terça-feira, 24 de abril de 2012

Tabelião José Campos de Souza


Aproveite tudo de bom que a vida pode lhe proporcionar.
Ao cair da tarde, lá estava ele no Cacique Chá, relaxando apos estafante dia de trabalho. Jose Campos de Souza (tabelião do Cartório Segundo Ofício) conhecido por todos como D. Jose Campos ou simplesmente Zé do Cartório, sempre na costumeira mesa e acompanhado de um bom charuto ou de um cachimbo recheado com fumo de primeira qualidade.
Quando as primeiras luzes do centro da cidade começam a trabalhar, era hora de ir ao encontro de sua amada família. Morava em uma casa na Rua Santa Luzia, o numero da casa era o mesmo da placa do fusquinha vermelho, outro reduto adorado. Em época de ferias escolares dos filhos, veraneava na Atalaia, lá sua rotina mudava um pouco, já a caminho da zona sul, comprava pães, passava rapidamente em um orfanato perto do Corno Velho e lá fazia a alegria na ceia das crianças.
Bom marido, excelente pai, extraordinário avô, exímio amigo, companheiro e conselheiro. Não negava atenção a quem quer que fosse. Quem não o conhecia, poderia jurar ser um Coronel. Perfil de quando da prestação do serviço militar e posterior aquisição de patente de Oficial da Reserva não renumerada.
Amante da boa leitura, também tinha outras paixões: o Direito, a Justiça, a Boemia, o Radioamadorismo e o Rotary Clube.
A serenidade mascarava a alegria e foi assim que ajudou e a muitos orientou. Não tinha apegos e acreditava que o ser humano vem ao mudo para se ajudar, o restante são conseqüências naturais do caminho escolhido de cada um.
No fim dos anos setenta, com pouco mais de 50 anos, o grande coração lhe pregou uma peça e o levou. Deixou saudades, e lá se vão 35 primaveras, o vazio que ficou foi totalmente preenchido pela essência do exemplo do seu caráter.

Texto escrito por Marcelo Jorge Neto mais velho de José Campos

Postagem original na página do Facebook em 24 de abril de 2012.

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