Poeta Santo Souza e suas Obras Poéticas
por: Marcos Vinícius dos Santos Matos e
Mª Jacqueline A. dos Santos Matos
1 Introdução
A poesia, ou gênero lírico, ou lírica é uma das sete artes
tradicionais, pela qual a linguagem humana é utilizada com fins estéticos, ou
seja, ela retrata algo que tudo pode acontecer dependendo da imaginação do
autor como a do leitor.
“Poesia, segundo modo de falar, quer dizer duas coisas. A
arte, que a ensina e a obra feita com a arte; a arte é a poesia, a obra poema,
o poeta o artífice.”
A poesia compreende aspectos metafísicos (no sentido de sua
imaterialidade) e da possibilidade de esses elementos transcenderem ao mundo
fático. Esse é o terreno que compete verdadeiramente ao poeta.
Entre os poetas sergipanos, Santo Souza é o poeta com maior
obra e com um sotaque irretocável tratando da condição humana, hierarquizando o
sentimento que, em essência, garimpa fragmentos de culturas, restos perdidos de
antiguidades, mitificados em torno de divinizações. É, ao seu modo, um Quixote
com sua livraria antiga, alimentando a alma mortalizada dos deuses e dos heróis,
esgrimando, como soldado de suas próprias causas, com tempestades, mares
revoltos, céus ameaçadores, estrelas quebradas pelos raios de luz que
encandeiam os seus olhos fixos no portal da eternidade. Desde que publicou Ode
Órfica, em 1955, que Santo Souza deixou pelo caminho poemas soltos, crônicas,
páginas inspiradas nas ruas noturnas que foram cenários imediatos de sua visão
crítica, para buscar nas entranhas do mundo a razão de sua poesia.
2 Justificativa
O poeta Santo Souza membro da Academia Sergipana de Letras
escreveu vários poemas, os quais contribuem muito na formação do ser. Assim o
referente trabalho nasce da necessidade do reconhecimento de um grande poeta
sergipano, que contribui muito para o enriquecimento da literatura brasileira e
cultura sergipana.
3 Objetivos:
• Geral
Apresentar a biografia do poeta sergipano Santo Souza, suas
obras poéticas e contribuição para a literatura brasileira
• Específicos
- Conhecer a vida e trajetória do escritor e poeta.
- Informar as obras e poemas.
4 Metodologia
Fontes documentais onde encontramos informações que
confirmaram nossa vontade em construir uma biografia do poeta sergipano Santo
Souza e entrevista com o próprio poeta.
5 Desenvolvimento
José dos Santos Souza, nasceu em 27 de janeiro de 1919 na
cidade de Riachuelo, Sergipe. Aos 13 anos, o menino Santo Souza já falava de
amor em seu poemas. José Santo Souza um dos maiores poetas vivos do país, viveu
em sua cidade natal até os 17 anos trabalhando em farmácia, e em Aracaju, ele
continuou trabalhando no ramo onde aprendeu a manipular medicamentos com a
mesma maestria que o conservou na função por 26 anos.
Somente em 1938 ele retornou à poesia. Por puro desencanto,
Santo Souza parou de escrever e foi se dedicar a música, aliás, com todo
auto-didatismo que lhe é peculiar.
Estudou música aos 15 anos como se estivesse estudando
aritmética, talvez por isso aprendeu a tocar em três meses, inclusive compondo
para clarineta algumas valsas para a namorada.
Autor de vários livros, todos poemas, sendo o primeiro livro
publicado “Cidade Subterrânea” (1953) e assim suas obras vieram sucessivamente
como:
 Caderno
de Elegias (1954)
 Relíquias
(1955)
 Ode
Órfica (1956)
 Pássaro
de Pedra e Sono (1964)
 Oito
Poemas Densos (1964)
 Concerto
e Arquitetura (1974)
 Pentáculo
do Medo (1980)
 A
Ode e o Medo (1988)
 Obra
Escolhida (1989)
 Âncoras
de Arco (1994)
 A
Construção do Espanto (1998)
 Rosa
de Fogo e Lágrima (2004)
 Réquiem
para Orféu (2005)
 Deus
Ensanguentado (2008)
 Crepúsculo
de Esplendores (2010)
Como um engenheiro que faz cálculos milimétricos para que as
edificações não corram o risco de ruir, quando erguidas, o poeta órfico, Santo
Souza, escolhe rigorosamente as palavras e utiliza da métrica decassílaba, a
fim de produzir seus poemas épico-líricos, predominantemente, sáficos e
heroicos.
