Publicado originalmente no Jornal da Cidade/Osmário.
Memórias de SE., em 19/03/2012.
Da história do comércio em Sergipe: A vida de Barreto da
loja Baú Modas
Por Osmário Santos.
Everaldo Pereira Bonfim Barreto nasceu a 12 de março de
1937, no povoado Roque Mendes, município de Riachuelo/SE. Seus pais: Eduardo
Bonfim e Ermínia Ferreira Bonfim.
Seu pai era proprietário de sítio, olaria e de um saveiro.
Dele aplica em vida o gosto pelo comércio. “Ele trazia de Riachuelo material de
construção, a exemplo de pedras, tijolos, areia e vendia em Aracaju. “Muitas
construções em Aracaju foram feitas com material do Roque Mendes”. Meu pai foi
um grande amigo e havia entre nós uma boa identificação, pois tínhamos muitas
coisas em comum”.
Sua mãe teve oito filhos, sendo que seis sobreviveram e dois
faleceram. Se dedicava ao esposo e aos filhos. “Era das prendas do lar. Dela
tenho suas características físicas já que pareço muito com ela,principalmente
na questão de pele, pois era uma pessoa muito clara pela sua descendência
holandesa.Se preocupava muito com a educação dos filhos, a ponto de fixar
residência em Aracaju, quando eu tinha seis anos”.
Em vista a grande amizade e parceria comercial com o
construtor João Alves, o pai trocou material de construção por uma casa construída
na rua Dr. Armindo Guaraná 157.
O menino Barreto na proximidade da sua nova casa brincava de
peão, futebol, bola de gude, de se esconder e soltava pipa. “Uma infância muita
tranquila e muito feliz”.
Iniciou os estudos com a professora Carlota no povoadoRoque
Mendes. “É viva e tenho com ela uma consideração muito grande”.
Em Aracaju estuda o então curso primário no Grupo Escolar
José Augusto Ferraz, no bairro Industrial, dirigido pela professora Idália
Mota,sendo aluno da professora Valdice Alves Barreto. “Na época a educação
pública era rigorosa”.
Na continuidade dos estudos passa a ser aluno da Escola de
Comércio de Sergipe. “Fiz o curso ginasial básico e depois o curso de
Contabilidade”.
Na Faculdade Pio Décio inicia o curso de Administração de
Empresas, mas não chega a concluir em vista que passou a estudar na Faculdade
do Trabalho que se instalou na Rua José do Prado Franco, no antigo Colégio das
Freiras. “Saí prestes a me formar, pois me desloquei para Salvador, onde
conclui o curso de Administração. Fiz também o curso de Técnico em
Contabilidade em Aracaju. O meu diretor era o professor Alcebíades Melo Vilas
Boas”.
No Moinho Garça, de Américo Alves, emplaca o primeiro
emprego na condição de vendedor de balcão. No Armazém Vitória, de Oscar Prado e
Góis, na travessa municipal Deusdeth Fontes, por três anos trabalha no ramo de
secos e molhados.
Resolve dar continuidade a sua vida de vendedor e parte para
trabalhar como vendedor representante da Padaria Pirangi. “Testei e tive
convicção que a minha inclinação era para vendedor e deslanchei. Passei
trabalhando com padaria por 10 anos. Além da Pirangi, trabalhei na Padaria
Modelo, de Geraldo Barreto, Padaria Globo, de Aloísio Barreto, Padaria Sergipe,
de Venâncio Fontes, e a Padaria Santo Antônio, entre as ruas Estância e
Maruim”.
Barreto conta que por um tempo trabalhou no DER nos governos
de Seixas Dória, Celso de Carvalho e José Rollemberg Leite - na condição de
oficial administrativo. “Também ocupei a função de diretor comercial de uma
cooperativa que o DER fundou e a de pagador no campo”.
Com a loja Baú Modas inicia uma nova etapa da sua vida no
comércio de Aracaju. “Era uma loja de departamentos na rua Itabaianinha, em
frente ao antigo Cinema Vitória. “Instalei a loja em 1970 e funcionou até 1978.
Também tinha nessa época, a Sapataria Nossa Senhora da Conceição e o Baú
ModasEletro-Doméstico, que era na Galeria do Edifício Norcon. Daí entrei no
ramo de colchões onde permaneço até hoje”.
Revela que a sua primeira loja de colchões foi instalada na
Rua Florentino Menezes. “Depois vendi a loja para o José Lima que lá instalou
uma filial da Loja Brilhante . Hoje tenho uma pequena loja de colchões na Av.
Francisco Porto, em frente a agência do Bradesco, a Barreto Colchões.
Do seu amor pelo rádio: “Estava sintonizando o programa do
Ari Nogueira e fiz uma observação no ar. Depois dei outro “pitaco” no programa
do Paulo Lacerda e o locutor fez um alarde. Como sintonizo todas as emissoras
de rádio, quando participo dos programas sou muito bem recebido e agradeço a
todos os radialistas essa fidalguia.
Casou com Maria Helena e tem três filhos: Ferreira Bonfim
Filho, Sônia e Suely. Tem oito netos: Marcela, Karine, Tatarine, Karol, Gustavo
Vitória, Luan e Kauan e tem um bisneto: João Victor.
Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net
Postagem originária da página do Facebook/GripoMTéSERGIPE, de 26 de julho de 2015.
Tio Vevé... Ele, de Abençoada memória, era primo do meu avô. E realmente, muitas construções em Aracaju foram construídos com tijolos do Raque Mendes, inclusive, com os tijolos das olarias da minha família. Grato pela publicação. Apreciei muito o texto. Att, Hefraim Andrade.
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