terça-feira, 6 de maio de 2014

Joubert Moraes




Publicado originalmente pelo site PGE-SE, em 01/03/2013.

Artista do Mês – Joubert Moraes
Por Mário Britto.

Nascimento: 13 de dezembro de 1947, em Propriá/SE.

Nascido no seio de uma família de artistas: o pai, poeta e escritor; a mãe, cantora e bordadeira, ambos apaixonados por música e literatura, não demorou para Joubert despertar-se para o universo artístico. Aos treze anos, já começava a esboçar os primeiros desenhos. Sua irmã Gêlda Maria era pintora e, desistindo do ofício, deu ao irmão mais novo todo o seu material de trabalho
.
Na adolescência, já imerso no meio das artes, Joubert começava a tomar conhecimento e gosto pela pintura. Tinha o hábito de visitar Galerias de Arte, comparecia a todas as exposições e frequentava, assiduamente, os ateliês dos mestres J. Inácio e Florival Santos.

Mais tarde, no final dos anos sessenta, impulsionado pelas mudanças dessa pujante e revolucionária década e em busca de aperfeiçoamento técnico, Joubert foi morar em Salvador/BA, onde fez o curso livre de arte, oferecido pela tradicional Escola de Belas Artes. Lá estudou com o renomado desenhista Juarez Paraíso, por quem tem uma grande admiração e confessa ter sido o artista que mais o influenciou.
Nessa mesma época, em Salvador, faz as primeiras excursões pela abstração, conhece o pintor russo Lev Smarscheviski e compartilha conhecimentos com os artistas Aleixo Belov, Luiz Jasmim, Tatty Moreno, Fernando Coelho.

De volta a Aracaju, em 1968, Joubert realiza a sua primeira exposição individual na Galeria de Arte Álvaro Santos. Foram trinta obras, com diversos temas, dentre eles marinhas, casarios, alagados, abstratos e figurativos.

Em meados dos anos 70, Joubert dirigiu o espetáculo teatral “Vôos Mitos Coloridos” dando início a mais um viés de seu talento artístico – a arte performance. Em 1975, realiza na Igreja do Solar do Unhão uma marcante exposição prestigiada pelos artistas e pela a elite da sociedade baiana. Registra, ainda, como momento de muita emoção em sua carreira, a pintura da Igreja matriz da cidade de São Francisco do Conde/BA.

O Festival de Artes de São Cristóvão – FASC – uma idealização da Universidade Federal de Sergipe, também foi palco para Joubert revelar o seu talento. Em 1976, por ocasião da quinta edição, ele revolucionou o importante encontro cultural expondo em uma igreja abandonada. Participaram dessa inusitada e inovadora exposição, denominada “Circo Mágico”, fotógrafos, músicos, poetas e dançarinos.
Nos anos oitenta, Joubert realiza, em Salvador/BA, outra exitosa Mostra no antigo Hotel Meridien, hoje Pestana. Nos idos de 1990, expõe em Aracaju, Salvador e Porto Alegre. Atualmente, Joubert participa, regularmente, de exposições individuais e/ou coletivas em diversas cidades brasileiras.

Artista premiado, recebeu o Prêmio Horácio Hora de Artes Plásticas. Em dezembro de 1984, ganhou o Prêmio J. Inácio, do Salão Nuarte, concedido pela Secretaria de Estado da Educação e Cultura, com uma escultura em parafina rósea denominada “Cor Nua”. Em 2006, Joubert realiza, sob encomenda, a monumental obra “Holoformas”, entregando-a, em dezembro do mesmo ano, à Galeria de Arte AMA, em Aracaju/SE.

As obras de Joubert estão espalhadas pelo Brasil e em vários países do mundo, como EUA, Peru, França, Portugal, Espanha, Senegal etc. Elas povoam residências, órgãos públicos, instituições privadas, prédios, museus, escolas, escritórios, mas, sobretudo, estão na memória e no coração do povo sergipano.

Para Joubert, o importante na obra não é a forma, a técnica ou a aparência visual final do trabalho, o que vale para o artista é a ideia, o conceito, o que ele quer dizer. E, como poucos, seja com um pincel, com os dedos ou com um lápis, com tintas ou notas musicais, ele sabe expressar-se – diz sabendo o que quer dizer -, porque transcende para a arte que faz toda a emoção que o domina.

Para o artista, o que importa é se expressar livremente, sem amarras ou regras. Arte e liberdade são partes de um mesmo todo, uma se alimenta da outra. É como o pavio, da cera; o pássaro, do canto; a boemia, da noite. Em quaisquer de suas formas de expressão, Joubert as faz com paixão e muita dedicação.

Vanguardista, Joubert está e, sempre esteve, à frente do seu tempo. Sua opulenta obra é individualizada, possui estilo próprio que o denuncia ao primeiro olhar. Ainda que preencha a bidimensionalidade da tela, Joubert sempre reserva ao observador um espaço extra para que ele se transponha para a obra, interaja com a arte e, de pronto, estabeleça um franco diálogo com ela, dando, afinal, à pintura um senso de tridimensionalidade.

Pessoas reais ou fictícias, camufladas entre nebulosas nuvens e esvoaçantes coqueiros; paisagens surrealistas, lembranças da suave brisa que sopra os coqueiros da Praia da Atalaia e as alvas dunas do Abaís e autorretratos, numa figuração metafísica, caracterizam a sua inconfundível arte pictórica.
Joubert tem uma relação completa e visceral com a arte, que a realiza com apurado gosto e aptidão. Toca violão com a mão direita, pinta com a esquerda, e, com ambas, faz as esculturas.

Assim, em razão da vocação variada para a arte, Joubert tem uma carreira rica e diversificada: pintura, desenho, escultura, música, cenografia, poesia, produção e direção de espetáculos e shows são, apenas, punhados da sua arte e partes de seu multifacetado talento.

Fotos e texto reproduzidos do site: pge.se.gov.br/artista-do-mes

Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, de 4 de maio de 2014.

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