sábado, 29 de setembro de 2012

"Aracaju de Ontem e de Hoje", de Jaime Gomes Junior - 12

"Antigo Quartel do Exército 28º BC (também conhecido na época como Quartel de Linha). O quartel já não existe mais o mesmo foi demolido dando lugar ao Hotel Palace de Aracaju inaugurado em 24-06-1962". Foto: acervo Junior Gomes.


Postagem original na página do Facebook, em 27 de Setembro de 2012.

Florisval Santos, Amaral Cavalcante, Joubert Moraes e Eduardo

"Armando Maynard, mais uma vez: Florisval Santos; Amaral Cavalcante; Joubert Moraes e Dudu Cabral na inauguração da Galeria Acauã!". (Eduardo Cabral). Foto: acervo Eduardo Cabral.

Postagem original na página do Facebook, em 28 de Setembro de 2012.

"Aracaju de Ontem e de Hoje", de Jaime Gomes Junior - 11


"Antigo Cassino Atlântico, anos 20/30. O Cassino pertenceu a Araujo e Rubens. Possuía um ótimo serviço de bar, belos conjuntos de artistas da época e ficava aberto todos os dias. Estava localizado no melhor ponto da cidade na época a Praça Inácio Barbosa, atual Mercado Thales Ferraz. O cassino já não existe mais, hoje funciona o Super Mercado G.BARBOSA. Foto atual de 2012". (Junior Gomes).

Postagem original na página do facebook, em 24 de Setembro de 2012.

Soldados de Sergipe na Época da Segunda Guerra Mundial

"Foto histórica aqui no grupo, soldados de Sergipe, com bandeira nazista capturada na Segunda Guerra Mundial".  (JG). Foto: acervo de Junior Gomes.

Postagem original na página do Facebook, em 28 de Setembro de 2012.

Peças do "Carrossel do Seu Tobias", em Aracaju

Foto: acervo de Robério Santos.

Postagem original na página do Facebook, em 28 de Setembro de 2012.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Centenário de José Rollemberg Leite


JOSÉ ROLLEMBERG LEITE.*
 Nascimento: 19/09/1912 (Riachuelo/SE)
Falecimento: 1996
Formação: Professor.
Mandato como Governador de Sergipe: de 1947 a 1951 e de 1975 a 1979.
Outros mandatos: Senador (1965-1970).
Eleito indiretamente.

*Fonte: casacivil.se.gov.br
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HOMENAGEM A CENTENÁRIO DE JOSE ROLLEMBERG *

O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) apresentou requerimento de congratulações pelos 100 anos do nascimento do ex-governador de Sergipe, Dr. José Rollemberg Leite, celebrado no próximo dia 19 de setembro. Nesta quarta-feira (12), no Plenário, o senador lembrou a trajetória pessoal e política do ex-governador. “Dr. José Rollemberg Leite é um dos mais admirados homens públicos em meu Estado e sua memória merece o registro que faço nesta Casa, Casa a que ele pertenceu entre 1965 e 1970”,disse.

Nascido em Riachuelo, Sergipe, em 19 de setembro de 1912, Dr. José Leite estudou em Aracaju, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. Fez o secundário no Colégio Antônio Vieira, em Salvador. De lá, foi para Minas Gerais, estudar engenharia na Escola de Minas de Ouro Preto, onde se formou, em 1935, Engenheiro Civil e de Minas. De volta a Sergipe, fez-se professor de Matemática e Física, além de Engenheiro.

Filho de Sílvio Cezar Leite e de Lourença  Rollemberg Leite, era de família ilustre na política e no direito sergipanos. Era sobrinho de Júlio Cesar Leite e Augusto Cesar Leite, que foram senadores da República. Seu irmão, Leite Neto, foi Deputado Federal e também Senador. Clara Leite de Rezende, sua irmã, foi a primeira mulher a chegar ao Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe e a primeira a presidi-lo. Gonçalo Rollemberg Leite e Alfredo Rollemberg Leite, notáveis juristas, também eram seus irmãos.

Foi o mais jovem governador a ocupar o cargo, com 35 anos. Sua administração foi marcada pelo foco na educação e nos transportes. Com a morte de seu irmão, o senador Leite Neto, de quem era suplente, assumiu a cadeira no Senado Federal de 1965 a 1970. Em 1974, foi eleito novamente governador do Estado, destacando-se pelo trabalho com educação, mas também pela remodelação do serviço público estadual. “Em seu segundo mandato, eu tive a honra e o privilégio de ser o líder de José Leite na Assembléia Legislativa e, após essa missão, fui eleito presidente da Casa, como seu total e integral apoio”, afirmou Valadares.

O senador Valadares lembrou que Dr. Rollemberg foi Secretário de Estado inúmeras vezes, nunca deixando de servir ao seu povo quando convocado. “Sergipe era a única coisa pela qual abdicava do aconchego de sua casa e da companhia de sua esposa, Maria de Lourdes Silveira Leite, sua companheira de toda a vida, em um matrimônio exemplar que transpôs os 60 anos”, declarou.

Faleceu aos 84 anos, em 24 de outubro de 1996, em Aracaju, Sergipe. Na data, comemora-se o Dia da Sergipanidade, onde se celebra a Emancipação Política do Estado, com a separação da Bahia. “Á época era um feriado estadual. Para um homem como ele,não haveria dia mais preciso para a partida. Foi um dos maiores sergipanos que conheci e sua memória merecia uma data especial que permitisse a todos os seus conterrâneos o silêncio da despedida”, afirmou o senador.

Valadares finalizou afirmando que o Dr. José Rollemberg era admirado e conhecido pela sua integridade de caráter,pelo bom cidadão que era, bom chefe de família, governante e parlamentar. “Deu exemplos a serem seguidos pelas novas gerações”, ressaltou.

Por Ana Paula Dourado (Brasília-DF)

* Reprodução de publicação do dia 13/09/2012 no site faxaju.com.br

Postagem original na página do Facebook, em 20 de Setembro de 2012.

