Publicado em Janeiro/2010 pelo Blog Vendaval das Letras.
Academia Sergipana de Letras
A Academia Sergipana de Letras é a instituição literária
sergipana que tem por finalidade o cultivo e o desenvolvimento das letras em
geral e colaborar na elevação das artes e da cultura do Brasil e, de modo
particular em Sergipe.
Foi criada segundo o modelo da Academia Brasileira de
Letras, por iniciativa do poeta Antônio Garcia Rosa e de outros intelectuais
sergipanos, destacando-se, entre eles, José de Magalhães Carneiro, Cleomenes
Campos, José Augusto da Rocha Lima, Rubens Figueiredo, Monsenhor Carlos Costa,
Clodomir Silva e Manuelito Campos.
A Academia tem uma história toda especial, pois sucedeu à
Hora Literária, instituição recreativa, fundada em 1º de abril de 1919, depois
transformada em sociedade literária de caráter acadêmico autônoma, por decisão
da Assembléia Geral de 17 de julho de 1927.
A Hora Literária tinha como objetivos a promoção do estudo;
o envolvimento intelectual do cidadão e a difusão do pensamento.
Cumpria, a Hora Literária, as suas metas, quando o movimento
em prol da fundação da Academia consolidou-se, principalmente a partir de 13 de
abril de 1929, quando deliberou-se que para a composição do quadro acadêmico,
ficariam mantidos os acadêmicos que pertenciam à Hora Literária.
Assim, a 1º de junho de 1929, a Hora Literária convertia-se
na Academia Sergipana de Letras, dando grande brilho às letras sergipanas. Seu
primitivo estatuto criou 16 cadeiras para os seus sócios acadêmicos, todas
patrocinadas por sergipanos ilustres, já, falecidos, na seguinte ordem: Tobias
Barreto, Silvio Romero, Fausto Cardoso, Bitencourt Sampaio, Ivo do Prado,
Gumercindo Bessa, Curvelo de Mendonça, Felisbelo Freire, Maximino Maciel, Lapa
Pinto, Maria Perdigão, Severiano Cardoso, Frei Luiz de Santa Cecilia, Horácio
Hora, Armindo Guaraná e Pedro de Calazans.
Segundo o mesmo estatuto, para ocupá-las foram considerados
sócios acadêmicos, com posse de todos os direitos inerentes à dignidade do
cargo e das funções, os poetas Antônio Garcia Rosa, Cleomenes Campos, Etelvina
Siqueira e Hermes Fontes; escritores José de Magalhães Carneiro, Ranulfo Prata,
Manuelito Campos, Rubens de Figueiredo, Clodomir Silva e Gilberto Amado;
filológo e orador José Augusto da Rocha Lima; oradores D. Antônio Cabral e
Monsenhor Carlos Costa; pedagogos Manuel Santos Melo e Helvécio Andrade.
Posteriormente, foram integrados os 24 membros restantes, a
exemplo da Academia Brasileira de Letras, constituindo, dessa maneira, o corpo
dos 40 imortais. A Academia passou a adotar, como logomarca, uma coroa de
louros, formada de dois ramos, presos por um laço de fita, tendo ao centro o
mapa de Sergipe, dentro do qual consta a divisa: “Dare lumina terris” (Dar luz
a terra), – tudo encimado por uma estrela pentagonal.
Em 1931, o Sodalício estava composto de 40 membros efetivos
e de 20 correspondentes. Como patronos das cadeiras criadas, estabeleceu-se a
seguinte ordem: Tobias Barreto, Silvio Romero, Fausto Cardoso, Bitencourt
Sampaio, Ivo do Prado, Gumercindo Bessa, Curvelo de Mendonça, Felisbelo Freire,
Maximino Maciel, Lapa Pinto, Lima Junior, Severiano Cardoso, Frei Santa
Cecília, Horácio Hora, Armindo Guaraná, Ascendino Reis, Pedro de Calazans,
Vigário Barroso, Pereira Barreto, Coelho e Campos, Caldas Júnior, Martinho
Garcez, Ciro Azevedo, Pedro Moreira, Dias de Barros, Monsenhor Fernandes da
Silveira, Manuel Luiz, Conselheiro Orlando, Jackson Figueiredo, José Jorge de
Siqueira, José Maria Gomes de Souza, Oliveira Ribeiro, Guilherme Rebelo,
Joaquim Fontes, Conselheiro Aranha Dantas, Baltazar Gois e Brício Cardoso.
Nos anais do Cenáculo, figuram como primeiros ocupantes das
cadeiras, renomados homens de letras, a começar por Antônio Garcia Rosa,
Magalhães Carneiro, Cleómenes Campos, José Augusto da Rocha Lima, D. Antônio
Cabral, Gilberto Amado, Ranulfo Prata, Manuelito Campos, Rubens Figueiredo,
Artur Fortes, Costa Filho, Monsenhor Carlos Costa, Clodomir Silva, Santos Melo,
Helvécio de Andrade, Hermes Fontes, Oliveira Teles, D. Mário Vilas Boas, Pìres
Wynne, Alfeu Rosas, Maurício Cardoso, João Passos Cabral, Prado Sampaio, Julio
Albuquerque, Carvalho Neto, Florentino Menezes, Nobre de Lacerda, Gervâsio
Prata, Abelardo Cardoso, Enock Santiago, João Esteves da Silveira, Edson
Ribeiro, Humberto Dantas, Olegário e Silva, Josué Silva, Augusto Leite, Hunaldo
Santaflor Cardoso, Pedro Machado, Marcos Ferreira de Jesus, Zózimo Lima,
Epifânio Dória.
Passaram, também, pelos assentos da Academia, expressões
culturais do porte de José da Silva Ribeiro Filho, Freire Ribeiro, Garcia
Moreno, Exúpero Monteiro, Abelardo Romero, Jorge Neto, Gonçalo Rolemberg Leite,
Sebrão Sobrinho, Clodoaldo de Alencar, Felte Bezerra, Severino Pessoa Uchôa,
Renato Mazze Lucas, Urbano Neto, Monsenhor Domingos Fonseca, José Olino de Lima
Neto, Orlardo Vieira Dantas, José Augusto Garcêz, Benedito Cardoso, João
Fernandes de Britto, José Maria Rodrigues Santos, Antônio Garcia Filho, Núbia
Nascimento marques e D. José Brandão de Castro.
As reuniões da Academia, a partir de 1932, aconteceram na
Sala da Ordem dos Advogados do Brasìl, Seccional de Sergipe, localizada no
antigo Palácio da Justiça, à Praça Olympio Campos, onde atualmente funciona a
Procuradoria Geral do Estado; mudou-se, depois para o Instituto Histórico e
Geográfico de Sergipe, à rua Itabaianiriha, já que, praticamente todos
acadêmicos eram, também, sócios dessa modelar instituição cultural.
No início da década de 70, as reuniões da Academia foram
mais uma vez transferidas. Desta feita, graças aos trabalhos desenvolvidos
pelos acadêmicos Severino Uchôa, então Presidente, e Emmanuel Franco, as
tertúlias acadêmicàs passaram a ter lugar no vasto salão do primeiro andar da
antiga iblioteca Pública, hoje Arquivo Público do Estado, à Praça Fausto
Cardoso. E aí viveu ela por alguns anos, até que foi desalojada e transferida
para o sobrado em que funcionou, antigamente, o Colégio Tobias Barreto, localizado
na rua Pacatuba, 288, o qual, aliás, é um dos últimos exemplares da arquitetura
civil do início do século, em nossa cidade. Como se vê, não foram fáceis esses
longos anos de existência da Academia, já que para começar, não possuía casa.
Ultimamente, porém, o tratamento melhorou e o Governo do Estado vem mantendo,
com a instituição cultural, um pacto de uso do prédio público, numa total
parceria, uma vez que ambos estão comprometidos com as ações de promoção,
difusão e intercâmbio das atividades culturais e artísticas de Sergipe.
A Academia no curso dos seus 71 anos de existência tem sido
reconhecida pela sociedade sergipana como a entidade cultural responsável pelo
estímulo do movimento intelectual do Estado e, como tal, tem merecido do Poder
Público e da iniciativa privada, as melhores atenções, sempre voltadas para a
consecuçáo dos seus objetivos, na incessante busca do desenvolvimento cultural
e social do povo sergipano.
A Academia Sergipana de Letras é reconhecida, também, como a
mals democrática das Academias do País, pois, em seu quadro, abriga não só
literatos, como homens de artes, humanistas e cientistas, dando, assim, uma
ênfase especial à cultura em geral, cumprindo, destarte, as suas finalidades
estatutárias.
Com efeito, na atualidade, as cadeiras acadêmicas estão
ocupadas de figuras de todos os segmentos culturais do Estado. Entre os poetas,
figuram: Santo Souza, Hunald de Alencar, Wagner Ribeiro, José Abud, Eunaldo
Costa, Carlos Britto e Carmelita Fontes; cientistas: Emmanuel Franco, Walter
Cardoso e Eduardo Garcia; escritores: José Amado Nascimento, Clodoaldo de
Alencar Filho, Mário Cabral, D. Luciano Cabral Duarte, José Bonifácio Fortes
Neto, Luiz Antonio Barreto, Manoel Cabral Machado, Acrísio Torres de Araújo,
Francisco Guimarães Rollemberg, João Alves Filho e Maria Lígia Madureira Pina;
historiográfos: Maria Thetis Nunes, Ariosvaldo Figueiredo, José Silvério Leite
Fontes e Luiz Fernando Ribeiro Soutelo; juristas: José Anderson Nascimento,
Luiz Pereira de Melo, Luiz Garcia, Luiz Rabelo Leite, Artur Oscar de Oliveira
Déda, Luiz Carlos Fontes de Alencar e Acelino Pedro Guimarães; filólogos
Ofenísia Soares Freire e João Evangelista Cajueiro; orador e escritor: João de
Seixas Dória e artista plástico e escritor João Gilvan Rocha.
Numa ação de grande incentivo, o saudoso ex-Presidente
Antônio Garcia Filho, criou a 25 de agosto de 1984, o Movimento de Apoio
Cultural da Academia Sergipana de Letras, centro de reunião de intelectuais
sergipanos que, dia a dia, aprimoram os seus conhecimentos. O MAC tem prestado
relevantes serviços à Academia e à vida cultural do Estado, valendo destacar o
incessante trabalho desenvolvido pelo seu coordenador, jornalista José Ferreira
Lima, secundado por Lauro Rocha de Lima, Cléa Maria Brandão Mendes, Sergival Silva,
Malba Maria Eng de Almeida, Araripe Coutinho, Luzia Maria da Costa Nascimento e
Maria Luiza Martins Caldas Prado. A importância desse Movimento Cultural, no
cenário acadêmico, foi confirmada, de forma unânime, com a eleição e posse de
dois dos seus integrantes, para cadeiras acadêmicas: Acelino Pedro Guimarães e
Maria Lígia Madureira Pina e a recente eleição de José Lima de Santana.
Entre as atividades da Academia figuram palestras, cursos,
concursos literários, seminários, além da publicação da Revista e de livros de
autores sergipanos. Promove, ainda, a preservação e a divulgação da Literatura
e de outras manifestações culturais, mantendo intercâmbios com entidades
culturais brasileiras e estrangeiras, para o desenvolvimento cultural do povo
sergipano.
José Anderson Nascimento – Presidente
Fontes:
Site: wagnerlemos.com.br/
Site: asl-se.org.br/
Foto e texto reproduzidos do blog:
vendavaldasletras.wordpress.com
Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 7 de fevereiro de 2013.
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