Á memória do Grupo Imbuaça
A passagem de Bemvindo Sequeira por Sergipe acabou
influenciando na criação do mais importante grupo teatral em Sergipe, o Imbuaça,
primeiro a conquistar públicos internacionais para a nossa arte cênica. Duas
vertentes se formaram da experiência do Teatro Livre da SCAS, criado por
Bemvindo: o Imbuaça e o Teatro de Virgínia Lúcia Menezes, abordando causas
políticas a serviço da população sem voz. Um teatro com objetivos políticos,
conforme nos ensinara Bemvindo.
O que remeteu o Grupo Imbuaça ao reconhecimento
internacional foi a sua capacidade de desmunicipalizar-se, de absorver técnicas
e práticas teatrais universalizadas, de colocar Sergipe orgulhosamente se
exibindo com as cores do seu inusitado tropicalismo, crescendo em cores e
dramaturgia nos chãos do mundo, para que o mundo conhecesse o nosso tom de voz
e a tonalidade da nossa arte.
E em fazendo assim, o Imbuaça acertou em cheio.
Porque, definitivamente, nunca haverá uma arte genuinamente
sergipana, alguma prática cultural dissociada do todo, qualquer prática
provinciana que nos remeta a alguma exclusividade, nada que nos leve a
pretender que haja uma “Arte Eminentemente Sergipana” . Mas haverá sempre a
arte humana pipocando aqui e ali, liberta e sem fronteiras.
Hoje, como sempre sob a orientação de Lindolfo Amaral, o
Imbuaça é uma grife incomparável na cena teatral sergipana e um significativo
momento para todos nós.
Aos 27 anos de atividade, não há quem não se orgulhe do
Grupo Imbuaça.
Amaral Cavalcante – agosto/2014.
Postagem originária da página do GrupoMTéSERGIPE, de 29 de agosto de 2014.
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