Albertina Brasil não foi somente
um acontecimento angelical, desses que nos remete à passividade católica ou à
aceitação paciente das limitações terrestres, confiantes no prêmio celestial do
amor divino. Que nada! Albertina era uma Joana D’Arc guerreira. Esteve imune,
por brabeza e determinação, às fogueiras do seu tempo e às miudezas da
província. Foi à luta pela consolidação da Universidade Federal de Sergipe e
lá, passou a ser um contraforte, resguardando-nos da pobreza cultural que nos
acometia. Inaugurou, no exercício da prática social – chamada então de
“Assistência” – a dignidade política que introduziu o papel da Assistente
Social na modernidade.
Uma grande mulher que não deve
ser esquecida.
È dela a batalha pela inclusão da
UFS no processo de popularização da cultura, no seu tempo. O esforço titânico
(podemos avaliar agora) pela realização dos Festivais de Arte de São Cristóvão
- que tantos benefícios nos trouxeram – revela-se como a ação mais pública e
notória da sua batalha – agora quase esquecida- pelo progresso cultural desta
terrinha.
Era mulher e se impôs com essa
“fragilidade”, liderando com inteligência e sensibilidade a revolução que lhe
competia: levantar a auto-estima cultural e artística que nos transformou em
cidadãos melhores.
Até quando enfrentou o câncer que
a levou para o céu dos heróis, foi Albertina Brasil - fortaleza e perseverança
– um anjo executivo no birô das grandes causas.
Amaral Cavalcante
Postagem original na página do Facebook em 30 de Novembro de 2011.
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