Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet.
Publicado originalmente pelo Portal Infonet, em 17/08/2014.
Sepultados restos mortais de Pedrinho Valadares
Canções, lágrimas e boas lembranças marcam cerimônia
Amigos próximos e políticos de diferentes siglas partidárias
deram o último adeus ao ex-deputado Pedrinho Valadares no final da tarde deste
domingo, 17, durante cerimônia de sepultamento ocorrida no cemitério Colina da
Saudade, em Aracaju. Correligionários de outros Estados, políticos de
diferentes siglas partidárias, músicos, jornalistas se juntaram à família para
a despedida, que contou com uma cerimônia religiosa conduzida pelo arcebispo de
Aracaju, D. Palmeira Lessa e pelo Padre Peixoto.
A vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento,
correligionária de Pedrinho Valadares no Partido Verde também participou da
cerimônia e destacou o empenho do sergipano na política para mudar o Brasil.
“Não é fácil, principalmente porque o povo está nas ruas querendo mudança e
Eduardo Campos [ex-governador de Pernambuco, que disputava a Presidência do
Brasil e morreu no mesmo acidente aéreo ocorrido na quarta-feira, 13, em São
Paulo] e Pedrinho Valadares tinham história de política séria”, considerou
Sacramento. “Fica o legado de que precisamos mudar a forma de fazer política”,
considerou.
Como previsto, o músico sergipano Nino Karvan atendeu ao
pedido da viúva Simone Valadares e, ao final da missa, tocou violão e todos,
principalmente a viúva, cantaram, entre lágrimas, as músicas prediletas de
Pedrinho Valadares. “Até no gosto musical, Pedrinho Valadares estava perto do
povo”, observou Karvan ao finalizar uma das composições de Odair José.
No discurso, o músico repetiu a mesma frase que destacou em
entrevista ao Portal Infonet. “Os grandes homens não são medidos pelo poder que
conseguem adquirir ou pelo dinheiro que conseguem acumular, mas pelo gesto de
humanidade e caráter. E Pedrinho Valadares tinha todos estes atributos”.
A mãe do ex-deputado, Laura Valadares, foi amparada por
amigos e pela família e permaneceu ao lado dos netos e da nora, bem próximo ao
caixão. A família preferiu o silêncio e evitou conversar com os jornalistas. Ao
lado do caixão, com os filhos, a viúva Simone Valadares apenas repetia
mensagens de amor eterno. “Te amo, te amo... vá em paz... vá em paz”.
Articulação no Rio de Janeiro
O senador Antonio Carlos Valadares (PSB), tio do
ex-parlamentar, recebeu os jornalistas e se tornou uma espécie de porta-voz da
família. Para o senador, Pedrinho Valadares tinha uma capacidade imensa de
fazer amizades e cultuar respeito. “Deus o chamou e sua missão foi cumprida”,
ressaltou. “Ele desempenhou com brilho, competência e dignidade todas as
funções que exerceu: seja através de mandato popular ou por nomeação, como
agora, na condição de assessor de Eduardo Campos”, lembrou o tio.
O senador garantiu que Pedrinho Valadares foi o grande
articulador da aliança do PT com o PSB no Estado do Rio de Janeiro, em defesa
da candidatura de Lindbergh Farias, pelo partido dos Trabalhadores, ao governo
daquele Estado. “Lindbergh Farias fez elogios e disse que a aliança do PT com o
PSB no Rio de Janeiro se devia à atuação política desenvolvida por Pedrinho.
Era um homem que sabia fazer política e amigos”, observou.
Nos três dias, após o acidente, o senador Valadares
permaneceu em São Paulo e constatou o respeito do sobrinho junto às lideranças
políticas. “Passei três dias em São Paulo acompanhando a liberação dos restos
mortais e vi, com contatos que mantive, o quanto Pedrinho foi enaltecido”,
ressaltou o senador.
Apesar de ocupar palanque diferente em Sergipe, o senador
Valadares não o tratava como adversário e reconheceu que a reaproximação com o
sobrinho, após rompimento político, foi articulada pelo ex-governador Eduardo
Campos. “Prefiro me lembrar dos momentos alegres, dos momentos que fomos
aliados”, disse. “Há três anos, Eduardo Campos o convidou para ser assessor e
conseguiu esta aproximação. Nos encontramos em muitas oportunidades”, comentou.
Um dos encontros políticos com Pedrinho Valadares ocorreu
recentemente na casa de praia do senador, onde estava o ex-governador Eduardo
Campos. “Espero que ele não tenha levado nenhuma mágoa de mim pelo fato de eu
ter apoiado um outro candidato, que não fosse o dele, já que o PSB tem um
histórico com esta aliança da qual participamos hoje”, ressaltou Valadares
O senador Valadares faz questão de ressaltar que não guarda
mágoas, apesar dos desentendimentos partidários. “Da minha parte não tenho
queixa. Me orgulho dele, do tanto ele representou, do que foi para os amigos,
para a família... todos foram enfáticos em dizer que ele era uma pessoa alegre,
que gostava de contar piada, tocar violão e cantar”, observou. “Em política tem
que respeitar a adversidade, pensamentos diferentes e isto não significa que
devemos nos separar nos momentos de alegria nem se maltratar. A democracia leva
a isso”.
Por Cássia Santana.
Fotos e texto reproduzidos do site: infonet.com.br/politica
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 18 de agosto de 2014.
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