100 Anos Antônio Conde Dias (2011)


NO ANO DE 2011, FOI COMEMORADO O CENTENÁRIO DE ANTONIO CONDE DIAS *

Tonico, como era mais carinhosamente conhecido, nasceu em 23 de outubro de 1911, em Irapiranga, hoje Itaporanga d´Ajuda, cidade localizada às margens do histórico Vaza-Barris e próxima a Aracaju, filho de Aurélio Rezende Dias e Carmelita Conde Dias. Passou toda a sua infância e adolescência entre a cidade e a vida no campo, no Engenho DIRA, então de propriedade da família, com construções históricas que hoje se constituem em patrimônio arquitetônico do Estado, conforme se constata pela publicação Arquitetura Sergipana do Açúcar, da arquiteta Kátia Afonso Silva Loureiro, de 1999. A casa-grande do engenho, implantada num amplo vale, por volta de 1670, apresentava na fachada frontal uma construção de estilo colonial, que depois foi ampliada em novo figurino, dessa vez, neogótico, mantendo, até os dias de hoje e de forma interessante, os dois estilos.
No Dira, Tonico passou bons momentos de sua vida, prazerosamente lembrados por crônicas que fazia em jornais e revistas e que enfocavam a doce vida no campo, da singela carruagem puxada por carneirinhos e dos saraus literários que aconteciam na casa grande e que possivelmente o estimulou ao gosto pela literatura.
As circunstancias de então forçaram seus pais a vender a propriedade, que passou para as mãos de parentes e a família se instalou na cidade de Itaporanga. Ao concluir o segundo grau, começou a trabalhar como coletor federal, em 1929, ano também em que escreveu seu primeiro artigo jornalístico. A morte de Aurélio Dias o levou gradativamente a cuidar da família, da sua mãe Dona Carmelita, das duas irmãs, Jaci e Lucila (Lola). Lola permaneceu solteira até falecer. Jaci casou-se com o poeta José Sampaio, ficando viúva muito cedo, com dois filhos ainda jovens. Tonico casou-se com Natália Sobral Prado, a quem conheceu em Itaporanga, quando ela passou a residir na cidade, vindo de Laranjeiras, onde nasceu e cresceu entre a cidade e o Engenho Pati e posteriormente Aracaju. Natália foi uma figura extraordinária em toda a vida de papai, pela fibra, pela tenacidade em fazer as
coisas, pelo companheirismo de todas as horas e pela coragem de enfrentar os desafios e não ter limites para a generosidade. Fazia exatamente o contraponto com a personalidade do marido, que exigia dele sempre muita cautela, moderação, equilíbrio e paciência. Ainda hoje, nossa mãe é uma líder para todos nós, Marcos Aurélio, Magali e Lúcio e um exemplo vivo de destemor e perseverança.
Entre o trabalho na coletoria e seus escritos, Antonio Conde Dias teve uma atuação destacada em todos os movimentos civis, políticos, sociais e religiosos da cidade de Felisbelo Freire, mesmo sem ter exercido cargos eletivos. Digamos assim, era o “orador oficial” da cidade. Quando ele próprio não discursava, preparava os discursos dos políticos de então. Juscelino Kubitschek de Oliveira, percorrendo o país em campanha presidencial, esteve pessoalmente com sua comitiva, em Itaporanga, nos idos de 1955, sendo recepcionado por líderes políticos locais. Sua saudação foi escrita por Antonio Conde Dias, que carregou nas letras toda a admiração que possuía pelo construtor de Brasília, admiração esta que manteve por toda a vida. Havia uma foto que registrava esse momento ímpar: JK sentado, ouvindo atentamente o discurso, com Magali, bem menina, em seu colo.
Os escritos de Conde Dias eram essencialmente fundamentados na sua extraordinária religiosidade e o respeito que possuía pelas instituições. A escritora e poetisa Carmelita Pinto Fontes, referindo-se a ele, assim se manifestou: “Antonio Conde Dias pautou a sua vida pela integridade moral e o respeito que conservava pelos governantes (naquele tempo os governantes se faziam respeitar...) e transmitiu para os seus filhos exemplos de retidão de caráter, generosidade e humildade”.
Em 1947, por ocasião das comemorações do cinqüentenário do Apostolado da Oração, Tonico compôs, em parceria com o maestro Genaro Plech, o Hino oficial dos festejos: “Irapiranga aqui reunida, vos consagra em seu coração, genuflexa se rende contrita, glória, amor, filial devoção...” No ano seguinte, compôs o Hino da Padroeira da cidade, Nossa Senhora d´Ajuda:”Terra nobre, pujante e querida, neste dia de glória e louvor, vem render grandiosa homenagem, à excelsa Rainha do Amor...”. O hino foi homologado como oficial pelo Monsenhor Carlos Carmélio Costa em 2 de dezembro de 1949, mas “intrigas da terrinha” fizeram com que o mesmo fosse esquecido por anos, sendo substituído por um outro feito para comemorar o Congresso Eucarístico. A força da letra e a evocação à santa fizeram com que o povo voltasse a cantar o hino oficial, o hino da Senhora d´Ajuda, que é entoado ainda hoje a cada 2 de fevereiro e que o acompanhou no seu cortejo fúnebre da igreja ao cemitério, quando fechou os olhos para a vida terrena e o abriu para a vida eterna, em janeiro de 1992.
Quando e educação dos filhos necessitou de uma atenção mais rigorosa, transferiu-se com a família para Aracaju, em 1961, vindo a residir na Rua da Frente. Quando se aposentou do serviço público federal, Tonico passou a conviver mais de perto com jornalistas integrantes da Associação Sergipana de Imprensa, como Eliéser Leopoldino, Zózimo Lima, Marques Guimarães, Bemvindo Salles de Campos Neto entre outros, colaborando para o engrandecimento e o respeito da instituição. Em sua trajetória jornalística, escreveu em inúmeros jornais e revistas de Sergipe e outros estados, a exemplo de A Cruzada, O Nordeste, A Semana, O Mensageiro da Fé, a Semana Católica, o Santuário de Aparecida e a revista Vida Doméstica, esta editada no Rio de Janeiro. Gostava muito de vê-lo sentado, voltado para a janela, na sala de visita que dava para o rio que corria pela nossa frente, datilografando pausadamente, na antiga Remington, os escritos que ele próprio levava à redação do jornal, no dia seguinte.
Nas comemorações dos seus 80 anos, lançou o livro QUADROS DA VIDA, um breve resumo de sua vasta produção. Em 30 de janeiro de 1992, veio a falecer, deixando-nos o legado da humildade e da fraternidade. “Sua lembrança, suave e luminosa, será sempre para nós uma bandeira de incentivo e de vitória, uma clarinada de fé e de esperança, como facho imenso de glória que os tempos jamais apagarão”.

* Autor: Lúcio Antonio Prado Dias, filho de Antonio Conde Dias, é membro da Associação Sergipana de Imprensa.

* Texto e foto eproduzidos do site linux.alfamaweb.com.br

Postado originalmente na página do Facebook em 24 de Setembro de 2012.

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Enviado ao YouTube por  em 25/10/2011


100 Anos Antônio Conde Dias

Antonio Conde Dias nasceu no Engenho Dira, em Itaporanga, em 11 de outubro de 1911 e faleceu em 1992.

Funcionário público federal e jornalista, Conde Dias militou na Associação Sergipana de Imprensa e durante a sua vida escreveu mais de cinco mil crônicas, que foram publicadas em diversos jornais e revistas de Sergipe e de outros estados.

Postagem original na página do Facebook, em 24 de Setembro de 2012.

Marcos Prado Foi Buscar Nossa Imortalidade


Marcos Prado foi buscar nossa imortalidade
Por Amaral Cavalcante

Fui levar minha última homenagem ao meu querido amigo de infância Marcos do Prado Dias, que estava sendo velado na “Colina da Saudade”. Cheguei quarenta minutos antes do sepultamento, mas não pude presenciá-lo.

Ocorre que a “Colina da Saudade” tem um serviço de estacionamento insuficiente e não se preocupa com as questões de acessibilidade. Como pode ter recebido um alvará de funcionamento? Logo-logo os estacionamentos disponíveis ficam abarrotados, obrigando-nos a estacionar nas ruas contíguas ao portão de entrada.

Impedido de entrar, só achei vaga a trezentos metros e para quem carrega o peso dos anos nas pernas, como eu, subir aquela montanha a pé é tarefa penosa e impeditiva.
Voltei para casa, acendi uma vela para a Nossa Senhora D’Ajuda que cuidou da nossa infância em Itaporanga e me tranquei com meus botões, relembrando aquele menino cheio de liderança e vivacidade que nos reunia na vasta mansão dos seus pais para cultivar, saudável e criativamente, as traquinagens da infância.

Marcos Prado, você agora nos leve aos misteriosos caminhos da imortalidade, no reino de Cristo.

Até logo.

Postagem original na página do Facebook, em 24 de Setembro de 2012.

Homenagem a Marcos Prado Dias


Quando da Posse de Dr. Marcos Prado na Academia Sergipana de Medicina.
Artigo de seu irmão, Lúcio Antônio Prado Dias.
Publicado pelo Portal Infonet/Blogs Lúcio Antonio Prado, em 01/12/2006

Chega à Academia Sergipana de Medicina nesta quarta-feira, dia 6 de dezembro, para tomar posse na cadeira 39 do sodalício, o médico Marcos Aurélio Prado Dias, depois de uma vida de bons serviços prestados à comunidade sergipana. Chega com atraso.

