Tapioca: Alimento dos Deuses, e dos sergipanos também!.
Por Alonso Junior *
Caminhando pelas ruas de nossa cidade, deparei-me com uma
senhora vendendo tapiocas, e como um bom moço de raízes nordestinas, resolvi
comprar logo duas: um doce e uma salgada. Degustando daquele alimento precioso,
que foi um dos componentes da comercialização de diversos indígenas, inclusive
seu principal ingrediente serviu de base econômica para nosso Estado há anos
atrás, pude cair na real e perceber que a tapioca tem toda uma história. A
começar pelos indígenas, ela sempre esteve presente nas mesas dos brasileiros
desde o processo de colonização do país. Contudo, a mandioca foi, e é, o pão do
Brasil desde o tempo em que os colonizadores portugueses ainda não tinham
chegado aqui. Nenhum alimento para os índios,era tão importante quanto a
mandioca, e dela podia-se fazer bolos,mingau e paçoca. E agora ao longo do
tempo, ela vem matando a fome de muita gente, e conquistando cada vez mais seu
espaço não só na gastronomia sergipana, como na mundial.
Eu sempre digo que a tapioca tem gosto de nordeste, cheiro
de terra, quem nunca provou de uma tapioca, não sabe o que lhe espera. A
farinha e a água numa bacia se misturam, a massa vira tapioca, como se tivesse
pressa, de receber o recheio de leite condensado, goiabada, doce de coco,
chocolate, manteiga ou nata. Doce ou salgada, a tapioca chega à boca como se
fosse um “beiju”. Que goma mais linda, que refeição dos deuses! Pois é!... A
TAPIOCA É NOSSA!... DE NOSSA GENTE, DE NOSSO POVO! FAZ PARTE DE NOSSA HISTÓRIA
SOCIAL, CULTURAL E ECONÔMICA!...
Geralmente aos domingos, passeando pela Orla de Atalaia,
sempre vejo a comercialização de vários produtos destinados na maior parte, aos
turistas, inclusive o da tapioca que também é um dos fatores que favorecem o
aquecimento da economia sergipana gerando emprego e renda a muitas famílias. Do
mais tradicional, ao mais exótico sabor, encontramos nessas barracas. Em vez
simplesmente do básico à moda nordestina, a nossa redonda de goma passou a
engolir recheios de presunto, mussarela e, pasme meus conterrâneos! Minha Nossa
Senhora... Até de banana, doce de goiaba e leite condensado! Pois é: tapioca
com Leite Moça. E o interessante, é que aos poucos nossa tapioca, vai virando
uma espécie de “pizza nordestina” agradando ao paladar de todos que degustam de
seu sabor.
Básica ou exótica, adicionada ao sorvete ou não, ela se
solidifica cada dia que se passa como sinônimo de café da manha regional, de
desjejum sertanejo virando uma espécie de coqueluche na gastronomia de nosso
país. Ela é parte do regime alimentar nacional e uma iguaria versátil que
conquista cada vez mais os amantes da boa comida regional. Salve, Salve
tapioca! Você foi e sempre será muito bem vinda em nossas mesas por muitos e
muitos anos futuros.
* Acadêmico do Curso de Historia da Universidade Tiradentes.
Fotos e texto reproduzidos do blog:
vivasergipe.blogspot.com.br
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 8 de maio de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário