Resenha do Livro Os Corumbas de Amando Fontes
Introdução:
Analisaremos o livro Os Corumbas de Amando Fontes, que
contém 172 páginas e foi publicado pela editora Olympio em 1933. A obra é um
romance que conta a história de uma família sergipana do início do século XX, a
família é composta por Geraldo, Sá Josefa e mais cinco filhos, que resolveram
sair da sua terra e partir para Aracaju em busca de melhor qualidade de vida.
Sobre Amando Fontes:
O autor de Os Corumbas nasceu em 15 de maio de 1899, no
estado de São Paulo. Filho de Turíbio da Silveira Fontes e D. Rosa do
Nascimento, Amando ficou orfão de pai aos cinco meses de idade por isso sua
família voltou para Aracaju, de onde era oriunda. Fontes passou a viver ora na
Fazenda Aguiar, ora na capital do Estado. Foi em Aracaju que Amando Fontes
começou a estudar na escola particular de D. Zizi Cabral.
Aos 15 anos começou a trabalhar como revisor do Diário da
Manhã, de Aracaju. Pouco depois, seguia para Belo Horizonte, com o objetivo de
servir uma função pública que lhe permitisse custear os estudos. Em 1919 foi
para o Rio de Janeiro, onde se matriculou na Escola Nacional de Medicina. Em
1922 prestou concurso para agente fiscal do imposto de consumo, em Salvador. Já
em 1923 volta a Sergipe para se casar com D. Corália Leal Teixeira. No ano
seguinte matriculou-se na Faculdade de Direito da Bahia, bacharelando-se em
1928.
Em 1930 volta a morar no Rio de Janeiro, em 1933 o livro Os
Corumbas é publicado e recebido com aplauso pela crítica. Em 1937 escreveu e
publicou o livro Rua do Siriri. Amando Fontes falece em 1º de dezembro de 1967,
deixando quase pronto o novo romance, intitulado O Deputado Santos Lima.
Sobre Os Corumbas:
Sá Josefa e seu Geraldo são um casal de pequenos
agricultores do interior e que por conta da seca e da exploração dos donos de
engenhos, resolvem partir com seus filhos para Aracaju em busca de emprego nas
fábricas.
Fontes mostra as condições financeiras da família depois que
ela se intalou na capital, e fica claro aos leitores, que não são nada boas,
mesmo com quatro pessoas da família trabalhando na Companhia Sergipana de
Fiação. Assim o autor mostra como era a vida dos trabalhadores das fábricas de
Aracaju (1920-1930) que sofriam uma exploração da força do trabalho, pois está
era muito barata. Amando Fontes fala também das origens dos trabalhadores das
fábricas aracajuanas: "Eram praieiros de São Cristovão e Itaporanga;
camponeses do Vaza-Barris, da Cotinguiba; sertanejos de Itabaiana e das
Caatingas-que, num dia ou noutro, tangidos pela mais áspera miséria, haviam
desertado de seus lares, na esperança de uma vida melhor pelas cidades..."
(Fontes, 1994, pg.19). Fontes mostra ainda com esse romance como eram as
madrugadas do bairro Santo Antônio naquele período: "...Tudo escuro ainda.
Bandos e bandos de raparigas falando alto, desciam a Estrada Nova. Dos recantos
e vielas que ali desembocavam, de momento a momento, surgiam vultos apressados.
Todo o bairro de Santo Antônio parecia levantado, a correr pro trabalho."
(Fontes,1994, pg.18)
No desenrolar da história vai aparecendo fatos que só fazem
separar os membros da família, como é o caso de Rosenda, a filha mais velha,
que resolve fugir com o namorado. Pedro outro fiho do casal, mantém amizade com
um intelectual que lhe apresenta as obras de Lênin e com isso Pedro se junta a
um grupo que pela primeira vez organiza uma greve geral na capital sergipana.
Com isso ele é preso. Já a filha Albertina apaixona-se; entrega-se em todos os
sentidos a essa paixão e é abandonada.
Com tudo que aconteceu, Sá Josefa e Geraldo percebem os
efeitos da vida na cidade pra quem é pobre e como seus sonhos se transformaram
em pó. Sem seus filhos Sá Josefa e Gerado voltam para o interior o Engenho
Ribeira, no município da Capela.
Referência:
Fontes, Amando, Os Corumbas. In: Amando Fontes, 19º Ed. Rio
de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1994.
Foto e texto reproduzidos do blog: nascimentolais.blogspot
De: Lais Nascimento
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, em 13 de fevereiro de 2013.
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