sexta-feira, 2 de maio de 2014

Maria Ligia Madureira Pina


Publicado originalmente no blog Academia Literária de Vida, em 7/03/2014.

8 de Março. Homenagem à mestra amiga, Maria Ligia Madureira Pina.

Na juventude, uma moça simples dotada de inteligência notável, assumiu o magistério como verdadeiro sacerdócio, foi mestra de gerações e não houve obstáculo intransponível para a arguta mulher fazer do seu alunado, profissionais capacitados prontos a enfrentar o mundo competitivo. E viu por reiteradas vezes, alunos ascendendo cargos nas mais diversas áreas do conhecimento. Quanta felicidade para a jovem mestra! Seus pais foram participes na formação ética e intelectual, dando-lhe educação pautada nos valores.
Filha única, a menina Ligia aos cinco anos ingressou no Colégio Frei José de Santa Cecília de propriedade da grande mestra, poetisa e dramaturga Carlota Sales de Campos; esse bom início, certamente influenciou a forte tendência cultural da intelectual que conhecemos e respeitamos com honra. Foi aluna da Escola Normal, depois Instituto de Educação Ruy Barbosa, instituição onde estudou a primeira médica, a primeira dentista e a primeira farmacêutica de Sergipe. Ligia voltou àquela casa como professora de gerações, além de lecionar nesse estabelecimento, deu sua parcela de contribuição nos Colégios Atheneu, Atheneuzinho, Tiradentes, e no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Sergipe. Foi aluna de outros grandes mestres entre esses, o padre Domingos Fonseca, Cecinha Melo e Cacilda Fontes. Fez o curso superior na Faculdade de Filosofia de Sergipe, área de História e Geografia.

Sempre solicita tinha olhos e mãos voltados a ajudar seu próximo, atenta a servir vizinhos, amigos e às crianças, a estas sempre dedicou atenção especial chegando a realizar auto de Natal, ali em sua residência na José Vieira Andrade com crianças da vizinhança. Amiga dos amigos mostrou ao longo do tempo o afeto que nutre por todos eles. A linguagem da amizade é retribuída pelos amigos e ex-alunos que a honram concedendo-lhe homenagens, títulos honoríficos e palavras, muitas palavras carregadas de gratidão. Seu amigo Mário Cabral, já de saudosa memória, dizia que Lígia tinha vontade e valentia voltadas para o ideal da arte, da poesia e da beleza.

O aguçado senso fraterno e da pesquisa lhe presenteou com a autoria dos livros Flagrando a Vida, Satélite Espião, observa a Vida no Planeta Azul (poesias), A Relíquia, Contos e crônicas e o destacado A Mulher na História, trazendo à luz magníficas mulheres, destacadas por suas obras. O bem escrever levou Ligia a assumir desde 1998 a cadeira nº 27, da Academia Sergipana de Letras. A respeitada intelectual representa ali na ASL, para mim, a mulher sergipana ao lado de outras companheiras do passado e da contemporaneidade que introduziram brilho maior ao sodalício, inicialmente composto tão somente por homens até, naturalmente a entrada de Núbia Marques, precursora de mulheres aguerridas naquela casa.

A professora Ligia Pina que em sua visível fragilidade física abriga saberes sem precedentes, meu preito de gratidão e reconhecimento pela garra sempre demonstrada em busca de seus ideais, transpondo oceanos e elevando o nome da cultura sergipana internacionalmente. A ela, fundadora há mais de 21 anos da Academia Literária de Vida, instituição formada por mulheres que propugnam pela cultura em Sergipe, a exemplo de Maria Hermínia Caldas, Josefina Braz, Yvone Mendonça de Souza, Adelci Figueiredo dos Santos, Maria da Conceição Ouro Reis, Shirley Maria Santana Rocha, Cléa Brandão de Santana, Ângela Margarida Tôrres de Araújo, Marlaine Lopes de Almeida e Raylane Dias Navarro Barreto. Depois de relacionar as participantes da ALV, reitero minhas homenagens à professora Lígia e as mulheres que somam esforços em prol da cultura e da educação em Sergipe.

Sandra Natividade
Membro da ALV.

Foto e texto reproduzidos do blog: academialiterariadevida.blogspot.com.br

Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, de 2 de maio de 2014.

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