Publicado originalmente pelo site PGE-SE, em 21/02/2014.
Artista do Mês – Anete Sobral.
Por Mário Britto.
Maria Anete Sobral de Faria, pintora, nasceu no dia 22 de
novembro de 1925, em Frei Paulo/SE e faleceu no dia 16 de janeiro de 2009, em
Aracaju/SE.
Autodidata, desde criança já manifestava tendência para as
artes plásticas. Ao se transferir para Aracaju, estudou no Colégio Nossa
Senhora de Lourdes, onde cursou o magistério e, depois, na Escola Normal Ruy
Barbosa, o pedagógico. É desse tempo do colégio das freiras, de origem
francesa, que Anete Sobral teve as primeiras aulas de pintura e realizou os
seus primeiros trabalhos artísticos para presentear as suas amigas.
Após alguns anos sem pintar, em 1971, com o apoio de seu
esposo Efren de Faria Lima, retorna à pintura e já no ano seguinte participa de
uma coletiva de pintores sergipanos, produzida por João de Barros, no
Conservatório de Música, em Aracaju.
Anete Sobral participou de diversas exposições coletivas e
individuais em inúmeras cidades do Brasil, ganhou prêmios e foi referendada
pela crítica especializada. Realizou as seguintes exposições: em 1972, “Sergipe
Barroco”, em São Paulo; em 1974, no Clube do Congresso, em Brasília; em 1982,
na Galeria de Arte J. Inácio, em Aracaju; em 1986, no Centro de Criatividade
Gov. João Alves Filho, em Aracaju; e, 2003, no Espaço Cultural da Assembleia
Legislativa de Sergipe.
Em 1986, participou da exposição coletiva de inauguração da
Galeria de Arte Florival Santos, no Centro de Cultura e Arte – CULTART, em
Aracaju. A artista tem obra em países como a Suíça, França, Alemanha e
Colômbia.
Laureada artista, Anete Sobral recebeu alguns prêmios, entre
eles, em 1976, menção honrosa no I Salão Atalaia de Pintura e a Medalha de
Bronze na segunda edição desse mesmo Salão. Em 2006, recebeu a medalha de
bronze na segunda edição do Salão Cataguases, em Minas Gerais. Uma grande realização
da artista foi a sua classificação, com todos os trabalhos que submeteu à
seleção, para o Salão de Olinda em Pernambuco, bastante concorrido à época.
Em 2010, a Galeria de Arte Álvaro Santos fez uma homenagem
póstuma à artista realizando uma exposição individual com curadoria de Luiz
Adelmo, intitulada “Anete Sobral: Visão Urbana e Cultural”. Por ocasião dessa
mostra, escreveu a historiadora Aglaé d’Ávila Fontes, “Ninguém melhor do que
ela fez o passado virar presente, registrando as cores e formas de nossa
cultura popular. Traço firme e forte, embora suave nas nuances e sugestões do
imaginário. Entre a fé, o cortejo, a festa e as brincadeiras populares, sua
arte se aninhou plena de afeto, generosa na arte, como nas amizades”.
Sua obra aborda a realidade histórica e cultural de onde
viveu, destacando a rica arquitetura colonial como os seus seculares casarões e
igrejas; os folguedos, cenas do cotidiano das cidades do interior sergipano,
notadamente, o folclore e as festas populares. Religiosa, temas sacros, como as
procissões, também são recorrentes em sua iconografia. Sua pintura é marcada
por um desenho leve e por cores primárias e vibrantes. Costumava dizer que
“pintar sempre foi o que mais eu quis, e quando pude fazer, não tinha nenhuma
intenção de vender, mostrar, expor, eu queria simplesmente pintar, para mim”.
Em setembro de 2013, Anete Sobral participou da exposição
coletiva “Um sentir sobre as Artes Visuis em Sergipe”, com curadoria de Mário
Britto, realizada na Galeria Jenner Augusto, em Aracaju.
Fotos e texto reproduzidos do site:
pge.se.gov.br/artista-do-mes
Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, de 4 de maio de 2014.
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