segunda-feira, 7 de julho de 2014

Só para lembrar - O Cacique era o point

 Foto reproduzida do blog aracajuantigga.blogspot

Foto reproduzida do site: infonet.com.br/cultura
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Só para lembrar - O Cacique era o point
Por Eugênio Nascimento.

Fundado na década de 1950 para ser um espaço especial para reunir a elite sergipana, o Cacique Chá foi um estabelecimento que abrigou desde grandes festas das famílias mais abastadas a até o concurso de Miss Sergipe e em um dos quais foi eleita a ex-secretária da Cultura de Sergipe e Aracaju, professora Aglaé Fontes. Para ter acesso no período inicial de sua criação até meados dos anos de 1960, os homens usavam smoking ou terno e as mulheres vestido longo.

No início dos anos de 1970, o estabelecimento começou a abrir mais as suas portas e virou ponto de encontro de políticos, empresários, jornalistas e profissionais liberais, entre os quais advogados e economistas. Iam ao Bar e Restaurante conversar sobre política, a economia do Estado, temas ligados às atividades profissionais e banalidades. Consumia-se bons tiragostos, almoços e jantas. Mas o que mais atraia gente para o bar era a cerveja e os preços razoáveis, além do fato de ficar no centro da cidade.
Para os jornalistas, no Cacique Chá bebia-se informações. É verdade. Por lá passavam senadores, deputados federais, estaduais, alguns vereadores e todos conversavam bastante com os jornalistas que no estabelecimento andavam, entre os quais eu, Adiberto Souza, Gilvan Manoel, Fernando Sávio, Luciano Correia, Amaral Cavalcante, Valdomiro Júnior, Ofélia Onias, José Andrade, Carlos Magno, Paulo e Gilberto Serra, Zé Brasil, Cássia Santana, Marcos Cardoso, Aluízio, Carlos Magno e Angelica Miranda, entre outros. A mesa da imprensa, era, na verdade, quatro ou cinco mesas coladas umas às outras e delas participavam ainda os ex-vereadores Bosco Mendonça, Marcélio Bomfim, Rosalvo Alexandre e Antônio Góis e ocorriam visitas de deputados. Joanelice (Boneca), era presença diária.

Numa longa mesa interna, de mármore, ficavam o advogado Jaime Araújo, o professor Silvério Leite Fontes, o senador Gilvan Rocha, os deputados Tertuliano e Guido Azevedo, Leopoldo Souza, Francisco Paixão, José Carlos Teixeira, Jackson Barreto, Jonas Amaral, Lucilo da Costa Pinto, o ex-prefeito João Augusto Gama, os intelectuais Alberto Carvalho e Fernando Nunes, os então juízes Antônio Góis e Lauro Pacheco, os empresários Tarcísio e Luiz Teixeira, entre outros. Por lá apareciam políticos de outros estados e ministros que vinham em missão ao Estado. E bem próximo deles estávamos nós, os jornalistas, em busca de boas matérias e notas para os jornais.

Muita gente ia para o Cacique ler revistas e jornais ou comentar algum fato do dia anunciado pelos presidentes generais de plantão do governo federal, enquanto bebia. Era o local propício para bons papos políticos.

Nas noites da década de 1980 entraram as prostitutas e homossexuais. E o bar e restaurante mantinha-se sempre lotado. No final desses anos, começou um processo de esvaziamento. A falta de estacionamento e o intenso movimento no centro atrapalhou a vida do bar e restaurante. . E de lá desapareceram, junto com as fartas mesas, os garçons, Josias, Álvaro, Dias, Cabeção, Bisqui...

Esse foi o Cacique que conheci e vivi. Agora ele voltou com uma nova roupagem e foi entregue à população sergipana na quarta-feira, 2 de julho, reformado e com restauração dos painéis de Jenner Augusto. O espaço, localizado na Praça Olímpio Campos, no Centro Comercial de Aracaju, ,continua bonito e contou com investimentos em torno de R$ 400 mil. Ainda que tenha virado um café, o bom Cacique, aquele que será lembrado por quem viveu os seus bons tempos será o da boemia, das longas farras e dos bons bate papos.

(Publicado originalmente no Jornal da Cidade, edição de 06 e 07/07/2014).

Texto reproduzido do blog: primeiramao.blog.br

Postagem originária da página do Faceboo/MTéSERGIPE, de 6 de Julho de 2014.

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