Refugiado do Governo Vargas, Jorge Amado refugiou-se em Estância em 1936.
Neuza Maria é filha dos proprietários do hotel onde Jorge se hospedou com sua família.
À esquerda: Neuza Maria.
Trecho do livro que retrata a convivência de Neuza com Jorge
Amado.
Fotos: Portal Infonet.
Reproduzidas do site: infonet.com.br/cultura
Infonet - Cultura - Especial - 01/08/2012.
Jorge Amado se refugiou no município de Estância
Período foi um dos mais criativos de sua vida e obra
Famoso por suas inúmeras obras, Jorge Amado foi um dos
escritores mais importantes da literatura brasileira. Este ano se o escritor
estivesse vivo faria 100 anos, e o país todo comemora seu centenário. Mas o que
muitos não sabem é que apesar de suas andanças pelo país, o escritor baiano
exilou-se em terras sergipanas, onde viveu o período de 1936 a 1939 na cidade
de Estância.
Refugiado do regime de Getulio Vargas por sua ligação com a
Intentona Comunista, Jorge Amado, chegou a Sergipe junto com sua primeira
esposa, Matilde Garcia Rosa, e sua filha Eulália Dalila. A razão pela qual
escolheu a cidade se deve às suas origens, já que seu pai nasceu e cresceu na
região, tendo se mudado para Bahia na fase adulta.
Nas terras estancianas, a Papelaria Modelo, a Sociedade
Monsenhor Silveira e o Hotel Vitória tiveram papel importante em sua vida.
Neste último, Jorge Amado residiu durante algum tempo e com seus proprietários
estabeleceu uma relação quase que familiar.
Com lembranças ainda muito vivas na memória, Neusa Maria
Souza Prata, hoje com 92 anos, filha dos proprietários do Hotel Vitória, fala
dos momentos de convivência com Jorge Amado e sua família. “Ele era uma pessoa
muito alegre, simpática e querida por todos. Em nosso hotel que era composto
por três casas, ele viveu com minha família na casa principal”, conta.
Neuza também relembra do homem de hábitos simples que o
escritor foi. “Pude presenciar muitos momentos, pois aqui ele sentia-se em
casa. Jorge gostava de escrever na sala de jantar ou em um quarto grande, onde
ficava sozinho e reservado para escrever suas obras”, comenta.
Com o passar do tempo, os laços de amizade se tornaram
maiores e no dia em que Neuza completou 15 anos, Jorge e sua esposa, preparam
uma grande homenagem para ela. “Jorge Amado foi o mestre de cerimônias de minha
festa e com toda sua amizade, leu um texto em homenagem a mim. Fiquei muito
surpresa, pois todos conseguiram preparar aquilo sem que eu percebesse nada”,
relembra.
Para Neuza, a época em que viveu perto do escritor e sua
família pode ser chamada de maravilhosa. “Formamos uma grande amizade e pude
aprender muitas coisas sobre a vida. Para mim foi uma honra conhecê-los
pessoalmente, pois de hóspedes, eles passaram a ser nossos amigos. Sem falar na
inteligência do casal de escritores que despertava a admiração de todos”, diz.
Exilado, Jorge Amada se divertia escrevendo e promovendo
eventos culturais. “Ele revolucionou a cidade com festas e grandes eventos
culturais, movimentando a cena cultural de Estância”, destaca Neuza.
Em Estância, Jorge Amado, escreveu parte de Capitães de Areia
e Mar Morto, além de trazer personagens que povoaram alguns dos seus livros,
como Gabriela, Tereza Batista e Tieta do Agreste.
Homenagens
Filho do dono da Papelaria Modelo, ponto de encontro
cultural que costumava reunir diversos intelectuais da cidade, Rui Nascimento,
atualmente escritor, lançou em 2007, o livro ‘Jorge Amado - Uma cortina que se
abre’. O prefácio é de Paloma Jorge Amado, filha do romancista e também
escritora. A obra fala do período que Jorge viveu em Estância e da influência
de Sergipe em sua literatura.
Por Verlane Estácio e Raquel Almeida.
Foto e texto reproduzidos do site: infonet.com.br/cultura
Postagem aqui, originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 12 de maio de 2014.
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