A Independência de Sergipe.
Por Antonio Carvalho
A independência de Sergipe foi um momento importante para a
história de nosso Estado que marca o inicio da formação de um Estado soberano e
livre da administração Baiana A Capitania de Sergipe ficou subordinada a Bahia
entre os anos de 1590 a 1820, a sua economia e administração dependiam das
autoridades baianas, quando o rei D. João VI assinou o decreto que torna
Sergipe independente.
Foi um presente do rei D. João VI para os habitantes de
Sergipe por ter enviado tropas e lutado ao lado do governo, durante a Revolução
Pernambucana conhecida como revolução dos padres, que teve inicio em 1817
quando os democratas pretendiam forma um novo governo.
O brigadeiro Carlos Cesar Burlamaque foi nomeado no dia24 de
outubro de 1820 para governar Sergipe nomeado por carta régia, que só veio a
tomar posse em fevereiro de 1821 mais governou o estado por apenas 26 dias,
quando foi destituído pelas autoridades baianas, com a justificativa de que o
presidente da província de Sergipe oferecia obstáculos para jurar a constituição
do porto.
O interessante na história da independência de Sergipe é que
não ouve luta para manter a independência, muitos sergipanos queriam a
revogação da independência dividindo-se em dois partidos um reconciliador
formado por senhores de engenho que e europeus que moravam em Sergipe e o outro
pró-emancipação constituído por capitães-mores e a maioria da população.
Em 1763, a sede do vice-reinado do Brasil é transferida para
o Rio de Janeiro. Para consolar o Estado da Bahia, que acabara de perder a capital,
Dom João 6º anexa as capitanias de Porto Seguro, Ilhéus e Sergipe a seu
território. Não contava o rei que as intervenções baianas na vida local
gerariam tantos protestos entres os sergipanos. Contrariada, a elite local,
formada por criadores de gado e senhores de engenho, decide liderar um
movimento de emancipação.
A independência de Sergipe começa a tomar forma em 1817,
durante a Insurreição Pernambucana, que defendia a instauração da República no
Brasil. Por meio da Vila de Penedo (atual Neópolis), Sergipe lidera um
movimento a favor da manutenção da monarquia. Em retribuição, Dom João 6º
devolve-lhe a autonomia em 8 de julho de 1820. Sergipe é elevado à categoria de
Província do Império do Brasil.
A independência de Sergipe, porém, durou pouco. Em 1821, o
fiel Burlamaqui negou adesão ao movimento constitucionalista. Pela desfeita, a
Junta Governamental da Bahia ordena sua imediata prisão e transferência para
Salvador. No entanto, em 5 de dezembro de 1822, Dom Pedro 1º referenda o
decreto de 1820. A emancipação é finalmente consolidada na Constituição do
Império de 1824.
O brigadeiro Carlos César Burlamaqui é nomeado seu
capitão-mor. Assim dizia o documento:
Hei por bem isentar a capitania de Sergipe absolutamente da
sujeição em que até agora tem Estado do Governo da Bahia, declarando-a
independente totalmente para que o Governador dela a governe na forma praticada
nas mais capitanias independentes, comunicando-se diretamente com as
Secretarias de Estado competentes, e podendo conceder sesmarias na forma das
Minhas Reais Ordens.
Foto e texto reproduzidos do site: osergipano.com
De: Antonio Carvalho, professor e blogueiro, formado pela
Universidade Tiradentes (UNIT) apaixonado por história em geral e mais pelas
histórias de nosso povo o Sergipano.
Fotos: acervo IHGS
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, em 16 de fevereiro de 2013.
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