Foto reproduzida do blog aracajuantigga.blogspot
Foto reproduzida do site: infonet.com.br/cultura
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Só para lembrar - O Cacique era o point
Por Eugênio Nascimento.
Fundado na década de 1950 para ser um espaço especial para
reunir a elite sergipana, o Cacique Chá foi um estabelecimento que abrigou
desde grandes festas das famílias mais abastadas a até o concurso de Miss
Sergipe e em um dos quais foi eleita a ex-secretária da Cultura de Sergipe e
Aracaju, professora Aglaé Fontes. Para ter acesso no período inicial de sua
criação até meados dos anos de 1960, os homens usavam smoking ou terno e as
mulheres vestido longo.
No início dos anos de 1970, o estabelecimento começou a
abrir mais as suas portas e virou ponto de encontro de políticos, empresários,
jornalistas e profissionais liberais, entre os quais advogados e economistas.
Iam ao Bar e Restaurante conversar sobre política, a economia do Estado, temas
ligados às atividades profissionais e banalidades. Consumia-se bons tiragostos,
almoços e jantas. Mas o que mais atraia gente para o bar era a cerveja e os
preços razoáveis, além do fato de ficar no centro da cidade.
Para os jornalistas, no Cacique Chá bebia-se informações. É
verdade. Por lá passavam senadores, deputados federais, estaduais, alguns
vereadores e todos conversavam bastante com os jornalistas que no
estabelecimento andavam, entre os quais eu, Adiberto Souza, Gilvan Manoel,
Fernando Sávio, Luciano Correia, Amaral Cavalcante, Valdomiro Júnior, Ofélia
Onias, José Andrade, Carlos Magno, Paulo e Gilberto Serra, Zé Brasil, Cássia
Santana, Marcos Cardoso, Aluízio, Carlos Magno e Angelica Miranda, entre outros.
A mesa da imprensa, era, na verdade, quatro ou cinco mesas coladas umas às
outras e delas participavam ainda os ex-vereadores Bosco Mendonça, Marcélio
Bomfim, Rosalvo Alexandre e Antônio Góis e ocorriam visitas de deputados.
Joanelice (Boneca), era presença diária.
Numa longa mesa interna, de mármore, ficavam o advogado
Jaime Araújo, o professor Silvério Leite Fontes, o senador Gilvan Rocha, os
deputados Tertuliano e Guido Azevedo, Leopoldo Souza, Francisco Paixão, José
Carlos Teixeira, Jackson Barreto, Jonas Amaral, Lucilo da Costa Pinto, o
ex-prefeito João Augusto Gama, os intelectuais Alberto Carvalho e Fernando
Nunes, os então juízes Antônio Góis e Lauro Pacheco, os empresários Tarcísio e
Luiz Teixeira, entre outros. Por lá apareciam políticos de outros estados e
ministros que vinham em missão ao Estado. E bem próximo deles estávamos nós, os
jornalistas, em busca de boas matérias e notas para os jornais.
Muita gente ia para o Cacique ler revistas e jornais ou
comentar algum fato do dia anunciado pelos presidentes generais de plantão do
governo federal, enquanto bebia. Era o local propício para bons papos
políticos.
Nas noites da década de 1980 entraram as prostitutas e
homossexuais. E o bar e restaurante mantinha-se sempre lotado. No final desses
anos, começou um processo de esvaziamento. A falta de estacionamento e o
intenso movimento no centro atrapalhou a vida do bar e restaurante. . E de lá
desapareceram, junto com as fartas mesas, os garçons, Josias, Álvaro, Dias,
Cabeção, Bisqui...
Esse foi o Cacique que conheci e vivi. Agora ele voltou com
uma nova roupagem e foi entregue à população sergipana na quarta-feira, 2 de
julho, reformado e com restauração dos painéis de Jenner Augusto. O espaço,
localizado na Praça Olímpio Campos, no Centro Comercial de Aracaju, ,continua
bonito e contou com investimentos em torno de R$ 400 mil. Ainda que tenha
virado um café, o bom Cacique, aquele que será lembrado por quem viveu os seus
bons tempos será o da boemia, das longas farras e dos bons bate papos.
(Publicado originalmente no Jornal da Cidade, edição de 06 e
07/07/2014).
Texto reproduzido do blog: primeiramao.blog.br
Postagem originária da página do Faceboo/MTéSERGIPE, de 6 de Julho de 2014.
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