terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Lembranças de "A Fonseca"

 Foto reproduzida do Facebook/Fan Page/Aracaju antiga.

Imagem reproduzida  do álbum aracajuantiga/facebook .
Foto: Arquivo Público da Cidade de Aracaju.

Meu irmão Dado (que muitos de vocês conheceram e amaram), era amante das histórias familiares, das origens, dos acontecimentos antigos ... estava iniciando a "plantação" da árvore genealógica, mas a vida lhe foi interrompida precocemente. Hoje, em processo de mudança, encontrei essa carta (foi transcrita por ele para ser salva no computador) do fundador da Casa Fonseca, que achei interessante publicá-la, pois temos familiares e amigos no fb. Aí vai um pouco da nossa história.

Eduardo Quintiliano da Fonseca, que teve seu nascimento registrado nas notas abaixo, era nosso avô materno.

... "Aqui estão, neste embrulho, três livros que dão idéia do princípio de minha vida, para meus filhos, se Deus der a todos juízo, verem que principiei minha vida muito cedo, aos 21 anos, com um pequeno capital, 1:500$ e com esta quantia tenho mantido meu crédito, minha família a quem sempre dispensei todos os cuidados, e até hoje, 16 de Outubro de 1887, data em que completa 20 anos de existência a minha casa comercial, nunca sofri, graças a Deus, revés algum, e deixando ditos livros quero com isto dar uma prova a meus filhos de que trabalhando sempre, com economia, sem ser preciso fazer falcatruas,ganha-se com que se possa passar decentemente e guardar alguma coisa para a velhice, o que tenho feito. São três livros como acima disse, sendo: o caixa nº 1, que mostra ter eu aberto minha casa comercial no dia 16 de outubro de 1867; o copiador de cartas com a 1ª que designei ao comércio da Bahia, e finalmente o meu primeiro balanço – fechado em 05 de agosto de 1868. Se morrer deixando filhos homens, espero que tenham como espelho o meu passado, continuando com a Casa Comercial, o mais velho com seus irmãos, sempre na maior harmonia, para que em 16 de outubro de 1917 possam, gozando da mesma consideração e crédito que hoje graças a Deus tenho, festejarem o 50º aniversário da instalação da Casa Fonseca, a cujos esforços devo sua prosperidade, a Deus que me deu juízo, força de vontade para trabalhar sempre, e ao meu ex-sócio, finado José Joaquim Lacerda, que com o seu crédito muito me auxiliou para o bom êxito.

Maroim, 16-10-1887
José Quintiliano da Fonseca

01/02/1845 – Nascimento de José Quintiliano da Fonseca.

20/07/1846 – Nasce Maria Diniz da Fonseca, sua segunda esposa.

16/10/1867 – José Q. da Fonseca funda a Casa Fonseca com 22 anos de idade.

07/05/1902 – Morre JQF aos 57 anos, deixando viúva de 55, e a empresa com 34 anos.

07/01/1907 – Aos 60 anos, Maria Diniz Fonseca ganha o netinho Eduardo Quintiliano da Fonseca, mas, 6 meses após, em 20/07/1907, perde seu filho Eduardo de apenas 27 anos, pai do bebê.

15/11/1941 – Morre aos 95 anos a longeva Maria D. Fonseca. A loja já atingia 74 anos.

07/10/1956 – Nasci eu, José Eduardo da Fonseca Prudente. A loja fazendo 89 anos.

16/10/1967 – A. FONSECA é centenária, superando em 50 anos o desejo do fundador JQF, cujo túmulo nesse dia visitei, aos 11 anos de idade, em Maroim/SE

05/04/2007 – Fim desta historinha, com meu retorno, aos 50 anos, ao túmulo de JQF e MDF os quais, imagino, jamais serão revisitados algum dia por alguém.".

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 10 de janeiro de 2012.

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