Trecho de reportagem publicada no Portal Infonet, em
18/12/2013.
A Estanciana Ofenísia
Nascida em Estância no ano 1913, filha de Dionísio Soares e
Ernestina Esteves da Silveira Soares, ainda na juventude despertou a
desenvoltura com as palavras. Seu irmão, o médico Pedro Soares, foi editor há
muitos anos do jornal A Razão, folha polêmica e corajosa onde eram não apenas
divulgados os fatos e expressando opiniões políticas e ideológicas.
Ofenísia ainda tinha outros irmãos, João, Dalva, Osvaldo e
Nivaldo. Apesar de ter iniciado seus estudos em Estância, aos 11 anos foi
estudar em Aracaju, no Colégio Santana, onde foi aluna da professora Quitina
Diniz, uma das grandes referências para Ofenísia Soares Freire.
Mesmo como interna no Colégio Santana, Ofenísia cursou a
Escola Normal Rui Barbosa, formada retornou a Estância indo lecionar em uma
pequena escola no povoado Caminho do Porto, no Grupo Escolar Gumercindo Bessa e
no Colégio Sagrado Coração de Jesus.
Lecionou as disciplinas de Língua e Literatura Portuguesa,
Teoria Literária e Língua e Literatura Brasileira, tendo sindo professora no
Colégio Atheneu Sergipense, no Colégio Tobias Barreto, no Colégio Jackson
Figueiredo, no 1º pré-vestibular do estado.
No Colégio Atheneu Sergipense a professora Ofenísia começou
a lecionar por intermédio do então professor e seu cunhado, profº Franco
Freire. Foi convidada a dar aulas no Colégio Tobias Barreto, à época dirigido
pelo professor Alcebíades Melo Vilas Boas.
Ofenísia Freire foi casada com o funcionário público e
diretor do Tesouro do Estado de Sergipe, Filemon Franco Freire, que foi militante
do PCB. A professora que também foi militante do 'partidão' tendo em 1947
disputado as eleições como deputada estadual para que o médico Armando
Domingues saísse eleito. No período do regime militar a pedagoga militante não
se furtou de ir às ruas discursar e até viajar para outros estados, engajada e
dona de uma oratória louvável, seus discursos ecoavam na Praça Fausto Cardoso.
Ofenísia arrebanhou mentes e corações para a transformação social no seu
estado.
Em 1964 quando integrava o Conselho Estadual de Educação,
teve seu mandato extinto, além de ter sido afastada do magistério do Atheneu,
retornando alguns meses depois.
Nesta época, seu marido, Filemon Freire esteve preso no 28º
BC, e Ofenísia ia com frequência levar seu almoço, e continuou a dar aulas no
Colégio Tobias Barreto e na Escola Atheneu Sergipense. Com o PCB tendo o seu
registro anulado e seus militantes indo para a clandestinidade, Ofenísia Freire
voltou-se integralmente para a cátedra.
Eleita presidente na Academia Sergipana de Letras em 1980 na
vaga do poeta Abelardo Romero, tomando posse no dia 25 de novembro, ocupou a
cadeira de nº 16, ano em que publicou seu livro, “A Presença Feminina nos
Lusíadas”, reeditado em 2000.
Ofenísia Freire tem a sua contribuição literária registrada
nas páginas dos jornais Estancianos “A Razão” e “A Voz do Povo”, com o
pseudônimo de LP. Escreveu em Aracaju no jornal “Gazeta de Sergipe” assinando a
coluna a Arte da Gramática, no Jornal da Cidade e no El Sergipense, além de ter
publicado inúmeras crônicas.
Fonte: Assessoria Parlamentar Deputada Ana Lúcia.
Foto e texto reproduzidos do site: infonet.com.br/educacao
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 9 de janeiro de 2014.
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