quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Academia Sergipana de Letras

Foto reproduzida do blog: seminariodearacaju.blogspot

A Academia (maio de 2009).
Por José Anderson Nascimento - Presidente.

A Academia Sergipana de Letras é a instituição literária sergipana que tem por finalidade o cultivo e o desenvolvimento das letras em geral e colaborar na elevação das artes e da cultura do Brasil e, de modo particular, em Sergipe.

Foi criada segundo o modelo da Academia Brasileira de Letras, por iniciativa do poeta Antônio Garcia Rosa e de outros intelectuais sergipanos, destacando-se, entre eles, José de Magalhães Carneiro, Cleómenes Campos, José Augusto da Rocha Lima, Rubens Figueiredo, Monsenhor Carlos Costa, Clodomir Silva e Manuelito Campos.

A Academia tem uma história toda especial, pois sucedeu à Hora Literária, instituição recreativa, fundada em 1º de abril de 1919, depois transformada em sociedade literária de caráter acadêmico autônoma, por decisão da Assembléia Geral de 17 de julho de 1927.

A Hora Literária tinha como objetivos a promoção do estudo; o envolvimento intelectual do cidadão e a difusão do pensamento.

Cumpria, a Hora Literária, as suas metas, quando o movimento em prol da fundação da Academia consolidou-se, principalmente a partir de 13 de abril de 1929, quando deliberou-se que para a composição do quadro acadêmico, ficariam mantidos os acadêmicos que pertenciam à Hora Literária.

Assim, a 1º de junho de 1929, a Hora Literária convertia-se na Academia Sergipana de Letras, dando grande brilho às letras sergipanas. Seu primitivo estatuto criou 16 cadeiras para os seus sócios acadêmicos, todas patrocinadas por sergipanos ilustres, já, falecidos, na seguinte ordem: Tobias Barreto, Silvio Romero, Fausto Cardoso, Bitencourt Sampaio, Ivo do Prado, Gumercindo Bessa, Curvelo de Mendonça, Felisbelo Freire, Maximino Maciel, Lapa Pinto, Maria Perdigão, Severiano Cardoso, Frei Luiz de Santa Cecília, Horácio Hora, Armindo Guaraná e Pedro de Calazans.

Segundo o mesmo estatuto, para ocupá-las foram considerados sócios acadêmicos, com posse de todos os direitos inerentes à dignidade do cargo e das funções, os escritores e poetas Antônio Garcia Rosa, Cleómenes Campos, Etelvina Siqueira e Hermes Fontes, José de Magalhães Carneiro, Ranulfo Prata, Manuelito Campos, Rubens de Figueiredo, Clodomir Silva e Gilberto Amado; filológo e orador José Augusto da Rocha Lima; oradores D. Antônio Cabral e Monsenhor Carlos Costa; pedagogos Manuel Santos Melo e Helvécio Andrade.

Posteriormente, foram integrados os 24 membros restantes, a exemplo da Academia Brasileira de Letras, constituindo, dessa maneira, o corpo dos 40 imortais. A Academia passou a adotar, como logomarca, uma coroa de louros, formada de dois ramos, presos por um laço de fita, tendo ao centro o mapa de Sergipe, dentro do qual consta a divisa: Dare lumina terris (Dar luz a terra), encimada com uma estrela pentagonal.

Em 1931, o Sodalício estava composto de 40 membros efetivos e de 20 correspondentes. Como patronos das cadeiras criadas, estabeleceu-se a seguinte ordem: Tobias Barreto, Sílvio Romero, Fausto Cardoso, Bitencourt Sampaio, Ivo do Prado, Gumercindo Bessa, Curvelo de Mendonça, Felisbelo Freire, Maximino Maciel, Lapa Pinto, Lima Junior, Severiano Cardoso, Frei Santa Cecília, Horácio Hora, Armindo Guaraná, Ascendino Reis, Pedro de Calazans, Vigário Barroso, Pereira Barreto, Coelho e Campos, Caldas Júnior, Martinho Garcez, Ciro Azevedo, Pedro Moreira, Dias de Barros, Monsenhor Fernandes da Silveira, Manuel Luiz, Conselheiro Orlando, Jackson Figueiredo, José Jorge de Siqueira, José Maria Gomes de Souza, Oliveira Ribeiro, Guilherme Rebelo, Joaquim Fontes, Conselheiro Aranha Dantas, Baltazar Góis e Brício Cardoso.

