sexta-feira, 2 de maio de 2014

Abelardo Romero na Academia Sergipana de Letras.


Pubicado originalmente na Revista Perfil, em 02/07/12.

Abelardo Romero na Academia Sergipana de Letras.

Desde de 2007, quando se comemorou com maestria o centenário de nascimento do jornalista Abelardo Romero Dantas, que o interesse sobre sua importância cultural vem crescendo. A Academia Sergipana de Letras está preparando um livro onde Abelardo estará notificado entre os imortais daquela importante casa de memória de Sergipe: Perfis Acadêmicos, sob a tutela do Prof. Msc. José Anderson do Nascimento.

Em 1976, a ASL esteve às voltas em torno da polêmica da aceitação ou não de mulheres em seu corpo de imortais. A imprensa não poupou críticas, apesar da resistência de alguns acadêmicos. O jornalista João de Barros chegou a chamar a ASL de Clube do Bolinha (uma referência a um famoso quadrinho), chegando a publicar uma nota de desagravo pelas mulheres. A polêmica girou em torno da negativa de indicação à escritora Núbia Marques, eleita posteriormente em 1978. Coube a Abelardo Romero fazer a sua saudação.
A posse de Abelardo na ASL foi um processo que se arrastou por um considerado tempo. Seu nome foi indicado por seis acadêmicos no dia 16 de janeiro de 1976, ocasião em que foi eleito o Dr. José Bonifácio Fortes Neto. Na ocasião, a indicação de Abelardo foi aceita por unanimidade. Em razão disso, o Presidente da ASL, o Sr. Severino Uchôa, marcou sua posse para o dia 20 de junho daquele ano.

No dia 17 de junho de 1976, a sessão de posse de Abelardo foi suspensa. Alguns acadêmicos entendiam que ele precisava ser eleito, coisa que não ocorreu. Pela primeira vez na história da ASL, um acadêmico tomaria posse sem ter siso eleito. Assim, dia 27 de junho ele foi finalmente aceito pelos imortais sergipanos em processo eleitoral. A posse foi marcada para o dia 20 de agosto de 1976.

Como a imprensa sergipana estava em litígio com a ASL e esta não se preocupou a época de informar e mandar o convite para a posse de Abelardo, o evento teria passado em branco, não fosse o Deputado Estadual Horácio Goes. Este, pela imprensa, estranhou o fato de os jornalistas não terem noticiado como se deveria a posse, tanto que o mesmo, no dia 26 de agosto, fez uso da palavra na Tribuna da Assembleia Legislativa de Sergipe enaltecendo o escritor lagartense e a sua entrada no hall dos imortais sergipanos.

É importante ressaltar que, apesar da omissão da imprensa privada, o Diário de Aracaju, ligado ao grupo Diários Associados (de Assis Chateaubriand, para quem Abelardo trabalhou por vários anos), publica uma nota-convite no dia 19 de agosto de 1976, enaltecendo a importância de Abelardo e sua estada na ASL.
Seu discurso de posse, publicado no nº 26 da Revista da ASL (março de 1978), expressa a marca de uma erudição que sempre lhe acompanhou em seus trabalhos, recorrendo aos escritos de seus antecessores e homenageando-os com sua pena, ora em latim, alemão ou mesmo em inglês. Agradece particularmente ao Presidente Severino Uchôa e ao poeta Clodoaldo Alencar, responsável por fazer a saudação ao escritor lagartense. A cerimônia do dia 20 de agosto de 1976 foi coordenada pelo saudoso Luiz Antônio Barreto e ocorreu no Teatro Atheneu.

A passagem de Abelardo Romero pela ASL foi rápida, mas significativa. De sua indicação, passando por sua posse, até seu falecimento em 1979, o escritor lagartense deixou marcas indeléveis. Entre os anos 1977 e 1979, ocupou o cargo de 2º Secretário na administração de Manoel Cabral Machado.

A história de Sergipe está carente de mais informações de seus escribas e de seus talentos, sobretudo daqueles que frequentaram e frequentam a Academia Sergipana de Letras, salvo os esforços de Luiz Antônio Barreto. O livro Perfis Acadêmicos poderá ser um passo importante no sentido de ampliar o interesse de pesquisadores por nossa rica e variada inteligência sergipana, onde Abelardo Romero figura como um de seus mais importantes exemplares.

Foto e texto reproduzidos do site: revistaperfil.com.br

Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, de 2 de maio de 2014.

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