Ode ao Tribuno Antônio Torres Júnior.
A retórica é uma das mais belas artes. Floresceu nas terras
da antiga Hélade, berço dos destemidos helenos. Nasceu com o homem que,
valendo-se dessa faculdade a ele inerente e espontânea, utilizou-a a fim de
cumprir um propósito. Atravessou tempos, mares, períodos históricos,
continentes, e com o homem, chegou à contemporaneidade.
Um homem do século XX, nordestino do Estado de Sergipe,
nascia no pequeno município de Canhoba que, na linguagem dos índios significa
“folhas escondidas”, no dia 02 de outubro de 1926. Trouxe na sua alma, essa
herança grega, que conhecemos como oratória. Menino ainda, mostrou pendor
poético nos bancos escolares. Jovem, do peito derramavam-se as palavras numa
caudal que impressionava. Adulto, nos tribunais, nas lidas advocatícias, exibia
uma fluência convincente, impressionante. Enquanto parlamentar, igualmente
expandia os seus sentimentos na oralidade, gestados no seu coração inflamado e
entusiasta. O público apressava-se para ouví-lo no plenário legislativo
estadual ou através da transmissão radiofônica. Era dono de um coração franco,
sincero, leal. Agora, esse homem público, “livre filho das várzeas” de Canhoba,
jaz na câmara silente do seu jazigo, após finar-se no dia 21 de dezembro de
1967. No entanto, acreditamos, ainda discursa na memória coletiva da geração
que o conheceu.
Sua primogênita, professora Angela Margarida Torres de
Araujo.
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 21 de dezembro de 2013.
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