Chega à Academia Sergipana de Medicina nesta quarta-feira, dia 6 de dezembro, para tomar posse na cadeira 39 do sodalício, que tem como patrono o saudoso João Gilvan Rocha, o médico Marcos Aurélio Prado Dias, com uma larga folha de bons serviços prestados à comunidade sergipana. Chega com atraso.

Discorrer sobre a vida de uma personalidade notável, sem omitir ou exagerar as características que a compõem, não é tarefa fácil. Mais ainda quando se é irmão. "Cada objeto se projeta influenciado pela luz que o desenha. O meio o aclara ou sombreia. Nunca as linhas são as mesmas”, nas palavras de Agenor Porto.

Não houve planície em sua vida. Nela, tudo foi esforço, dedicação, luta e estoicismo, sempre com a cabeça erguida e o olhar firme, mas com generosidade e solidariedade, traços mais marcantes de sua personalidade. Os cargos que exerceu e as funções que desempenhou, chegaram-lhe por méritos pessoais.

Primeiro filho do jornalista Antonio Conde Dias, seu Tonico e Dona Natália Prado Dias, nasceu em 18 de outubro de 1944, em Aracaju. Fez o ensino fundamental no Grupo Escolar Felisbello Freite, em Itaporanga d’Ajuda, com a professora Raquel Rios de Lima, a professora Tinô, de quem todos os itaporanguenses daquela geração foram alunos. Depois, ainda jovem, veio para Aracaju onde manteve internato no Instituto Santo Antonio e depois no Colégio Jackson Figueiredo. Fez o antigo científico no Atheneu Sergipense. Formou-se na quarta turma da Faculdade de Medicina de Sergipe, em 1969.

A medicina, como a educação, têm sido os eixos norteadores da sua vida. Medicina como profissão, o magistério como primeira fonte de subsistência, a educação presente como professor e depois como gestor, que por duas ocasiões, à frente da Secretaria de Estado da Educação, soube honrá-la e dignificá-la.

Iniciou suas atividades profissionais no Hospital Santa Isabel como cirurgião geral e plantonista do Pronto-Socorro do Hospital de Cirurgia, permanecendo nesta unidade até 1974. A decisão pela coloproctologia veio no final dos anos 70, quando Alberto Bomfim se transferiu para outro Estado. Em 1971, fez Curso Integrado de Cirurgia e Gastroenterologia no Hospital dos Servidores do Estado de São Paulo, sob a coordenação da Professora Angelita Habr Gama, Fábio Goffi e Vicente Amato Neto. Em 1973 foi aprovado em Concurso de Títulos para Oficial Médico promovido pela Polícia Militar de Sergipe e Hospital da mesma corporação. Em 1975, recebeu o Título de Especialista em Colo-Proctologia outorgado pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia e Associação Médica Brasileira. Atuou como membro do Conselho Federal de Medicina, do qual foi conselheiro e secretário, de 1978 a 1988. Através convênio da UFS com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, fez Curso de Especialização e Aperfeiçoamento em Cirurgia, no seu módulo abdominal, no anos de 1981-1982.

Uma faceta típica de nosso enfocado foi a sua predisposição em ajudar os colegas que lutavam por uma oportunidade de crescimento; talvez por recordar das dificuldades que passou durante a sua formação, abriu seu coração para os futuros médicos. Pelas suas mãos, galgaram degraus na vida os irmãos Roberto e Genival Ferreira, Sérgio Lopes, o futuro ortopedista José Alves Nascimento, João Cassimiro, Manoel Marcos e José Luiz Sandes. Mas ele não ficava somente na colaboração fria, formal, protocolar. Abria as portas de sua casa e o convívio de sua família para que essas pessoas tivessem o amplo apoio, a amizade e fraternidade.

Como médico engajado nas ações de saúde, coordenou o Setor de Perícias Médicas do INPS de 1974 a 1980. Dirigiu o Centro de Aperfeiçoamento das Equipes de Saúde do INAMPS – CEAPES, de 1981 a 1982 e o Posto de Assistencia Médica da Rua de Geru – o PAM 432, de 1985 a 1986.

Em 1991 fundou a Sociedade Sergipana de Coloproctologia, sendo seu primeiro presidente. No ano seguinte, assumiu a presidencia da Sociedade Norte Nordeste de Coloproctologia. Mais tarde foi aprovado como Mestre do Capítulo Sergipano do Colégio Brasileiro de Cirurgião, defendendo a monografia “Hemorroidectomias – estudo comparativo entre três técnicas – 5.000 casos”, apresentado na sede do CBC no Rio de Janeiro. Atualmente ocupa o cargo de vice-mestre do Capítulo Sergipano do CBC, com sede na SOMESE. Preside ainda a Sociedade Brasileira de Médicos Escritores- Secção Sergipe e mantém atendimento regular na Clinica Diagnose e nos hospitais da cidade.

Teve importante participação na imprensa sergipana, publicando artigos nos jornais "Diário de Aracaju", "Gazeta de Sergipe", "Jornal da Cidade" e "Correio da Manhã". Criou os suplementos semanais “Conheça Melhor o seu corpo” publicado nos jornais "A Estancia" e "A Cruzada". Juntos fundamos o suplemento "PRESCREVER", publicado por 3 anos nas edições dominicais do "Correio de Sergipe". Coordenou a seção O BISTURI, no "Jornal da SOMESE". Seguiu assim os passos do nosso pai, o jornalista Antonio Conde Dias, que por muitos anos colaborou com os principais jornais de Sergipe.

Pronto para servir ao povo de Sergipe, assumiu funções importantes no Governo do Estado: Secretário de Estado da Educação e Presidente da Fundação Hospitalar no governo de Antonio Carlos Valadares. Secretário de Estado da Administração e Presidente do Instituto Parreiras Horta no segundo mandato do engenheiro João Alves Filho e novamente Secretário de Estado da Educação no atual governo, com breve passagem na presidencia da Sergás. Presidiu o Instituto Tancredo Neves em Sergipe desde a sua fundação, transformando a entidade em referência nacional.

Em 1971 casou-se com Angela Monteiro de Almeida, médica e psicanalista e juntos tiveram três filhos. Luciana, casada com o Sr. Wolney Barroso e pais de Mariana, sua segunda neta, nascido neste ano. Fabíola, casada com o Dr. Francisco Alves Junior, que deram ao novo imortal o seu primeiro neto, Rafael, nascido em 11 de dezembro de 2002. E finalmente, Marcos Aurélio de Almeida Dias, o filho mais novo, universitário e ainda solteiro.

Poderia buscar mais realizações e histórias de vida desse ilustre cidadão sergipano, como músico, compositor (Tema de José), cineasta (A Morte do Templo, “To te ajeitando” ), pescador, professor (do Atheneu e da Faculdade de Medicina), escritor, político e líder de sua geração. A Academia estava necessitando de confrades entusiastas, envolvidos e afinados como ele, dispostos a sacudi-la e fazer manter a situação que conceitualmente lhe é requerida – a de liderança do pensamento médico aliado ao aprimoramento cultural. Por isso, seja bem vindo!

Postagem original na página do Facebook, em 24 de Setembro de 2012.

Nota de Falecimento de Dr. Marcos Aurélio Prado Dias

NOTA DE FALECIMENTO DE Dr. MARCOS AURÉLIO PRADO DIAS

"Natália Prado Dias, Ângela Maria de Almeida Dias, Luciana de Almeida Dias Barroso, Fabíola de Almeida Dias Alves, Marcos Aurélio de Almeida Dias, Magali Dias de Carvalho, Lúcio Antônio Prado Dias, Francisco Alves Junior, Wolney Barroso, Indira Miranda, genitora, esposa, filhos, irmãos, genros e nora comunicam, com pesar, o falecimento de Marcos Aurélio Prado Dias, ocorrido às 23h25min do dia 23 de setembro de 2012. O sepultamento ocorrerá às 17h desta segunda-feira, 24 de setembro de 2012, no cemitério Colina da Saudade, onde o corpo está sendo velado". (Toninho Alfama).

