sexta-feira, 1 de junho de 2012

Madre Albertina Brasil


Albertina Brasil não foi somente um acontecimento angelical, desses que nos remete à passividade católica ou à aceitação paciente das limitações terrestres, confiantes no prêmio celestial do amor divino. Que nada! Albertina era uma Joana D’Arc guerreira. Esteve imune, por brabeza e determinação, às fogueiras do seu tempo e às miudezas da província. Foi à luta pela consolidação da Universidade Federal de Sergipe e lá, passou a ser um contraforte, resguardando-nos da pobreza cultural que nos acometia. Inaugurou, no exercício da prática social – chamada então de “Assistência” – a dignidade política que introduziu o papel da Assistente Social na modernidade.
Uma grande mulher que não deve ser esquecida.
È dela a batalha pela inclusão da UFS no processo de popularização da cultura, no seu tempo. O esforço titânico (podemos avaliar agora) pela realização dos Festivais de Arte de São Cristóvão - que tantos benefícios nos trouxeram – revela-se como a ação mais pública e notória da sua batalha – agora quase esquecida- pelo progresso cultural desta terrinha.
Era mulher e se impôs com essa “fragilidade”, liderando com inteligência e sensibilidade a revolução que lhe competia: levantar a auto-estima cultural e artística que nos transformou em cidadãos melhores.
Até quando enfrentou o câncer que a levou para o céu dos heróis, foi Albertina Brasil - fortaleza e perseverança – um anjo executivo no birô das grandes causas.

Amaral Cavalcante

Postagem original na página do Facebook em  30 de Novembro de 2011.

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