Quando da Posse de Dr. Marcos
Prado na Academia Sergipana de Medicina.
Artigo de seu irmão, Lúcio
Antônio Prado Dias.
Publicado pelo Portal
Infonet/Blogs Lúcio Antonio Prado, em 01/12/2006
Chega à Academia Sergipana de
Medicina nesta quarta-feira, dia 6 de dezembro, para tomar posse na cadeira 39
do sodalício, o médico Marcos Aurélio Prado Dias, depois de uma vida de bons
serviços prestados à comunidade sergipana. Chega com atraso.
Chega à Academia Sergipana de
Medicina nesta quarta-feira, dia 6 de dezembro, para tomar posse na cadeira 39
do sodalício, que tem como patrono o saudoso João Gilvan Rocha, o médico Marcos
Aurélio Prado Dias, com uma larga folha de bons serviços prestados à comunidade
sergipana. Chega com atraso.
Discorrer sobre a vida de uma
personalidade notável, sem omitir ou exagerar as características que a compõem,
não é tarefa fácil. Mais ainda quando se é irmão. "Cada objeto se projeta
influenciado pela luz que o desenha. O meio o aclara ou sombreia. Nunca as
linhas são as mesmas”, nas palavras de Agenor Porto.
Não houve planície em sua vida.
Nela, tudo foi esforço, dedicação, luta e estoicismo, sempre com a cabeça
erguida e o olhar firme, mas com generosidade e solidariedade, traços mais
marcantes de sua personalidade. Os cargos que exerceu e as funções que
desempenhou, chegaram-lhe por méritos pessoais.
Primeiro filho do jornalista
Antonio Conde Dias, seu Tonico e Dona Natália Prado Dias, nasceu em 18 de
outubro de 1944, em Aracaju. Fez o ensino fundamental no Grupo Escolar
Felisbello Freite, em Itaporanga d’Ajuda, com a professora Raquel Rios de Lima,
a professora Tinô, de quem todos os itaporanguenses daquela geração foram
alunos. Depois, ainda jovem, veio para Aracaju onde manteve internato no
Instituto Santo Antonio e depois no Colégio Jackson Figueiredo. Fez o antigo
científico no Atheneu Sergipense. Formou-se na quarta turma da Faculdade de
Medicina de Sergipe, em 1969.
A medicina, como a educação, têm
sido os eixos norteadores da sua vida. Medicina como profissão, o magistério
como primeira fonte de subsistência, a educação presente como professor e
depois como gestor, que por duas ocasiões, à frente da Secretaria de Estado da
Educação, soube honrá-la e dignificá-la.
Iniciou suas atividades profissionais
no Hospital Santa Isabel como cirurgião geral e plantonista do Pronto-Socorro
do Hospital de Cirurgia, permanecendo nesta unidade até 1974. A decisão pela
coloproctologia veio no final dos anos 70, quando Alberto Bomfim se transferiu
para outro Estado. Em 1971, fez Curso Integrado de Cirurgia e Gastroenterologia
no Hospital dos Servidores do Estado de São Paulo, sob a coordenação da
Professora Angelita Habr Gama, Fábio Goffi e Vicente Amato Neto. Em 1973 foi
aprovado em Concurso de Títulos para Oficial Médico promovido pela Polícia
Militar de Sergipe e Hospital da mesma corporação. Em 1975, recebeu o Título de
Especialista em Colo-Proctologia outorgado pela Sociedade Brasileira de
Coloproctologia e Associação Médica Brasileira. Atuou como membro do Conselho
Federal de Medicina, do qual foi conselheiro e secretário, de 1978 a 1988.
Através convênio da UFS com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, fez
Curso de Especialização e Aperfeiçoamento em Cirurgia, no seu módulo abdominal,
no anos de 1981-1982.