Postagem original na página do Facebook, em 24 Setembro de 2012.

Marcos Aurélio Prado Dias (1944-2012)

Foto reproduzida do álbum de Dr. Marcos Prado Dias/Facebook

FALECE O MÉDICO MARCOS PRADO DIAS *



O médico, professor, desportista e escritor Marcos Aurélio Prado Dias, 67, faleceeu às 23h25 deste domingo, 23 de setembro de 2012, no Hospital São Lucas. Seu corpo será velado no Cemitério Colina da Saudade e o sepultamento ocorrerá às 17 horas, no mesmo local.
O médico Marcos Prado, como era mais conhecido, nasceu em Aracaju, em 18 de outubro de 1944, filho do jornalista Antônio Conde Dias e da Srª. Natália Prado Dias e irmão de Lucio Prado Dias e Magali Dias de Carvalho. Era casada com a médica Ângela Maria de Almeida Dias e deixa três filhos: Luciana de Almeida Dias Barroso, casada com Wolney de Souza Barroso, Fabíola de Almeida Dias Alves, casada com Francisco Alves Junior, e Marcos Aurélio de Almeida Dias, além de três netos: Rafael, Mariana e Maria Carolina.
Formado pela UFS na turma de médicos de 1969 (a quarta da faculdade), Marcos logo se destacou na profissão como coloproctologista e líder de sua categoria, atuando na SOMESE e no CREMESE. Foi professor da Faculdade de Medicina de Sergipe, presidente da Sociedade Norte-Nordeste de Coloproctologia e Mestre do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Era membro da Academia Sergipana de Medicina, onde ocupava a cadeira de número 39.
Além da Medicina, Prado teve uma participação ativa na sociedade sergipana. Como político, dirigiu por muitos anos o Instituto Tancredo Neves em Sergipe, foi Secretário de Estado da Educação por duas vezes, Secretário de Estado da Administração, Presidente da Fundação Hospitalar de Sergipe e Presidente do Instituto Parreiras Horta.
Desportista desde a juventude, teve uma vida intrinsecamente ligada à Associação Desportiva Confiança, no qual começou como médico e chegou a exercer a presidência do clube por mais de uma vez. Também presidiu o Clube de Pesca de Sergipe, o Clube dos Médicos e participou de festivais de música e de cinema, com composições próprias e documentários sobre temas relevantes da história de Sergipe, a exemplo dos filmes sobre “Tô Te Ajeitando”, Padre Pedro, Igreja de Itaperoá.
Marcos deixa aos sergipanos um exemplo de honestidade, caráter, ética e humanismo.

* Reproduzido do mural do Facebook de Dr. Lúcio Prado Dias

Postagem original na página do Facebook, em 24 de Setembro de 2012.

domingo, 23 de setembro de 2012

Artista Plástico Adauto Machado


"Aracaju serviu de complemento para algo que já existia dentro de mim” (Adauto Machado) *

Mesmo não sendo natural de Aracaju, o dorense Adauto Machado, 59 anos, deve à capital sergipana muito do sucesso obtido no Brasil e em outros países, principalmente na França. Influenciado por artistas do calibre de Florival Santos e J. Inácio, ele aproveitou bem os encontros promovidos por esses e outros artistas e os cenários da Aracaju de outrora para aprimorar seus traços.

Saudosista e romântico confesso, Adauto revela que a paisagem dos casarios na década de 60, o trapiche, a Ponte do Imperador, o velho mercado e os poucos edifícios construídos há alguns anos proporcionavam composições deslumbrantes que eram sua maior fonte de inspiração. "Aracaju serviu de complemento para algo que já existia dentro de mim e que aos poucos veio tomando forma", revela.

Reverenciado como um dos maiores artistas plásticos de Sergipe, Adauto Machado foi mais uma das personalidades entrevistadas pela Agência Aracaju de Notícias (AAN) em comemoração ao aniversário da cidade.

Agência Aracaju de Notícias (AAN) - Apesar de ser natural de N. S. das Dores, a primeira fase de sua formação artística aconteceu na capital sergipana. Quando o senhor começou, o que havia em Aracaju que o levou a por em prática sua predisposição pelas artes plásticas?

Adauto Machado (AM) - Na realidade a minha predisposição já estava em prática havia muito tempo. Ainda no interior, já me manifestava artisticamente pondo em prática alguns princípios rudimentares que me levaram a um desenvolvimento maior assim que cheguei na capital. Aracaju serviu de complemento para algo que já existia dentro de mim e que aos poucos veio tomando forma.

AAN - O que mais o incentivou?

AM - Acho que a vontade de aprender foi fundamental como incentivo.

AAN - Na cronologia disponível em seu site, há a informação de que o senhor começa a frequentar grupos artísticos em Aracaju a partir de 1964. O senhor poderia descrever estes grupos?

AM - Em plena revolução de 64, ainda adolescente encontrava-me em Aracaju em busca de um futuro melhor. Trabalhava e estudava, mesmo assim, ainda encontrava tempo para pintar, como também manter contatos com artistas como Florival Santos, J. Inácio, Joubert, José Osvaldo, Nícolas Almeida, Whashington, Wellington, Daniel e outros. Os encontros aconteciam na Galeria Acauã do nosso saudoso e protetor seu Artur. Ficava ali, na frente do extinto Cine Vitória. Florival, mais reservado, oferecia a sua casa para as constantes visitas dos colegas, pois o mesmo raramente saía de sua residência. Foi um grande incentivador de todos nós.

AAN- Qual a importância desses grupos para a sua formação e para o cenário artístico de Aracaju?

AM - Tudo o que vemos acontecer hoje tem ligação direta com os artistas do passado. A escola sergipana é inconfundível; por mais vanguardistas que os artistas atuais sejam, existem neles traços que caracterizam heranças do passado. Quanto à minha formação sob influência do grupo, creio que foi o que ocorreu de melhor em tudo que aconteceu a meu respeito; e para o cenário artístico de Aracaju, acho que nada melhor poderia ter ocorrido.

AAN - O que havia de mais inspirador na Aracaju daqueles tempos?

AM - O tempo romântico (que me desculpem os não saudosistas) foi fundamental para inspirar a todos. Aracaju com seus casarios, o trapiche, a ponte do imperador, o velho mercado e os poucos edifícios, proporcionavam composições deslumbrantes que serviam de fontes de inspiração.

AAN - E atualmente, o que mais o inspira na cidade?

AM - O pouco que resta daqueles tempos.

* Foto e texto reproduzidos do site aracaju.se.gov.br de 11/03/2009.
* Adauto Machado em seu ateliê na Atalaia (Foto: Alejandro Zambrana

Postagem original na página do Facebook, em 20 de Setembro de 2012.

"A Ponte do Imperador é Nosso Cristo Redentor" (A.C.)

“Ponte do Imperador é nosso Cristo Redentor” (Amâncio Cardoso). *

Tendo como marco arquitetônico a atual Praça Fausto Cardoso, Aracaju foi criada para ser a capital da província em substituição ao município de São Cristóvão. Projetada pelo engenheiro Sebastião Basílio Pirro seguindo estudos de vanguarda, ainda no final do século XIX, a cidade foi erguida às margens do rio Sergipe com o objetivo de permitir a escoação da produção açucareira do interior e impulsionar o desenvolvimento sergipano.

Para conhecer um pouco mais sobre a capital batizada pelo Ministério da Saúde como campeã brasileira em qualidade de vida confira uma breve entrevista com o professor de história do Centro Federal de Educação Tecnológica de Sergipe (Cefet/SE), Amâncio Cardoso, que coleciona fotos antigas e pesquisa fatos históricos de Aracaju.

