sábado, 21 de março de 2015

Homenagem a Dr. Hugo Gurgel (1922 - 2015).



Histórico da Clínica Santa Helena.

Em maio de 1975 era inaugurada a Clínica Santa Helena. Resultado de um sonho do nosso fundador Dr. Hugo Gurgel e de sua esposa Lúcia Gurgel com a valiosa ajuda do construtor João Alves Filho.
Iniciava-se a partir de então, um marco na história da medicina sergipana, repleta de realizações e amor ao próximo.

Buscando sempre inovar e dar o melhor quando se trata de saúde e responsabilidade, a Clínica Santa Helena tem demonstrado porque é líder no mercado em Sergipe. Ao ser inaugurada o seu projeto inicial era apenas obstetrícia. Com o passar dos anos, estendeu-se para a área ginecológica e, assim, criamos uma instituição que atende a toda classe feminina.

Muito mais do que em tamanho, a Santa Helena cresceu em qualidade e segurança. O nosso objetivo é continuar o trabalho sério, pioneiro e inovador que temos realizado há 39 anos para merecer a confiança de todas as mulheres sergipanas.

Conheça a biografia do nosso fundador - Dr. Hugo Gurgel.

Natural da cidade de Lavras da Mangabeira no Estado do Ceará, Hugo Bezerra Gurgel nasceu em 28 de agosto de 1922. Filho do comerciante José de Aguiar Gurgel e de Dona Maria Bezerra Gurgel.
Com o querido pai aprendeu que é preciso o máximo de todos os esforços para cuidar da educação dos filhos. Da exemplar mãe que teve, herdou o temperamento de brandura e paciência.

Os primeiros estudos aconteceram na sua cidade natal, complementados com o curso ginasial como aluno interno do Colégio Cearense na cidade de Fortaleza.

Pela presença do primo Onório Bezerra, estudante de Engenharia na cidade de Salvador, aliado a determinação de partir para uma carreira profissional fora do Ceará, por terríveis cenas que presenciou ainda menino da seca de 32 que aniquilou o Estado, deixa suu terra de origem e parte para Bahia, já pensando em se preparar para fazer o vestibular de Medicina. Chega à terra dos santos e mil e um axés em 1946.

Da seca de 32 no Ceará: "Isso me impressionou muito. À medida que ia crescendo, eu ia dizendo que jamais eu me formaria para trabalhar no Ceará".

Do desejo de ser médico: "Veio naturalmente. Na minha adolescência sempre admirei muito o médico. Com essa admiração veio a vocação. Naquela época, se tinha um médico, sobre tudo numa cidade do interior; com muito respeito. De qualquer maneira, ele era um ídolo. Realmente, é uma profissão que só faz mesmo servir o ser humano".

Hospedado em república na proximidade do bairro Rio Vermelho, para garantir despesas com livros e até mesmo de cunho pessoal, passa a dar aulas particulares, faz dois complementares (já que na época não existia o curso científico) no Colégio Marista. Defronta-se com o vestibular em 40 e sente o sabor de vitória na publicação do resultado.

Formado em 1946 tem espaço de trabalho garantido na cidade de Aracaju por fato interessante da sua vida. Primeiramente estava disposto a começar vida de médico na cidade de Curitiba, inclusive, já tinha feito contato com companheiros de faculdade que também estavam dispostos a acompanhá-lo, além de dispor de uma certa economia, pois em todo o momento em que morou em Salvador, ficou restrito aos estudos e ao trabalho de residente.

"Nunca fui a um carnaval e só tomei férias duas vezes. Era dedicado exclusivamente à medicina".
Dez dias antes de se formar, pela visita a Salvador do médico Benjamin de Carvalho, então diretor do Hospital de Cirurgia de Aracaju, ao médico Almir Oliveira, professor de Obstetrícia e também diretor da Faculdade da Maternidade, Climério de Oliveira, a procura de um médico para atuar na maternidade sob o seu comando, Hugo recebe indicação do seu mestre, amigo e ídolo. A proposta partida do seu querido professor e veiculada com mais uma promessa, tornou-se irrecusável. Curitiba ficaria para uma outra oportunidade.

