terça-feira, 9 de setembro de 2014

Eugênio: um alfaiate que marcou época em Sergipe

Imagem simplesmente ilustrativa. Reproduzida do blog escolademodalacorte.wordpress.com

Publicado originalmente no site de Osmário, em 04/10/2012.

Eugênio: um alfaiate que marcou época em Sergipe
Por Osmário Santos.

O pai emplacou seu nome na história da cidade de Capela na condição de alfaiate de fama em toda a região diante do seu impecável corte na confecção de ternos. Ele era um nome respeitado. “Como alfaiate eu não sou nem o rastro de meu pai”. Dele o filho tem a profissão de alfaiate e aplica em sua vida todos seus exemplos de homem correto, cumpridor de seus deveres. “Eu sempre trilhei os passos de meu pai”.

Revela que antes de ser alfaiate seu pai era proprietário do Grau Cinema, na cidade de Capela. “Ele chegou a assistir a um filme junto com Lampião, seu bando e outras pessoas da cidade. Na época, o cinema era mudo e no cinema do meu pai uma orquestra fazia a trilha sonora do filme. Meu pai participava dessa orquestra e tocava bombardino. Na primeira vez em que Lampião entrou em Capela ele foi tratado muito bem. Na segunda foi recebido a bala. Lampião chegou a comentar que em Capela o pessoal atirava até na torre da igreja. Tudo isso meu pai me contou. Eu nasci em 34 e essa história de Lampião, se não me engano, aconteceu em 1933”.

Da sua querida mãe Letícia, mãe de 13 filhos, tem o amor e dedicação à família. Com sete anos de idade Eugênio começa os estudos no Grupo Coelho Campos, na cidade de Capela. Não esquece da primeira professora: Esmeralda Menezes. “Ela era competente e queridíssima. Era chamada de professora Zu e foi a minha base nos estudos. Eu fiz um primário perfeito e não tive dificuldade nenhuma de ingressar na antiga Escola Industrial em Aracaju, hoje conhecida por todos como Escola Técnica”.

De sua infância, muitas brincadeiras e estudos até os nove anos de idade. Conta que gostava de jogar uma bolinha e tinha tempo para o trabalho pela vontade que teve de ajudar seu pai, que tinha um sítio um pouco afastado da cidade. “Ao me acordar de manhã cedo ia juntar a vaca para tirar o leite. No final de semana ia juntar olho de cana nos canaviais para dar comida aos animais, a exemplo do canavial da usina Proveito. Não ganhava dinheiro mas ajudava o meu pai”.

Para dar continuidade aos estudos, garantindo um futuro melhor para Eugênio e Robson, seus pai traz para Aracaju os dois filhos e os coloca na casa da avó. “Ficamos com a nossa avó pelo tempo de quatro meses, diante sua mudança para a cidade do Rio de Janeiro.

Numa vila na rua Riachão com Laranjeiras e Propriá, alugamos um pequeno quarto. Ele com 12 anos e eu com 13 anos.Tínhamos duas camas de vento; uma de um lado e a outra do outro. “Cama de vento é aquela que você fecha e proporciona espaço no quarto” (risos).

Relata que começou a trabalhar na profissão de alfaiate com o seu pai em sua terra, Capela. Contava com 12 anos de idade e já começava a cortar os tecidos para a confecção das roupas. E não ficava só nisso: já começava a costurar. “Riscava, cortava e já fazia calça, mas vim me aperfeiçoar em Aracaju, quando passei a estudar o curso técnico de alfaiate na Escola Industrial”.

Texto reproduzido do site: osmario.com.br

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 8 de setembro de 2014.

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