Entre as fotografias mais valiosas do seu acervo, está a da zona portuária de Aracaju em 1869, ou seja, 14 anos após a mudança da capital. Professor Amâncio é mais um das personalidades entrevistas pela Agência Aracaju de Notícias (AAN) para o hotsite comemorativo ao aniversário da cidade.

Agência Aracaju de Notícias (AAN) - Qual foi o marco inicial de Aracaju?

Amâncio Cardoso (AC) - O marco arquitetônico inicial da cidade foi a Praça do Palácio - hoje Praça Fausto Cardoso -, porque ali foram colocados os primeiros pinos de demarcação da área a ser construída da cidade pelos engenheiros comandados pelo engenheiro Pirro [Sebastião José Basílio Pirro]. Nós poderíamos chamar o núcleo urbano do centro histórico de Aracaju a praça Fausto Cardoso.

AAN - Muito se fala que Aracaju foi a primeira cidade planejada do Brasil. Qual foi a parte realmente planejada da cidade?

AC - Não devemos confundir projeto arquitetônico com planejamento; ela foi projetada. Foi feito um projeto arquitetônico, uma espécie de croqui da cidade, mas planejamento requer uma política mais complexa, pensar no futuro, na ampliação dela, nas demandas do futuro. Então ela não foi planejada, ela foi projetada.

AAN - Qual foi a parte projetada da cidade de Aracaju?

AC - A parte projetada foi o que hoje corresponde a área entre a Avenida Barão de Maruim ao sul, até o que hoje é a praça General Valadão ao norte; e na parte leste o rio Sergipe - a avenida Ivo do Prado, ou a antiga rua da Aurora - até a avenida Pedro Calazans a oeste.

AAN - Muita gente atribui o surgimento da cidade de Aracaju a partir do bairro Santo Antônio. Por que isso acontece?

AC - Porque realmente aquele lugar, o Santo Antônio e a circunvizinhança, é muito mais antigo do que a capital. Ali era um local de moradores, de pequenos sitiantes, lavradores, que pertenciam à comarca de Nossa Senhora do Socorro do Cotinguiba. Então, antes da capital existir, já existia aquele logradouro, mas quando a cidade é fundada, criada por lei, ele não pertence ao município de Aracaju; ele continua a pertencer ao antigo município de Socorro. Depois é que ele é incorporado à capital. Então não podemos considerar o bairro Santo Antônio como o local mais antigo da então capital Aracaju, e sim a área do projeto que foi oficialmente instalada a cidade.

AAN - Dentro da história da criação da cidade de Aracaju, quais pontos o senhor considera importantes e por quê?

AC - Eu consideraria pontos importantes os marcos arquitetônicos da cidade. A Ponte do Imperador - apesar de ela não ser um marco dos primeiros dias, anos, da história de Aracaju, ela foi construída quatro anos depois para servir de ancoradouro para o imperador [D. Pedro II], mas eu acho que, como ela permanece na nossa memória de forma muito significativa, é um ponto marcante da nossa cidade. Seria o nosso Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. O segundo ponto que eu acho muito importante devido ao seu uso na história foi a nossa primeira igreja, a primeira igreja de Aracaju capital - que não é a de Santo Antônio, que como eu falei, - Santo Antônio pertencia a outra freguesia - é a igreja de São Salvador. Esta igreja foi construída dois, três anos depois da capital fundada devido a ausência de uma igreja.

AAN - Não existiam igrejas em Aracaju naquela época?

AC - Por conta da morte de Inácio Barbosa [fundador de Aracaju] não havia sido acabada a igreja que ele tinha projetado, então construíram outra, que é a São Salvador. Essa é a nossa primeira igreja, que recebeu o imperador para assistir uma missa de ação de graças e foi o local onde enterraram os restos mortais de Inácio Barbosa. Então ela tem uma ligação com a fundação da cidade que eu acho primordial se valorizar. Outro ponto que eu acho importante na nossa capital é a antiga Praça do Palácio, a Fausto Cardoso, por ela ser o núcleo do nosso centro histórico. Foi ali onde tudo começou e é ali ainda onde se realizam vários acontecimentos cívicos, políticos, sociais, onde as pessoas se encontram, onde fica a antiga sede do governo e todos os poderes estavam ao seu entorno por ser um núcleo.

AAN - O senhor possuiu uma coleção de fotos antigas da capital. De onde surgiu esse hobby, quais as peças mais valiosas e como as fotos são adquiridas?

AC - Sou aracajuano da gema. Além disso, sou nostálgico; e geralmente tenho ‘saudade' de épocas que não vivi. Não se trata de experiência espiritualista, mas existencialista. Sinto-me parte visceral de Aracaju. Daí minha relação de amor e ódio com ela. Muito humano, não? Como enveredei pelo estudo de sua história e sempre gostei de apreciar imagens, levantei fotos que busco na internet, em acervos de amigos e as que eu mesmo produzo. Ultimamente, ensino num curso de turismo e isto me fez pesquisar ainda mais sobre nossa capital. A foto mais valiosa que possuo foi encontrada no site do Instituto Moreira Sales [IMS]. Ela retrata a zona portuária de Aracaju em 1869, ou seja, quatorze anos após a mudança da capital. Acredito que esta imagem seja inédita para os aracajuanos. É um momento oportuno apresentá-la no aniversário de Aracaju.

* Foto e texto reproduzidos do site (aracaju.se.gov.br) de 10/03/2009.
* Professor Amâncio foi fotografado por Alejandro Zambrana.

Postagem original na página do Facebook, em 20 de Setembro de 2012.

Professores Luiz Santana e Antônio Fontes Freitas

"Aí está o Prof. Antonio Fontes Freitas, da UFS, em jantar social no hotel Aquarius promovido pela nossa associação, a ASAP". (Luiz Santana). *

* Foto e texto do álbum do Facebook de Luiz Santana.

Postagem original na página do Facebook, em 20 de Setembro de 2012.

Homenagem a Fernando Lins de Carvalho

"Ao meu irmão, Fernando Lins, uma das referências em Antropologia e Cultura Brasileira, meu eterno respeito e admiração..." (Jorge Lins).

Postagem original na página do Facebook, em 22 de Setembro de 2012.

"Aracaju de Ontem e de Hoje", de Jaime Gomes Junior - 10

Avenida João Ribeiro, em Aracaju-SE. Foto e arte de Junior Gomes.

Postagem original na página do Facebook, em 21 de Setembro de 2012.


sábado, 22 de setembro de 2012

Homenagem a Carlos Magalhães, o "MAGÁ". *



"(...) Mais de 60 anos dedicada à comunicação, especificamente, ao esporte sergipano e brasileiro, estamos falando do ex-deputado federal, odontólogo Carlos José Magalhães de Melo, o Magá da galera... Carlos Magalhães que é natural da cidade ribeirinha de Propriá, filho do médico Carlos Melo, coleciona em seu currículo uma extensa formação universitária, sendo duas delas pela Universidade Federal de Alagoas, em Odontologia e em Ciências e Letras; e pós-graduação e mestrado em Saúde Pública, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É, ademais, provisionado, como radialista e jornalista, pelo Ministério do Trabalho, do que tem particular orgulho. O Magá como profissional de imprensa tem exercido nestes 60 anos de profissão dos seus 73 de vida, atividades de locutor, editor, chefe de equipes de esportes e de jornalismo em diversas emissoras de nosso Estado. Também sido secretário de Comunicação Social nos governos de João Alves Filho e Albano Franco, além, de exercer a chefia do Escritório de Representação de Sergipe em Brasília (DF), onde também se destacou como Coordenador Nacional do Programa de Desenvolvimento do Artesanato Brasileiro. Carlos Magalhães foi ainda um dos criadores do Curso de Odontologia da UFS e foi odontólogo da Legião Brasileira de Assistência (LBA) e exerceu o magistério como professor titular da UFS, aprovado em concurso público. Também foi presidente da Emsetur nos governos de Paulo Barreto de Menezes, José Rollemberg Leite e Antônio Carlos Valadares, além, de exercer o mandado de deputado federal. (...) Eu procurei ser na vida, ao lado dos meus companheiros, um guerreiro dentro da atividade de rádio no estado. Nasci para o rádio e mesmo aos 70 anos, continuo na atividade. Esta arena (Carlos Magalhães tem o nome em Arena Esportiva em Canindé do São Francisco), vai proporcionar aos jovens a oportunidade da prática do esporte e tirá-los do caminho das drogas”, disse Magá".

