DOM LUCIANO JOSÉ CABRAL DUARTE: O HOMEM QUE COGITA E CULTIVA
Á FILOSOFIA (1a. Parte).
Sua trajetória, exemplo para outras existências.
Dom Luciano José Cabral Duarte nasceu em 21 de janeiro,
1925, na casa da Rua Japaratuba, nº137, em média de 11 horas da manha, foi
registrado ás fls 70, do livro nº17 do Registro Civil na cidade de Aracaju/SE,
filho de José de Góes Duarte (in memória) e Célia Cabral (in memória), foi
batizado na Catedral Diocesana em Aracaju, no dia 7 de fevereiro de 1925. Em um
dos raros documentos, próprio Luciano relata um pouco de sua infância, assim
afirma o jornalista João Melo, no seu programa Videoteca Aperipê Memória, dizendo:
A minha infância se passou, parte de Aracaju, parte no
interior. Inicialmente em Aracaju, depois meu pai, como telegrafista que era,
foi designado para São Cristovão, de modo que eu passei em São Cristovão uns
anos, de quatro anos de idade até oito. Depois voltei a Aracaju, meu pai foi
transferido para cá, trouxe a família e o resto da minha infância eu passei
aqui. (MORAIS, 2008. p.34)
Desempenhou seus estudos secundários em Aracaju e os
superiores em Olinda/PE e São Leoldo/RS, também estudou na Escola de Aprendizes
Artífices, logo após na Escola Técnica, hoje conhecida como IFS (Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe), sempre um aluno
dedicado, esforçado que chegava até se o primeiro colocado na turma. Mas uma
vez Dom Luciano relata um pouco de sua vida escolar:
O meu curso primário foi feito aqui mesmo em Aracaju. A
minha tia, irmã da minha mãe, chamava-se Maria Cabral, era professora da Escola
Industrial de Sergipe, que naquele tempo se chamava Escola de Aprendizes
Artífices de Sergipe. Ela tomava conta assim de uma parte, digamos, da parte de
humanidades. Ela me conduzia á escola, e eu aproveitava das lições que ela
dava. Era professora muito boa, experiente, e lá eu fiz, na Escola de Artífices
de Sergipe, três anos com minha tia Zizi, e o quarto ano com a professora Leyda
Régis. A minha tia Maria Cabral já faleceu. A professora Leyda, uma pessoa
excelente, muito dedicada aos seus afazeres, ás suas obrigações, ainda viva.
Esse foi meu curso primário. (MORAIS, 2008. p.35)
No dia 15 de fevereiro de 1936, Dom Luciano resolve
ingressar no Seminário Menor na Diocese de Aracaju, hoje atual Colégio
Arquidiocesano, entrou com os seus 11 anos de idade, e lá estudou seis anos,
que equivale aos estudos de ginásio e cientifico, e sua mãe Góes Duarte, com o
coração partido em ver seu filho separando-se dela, mas apoiando a sua decisão
e ao mesmo tempo o abençoando. Dom Luciano relatar como surgiu o desejo, ou
melhor, como foi o seu chamado, dizendo:
Meu pai, como disse, era telegrafista e, nessa ocasião, ele
tinha ido substituir um telegrafista de São Cristovão, onde, naquele tempo,
havia um convento bem populoso, deixado pelos alemães. E havia um frade chamado
frei Pascásio. Ele se destacava por uma energia, pelos seu trabalho. Fazia umas
homilias muito fortes. Na casa do telégrafo, meu pai ocupava a sala da frente
para trabalhar e a família morava no resto da casa. Esta casa ainda hoje está,
ela é quase diagonal com a prefeitura de São Cristovão. Há algum tempo eu fui a
São Cristovão e solicitei fazer uma visita nessa casa pra me reencontrar com a
minha primeira infância. No dia de domingo de manhã havia missa na Igreja
Matriz de São Cristovão, e então frei Pascásio vinha do convento de São
Francisco por uma rua estreita que até hoje lá está. Passava pela praça
principal, a praça da matriz, e minha mãe, que sempre cuidou em todos os
aspectos da formação dos seus filhos, me preparava, vestia e colocava sentado
na porta, ponto, de sapato, vestido com a veste domingueira. O frade passava,
me cumprimentava, me pegava pela mão e, satisfazendo ao meu desejo, me levava
para a Matriz. Lá eu o ajudava. A minha primeira missa eu ajudei sem saber
direito como. Pouco a pouco eu fui me acostumando, e era um prazer. De modo
que, quanto mais eu remonto ao meu passado, acho que o primeiro sinal de
vocação surgiu aí. Veio-me a pergunta: - E por que não eu? E daí, pouco a pouco
a idéia foi amadurecendo. São Cristovão é uma cidade mística. (MORAIS, 2008.
p.40)
Já com os seus 17 anos de idade, Luciano José chegou a
Olinda em fevereiro de 1942, para pode dá inicio aos estudos na área da
Filosofia e Teologia, já que em Aracaju não tinha Seminário Maior, escrevia
muitas cartas, revelando a sua saudade, o anseio de pode chegar as férias, para
ver sua família, principalmente sua avó que estava naquele com problemas na
saúde. Em 1945, o seminarista Luciano José, com os seus 20 anos de idade, parte
para São Leopoldo, no Rio Grande do Sul para conclui seus estudos, 4 de agosto
de 1946 se tornou diácono, faltando poucos dias para completar 23 anos de
idade, o diácono Luciano foi ordenado sacerdote no dia 18 de janeiro de 1946,
já iniciando suas atividades como sacerdote na Igreja São Salvador.Mas
atualmente, vive recluso na sua residência devido ao seu frágil estado de
saúde.
Suas Atividades Desempenhadas
Antes de se tornar Bispo, Dom Luciano José Cabral Duarte
trabalhou como: Assistente Eclesiástico da Juventude Universitária Católica,
Diretor Espiritual do Seminário Menor de Aracaju, Presidente da Câmera de
Ensino Superior do Conselho Estadual de Educação, liderando o trabalho para a
constituição da Fundação Universidade Federal de Sergipe, foi enviado de forma
especial para a cobertura das Sessões do Concilio Vaticano II e para cobertura
do Congresso Internacional Eucarístico de Bombaim.
Durante o episcopado, se tornou Bispo Auxiliar de Aracaju
(1966- 1971), Presidente Nacional do MEB (1971-1977), foi membro do Conselho
Federal de Educação (1974-1986), Presidente do Departamento de Ação Social do
“CELAM” (1972- 1978), também foi membro da Comissão Pastoral da CNBB
(1979-1983), primeiro Vice-Presidente do CELAM (1979-1983) e por fim Arcebispo
de Aracaju (1971-1998).
Texto: reproduzido do blog
seminariodearacaju.blogspot.com.br
Foto: reproduzida do blog aulas-de-historia.blogspot.com.br
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, em 17 de fevereiro de 2013.
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