Antônio Militão de Bragança.
Nasceu em Laranjeiras, Sergipe, no dia 31 de julho de 1860,
sendo seus pais Francisco Alberto de Bragança e Possidônia Maria de Santa Cruz.
Realizou os primeiros estudos em Aracaju e depois em
Salvador, Bahia.
Em 1878, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, por
ela recebendo o grau de doutor em medicina no dia 16 de dezembro de 1883, após
defender tese sobre paralisias consecutivas às moléstias agudas.
Formado, seguiu para o Rio de Janeiro, onde frequentou
hospitais e se especializou em oftalmologia.
Regresando a Sergipe, estabeleceu consultório de clínica
geral e oftalmologia em Laranjeiras, tendo antes clinicado em Pão de Açucar,
Alagoas.
Exerceu a medicina com o mais elevado sentimento
humanitário, pelo que seu consultório era procurado por numerosos clientes de
vários pontos de Sergipe e de outras unidades da federação.
Ensinou latim no “Liceu Laranjeirense”, foi delegado de
higiene e médico da Santa Casa de Misericórdia.
Amante da música, revelou-se grande compositor. São de sua
autoria as seguintes composições: “Saudades de Filomena” (mazurca), “Valsa
Georgina”, (valsa), “Confio em ti” (valsa), “Minhas Saudades” (valsa), “O
brilho das morenas” (mazurca), “Idealizando” (mazurca) e “Inlusões” (valsa).
Colaborou com vários jornais de Aracaju e fez parte do
Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e da Sociedade de Medicina de
Sergipe.
Em 1912, publicou interesante trabalho sobre a epidemia de
varíola que dizimou centenas de vidas em Laranjeiras, do qual Liberato destaca
o seguinte trecho: “Por entre cansaços e tristezas, quase, talvez, no término
de meu tirocínio clínico, forçaram-me as circunstâncias a enfrentar de perto o
quadro tétrico em que, com cores negras, se desenharam os horrores por que
passou Laranjeiras, assolada por espaço de oito longos meses pela não há muito
extinta epidemia de varíola, de amargas, pungentes e dolorosíssimas recordações”.
E mais: “Pesadíssimo tributo pagou esta velha terra a tão
terrível morbus, roubando-lhe esperanças legítimas, aniquilando-lhe o comércio
de há muito freqüentado, cerceando-lhe, finalmente, todas as manifestações de
sua vida social e material” (1).
Participou da luta contra a pandemia de gripe espanhola que
arrasou Laranjeiras, no ano de 1918.
Consta que o dr. Bragança prestou atendimento médico a
Virgulino Ferreira da Silva, vulgo “Lampião”, extraindo-lhe um graveto que
penetrou em um dos olhos.
Faleceu em Aracaju, no dia 27 de março de 1949.
É um dos patronos da Academia Sergipana de Medicina.
Segundo Lúcio Prado, o dr. Antônio Militão de Bragança é um
dos 20 maiores médicos de Sergipe. Os outros são: Antônio Garcia Filho,
Ascendino Ângelo dos Reis, Augusto César Leite, Balthazar Vieira de Melo,
Benjamim Alves de Carvalho, Carlos Morais de Menezes, Edilberto de Souza
Campos, enjolras Vampré, Felisberto Firmo de Araújo Freire, Helvécio de
Andrade, João Baptista Perez Garcia Moreno, José Antônio de Abreu Fialho, José
Machado de Souza, José Rodrigues da Costa Dória, Juliano Calazans Simões, Lauro
de Brito Porto, Lourival Bonfim, Roosevelt Cardoso de Menezes e Walter Cardoso
(3).
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
Bittencourt, Liberatto – Homens do Brasil—Sergipe. Rio de
Janeiro, 1913.
Guaraná, Armínio –Dicionário bio-bibliográfico de Sergipe.
Rio de Janeiro, 1927.
Prado Dias, Lúcio Antônio – Os vinte maiores médicos
sergipanos do século XX .Disponível em
http://www.infonet.com.br/lucioprado/listar.asp?acao=listar&canal=colunistas&seccao=lucio.
Acesso em 14 de maio de 2008.
Prado Dias, Lúcio Antônio – Antônio Militão de Bragança.
Aracaju, 2006.
Santana, Antônio Samarone de, & Cols. –Dicionário
biográfico de médicos de Sergipe. Aracaju, 2009.
Foto e texto reproduzidos do blog:
kokalaranjeiras.blogspot.com.br
De: Joselito de Jesus Franco.
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 14 de dezembro de 2012.
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