Augusto Barreto (foto), dirigindo o carro do Café Império, foi um dos grandes comerciantes de Aracaju, promovendo artistas, circos, e misses, movimentando a vida social da capital sergipana.
Infonet - Blog Luíz A. Barreto - 04/04/2008.
Memorial do comércio.
Por Luíz Antônio Barreto.
A Associação Sergipana de Supermercados, que em janeiro
completou 30 anos de fundada, e que está instalada na rua Campos, 496, na casa
onde viveu e morreu Carlos Firpo, médico, ex-Prefeito de Aracaju, assassinado
há 50 anos
A Associação Sergipana de Supermercados, que em janeiro
completou 30 anos de fundada, e que está instalada na rua Campos, 496, na casa
onde viveu e morreu Carlos Firpo, médico, ex-Prefeito de Aracaju, assassinado
há 50 anos, caso que desde lá continua envolvido em mistério, criou um MEMORIAL
para preservar a história do comércio varejista, fazendo um registro da
evolução das atividades de negócios, desde as antigas feiras, passando pelas
bodegas, quitandas, mercearias, armazéns, até o auto-serviço dos supermercados,
no que Sergipe deu grandiosa contribuição, formando com Mamede Paes Mendonça, e
seu cunhado Antonio Andrade, a rede Pague Menos, na Bahia, com Pedro Paes
Mendonça e seu filho João Carlos Paes Mendonça, a rede BOMPREÇO, em Pernambuco,
e com Gentil Barbosa e seu irmão Noel Barbosa, a rede G. Barbosa, três das
maiores do Brasil, em seus respectivos momentos.
O MEMORIAL historia as feiras, fixando os dias da semana em
que tais ajuntamentos comerciais eram autorizados, no interior sergipano,
apontando a presença de comerciantes que construíram biografias notáveis, a
partir desse contato informal. Um grande exemplo foi o de Oviêdo Teixeira, que
vendeu retalhos de tecidos na feira do Saco do Ribeiro, atual Ribeirópolis,
antes de estabelecer-se em Itabaiana, depois em Aracaju onde fez sucesso como
empresário múltiplo, em vários setores do comércio, sendo, ainda, um dos
grandes criadores de gado do Estado, com participação nas maiores exposições de
animais de raça.
As bodegas ou quitandas, que são pequenos estabelecimentos
comerciais, comuns em todas as comunidades do Estado, também mereceram um
registro no MEMORIAL, como etapa importante na evolução dos negócios. Dos
menores aos maiores povoados, as bodegas ou quitandas prestam um serviço
básico, fornecendo gêneros necessários à sobrevivência. É certo que o progresso
tem levado ao interior variedade de produtos, que passam a ser do consumo comum
das populações, mas isto não retira das velhas, pequenas e curiosas bodegas o
papel de abastecedor, daquilo que fosse absolutamente necessário. Sem contar
que as bodegas ou quitandas foram pontos de encontro, reunindo diariamente
freqüentadores, cada um com seu perfil de conversador.
As mercearias e armazéns de secos e molhados, que
antecederam as lojas de auto-serviço, cumpriram um importante etapa do comércio
sergipano, abastecendo Aracaju e as demais cidades. Eram casas sortidas,
oferecendo muitas opções de produtos, dos mais simples e básicos, aos mais
sofisticados, importados para o mais fino paladar e para ornar o interior das
residências locais. Muitas das mercearias e armazéns seguiram em frente e deram
o passo evolucional seguinte, mudando para supermercado, onde o cliente tinha a
total liberdade de escolher os produtos que precisava e até os que não
necessitava e se dirigir diretamente aos caixas, sem contatos intermediários.
Mamede Paes Mendonça, Pedro Paes Mendonça, Gentil Barbosa,
para citar apenas os três maiores de Sergipe em redes de supermercados, tiveram
mercearias e armazéns, no interior e na capital, e levam a experiência de seus
negócios para empreendimentos maiores, fora e dentro do Estado, que
repercutiram no País. A Junta Comercial de Sergipe guarda, desde 1939 e até os
dois primeiros meses de 2008, 1582 registros de casas comerciais de comércio varejista,
incluindo os mercadinhos e supermercados, que aderiram ao auto-serviço e se
espalharam, nos bairros da capital, e pelas cidades do interior. Dentre esses
registros há o de Pedro Antonio dos Santos, conhecido como Pedro Reservista,
nascido em Itabaiana, que teve um pequeno armazém no interior do Mercado
Antonio Franco e que saiu de lá para montar, em plena Avenida Barão de Maroim,
na zona sul da cidade, o Supermercado Preço Bom, que ainda hoje, sob a direção
dos seus filhos, principalmente de Reginaldo Antonio Santos, ajudado pelo irmão
Regivaldo Antonio dos Santos, sobrevive, resistindo as megas lojas que são
instaladas em vários pontos de Aracaju.
O MEMORIAL destaca, ainda, em sua exposição de grandes
formatos, com textos e fotos, um conjunto de anúncios de casas comerciais das
primeiras décadas do século XX, algumas delas ainda atuantes, como a de Júlio
Prado Vasconcelos, tocada por José Tomás Vasconcelos, bem como a continuidade
de outros negócios varejistas, como os que Joram Vasconcelos, recentemente
falecido, José Alcides Vasconcelos e Manuel do Prado Vasconcelos Filho, o
Pradinho, que honram a memória do pai, Manuel do Prado Vasconcelos, conhecido
como “Seu Reizinho”. Tomando Itabaiana como referência, pois grande parte dos
comerciantes de Aracaju veio da terra serrana, o MEMORIAL recupera a história
de Edezio Vieira da Silva, nos anos de 1960 e da família Peixoto, desde Miguel
de Carvalho Peixoto, que desde os anos de 1970 comerciam no varejo, seguidos
pelos Irmãos Peixoto – Daniel, Messias e Veríssimo – que formaram a empresa
Irmãos Peixoto e que seguem, atualmente, caminhos individuais, cada qual com
seu negócio.
O comércio sergipano, das feiras aos supermercados, está
retratado e anotado no MEMORIAL DO COMÉRCIO VAREJISTA, na sede da ASES e disporá
de uma base de dados, para ampliar o que está contido nos grandes painéis
expostos em duas salas, ao lado de um espaço cenográfico que recupera formas
velhas de negócios.
Foto e texto reproduzidos do site:
infonet.com.br/luisantoniobarreto
Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, de 15 de abril de 2014.
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