*Trechos pinçados de artigo de Raimundo Morais para o site Gui@ do Esporte.

Foto reproduzida do site oguiadoesporte.wordpress.com


Postagem original na página do facebook, em 20 de Setembro de 2012.

"Aracaju de Ontem e de Hoje", de Jaime Gomes Junior - 09

Aracaju antiga, provavelmente na década de 20 e atual, março/2012. Foto e arte de Junior Gomes.

Postagem original na página do Facebook, em 21 de Setembro de 2012.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=417772108287622&set=o.259696634059007&type=1&theater

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A Cultura no governo Augusto Franco (1979)


Em 1979, ano em o Dr. Augusto Franco assumiu o governo do Estado de Sergipe, os cuidados do poder público estadual com a área da cultura, limitava-se a um Departamento de Cultura e Patrimônio Histórico vinculado à Secretaria da Educação e Cultura, sem autonomia funcional nem orçamentária. Constava de três birôs instalados numa sala desprovida de tudo, no antigo Atheneuzinho, então ocupado pela SEEC.

O governador Augusto Franco criou uma Subsecretaria de Cultura com orçamento próprio e instalou-a condignamente em dependências sub utilizadas da Biblioteca Pública Ephifânio Dórea, colocando sob a direção do jornalista Luiz Eduardo Costa uma equipe de artistas e ativistas culturais, todos jovens e referendados pela militância na causa da cultura local.
O subsecretário Luiz Eduardo, que despachava diretamente com o governador, pôde fazer uma profícua administração, organizando as diversas instituições culturais existentes no Estado como os museus, as casas de cultura, o Arquivo Público e as bibliotecas.

Foi então que o governo estadual começou a apoiar a difusão da nossa cultura, criando Encontros Culturais em cidades do interior, patrocinando grupos artísticos e atendendo às demandas dos artistas locais. Enfim, aproximando-os do poder público.
Dito isto, para caracterizar a grandiosidade do cidadão Augusto Franco - egresso das oligarquias sergipanas e alçado ao governo por escolha da ditadura militar - lembro um episódio que me fez respeitá-lo como gestor de visão (visionária até) e certamente digna de louvores e memória.

Ocorre que amaldiçoado Zé Celso Martinez, ícone da resistência cultural naqueles anos de chumbo, criador do Teatro Opinião e abertamente defensor de plena liberdade para as expressões artísticas, estava excursionando pelo Brasil com um recital dito “orgástico e antropofágico”. Luiz Eduardo Costa, atento aos benefícios que essa pregação libertária traria aos artistas locais, consentiu em patrocinar, pela Subsecretaria, duas apresentações no Teatro Atheneu.

O teatro encheu. No palco, tudo o que não devia ser mostrado pelo bem da tradicional família sergipana e pelos brios dos milicos de plantão. Achincalharam os símbolos nacionais, jogaram uma melancia espatifada na cara dos expectadores provocando-os a uma imediata reação revolucionária, sem contar com os nus artísticos, deliciosos.
No outro dia a caretice da cidade acordou em polvorosa indignação. Fora! Não os queremos mais! Foi quando o governador Augusto Franco, chamando Luiz Eduardo ao seu gabinete, deu as ordens:

- Os meninos do teatro ficam e o Atheneu é deles, até quando eles queiram. Sergipe é governado pela democracia.
Vocês avaliem a coragem do gesto.

No ultimo ano do seu governo recebeu de Luiz Eduardo um abaixo assinado por moradores residentes no entorno da abandonada Caixa D’água do bairro Suíssa liderados pelo bailarino Marcos Braz (Erê), pedindo que o governo fizesse alguma coisa naquele local que só servia para abrigar bandidos que aterrorizavam a região. Pois o Dr. Augusto acatou o pedido, decretou a transferência da Caixa D!Água, que era da Deso, para a Subsecretaria e ordenou que se elaborasse um projeto, transformando aquilo num Centro de Criatividade, uma laboratório equipado com o que houvesse de mais moderno para incentivar a criatividade dos artistas sergipanos. Não deu tempo.

Ao relatar estes fatos, publico minha admiração a este grande cidadão sergipano que nos governou em tempos de ditadura, mas nunca deixou de ser um democrata determinado e esclarecido.

Foi o Governador Augusto Franco quem, primeiro, nestes tempos modernos, apoiou a cultura sergipana.

Amaral Cavalcante

Postagem original na página do Facebook, em 3 de Setembro de 2012.

Primeiro Veículo Chega a Sergipe, na Cidade de Estância

"Primeiro veículo chega a Sergipe por volta de 1910 a 1918, na Cidade de Estância. 
Era de marca Ford, modelo A". Informação e foto: acervo Junior Gomes.

Postagem original na página do Facebook, em 30 de Agosto de 2012.

"Aracaju de Ontem e de Hoje", de Jaime Gomes Junior - 08

Cruzamento dos Calçadões das Ruas Laranjeira com João Pessoa, em Aracaju.
Arte e Foto: Acervo de Junior Gomes.

Postagem original na página do Facebook, em 18 de Setembro de 2012.

"Aracaju de Ontem e de Hoje", de Jaime Gomes Junior - 07

 "Antigo Beco do Açúcar , atual Travessa Deusdeth Fontes, no centro de Aracaju".
Arte e Foto: Acervo de Junior Gomes.

Postagem original na página do Facebook, em 18 de Setembro de 2012.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Monumento a Fausto Cardoso, na Praça do Mesmo Nome *

 Foto reproduzida do blog pensames.blogspot.com.br, de AARaimundo. 

"Poucos lugares aracajuanos carregam tanta simbologia, tem tanto a ver com a vida da cidade, quanto a Praça Fausto Cardoso, seguida da própria praça onde está a Catedral: diferentes em suas denominações e em seus usos". Essa frase do jornalista e historiador Luiz Antônio Barreto relata o quanto a Fausto Cardoso, surgida dois anos depois de Aracaju ter sido transformada em capital da antiga Província de Sergipe, sempre serviu como palco de grandes manifestações e como centro das relações sociais.

Da praça a cidade ramificava-se para todos os lados, beirando o rio Sergipe. Pela rua João Pessoa - que já se chamou rua do Barão e rua de Japaratuba -, o comércio escorria, de cima a baixo. A praça Fausto Cardoso, então, era uma divisa da cidade: para o norte, o comércio, os bancos, os estacionamentos, o porto, a estação ferroviária, os mercados, os caminhões de feira, e, mais adiante, as fábricas do bairro Industrial; para o oeste as ruas populares - Vitória (hoje Carlos Burlamaqui) e Bonfim (hoje Getúlio Vargas, mas também já foi Sete de Setembro), São Cristóvão e Laranjeiras, as oficinas, os bairros populosos; para o sul as residências burguesas, as ruas arborizadas, o caminho das praias.

De acordo com a historiadora TEREZINHA OLIVA, a Fausto Cardoso era central por aglutinar os órgãos políticos da época. "A praça era conhecida como a praça dos três poderes, das manifestações políticas. Foi o cenário da Intentona Comunista, das lutas pelas ‘Diretas Já', e aglutinava também os trabalhadores que sempre iam fazer manifestações, para chamar a atenção do poder público quanto às suas reivindicações", explica a historiadora.

