quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

José Carlos Teixeira

Ex-deputado sergipano lembra dos momentos da ditadura e do Golpe Militar.
Crédito - Marina Fontenele/G1.


Publicado originalmente no site f 24, em 31/03/2014.

‘Foi um momento traumático', diz ex-deputado de Sergipe sobe golpe de 64.

Por: G1 Sergipe.

José Carlos Teixeira, 77 anos, foi deputado federal de Sergipe por quatro vezes consecutivas e acompanhou de perto toda a agonia do período da ditadura no país. Nesta segunda-feira (31) ele relembrou o golpe militar há exatos 50 anos e contou como foi a sessão do dia 2 de abril de 1964 no Congresso Nacional, quando foi declarada aberta a vacância da presidência da república, vaga até então ocupada por João Goulart, o Jango, que ainda estava em território brasileiro. A sessão extraordinária foi convocada às pressas ainda durante a madrugada e marcou a história do Brasil ao oficializar golpe político. Teixeira também já foi prefeito de Aracaju e vice-governador do estado.

“Foi um momento traumático e difícil e eu estava ali para defender a democracia. A sessão iniciou, os microfones foram abertos e nós difundimos as nossas ideias. Eu falei que o golpe não era o caminho para uma democracia e que eles estavam cometendo um absurdo, um erro injustificável. Estávamos todos perplexos, sem rumo, sem saber como iria ser dali para frente”, lembra José Carlos.

Dias antes dessa sessão emblemática os parlamentares já se preocupavam e discutiam sobre os rumos que o Brasil. “O voto ali era mais de contestação ao absurdo que estavam praticando. A gente tem pensamento firme e decidido para expor as nossas ideias que representam a opinião pública. Evidentemente que tinha uma turma do ‘deixa para lá para ver como é que fica’ e ‘do não vamos dar murro em ponta de faca’, mas eu continuei firme contra toda e qualquer influência externa de parlamentares que não tinham compromisso com a verdade naquela hora difícil. Eu disse a eles para não perdessem tempo comigo tentando me corromper”, afirma Teixeira.

O parlamentar sergipano prestou solidariedade ao então presidente do Brasil. “Pedi ao deputado Pedro Simão que me representasse junto a João Goulart dando ele a minha solidariedade e que ele não tivesse dúvida que meu voto seria contra o golpe militar, mas que lamentavelmente não pudemos evitar porque foi tudo muito rápido”.

A repressão a várias categorias e a violência consequência dela não foram suficientes para intimidar José Carlos. “Nós já esperávamos algum ato de violência contra detentores do mandato na oposição, mas fomos cumprir com o nosso dever, mas em nenhum momento tive medo. Não hesitei em nenhum instante porque não faço concessões a atos que não sejam pró-democracia. Minha presença na vida pública é para cuidar do desenvolvimento de Sergipe e não para atender a chamados para interesses pessoais”, finaliza.

Texto e imagem reproduzidos do site: f24.com.br

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 2 de janeiro de 2016.

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