamamentos para que, lentamente, balançando os peitões e arrumando a carapinha, Sá Joana aparecesse. Adernava a bundona enorme, parcamente disfarçada num camisolão de madrasto. Vinha desentalando os panos do fiofó, enquanto abria um sorriso de negra velha com o olho derramado em nossos dez tostões.

Um dia fui além do balcão. Tinha vontade de ver, nos armários, a imundície de onde emergia o corrompido sabor dos meus doces queridos. Desci dois degraus. No catre à esquerda, lençóis sujos. Na parede, uma Senhora Sant’Ana ensinava Maria a rezar. Um cotôco de vela na prateleirinha pedia por Joana - que adjutórios quereria ela? Depois, a cozinha: trecos, pandarecos, um fogão de lenha crepitando aceso cozinhava doces.

Daí uma meia porta de tramelas acessava o quintal

Esta crônica chega até aqui para maravilhar o leitor. O quintal de Joana era um segredo palato, guardado nas deslembradas cavernas da infância de qualquer um. Povoado de goiabeiras e romãs, tomado pela natureza afável dos quintais recônditos, era um lugar de sonhos. Um pé de maracujá guerreava com as telhas, sob as bênçãos de um sapotizeiro tão velho quanto a cristandade. No chão, acompanhando o rego de águas detritas, uma colorida procissão de cravos. Ao fundo, rente à cerca, uma roseira tenaz ria de tudo, com seu cheiro de amor adocicado e o intrincado rococós de pétalas que sabia à cocada puxa, um cheiro que lhe entranha a memória e que nunca desvanece, grudado na lembrança daquele quintal.

Um pé de abacate havia, de graviola também. Goiabeiras perebentas de flexíveis galhos, uma floresta de araçá. Dois mamoeiros heráldicos como minaretes em busca do céu e uma jenipapeira decente sombreavam verbênias de vários matizes e adálias de tronco esguio cochichando às margaridas enxeridas que atapetavam o chão.

Tinha também um tamborete aleijado pondo-se útil com três pernas. Bom sentar atônito e confiante puxar conversa, se desse, com o diabinho das plantas.

Nunca voltei de lá. Fiquei no mundo doce de açúcares imemoriais onde Joana vivia a inventar paladares.

Bruxa velha, imunda e boa, Joana Doceira dos meus sujos sabores.

Amaral Cavalcante.

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 19 de novembro de 2013.