quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Entrevista - José Carlos Mendonça (Pinga)




Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade.Net, em 05/10/2015.

Entrevista - José Carlos Mendonça (Pinga).
“Eu produzi mais de 300 shows em Sergipe”.

Por: Eugênio Nascimento/Equipe JC.

Sergipano de Propriá, o empresário José Carlos Mendonça, mais conhecido como “Pinga”, durante muitos anos foi o responsável pelos grandes shows realizados em seu Estado natal, especialmente em Aracaju, cidade para a qual trouxe os nomes mais representativos da Jovem Guarda (a turma do iê, iê, iê), inclusive o “Rei” Roberto Carlos, com quem mantém até os dias de hoje uma relação de amizade. A carreira de produtor de eventos do show business começou na década de 1960 e hoje, aos 75 anos,ele pensa em ir parando lentamente, depois de 49 anos de carreira e 15 mil shows em todo o Brasil, 300 dos quais em Sergipe, através da sua Pinga Produções Artísticas, com artistas como Roberto Carlos, Ney Mato Grosso, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Elba Ramalho. Nos últimos anos ele estava morando em Recife e agora, pouco a pouco, está se transferindo para a Bahia, onde tem residência na praia do Forte. Em entrevista ao Jornal da Cidade, ele faz um breve balanço de sua carreira e fala do seu amor pelo Clube Esportivo Sergipe.

A seguir, os principais trechos da entrevista.

JORNAL DA CIDADE - Como e quando teve início a sua carreira de promotor de shows?

José Carlos Mendonça – Eu entrei no mercado de trabalho inicialmente pelo ramo de produtos farmacêuticos. Somente ingressei no segmento de show business em 1966 quando me empolguei com a Jovem Guarda. Hoje, estou perto de completar 50 anos nesse ramo e quase 15 mil eventos realizados dos quais 285 com Roberto Carlos. Meu ingresso foi entusiasmado por um show de Wanderley Cardoso e Rosemary, em Aracaju. Foi ali que decidi: eu vou contratar um artista para fazer uma apresentação, mas tem que ser algo que supere isso. Para fazer isso, só com Roberto Carlos. Foi meu primeiro show.

JC - E como conseguiu entrar no ramo? Foi muito difícil?

JCM – Apareceu um mexicano que estava levando Roberto Carlos para uma apresentação na TV Jornal do Comércio, no Recife (PE), e passou por Aracaju para me oferecer o show dele. Na época eu tinha programa de disc-jóquei,que, sem modéstia, tinha uma boa audiência. Quando ele estava saindo do aeroporto de Aracaju para a cidade, fez o percurso em um táxi que estava sintonizado no meu programa. Ele pediu para que o taxista o levasse até a emissora para falar comigo e me ofereceu show. Eu, sem experiência nenhuma, já aceitei pelo preço que ele pediu. Tive prejuízo, mas continuei.

JC - E a sua carreira teve continuidade em Aracaju?

JCM – Sim. Até 1972, a minha carreira se resumia a Sergipe, bem mais a Aracaju. Em 2 de março de 1972 promovi o meu primeiro show fora de Sergipe, em Fortaleza (CE), A partir daí, comecei a sair para outros estados.Hoje eu posso afirmar que em todos os estados do Brasil tem shows assinados por Pinga Produções Artísticas. Com Roberto Carlos, só há seis capitais do Brasil que eu não fiz: Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Palmas e Boa Vista. Mas com outros artistas, eu fiz no Brasil inteiro. Conheço o Brasil com a palma da mão. Hoje eu tenho viajado menos porque são 48 anos que eu completei nessa profissão com pouco mais de 15 mil shows.

JC - Quantos shows o senhor promoveu em sua carreira em Sergipe?

JCM – Eu produzi mais de 300 shows em Sergipe com artistas como Roberto Carlos, Renato e seus Blue Caps, The Fivers, Wanderley Cardoso, Nilton César, Jerry Adriane, Clara Nunes, Júlio inglesas, Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Carmen Silva e Alcione, entre outros

JC - Quantos shows de Roberto Carlos em Aracaju e em quais espaços?

JCM – Um no Charles Moritiz (Ginásio do Sesc da D. José Thomaz com Senador Rollemberg), 1 no antigo estádio de Aracaju (no seu lugar foi construído o Estádio Estadual Lourival Baptista, (hoje Arena Batistão) 2 já no Batistão e 15 no Constâncio Vieira, totalizando 19.

JC - Em que período ocorreram esses shows?

JCM – Lembro bem que foram dois nos anos de 1960, quatro nos anos de 1970, cinco nos anos de 1980, cinco anos 1990 e três a partir do ano 2000 até agora. 0 total por meu intermédio, volto a repetir, soma 19 shows.

JC - Mesmo um tanto ausente de seu Estado natal, o senhor continua sendo torcedor do Sergipe?

JCM – Claro que meu sangue é vermelho - é Náutico, em Pernambuco,é Vasco, que tem a Cruz de Malta, no Rio de Janeiro, e é Clube Esportivo Sergipe, em meu Estado natal. Nunca esqueci ou deixei de lado os clubes que eu gosto e por eles torço.

JC - Qual o motivo do apelido Pinga? O senhor gostava ou gosta de uma cachacinha?

JCM – Não tem nada a ver com bebida. Eu nunca bebi nada. Nunca fumei. Como tenho bom gosto e sou vascaíno, quando eu estudava no Colégio Salesiano, em Aracaju, um padre me colocou esse apelido porque existia um Pinga no Vasco da Gama. às vezes quando me chamam de José Carlos, eu já não percebo que é comigo. Parece que Pinga é o meu nome.

JC - Porque você foi morar no Recife?

JCM – Eu sempre digo que sou sergipano, porque nasci em Propriá, em Sergipe, mas tenho titulo de cidadão recifense e estou um tanto distante de minha terra ultimamente. A primeira vez em que eu estive no Recife foi em 1961. Confesso, fiquei apaixonado pela cidade por causa de um programa de Aldemar Paiva, no rádio. Eu tinha 21 anos e me fascinava quando ele dizia “Pernambuco você é meu”, e também pelas músicas cantadas por Claudionor Germano, um maravilhoso cantor de frevos, por quem tenho admiração muito grande. Fui morar no Recife em 1982 e agora estou saindo e fixando residência na praia do Forte, na Bahia.

Texto e imagens reproduzidos do site: jornaldacidade.net

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 30 de outubro de 2015.

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