Nos anais do Cenáculo, figuram como primeiros ocupantes das cadeiras, renomados homens de letras, a começar por Antônio Garcia Rosa, José de Magalhães Carneiro, Cleómenes Campos de Oliveira, José Augusto da Rocha Lima, D. Antônio dos Santos Cabral, Gilberto Amado, Ranulfo Prata, Manuelito Campos de Oliveira , Rubens Figueiredo, Artur Fortes, Luiz José da Costa Filho, Monsenhor Carlos Camélio Costa, Clodomir Souza e Silva, Manuel José Santos Melo, Helvécio de Andrade, Hermes Fontes, Manuel dos Passos Oliveira Teles, D. Mário Miranda Vilas Boas,João Pires Wynne, Alfeu Rosas Martins, Joaquim Maurício Cardoso, João Passos Cabral, Joaquim Prado Sampaio Leite, Julio Ferreira de Albuquerque, Antonio Manuel Carvalho Neto, Florentino Teles de Menezes, Benedito da Silva Cardoso, Gervásio de Carvalho Prata, Abelardo Cardoso, Enock Matusalém Santiago, José Esteves da Silveira, Edson de Oliveira Ribeiro, Humberto Olegário Dantas, Olegário Ananias Silva, Augusto César Leite, Hunaldo Santaflor Cardoso, Pedro Sotero Machado, Marcos Ferreira de Jesus, Zózimo Lima, Epifânio da Fonseca Dória e Menezes.

Passaram, também, pelos assentos da Academia, expressões culturais do porte de Antônio Garcia Filho, Felte Bezerra, José Silvério Leite Fontes, Luiz Pereira de Melo, Luiz Magalhães, Severino Pessoa Uchoa, José da Silva Ribeiro Filho, Renato Mazze Lucas, José Maria Rodrigues Santos, Acelino Pedro Guimarães, João Freire Ribeiro, Urbano Lima de Oliveira Neto, João Batista Perez Garcia Moreno, Exupero de Santana Monteiro, Abelardo Romero, José Bonifácio Fortes Neto, Jorge de Oliveira Neto, José Augusto Garcez , Francisco Leite Neto, Gonçalo Rollemberg Leite, Josué Tabira da Silva, D. José Brandão de Castro, José Sebrão Sobrinho, Monsenhor Domingos Fonseca de Almeida, Luiz Rabelo Leite, José Olino de Oliveira Neto, Filadelfo Jônatas de Oliveira, Walter Cardoso, João Fernandes de Britto, Clodoaldo de Alencar, Núbia Nascimento Marques, João Gilvan Rocha, Luiz Garcia, Orlando Vieira Dantas.

As reuniões da Academia, a partir de 1932, aconteceram na Sala da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Sergipe, localizada no antigo Palácio da Justiça, na Praça Olympio Campos, onde atualmente funciona a Procuradoria Geral do Estado; mudou-se, depois para o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, na rua Itabaianinha, nº 41, já que, praticamente todos os acadêmicos eram, também, sócios dessa modelar instituição cultural.

No início da década de 70, as reuniões da Academia foram mais uma vez transferidas. Desta feita, graças aos trabalhos desenvolvidos pelos acadêmicos Severino Uchôa, então Presidente, e Emmanuel Franco, as tertúlias acadêmicas passaram a ter lugar no vasto salão do primeiro andar da antiga Biblioteca Pública, hoje Arquivo Público do Estado, na Praça Fausto Cardoso. E aí permaneceu por alguns anos, até que foi desalojada e transferida para o sobrado em que funcionou, antigamente, o Colégio Tobias Barreto, localizado na Rua Pacatuba, 288, o qual, aliás, é um dos últimos exemplares da arquitetura civil do início do século XX, em nossa cidade.