As duas últimas produções dessa natureza do poeta
nonagenário- “Deus Ensanguentado” e “Crepúsculos de Esplendores” o “Bruxo de
Riachuelo”- como é carinhosamente chamado pelo escritor e pesquisador Luiz
Antônio Barreto- discute os problemas do mundo e a função do homem na terra, de
forma simbólica e mística, reunindo as mais díspares ideias e crenças.
Pelos seus escritos, percebe-se que o poeta torna-se um elo
entre o passado e o presente e revela-se um intérprete do futuro: anunciando
esperanças e tragédias, auroras e crepúsculos. Ainda segundo Estácio Bahia,
“Santo Souza não é um mero narrador das tramas e dos dramas, repletos de
angústias e medo, que se desenrolam nesta nau onde navega a humanidade,
respingada de lágrimas. Ele é o ator principal e participa ativamente das cenas
que se mostram em cada ato e o faz conversando com os deuses, domando figuras
mitologias, assumindo o comando das situações, convocando estrelas”.
Santo Souza é um tipo de sábio que utiliza a linguagem
poética para conferenciar o conhecimento oculto, que parece um mundo nebuloso,
ofuscado e tenebroso, como um espelho antigo e suas revelações. A poesia de
Santo Souza não tem a linearidade das palavras mais sonoras e cativantes, mas
porta, em estrofes de versos muito bem contados com suas significações, uma
seiva esclarecedora, como os anais da história humana que o tempo tem
esquecido.
Hoje Santo Souza reside em Aracaju, no bairro Siqueira
Campos, com 92 anos de idade, pai de oito filhos, ficou viúvo no dia 02 de
novembro de 2009. Devido ao seu estado de saúde encerrou sua atividade de
escrever poemas, dedicando-se inteiramente a sua família e a leitura de livros,
revistas, jornais. Possui um acervo de 16 livros publicados, outros guardados,
outros republicados e prefaciados por ilustres da literatura brasileira. Mora
com sua filha mais nova e passa o maior tempo na varanda de sua casa lendo.
Durante a entrevista com o poeta Santo Sousa podemos observar
a riqueza grandiosa, um conhecimento vasto, no ramo da literatura, da história
da cidade e outros. No meio da conversa revelou que quando menino jovem
ensinava conteúdos a professora na escola, pois a mesma não tinha formação. Com
um carisma enorme, o poeta é um homem simples, caseiro e vitorioso.
BALISA
Cravar a estrela no chão
e dizer à noite: agora,
afaste-se a escuridão
que eu vou chegando com a aurora.
E fazer brotar da terra
- da terra que tudo faz –
não a treva e o ódio da guerra,
mas a luz e o amor da paz.
Que eu vim traçar nos caminhos
(invés de dor e agonia)
a rota livre dos homens
com as tintas claras do dia.
de PÁSSARO DE PEDRA e SONO
6 – Conclusão
A presença intelectual de Santo Souza em Sergipe representa
uma síntese cultural que tem marcado a história e a vida deste pequeno estado
brasileiro. Grande entre os grandes, o maior entre os poetas, pedaço vivo da
própria fundação social.
Com base nas pesquisas e na entrevista feita com o poeta em
sua mera residência, pode-se constatar a preciosidade desse grande homem
sergipano, poeta da condição humano, que contribui de forma significativa na
formação de nossa cultura brasileira.
......................................
7 - Bibliografia
• http://www.jornaldacidade.net/2008/noticia.php
Acesso em 28 /11/10 às 14h.
• www.revista.agulha.nom.br/santosouza.htm.
Acesso em 28/11/10 às 14h e 15 min.
• pt.wikipedia.org/wiki/Santo_Souza
Acesso em 28/11/10 às 13h. 30min.
• pt.wikipedia.org/wiki/poesia
Acesso em 28/11/10 às 13h.
• http://www.infonet.com.br/luisantoniobarreto/ler.
Acesso em 28/11/10 às 15h.
.....................................
Texto: reproduzido do site colmeialiteraria.com.br/trabalho/1889
Foto: reproduzida do blog
mileumpoetasdobrasil.blogspot.com.br
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, em 25 de março de 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário