(To doido? To sim.
Quero contar as maravilhas
do nosso tempo enquanto me acomete esta loucura.
Quem não as quiser contadas que não as leia.)
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Quando no verão de 1981, matando um mingau de puba na calçada da velha “Gazeta de Sergipe” aguardávamos a dobragem do “Folha da Praia Nº ZERO”, nem de longe atinávamos para o significado daquilo. Movia-nos muito mais o apuro estético da porralouquice, a necessidade de estarmos juntos produzindo algo que nos reunisse e, principalmente, a invenção de um espaço livre da besteira provinciana, onde a inteligência pudesse se revelar atenta e contraditória, juvenil e irresponsável e, sobretudo, bela.
Éramos uma geração a caminho do mar e o “jornal da onda” marulhou a cidade.
Tanto que após o Folha da Praia uma saudável sucessão de ondas revigorou a imprensa alternativa em Sergipe, a ponto de contarmos, hoje, com mais de 50 pequenos jornais em Aracaju e no interior do Estado, onde se exercitam as mais diversas expectativas de imprensa escrita, abrigando com saudável euforia um considerável contingente de profissionais. Essa diversidade, além de democratizar a informação ampliando o contingente de leitores, dispõe aos novos profissionais de imprensa um instigante laboratório, onde as práticas se testam e os embates se realizam.
E haja embate! Vencer a indiferença das Agências de Publicidades alienígenas que nem nos conhece e nem estão nem ai para o Mateus que pariram, temos que conquistar anunciantes numa economia de província ou disputar migalhas nas instituições oficiais de comunicação para nos mantermos em circulação. Publicar um veículo alternativo relativamente independente é uma briga de foice cotidiana, que só os empreendedores dessa atividade ousam empreender.
Agora, neste momento, relembrando a calçada da Gazeta e ainda querendo salvar na memória do Folha da Praia a saudade da moqueca de arraia no “Bar do Pinto”, ouso divagar:
Ainda sonho com uma imprensa útil à diversidade cidadã, alternativa mesmo, livre dos humores da propaganda institucional, bancada pela inteligência multifacetada do gênio sergipano e regida pela sagrada missão de informar opinando.
Sonho com algo que nos remeta ao sabor de um mingau de puba nas madrugadas dos jornais.
Ao sabor perdido da nossa história.
Quem não as quiser contadas que não as leia.)
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Quando no verão de 1981, matando um mingau de puba na calçada da velha “Gazeta de Sergipe” aguardávamos a dobragem do “Folha da Praia Nº ZERO”, nem de longe atinávamos para o significado daquilo. Movia-nos muito mais o apuro estético da porralouquice, a necessidade de estarmos juntos produzindo algo que nos reunisse e, principalmente, a invenção de um espaço livre da besteira provinciana, onde a inteligência pudesse se revelar atenta e contraditória, juvenil e irresponsável e, sobretudo, bela.
Éramos uma geração a caminho do mar e o “jornal da onda” marulhou a cidade.
Tanto que após o Folha da Praia uma saudável sucessão de ondas revigorou a imprensa alternativa em Sergipe, a ponto de contarmos, hoje, com mais de 50 pequenos jornais em Aracaju e no interior do Estado, onde se exercitam as mais diversas expectativas de imprensa escrita, abrigando com saudável euforia um considerável contingente de profissionais. Essa diversidade, além de democratizar a informação ampliando o contingente de leitores, dispõe aos novos profissionais de imprensa um instigante laboratório, onde as práticas se testam e os embates se realizam.
E haja embate! Vencer a indiferença das Agências de Publicidades alienígenas que nem nos conhece e nem estão nem ai para o Mateus que pariram, temos que conquistar anunciantes numa economia de província ou disputar migalhas nas instituições oficiais de comunicação para nos mantermos em circulação. Publicar um veículo alternativo relativamente independente é uma briga de foice cotidiana, que só os empreendedores dessa atividade ousam empreender.
Agora, neste momento, relembrando a calçada da Gazeta e ainda querendo salvar na memória do Folha da Praia a saudade da moqueca de arraia no “Bar do Pinto”, ouso divagar:
Ainda sonho com uma imprensa útil à diversidade cidadã, alternativa mesmo, livre dos humores da propaganda institucional, bancada pela inteligência multifacetada do gênio sergipano e regida pela sagrada missão de informar opinando.
Sonho com algo que nos remeta ao sabor de um mingau de puba nas madrugadas dos jornais.
Ao sabor perdido da nossa história.
Amaral Cavalcanti
Postagem original na página do Facebook em 11 de junho de 2012.
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