Como se vê, não foram fáceis esses longos anos de existência da Academia, já que para começar, não possuía uma local próprio. Ultimamente, porém, o tratamento melhorou e o Estado de Sergipe vem mantendo, com a instituição cultural, um pacto de uso do prédio público, numa total parceria, uma vez que ambos estão comprometidos com as ações de promoção, difusão e intercâmbio das atividades culturais e artísticas de Sergipe.

A Academia no curso dos seus 78 anos de existência tem sido reconhecida pela sociedade sergipana como a instituição cultural responsável pelo estímulo do movimento intelectual do Estado e, como tal, tem merecido do Poder Público e da iniciativa privada, as melhores atenções, sempre voltadas para a consecução dos seus objetivos, na incessante busca do desenvolvimento cultural e social do povo sergipano.

A Academia Sergipana de Letras é reconhecida, também, como a mais democrática das Academias do país, pois, em seu quadro, abriga não só literatos, como também homens de artes, humanistas e cientistas, dando, assim, uma ênfase especial à cultura em geral, cumprindo, destarte, as suas finalidades estatutárias.

Com efeito, na atualidade (MAIO/2009), as cadeiras acadêmicas estão ocupadas por intelectuais que nos diversos gêneros literários, como: José Lima Santana, Eduardo Garcia, Santo Souza, Emmanuel Franco, Luzia Costa Nascimento, José Amado Nascimento, Clara Leite de Rezende, Clodoaldo de Alencar Filho, José Abud, Hunald de Alencar, Wagner Ribeiro, Aglaé d´Ávila Fontes, Gizelda Santana de Morais, Luiz Eduardo Costa, Francisco Guimarães Rollemberg, Ofenísia Soares Freire, Mário Cabral, Dom Luciano José Cabral Duarte, Jácome Góes, José Anderson Nascimento, Bemvindo Salles Campos Neto, João Alves Filho, Luiz Antonio Barreto, João Oliva Alves, Manoel Cabral Machado, Luiz Carlos Fontes de Alencar, Maria Lígia Madureira Pina, Artur Oscar de Oliveira Déda, Estácio Bahia Guimarães, Luiz Fernando Ribeiro Soutelo, Marcelo da Silva Ribeiro, João de Seixas Dória, Carlos Britto, Jorge Carvalho do Nascimento, Marlene Alves Calumby, Acrísio Torres de Araújo, José Gilton Pinto Garcia, Carmelita Pinto Fontes, Maria Thetis Nunes e Ariosvaldo Figueiredo Santos.

Numa ação de grande incentivo, o saudoso ex-Presidente Antônio Garcia Filho, criou a 25 de agosto de 1984, o Movimento Cultural da Academia Sergipana de Letras, que, numa homenagem ao seu fundador, passou a ser denominado de Movimento Cultural Antônio Garcia Filho. Esse importante núcleo de difusão cultural reúne os escritores José Ferreira Lima, Cléa Maria Brandão Mendes, Ângela Margarida Torres de Araújo, Tânia Maria da Conceição Meneses Silva, Marcos Almeida, Gustavo Aragão, Josefina Cardoso Braz e Sergival Silva. A importância desse Movimento Cultural, no cenário acadêmico, foi confirmada, de forma unânime, com a eleição e posse de alguns dos seus antigos integrantes, para cadeiras acadêmicas, dentre eles: José Lima Santana, Acelino Pedro Guimarães, Maria Lígia Madureira Pina, Bemvindo Salles de Campos Neto, Marcelo Ribeiro e Luzia Maria da Costa Nascimento.

Entre as atividades da Academia figuram palestras, cursos, concursos literários, seminários, além da publicação da Revista e de livros de autores sergipanos. Promove, ainda, a preservação e a divulgação da Literatura e de outras manifestações culturais, mantendo intercâmbios com sociedades culturais brasileiras e estrangeiras, objetivando desenvolvimento cultural do povo sergipano.

Texto reproduzido do blog: clodoaldoalencar.blogspot
De: Clodoaldo de Alencar Filho.

Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 17 de Dezembro/2012.

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