Publicado originalmente no Facebook/Elton Coelho, 14 de agosto de 2014.
"Não, eu não consigo acreditar no que aconteceu, foi um
sonho meu".
Por Elton Coelho.
Um momento muito difícil, de muita dor. Perder o amigo
Pedrinho Valadares tão cedo, tão prematuro, traz também a certeza da nossa
passagem, ora frontal, dolorosa, ora aos poucos. Mas não há conformidade. De
seu assessor na Secretaria do Turismo, me tornei amigo. Sua fidalguia,
gentileza e trato, conquistaram a todos de minha família. Ficarei com os bons
momentos da nossa amizade, Pedrinho Valadares. Das vezes em que, sem arrodeios,
me dizia: “Coelho, sábado prepare a turma, vamos fazer uma catrevagem lá em
casa”. E tome cerveja, churrasco, violão. Daqueles encontros, Roberto Carlos,
Fernando Mendes, José Augusto, Márcio Greyk, Antonio Marcos, eram protagonistas
principais das canções, entoadas, cantadas e tocadas por Pedrinho em seu
violão.
Certa vez reuniu uns vinte jornalistas, pediu que
contactasse, e rumou para sua fazenda em Simão Dias. Lá estavam Magna Santana,
Amaral Cavalcante, Jailton Santana, Nivaldo Cândido, Joedson Teles e tantos
outros para um desses dias especiais onde o que menos se falava era a política.
Desse Pedrinho, amável, carinhoso, receptivo e cuidadoso com a família, com a
sua esposa, Simone Valadares e seus filhos, é que vou lembrar sempre. Não vou
entrar nas querelas políticas, apenas diagnosticar que, além de ético, honesto
e probo, Pedrinho foi também um dos melhores Secretários de Turismo que este
Estado já teve. Foi ele que fez surgir o Projeto “São Cristóvão, Cidade da
Seresta” e “Laranjeiras, Cidade do Chorinho”.
Noutra situação, levado por ele ao Recife (PE), me botou
numa reunião de negócios onde se discutia com a agência SIM, a programação,
edificação e edição da "Vila do Forró", na Orla de Atalaia. Neguei-me
a participar, pois se tratava de logística envolvendo contratos financeiros.
Pra minha surpresa ele disse, na frente dos participantes, que só iniciaria a
reunião ante a minha presença. Ali começou a mais signficativa relação de
confiança total. Um homem que não fazia negócios escusos, que não se trancava
para tramar contra o estado e adotara a transparência em seus atos. Foi ali
também que passamos a construir uma grande e eterna amizade, o Astrogildo
Santos, um dos donos da agencia SIM, que se afeiçoou por nós, e nós por ele.
No dia 13 de agosto de 2014 minha ficha caiu. Não terei mais
almoços, sábados de caranguejo e caldinhos de feijoada, como ele gostava, não
terei mais seu canto, seu violão. Fico órfão de sua conversa, seu afago, seus
ensinamentos e da conquistas de novas amizades que ele me proporcionou, como
Eduardo Campos. Quando nos falávamos ao telefone, nesses dois últimos anos, ele
sempre me dizia: “Aduardo (assim que chamávamos) perguntou por você, COELHO”.
Não era média de Pedrinho, era a pura verdade de um político que sabia tratar e
cuidar das pessoas. Outro dia fui ao Recife e no meio de uma multidão, Eduardo
passou despercebido da minha presença. Dois metros depois, ele se volta, olha
pra trás e diz: “Elton Coelho, você por aqui? Já tá aprendendo os caminhos do
Pedro né?”.
Sabe, Pedrinho Valadares, terei ainda oportunidades de
relatar outras aventuras que passamos juntos e meu lado emocional não me deixa
ir adiante. Meu caro e eterno amigo, descanse em paz, pegue sua viola e um dia
voltaremos a cantarolar as músicas que escolhemos para brindar a vida, a mesma
vida que foi muita curta para você e que tanta falta nos fará.
Deus soberano, cuida deles por todos nós. Um beijo, Pedro!!!
Texto e imagens reproduzidos do Facebook/Linha do
Tempo/Elton Coelho.
Postagem originária do Facebook/MTéSERGIPE, de 17 de agosto de 2014.
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