"O professor Almir de Oliveira que era o meu pai, me convenceu quando me disse: você vai morar em Aracaju, vai morar numa maternidade para ser o seu médico residente, faça a sua tese e com seis meses você volta a salvador para apresentá-la que eu vou ser o responsável pela direção. Como conquistar um mestrado naquele momento era um momento palpável, tornou-se um agrupamento que realmente me convenceu, já que não iria sair de Salvador para uma aventura. Quatro meses depois ele morreu e eu por aqui fiquei".

Formatura acontecida no dia 11 de dezembro de 46 e chegada em Aracaju para trabalhar na Maternidade Francino Melo, do Hospital Cirurgia, no dia 10 de Janeiro de 47.

Sua permanência em Aracaju foi garantida por uma boa receptividade e perspectiva de uma carreira promissora pelo campo de trabalho completamente aberto.

"Verifiquei que a Obstetrícia ainda não estava atualizada, porque o Dr Augusto Leite era forçado a fazer na qualidade de cirurgião, intervenções. Eram mais clínicos gerais. O primeiro médico obstetra mesmo fui eu".

A permanência como médico duraram dois anos e alguns meses, em vista da montagem do primeiro consultório na Rua João Pessoa, edifício da Casa Cristal. Não teve problema de conquistar uma razoável clientela de imediato, pois só assim procedeu na mudança de vida profissional, após um bom tempo de residente, fortalecido pelo conceito que tinha perante a classe médica, responsável por inúmeras indicações. O tempo de folga da época de solteiro era preenchido com animadas conversas acontecidas na Ponte do Imperador, com dois amigos que conquistou. Lauro Porto e Clóvis Conceição.

É testemunho vivo de todo o processo da Obstetrícia em Sergipe, sendo o primeiro obstetra a fazer cesárea em Sergipe.

"O Dr Augusto Leite era quem fazia as cesáreas. A técnica dele era superada. Quando eu acabei de fazer a primeira em Sergipe, fazendo uso da experiência de outras do tempo da maternidade de Salvador, Dr Augusto chegou e me disse: eu senti um alívio, pois para mim era um sacrifício muito grande".

Hugo dá continuidade à sua clínica em sala que adquire no Edifício do Hotel Palace, passa a trabalhar no IAPC, conquista de emprego por concurso e segue em frente sua carreira.

Dispondo de uma clínica de muito movimento, pensa na possibilidade de partir para um empreendimento via construção. Em sociedade com o sogro Manelito Aguiar, o amigo e médico Gileno Lima e mais outro médico Ciro Tavares concretiza o sonho com a inauguração da primeira clínica particular em Sergipe exclusivamente para obstetrícia e ginecologia.

Mais adiante se retira da sociedade e monta a clínica Santa Helena, agora, com participação exclusiva da família. Fez parte da fundação da faculdade de Medicina de Sergipe e teve na faculdade uma outra história de vida. Só deixou a sala de aula por conta da aposentadoria.

Tem título de Cidadão Sergipano e faz bom proveito dos tempos de folga para desfrutar da fazenda de coco que possui na foz do Rio São Francisco. Foi fundador da Sociedade Médica de Sergipe e seu presidente por dois períodos, presidente do Clube dos Médicos e o primeiro presidente do Conselho Regional de Medicina.

O consultório, clientela e tudo mais, passaram para filha Eline.

"Ter uma filha como continuidade do meu trabalho é um orgulho".

Casou com Lúcia Menezes em 52. É pai de quatro filhos: Eliane, Eline, Ana Paula e Hugo Filho. Tem 11 netos e três bisnetos. Tem como genros: Marcelo, Josan, José Augusto e Sílvia.

Texto e imagem reproduzidos do site: clinicasantahelena.com.br
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 19 de março de 2015.

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