terça-feira, 17 de novembro de 2015

Entrevista: Lú Spinelli e sua vida dedicada à dança em Sergipe



Fotos: Fabiana Costa/Secult.

Publicado originalmente no site Conselho de Cultura SE, em 14/01/2013.

Entrevista: Lú Spinelli e sua vida dedicada à dança em Sergipe

Por Glauco Vinícius, em 17/08/2012

Aos cinco anos de idade ela já afastava as cadeiras da sala da casa onde morava em Salvador, na década de 50, e reunia a irmã Nairzinha e as coleguinhas da vizinhança para se divertir. A brincadeira era quase sempre a mesma: dançar. Ali, diante dos olhos das amigas (e freqüentemente da mãe) a menina se movimentava com graça, criava coreografias, e descobria os limites do próprio corpo.

Hoje, aos 61 anos (40 deles vividos em Sergipe), Lú Spinelli se orgulha de ter escrito seu nome na história da dança sergipana e brasileira. Com coragem e paixão pelo que faz, construiu a Studium Danças (mais tradicional escola de dança de Aracaju), criou o primeiro grupo profissional do Estado, integra o Conselho Brasileiro de Dança, o Conselho Estadual de Cuiltura, e constantemente é convidada para comentar, analisar e compor júri nos principais festivais do país.

Na entrevista abaixo, a premiada bailarina e coreógrafa de Sergipe compartilha algumas informações sobre sua carreira, relembra episódios marcantes para a dança no Estado, e diz que, apesar da extensa lista de realizações, ainda tem muitos sonhos profissionais a realizar.

Sergipe Cultural – Quem ou o quê te influenciou a mergulhar no universo da dança?

Lú Spinelli – Cresci numa família que tinha forte relação com a arte. Meu pai e meu avô eram instrumentistas, e isso, claro, foi um grande estímulo. Mas, além disso, tem a paixão pela dança que já nasceu dentro de mim. Quando eu era criança, a maior diversão era afastar as cadeiras na sala de casa e criar coreografias. Atenta a essa disposição que eu tinha para a dança, minha mãe, que apesar da formação em Ciências Contábeis era muito ligada às atividades artísticas, me matriculou em uma escola de dança. Daí as coisas foram acontecendo naturalmente.

Sergipe Cultural – Então você não enfrentou nenhum tipo de resistência familiar quando decidiu seguir carreira nessa área?

Lú Spinelli – Enfrentei sim. Apesar de todo esse histórico de ligação com as artes, meu pai era muito receoso de que eu não tivesse como me sustentar através dessa atividade. Então entrei para o curso de Secretariado Executivo, aprendi o ofício e peguei meu diploma. Essa formação foi muito importante para a minha vida, pois fui assessora especial da Secretaria de Estado da Cultura e diretora do Teatro Atheneu por muito tempo, e todas as lições aprendidas no curso foram essenciais para o desenvolvimento de um bom trabalho enquanto profissional do serviço público e produtora cultural.

Sergipe Cultural – Nessas quatro décadas de trabalho, você elege algum momento específico como o mais significativo para a dança em Sergipe?

Lú Spinelli – Sem dúvidas a realização do Festival de Arte de São Cristóvão, do qual fui coordenadora por 18 anos. Na época, trouxemos tudo o que havia de melhor no Brasil no que se refere à dança: balé da Cidade de São Paulo, Corpo de baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Stagium, etc. A Studium também marcava presença e acabou fomentando a cena da dança no Estado, pois estimulou o surgimento de novos grupos. Outro ponto que merece destaque foi a criação do primeiro grupo profissional de dança de Sergipe. Foi quando os artistas começaram a aprender a ganhar dinheiro com arte.

Sergipe Cultural – Para Lú Spinelli, o que é dança?

Lú Spinelli - A dança está presente na minha vida de uma forma muito poética. É assim que eu sempre a vi. É uma arte livre, mãe de todas as outras, pois o corpo tem o poder de expressar uma história contada pela literatura, dramatizar um clássico do teatro, ou dançar sem nenhum contexto por trás, a dança pela dança, que é a mais importante. Nós esculpimos corpos em movimento.

(Por Glauco Vinícius, da Ascom/Secult).

Fotos e texto reproduzidos do blog: conselhodeculturase.blogspot.com.br

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 12 de novembro de 2015.

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