Uma faceta típica de nosso
enfocado foi a sua predisposição em ajudar os colegas que lutavam por uma
oportunidade de crescimento; talvez por recordar das dificuldades que passou
durante a sua formação, abriu seu coração para os futuros médicos. Pelas suas
mãos, galgaram degraus na vida os irmãos Roberto e Genival Ferreira, Sérgio
Lopes, o futuro ortopedista José Alves Nascimento, João Cassimiro, Manoel
Marcos e José Luiz Sandes. Mas ele não ficava somente na colaboração fria,
formal, protocolar. Abria as portas de sua casa e o convívio de sua família
para que essas pessoas tivessem o amplo apoio, a amizade e fraternidade.
Como médico engajado nas ações de
saúde, coordenou o Setor de Perícias Médicas do INPS de 1974 a 1980. Dirigiu o
Centro de Aperfeiçoamento das Equipes de Saúde do INAMPS – CEAPES, de 1981 a
1982 e o Posto de Assistencia Médica da Rua de Geru – o PAM 432, de 1985 a
1986.
Em 1991 fundou a Sociedade
Sergipana de Coloproctologia, sendo seu primeiro presidente. No ano seguinte,
assumiu a presidencia da Sociedade Norte Nordeste de Coloproctologia. Mais
tarde foi aprovado como Mestre do Capítulo Sergipano do Colégio Brasileiro de
Cirurgião, defendendo a monografia “Hemorroidectomias – estudo comparativo
entre três técnicas – 5.000 casos”, apresentado na sede do CBC no Rio de
Janeiro. Atualmente ocupa o cargo de vice-mestre do Capítulo Sergipano do CBC,
com sede na SOMESE. Preside ainda a Sociedade Brasileira de Médicos Escritores-
Secção Sergipe e mantém atendimento regular na Clinica Diagnose e nos hospitais
da cidade.
Teve importante participação na
imprensa sergipana, publicando artigos nos jornais "Diário de
Aracaju", "Gazeta de Sergipe", "Jornal da Cidade" e
"Correio da Manhã". Criou os suplementos semanais “Conheça Melhor o seu
corpo” publicado nos jornais "A Estancia" e "A Cruzada".
Juntos fundamos o suplemento "PRESCREVER", publicado por 3 anos nas
edições dominicais do "Correio de Sergipe". Coordenou a seção O
BISTURI, no "Jornal da SOMESE". Seguiu assim os passos do nosso pai,
o jornalista Antonio Conde Dias, que por muitos anos colaborou com os
principais jornais de Sergipe.
Pronto para servir ao povo de
Sergipe, assumiu funções importantes no Governo do Estado: Secretário de Estado
da Educação e Presidente da Fundação Hospitalar no governo de Antonio Carlos
Valadares. Secretário de Estado da Administração e Presidente do Instituto
Parreiras Horta no segundo mandato do engenheiro João Alves Filho e novamente
Secretário de Estado da Educação no atual governo, com breve passagem na presidencia
da Sergás. Presidiu o Instituto Tancredo Neves em Sergipe desde a sua fundação,
transformando a entidade em referência nacional.
Em 1971 casou-se com Angela
Monteiro de Almeida, médica e psicanalista e juntos tiveram três filhos.
Luciana, casada com o Sr. Wolney Barroso e pais de Mariana, sua segunda neta,
nascido neste ano. Fabíola, casada com o Dr. Francisco Alves Junior, que deram
ao novo imortal o seu primeiro neto, Rafael, nascido em 11 de dezembro de 2002.
E finalmente, Marcos Aurélio de Almeida Dias, o filho mais novo, universitário
e ainda solteiro.
Poderia buscar mais realizações e
histórias de vida desse ilustre cidadão sergipano, como músico, compositor
(Tema de José), cineasta (A Morte do Templo, “To te ajeitando” ), pescador,
professor (do Atheneu e da Faculdade de Medicina), escritor, político e líder
de sua geração. A Academia estava necessitando de confrades entusiastas,
envolvidos e afinados como ele, dispostos a sacudi-la e fazer manter a situação
que conceitualmente lhe é requerida – a de liderança do pensamento médico
aliado ao aprimoramento cultural. Por isso, seja bem vindo!
Postagem original na página do Facebook, em 24 de Setembro de 2012.
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