terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Déda Representou a Renovação da Política Sergipana


G1 Sergipe, 02/12/2013.

Déda representou a renovação da política sergipana, diz cientista político
Hélder Teixeira diz que ‘Sergipe perde o seu grande líder do século XXI’.

Fredson Navarro
Do G1 SE.

O cientista político Helder Teixeira recordou a trajetória do governador de Sergipe Marcelo Déda de 53 anos, morreu às 4h45 desta segunda-feira (2) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado para tratar de problemas decorrentes de câncer no estômago e no pâncreas. Ele lutava contra a doença havia quatro anos. A informação foi confirmada pelo hospital.

Déda foi deputado estadual, deputado federal, prefeito de Aracaju durante seis anos e governador de Sergipe por sete anos. Foram 13 anos enquanto chefe do executivo. “No Brasil quando se fala em Sergipe é dele que é lembrado”, afirma Helder.

Para Teixeira, Déda foi eleito prefeito de Aracaju de forma espontânea onde a militância, ideologia e a crença venceram. “Ele começou atrás das pesquisas, mas acabou ganhando. Quando ele é reeleito em 2004 aí já temos o princípio da mudança que começou a gerar críticas e romper com algumas lideranças no partido”, analisa.
Ainda de acordo com o cientista, mesmo com algumas mudanças a partir desse momento, Marcelo Déda passa para a história enquanto governador mais próximo da sociedade sergipana com características pessoais que mesclava ética e gerenciamento.

De acordo com Helder, Déda representou a proposta de renovação que se fez concreta do século XX para o século XXI em Sergipe por ter pertencido a geração que nasceu, cresceu e amadureceu durante a ditadura e por não ter vivido parte da sua juventude na plenitude democrática, ele lutou por isso que sempre foi a proposta dele enquanto homem público desde quando iniciou a sua trajetória política no início da década de 80 com a proposta de renovar e oxigenar a politica sergipana.

“A renovação foi confirmada em 2006 quando Déda derrotou João Alves Filho (DEM), o então governador do estado. Na época, muitos não acreditavam na sua vitória que foi a última legitimada dele. Em 2010 ele enfrentou dificuldades para ser reeleito. O PT não esperava perder a eleição na capital. O câncer se manifestou e comprometeu a sua gestão. A saúde dele foi comprometida e atrapalhou a sua capacidade de reflexão e estratégia”, recorda.

O cientista político disse ainda que Déda passou a ser mais contestado pelos aliados e militantes do PT mas conseguiu reverter alguns quadros. Na sua reeleição, ele ganhou a apatia do eleitorado quando se aliou aos irmãos Amorim. A aliança comprometeu a reeleição e ele quase foi para o segundo turno.

Em 2012, a derrota começou quando o grupo liderado por Déda não conseguiu lançar a candidatura de Rogério Carvalho (PT) à Prefeitura de Aracaju. No momento, o grupo apoiou a candidatura de Valadares Filho (PSB) que fazia parte dos partidos aliados. Mesmo com o apoio de Déda, Valadares foi derrotado no primeiro turno por João Alves Filho. “Ele reconheceu a derrota na capital, fato que ocorreu pela primeira vez em 2010 quando Dilma também perdeu. Foi a reposta da sociedade sergipana. A forma de governar não estava mais agradando e a entrada do grupo Amorim comprometeu. Este foi o momento mais difícil da sua vida política. Ele ainda tentou recuperar com o rompimento e enfrentou dificuldades para a aprovação do Proinveste”, lembra Helder.

Para o cientista, Jackson Barreto (PMDB) mantém a proposta de governo de Déda.
A última derrota que Déda sofreu foi dentro do próprio partido neste ano quando apoiou a candidatura de Marcio Macedo para a presidência estadual do PT. Na ocasião, ele foi para o segundo turno com Rogério Carvalho. Ana Lúcia também foi candidata. Sem apoio, Marcio acabou retirando a candidatura e Carvalho foi eleito.
Helder Teixeira acredita que Déda não deixou um herdeiro político. “Ele seria o nome do grupo para disputar a vaga no Senado em 2014. Não ficou um nome óbvio para disputar a cadeira. Rogério Carvalho, Marcio Macêdo, Silvio Santos e Edvaldo Nogueira sempre tiveram o apoio de Déda, mas nenhum ficou como o seu herdeiro. O PT deve se mobilizar”, acredita.

O cientista disse ainda que a Déda não deixa uma grande obra física. “Suas ideias e forma de governar que vão ficar. Ele teve comprometimento de um governante ético com o seu povo e deixa esse legado”, reconhece.

“Mas os sergipanos conseguiram separar o homem público e o ser humano, nesta fase da doença todos se uniram para torcer pela vitória dele”, garante.

Foto: Reprodução GloboNews.
Imagem e texto reproduzidos do site: g1.globo.com/se

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 3 de dezembro de 2013.

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