Para LUIZ ANTÔNIO BARRETO, havia uma harmonia entre esse importante equipamento urbano de lazer e integração e os locais próximos a ele. "A rua João Pessoa, nos trechos entre a praça e a rua de São Cristóvão, preparava as vitrines de suas lojas, com farta iluminação, para o domingo. Cada comerciante buscava a arte da decoração, para tornar suas vitrines mais belas, aos olhares de moças que andavam, indo e vindo, pelas calçadas da rua, num quem-me-quer que deixou saudades", relata com emoção.

Arte e cultura

Em 1955, a Praça Fausto Cardoso recebeu um ingrediente a mais para o contato com a vida social de Aracaju: o Cine Pálace. "Dotado de formas modernas, poltronas acolchoadas, ar condicionado central, pinturas de Jenner Augusto nas paredes e pequenas arandelas revelando o degradê, o espaço atraía nas tardes e noites do domingo uma multidão de pessoas para os seus filmes, nas sessões das 14, das 17, das 19 e das 21 horas", relembra Luiz Antônio Barreto.

Terezinha Oliva também resgata vários outros aspectos da vida cultural da cidade, que eram centralizados nesse local. "A Fausto Cardoso já foi chamada até de Praça do Carnaval, há poucas décadas. Eu mesma participei dos desfiles da época. Vale ressaltar que até mesmo o Forró Caju, uma festa popular mais recente, começou por lá", informa.

Monumento

Em homenagem ao deputado que liderou a revolta contra as oligarquias do Estado, no início do século passado, foi erguido na praça Fausto Cardoso o primeiro monumento com estátuas em locais públicos de Sergipe. "O monumento foi feito pelo italiano Lorenzo Petrucci, que veio a Aracaju presenciar a colocação da estátua no topo. A cerimônia também foi acompanhada pela família de Fausto, que veio do Rio de Janeiro. Na base, foram colocados os restos mortais dele e de Nicolau Nascimento, outro personagem importante da revolta", explica Terezinha.

Embora tenha deixado de ser o grande centro político do Estado, após a saída de alguns prédios públicos oficiais, e apesar de muitas festas populares terem migrado de local, a praça Fausto Cardoso ainda hoje carrega uma forte simbologia. Esse espaço ainda tem o poder de aglutinar pessoas de diferentes localidades, seja para conversar, jogar baralho, acompanhar as movimentações do Centro da cidade ou mesmo para sentar nos aconchegantes banquinhos e relembrar momentos importantes da nossa história".

* Fonte: site aracaju.se.gov.br

Postagem original na página do Facebook, em 16 de Setembro de 2012.

Fausto Cardoso: De Herói de Aracaju a Mito Esquecido *

 A foto de Terezinha Oliva é de Pedro Leite e foi reproduzida do site aracaju.se.gov.br

Em 28 de agosto de 2006, completam cem anos da morte de uma das figuras mais importantes da história de Sergipe: Fausto Cardoso. Advogado, sociólogo, jornalista, político e orador, Fausto foi morto – com um tiro no peito - ao tentar enfrentar as tropas do exército que estavam em Aracaju para acabar com o levante que, posteriormente, ficou conhecido como “Revolta de Fausto Cardoso”. Nascido no Engenho São Félix, no município de Divina Pastora, em 1864, Fausto Cardoso estudou na Faculdade de Direito do Recife. Contemporâneo de Tobias Barreto terminou fazendo parte da famosa “Escola do Recife”. Eleito deputado federal, em 1900, foi considerado um orador brilhante. Para explicar a lenda que se formou em torno dessa figura emblemática e a importância do movimento encabeçado pelo político, no início do Século XX, o Portal InfoNet entrevistou a professora Terezinha Oliva. Autora da obra “Impasses do Federalismo brasileiro” – livro que faz uma análise do levante e também traz uma reflexão sobre a situação dos pequenos Estados na estrutura da República oligárquica – a professora é uma estudiosa da vida de Fausto Cardoso e aqui traça um pequeno histórico do homem que, ao morrer, ficou conhecido como “O herói de Aracaju”.

PORTAL INFONET - Quem foi Fausto Cardoso?
TEREZINHA OLIVA - Fausto Cardoso foi um intelectual sergipano que viveu no final do século XIX e morreu em 1906. Ele faz parte do grupo de sergipanos que compunham a então chamada “Escola do Recife”, ou seja, os sergipanos que trabalharam intelectualmente sob a influência de Tobias Barreto. Foi aluno e discípulo de Tobias Barreto, o que significa que estudou na Faculdade de Direito do Recife e, ao mesmo tempo, seguiu as idéias do mestre. Mas Fausto teve uma característica particular porque, como a maioria dos discípulos de Tobias, teve um caminho próprio. E esta era uma das características de Tobias Barreto, era um mestre que não determinava o caminho dos discípulos. O interessante em Fausto Cardoso é que ele optou por um caminho radical, que às vezes se opunha a certas interpretações do mestre. Assim, ele escreveu vários livros, entre os quais um chamado “Concepção Monísitca do Universo”, onde está o cerne do seu pensamento e “Taxonomia Social”, onde ele faz a classificação, digamos assim, dos princípios do seu pensamento em relação à sociedade. Escreveu artigos, sobre assuntos como a cientificidade da história, obras de direito, escreveu poemas, enfim, tudo isso é Fausto Cardoso. Foi um intelectual importante, na época em que viveu no Rio de Janeiro. Professor da Faculdade Livre de Direito e também algumas mentes intelectuais do Rio, na belle epoque.

INFONET – Em que contexto histórico viveu Fausto Cardoso?
TO - Fausto Cardoso nasceu em Divina Pastora, na segunda metade do século XIX. Depois foi estudar no Recife, onde cursou Direito. Posteriormente voltou para Sergipe onde foi promotor público em algumas comarcas, entre elas Laranjeiras. Nessa época, por desentendimentos dentro da política local resolveu se mudar para o Rio de Janeiro. Este era o caminho natural dos grandes intelectuais que não se acomodavam na vida limitada que se tinha aqui. E não só em Sergipe, mas também em todos os Estados do Nordeste. Ao chegar no Rio ele se projetou. Não apenas como professor de direito e escritor, como também chegou a ter um jornal chamado “A Aurora”. E a época que ele viveu se caracterizou por isso. Intelectuais com um campo de interesse muito amplo. Não era a época das especializações, ou seja, de alguém ser só jurista ou médico. Era um período em que os intelectuais eram médicos, mas escreviam sobre história, sobre política, poesia. São intelectuais de um campo de interesse muito amplo. E assim foi ele.

INFONET - E essa era uma característica dos componentes da “Escola do Recife”.
TO - Exatamente. Os discípulos de Tobias Barreto caracterizaram sua ação, também, por uma atividade política de militância. Assim Fausto, que se envolveu na política sergipana mesmo estando no Rio. Algo que também era outra característica da época, já que diante do ambiente acanhado daqui essas pessoas que saíam do Estado mantinham laços com sergipanos e de certa forma – eu acredito nisso – esse grupo do Rio, que foi grande e importante, tentou de lá dirigir um pouco a política local. E Fausto faz parte desse grupo e termina apadrinhado por Prudente de Morais, que foi presidente da República. Posteriormente se candidatou a deputado federal por Sergipe e é eleito em 1900. E foi deputado federal nessa legislatura de 1900 a 1902. Nesse momento ele explode por ser um grande orador e alcança um sucesso tremendo na Câmara Federal. O Rio de Janeiro todo o conhecia. As galerias da Câmara ficavam cheias quando ele ia discursar e este foi o seu auge. Depois ele perde a eleição seguinte, mas retorna em 1906, que é também o ano de sua morte. Neste período também foi eleito já em outro contexto, quando é eleito como oposição à política dominante em Sergipe, que é comandada por monsenhor Olympio Campos. Ele vem agradecer a sua eleição em Sergipe e, então, vai acontecer o movimento que levou a sua morte.

