segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Aracaju e a entrada do país na guerra

Aníbal Benévolo.

Araraquara.

 Esperávamos em 16 de agosto uma embarcação que vinha da Bahia e as notícias que corre de esquina em esquina e que algo de estranho tinha acontecido no litoral, às notícias chegavam através de curiosos que ficavam pelas ruas a investigar o que realmente tivera ocorrido no mar, nada agradável nos chegava, não tínhamos ainda a noção de que submarinos alemães estavam por trás do naufrágio que ocorrera com o navio Aníbal Benévolo na noite do dia 16 de agosto de 1942, mas sobreviventes do naufrágio confirmaram que de fato submarinos submergiam da água e metralharam o navio. Recebíamos notícias de que pessoas ainda lutavam no mar pra sobreviver, dentre eles existiam homens, mulheres e crianças, mas a maioria dos sobreviventes foram tripulantes que trabalhavam na embarcação. Na cidade a população ouvia os comentários do torpedeamento e se revoltavam contra o ataque, se sentindo desprotegidos, inseguros e ameaçados, contando somente com a sorte, vários grupos de estudantes se mobilizavam nas praças saindo em passeatas gritando por uma participação mais ativa do governo federal no tocante a tragédia ocorrida. A sociedade em nada estava preparada com todo o reboliço que se deu na cidade um tanto quanto pacata, o medo estava expresso nas faces dos populares, era o medo de ser subitamente invadida pelos invasores alemães, era o medo de ser bombardeados pela força armada pouco conhecida dos aracajuanos que mal tinham visto falar sobre ataques submarinos, sem falar na indignação de saber que corpos fuzilados boiavam no mar. A sociedade se impôs diante de todas essas ocorrências esperando uma ação imediata do governo de Getúlio Vargas que até então se mantinha neutro. Após a participação do Brasil na II Guerra a sociedade aracajuana teve que se adaptar a esse medo latente e se imbuiu de formatos de salvaguarda em toda a cidade, moldando toda população para um possível ataque alemão, de fato a cidadã estava toda tomada pelo espírito de guerra. Ademais, decorrer sobre o que se transformou a cidade de Aracaju quando da entrada do país na guerra, rende mais uma terça retrô.

Texto de Álisson Meneses de Sá.

Fotos e artigo reproduzidos do site: cafehistoria.ning.com

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 7 de outubro de 2013.

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