Ruínas históricas são ignoradas em Sergipe
Turistas do mundo inteiro se encantam ao visitar ruínas mas
no Estado esse potencial é inexplorado
Sergipe é rico em acervo de bens edificados que estão
abandonados ou em ruinas. Turistas do mundo todo se encantam por este tipo de
roteiro que em Sergipe não é explorado. Algumas dessas construções são tombadas
pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), assim como
pelo Estado, mas só são visitadas pelos pesquisadores interessados em desvendar
os seus mistérios. Elas são cenários de importantes momentos da história de
Sergipe e habitam o imaginário popular dos moradores da região, que contam
diversas histórias sobre suas fundações.
A conservação destes monumentos é um capítulo a parte, pois
não depende apenas dos órgãos responsáveis pelos tombamentos, mas também da
ação dos proprietários. Não estamos falando em reconstrução do patrimônio, mas
sim da conservação das ruínas e a viabilização destas na inclusão de um roteiro
turístico. O acervo existe e quem pensa em explorar o potencial turístico do
Estado deve voltar os olhos para este segmento.
Rumar para o interior de nosso Estado pode se tornar uma
atividade, além do comum, uma verdadeira viagem por diferentes períodos de
nossa história.Um olhar um pouco mais atento, na região do Vale do Cotinguiba,
nos revela um significativo conjunto de edificações que teimam em resistir ao
tempo e ao desuso. A grandiosidade das construções abandonadas, sobretudo as de
caráter religioso, desperta interesse e curiosidade em grande parte dos
sergipanos.Situadas às margens das rodovias federais e estaduais que cortam
Sergipe, existem alguns exemplares do tipo.
Igreja de Nossa Senhora de Nazaré no Antigo Engenho
Itaperoá/ Foto: Marcel Nauer
No caminho pela estrada que liga Laranjeiras a Riachuelo, à
margem direita está a capela do antigo Engenho Jesus Maria José, construída na
segunda metade do século XIX(1769). De grandes proporções, foi tombada pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 23 de março
de 1943. A capela está em pleno processo de arruinamento.
O seu interior não abriga qualquer acervo e durante algum
tempo, serviu de refúgio para animais que escapavam do pasto. Das paredes
sequer sobraram os azulejos... ainda assim, suas dimensões, e a beleza de sua
composição – situada em um ponto mais alto, circundada por palmeiras tão altas
quanto suas torres – integram um relevante cenário característico do barroco
nacional.
Construção semelhante, a capela do Engenho Itaperoá, em
Itaporanga D’Ajuda também se encontra em estado de abandono. Situada à margem
esquerda de quem chega àquela cidade (sentido capital-interior), chama atenção
por seu tamanho, que além de ser de proporções consideráveis, foi erigida sobre
uma colina, o que contribuiu para aumentar a sua monumentalidade.
Chama atenção a complexidade Barroca da Capela do Engenho
Nossa Senhora da Penha, em Riachuelo, construída na transição do século XVII
para o XIX, que possui características que evidenciam seu estilo arquitetônico.
É uma construção que dialoga com seu entorno, uma bela paisagem natural; que
possui uma escadaria externa que possibilita o acesso à igreja. A capela do
Penha, que também está em um delicado estado de preservação, foi tombada pelo
IPHAN em 23 de março de 1943.
Essas três igrejas fazem parte de um universo maior, que
compreende inúmeros monumentos espalhados pela zona rural do Estado, que teimam
em existir diante do esquecimento. Solitárias, clamam aos nossos olhares
passageiros e velozes, pela sua sobrevivência.
*Colaboração: Danielle Virginie Santos Guimarães- Mestre em
Educação e professora substituta do Núcleo de Teatro da UFS.
Igreja de Nossa Senhora de Nazaré no Antigo Engenho
Itaperoá/ Foto: Marcel Nauer.
Capela Nossa Senhora do Rosário dos Pretos na estrada que
liga Riachuelo a Malhador/ Foto: Web
Texto e fotos reproduzidos do site: jornaldacidade.net
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, em 12 de fevereiro de 2013.
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