INFONET – E o que foi a “Revolta de Fausto Cardoso”?
TO - Para entender é preciso lembrar que a República iniciou-se no Brasil como um movimento oligárquico, no contexto do coronelismo, dominado então por grupos que se perpetuavam no poder e ganhavam sucessivamente as eleições. Dentro da política dos governadores, que foi um grande pacto - digamos que assinado tacitamente, não assinado propriamente – convencional entre o Governo Federal e o Governo dos Estados. O que levou a esse pacto foi o fato do Governo Federal, que praticava uma política econômica impopular, combatendo os empréstimos e a dívida externa brasileira – uma situação que se repete no Brasil – precisar ter um certo controle sobre os Estados. E o que é que ele faz? Ele faz um grande acordo entre a esfera federal e estadual, um acordo que permitia que os grupos estaduais, aliados ao Governo Federal, fossem continuamente reeleitos. Isto constitui a República oligárquica. E em Sergipe o primeiro grande grupo oligárquico na República é o liderado pelo monsenhor Olympio Campos. E Fausto Cardoso, que se elegeu inicialmente aliado ao grupo de Olympio, rompe com este e retorna à Câmara Federal como oposição a oligarquia. Por isso, quando ele vem a Sergipe, vem numa espécie de desafio. Ele alega que é para agradecer a eleição, a vitória, mas é claro que ele vem desafiar o poder que mandava em Sergipe. Diante disso, quando ele chega ao Estado já encontra uma revolta preparada pelos seus partidários, essa revolta queria derrubar a oligarquia olympista, isto é, o governo do desembargador Guilherme Campos, irmão do Monsenhor Olympio Campos.

INFONET – E quem eram os revoltosos?
TO - Aquela foi uma revolta da Polícia de Sergipe, que tomou o palácio Olympio Campos, na madrugada de 10 de agosto de 1906, e estabeleceu o governo de um novo partido fundado pelos amigos de Fausto, chamado “Partido Progressista”. Esses progressistas, também tomam conta da Assembléia Legislativa, expulsam os deputados eleitos pelo Governo e também de vários municípios do interior, como: Própria, Laranjeiras, Itabaiana, Riachuelo, Maruim, Divina Pastora. E foi um governo que foi se estendendo e tudo isso em pouquíssimo tempo. O interessante é que a revolta foi curta, durou apenas de 10 de agosto a 28 de agosto. Isto porque no dia 28 foi quando Fausto Cardoso foi morto e aí veio a derrota da revolta. Mas neste período, de 18 dias, ela se espalhou, praticamente, por todo o Estado. Então, isso é que foi a Revolta de Fausto Cardoso, um movimento que pretendeu derrubar a oligarquia Olympio Campos baseando-se no prestígio popular e político de Fausto Cardoso, que era amigo do presidente da República, gozava de um grande prestígio no Rio de Janeiro e em outros locais do país. Foi isso o que deu confiança aos seus partidários.

 INFONET – E quais foram as conseqüências, imediatas e posteriores, desse levante?
TO - O desfecho da revolta não foi positivo para Sergipe inicialmente, isto porque o Partido Progressista, quando assumiu, estava longe dos ideais do que Fausto apregoava. Muito do que Fausto dizia, e o que os amigos dele queriam, era distinto. Eles queriam era tomar o governo, na verdade. Mas Fausto fazia um discurso conclamando a que se fizesse uma nova política. Política progressista na visão dele seria uma política de base, de concórdia, de elevação moral e ética. Então, há uma certa distância entre o que ele fala e o que era realizado pelos partidários que aqui estavam e que, eu acho, tinham mais o pé no chão. Viam que o exercício da política aqui era aquele café-com-pão mesmo. De tomar o poder. De se apegar aos cargos, dos quais eles foram retirados há muito tempo. Pois bem, quando se dá a revolta, como reage o governo? Havia no Rio de Janeiro o monsenhor Olympio Campos que era senador. Então ele, apesar de estar aqui, na época da revolta, tinha contato no Rio. E claro que ele procura manter esses contatos a favor do seu grupo, que na época estava no poder. E o que é que ele faz? Ele consegue, na Câmara e no Senado, uma posição favorável a ele, apesar de Fausto ser deputado federal. Olympio consegue forças políticas no Rio de Janeiro que fazem com que o governo federal, mesmo sendo exercido por um amigo de Fausto, que era o presidente Rodrigues Alves, fosse obrigado a mandar forças do Exército para Sergipe para recolocar no governo Guilherme Campos. E é isso que acontece. Sergipe vai ser invadida por forças do exército, que vêm da Bahia e Pernambuco, e que vão recolocar o governo olympista. E é exatamente nessa operação que fausto, que era uma pessoa de temperamento muito arrebatado, resolve ir sozinho – até convida outras pessoas – mas vai desarmado, enfrentar tropas do Exército. E quando vai, ao Palácio do Governo, enfrentar, ele acreditava que pelo discurso inflamado ele conseguiria mudar a posição das tropas, ele recebe o tiro que o matou. Então ele é morto pelo Exército e imediatamente todo o movimento se desorganiza. Porque a notícia de que Fausto morreu leva todas as tropas a desistirem. Houve uma debandada geral, um medo muito grande de perseguição, a notícia de que o Exército estava em Sergipe e dominava Aracaju levou a uma desarticulação absoluta da revolta e os olympistas retomaram facilmente todos os postos que tinham sido tomados aos progressistas. Então, ao meu ver, inicialmente o saldo da revolta foi de uma submissão e de uma humilhação de Sergipe. Porque o Estado foi invadido. O grande líder foi morto. Posteriormente, houve um movimento de vingança, porque os filhos de Fausto Cardoso resolveram vingar a morte do pai e assassinaram Olympio Campos no Rio de Janeiro no mês de novembro. Enfim, no primeiro momento, o governo olympista foi reposto, Guilherme Campos terminou o seu governo, ainda elegeu seu substituto, que foi Rodrigues Alves, uma gestão inicialmente pacífica, mas que depois começaria a ser tomada pelos embates e críticas. A oposição reapareceu e os faustistas vão voltar ao poder em 1912. Então, que dizer, se a gente puder dizer qual é o saldo disto? Sergipe ficou profundamente ferido e tocado com esse movimento e a política se dividiu em grupo que vai, usando uma agressividade muito grande, durante o restante da primeira república.

INFONET – Após praticamente um século, muita gente não tem idéia de quem foi Fausto Cardoso e de que houve uma revolta de tamanha proporção no Estado?
TO - É verdade. Hoje, é muito comum que pessoas digam que não têm idéia de quem foi Fausto Cardoso. Um movimento desse tamanho, que marcou tanto a história do Estado, hoje é completamente desconhecido. O que é interessante nisso é como se perdeu a história desse movimento e a história do próprio Fausto Cardoso no decorrer das décadas, apesar de ele ter sido eleito o herói de Aracaju. Qual é a praça central de Aracaju? A Fausto Cardoso. Qual foi o primeiro monumento público erguido em Aracaju? O monumento a Fausto. E ainda o mais bonito. E, no entanto, o povo desconhece quem foi esta figura e o monumento sequer consegue chamar a atenção. Então, é interessante esse fenômeno da elevação de Fausto como grande herói, libertador - que é assim que ele é encarado - e, posteriormente, o declínio da memória dele. Como em 2006 se completam cem anos de sua morte, quem sabe um novo movimento resgate a história dessa figura lendária.

* Entrevista reproduzida do Portal Infonet/Cidade/Noticias - 16/12/2003.


Postagem original na página do Facebook, em 16 de Setembro de 2012.