Memorial Quintina Diniz conta a história do parlamento
sergipano
Antônio Carlos Garcia, Agência Alese
Quintina Diniz primeira parlamentar sergipana
Mergulhar na história, conhecer o passado, entender o
presente e ter uma perspectiva de futuro. Quando o assunto é Assembléia
Legislativa de Sergipe não precisa ir muito longe para viajar na história. Ela
está bem próximo da população, no Memorial Quintina Diniz, que funciona na
Escola do Legislativo. Quem quiser entender o parlamento, é bom começar
conhecendo quem foi a mulher, cujo nome foi emprestado ao memorial, sua
importância para história política sergipana e chegar até os dias atuais, com a
atual composição da Casa com 24 parlamentares.
Onde hoje funciona a Escola do Legislativo, foi, na verdade,
por mais de um século e meio – de 1855 a 1987 - a Assembléia Legislativa,
quando da transferência da capital de São Cristóvão para Aracaju. No Memorial
Quintina Diniz, estudantes e turistas podem encontrar, em suas salas amplas,
painéis, fotos e fatos contando a história do Poder Legislativo, recheada de
momentos marcantes. “A Assembléia se apresenta em termos de passado para a
sociedade sergipana. O projeto Memorial Quintina Diniz é para que o parlamento
se veja, desde sua origem até os dias atuais. É uma oportunidade para conhecer
um pouco do legislativo sergipano”, diz o coordenador de projetos especiais da
Escola do Legislativo, Eriberto Souza.
E uma das oportunidades de conhecimento são os painéis. Em
um deles, pode ser visto o prédio da Assembléia Provincial de Sergipe, em São
Cristóvão, assim como Palácio Fausto Cardoso, primeira sede do legislativo em
Aracaju, e, ainda, o Palácio Governador João Alves Filho, desde 1985. Um olhar
mais atento, e o visitante vislumbra um painel mostrando o discurso do
presidente da Província de Sergipe, Manoel Ribeiro da Silva Lisboa, durante o
encerramento da primeira sessão da Assembléia Provincial, em março de 1835.
O Memorial Quintina Diniz é o melhor local para conhecer,
também, a primeira Constituição estadual, datada de 1892 e também a última, em
1989. Tudo isso está contado nos painéis. O monsenhor Olímpio Campos, por
exemplo, foi quem presidiu a primeira Constituição; em 1935, foi a vez do
empresário Pedro Diniz presidir a segunda; a terceira, em 1947, foi presidida
por Marcos Ferreira de Jesus, também grande maçom sergipano, e a última teve o
advogado Guido Azevedo com presidente da Assembléia Legislativa.
“Sem dúvida alguma, foi uma Constituição que refletiu o
sentimento popular da época e teve participação do povo em grande monta. Tanto
assim que das emendas apresentadas, mais de 100 foram iniciativa popular”,
afirmou Guido Azevedo. Além dele na elaboração das Constituintes, tiveram
alguns deputados que depois se tornaram governadores de Sergipe, a exemplo de
Olímpio Campos, Luiz Garcia, Arnaldo Garcez, Seixas Dórea, Lourival Batista e
Marcelo Déda.
Quem foi Quintina Diniz
A professora Quintina Diniz de Oliveira Ribeiro nasceu em
1878, em Laranjeiras, e exerceu o magistério na antiga Escola Normal e manteve,
em Aracaju, o Colégio Sant’Ana, que funcionou na avenida Rio Branco e depois
foi transferido para a rua Maruim até a década de 40. A vida política de Quintina
começou em 1934, quando foi eleita a primeira mulher deputada estadual
constituinte pela UDN aos 57 anos, durante o curto período de organização
democrática da chamada República Nova. Ela ajudou a escrever a Constituinte de
1935.
Quintina, que morreu aos 64 anos, em 1942, foi a primeira
mulher sergipana a ter esse tipo de participação política, decorrente tanto das
suas ligações de família, quanto de seu engajamento nas causas do seu tempo,
incluindo o movimento feminista que empolgou e destacou algumas mulheres, em
todo o Brasil. Dentre suas alunas merece referência Ofenísia Soares Freire, de
Estância, exemplo de mestra, mulher e intelectual, engajada ideologicamente,
reunindo qualidades que promovem, ainda hoje, a admiração dos sergipanos.
As mulheres só voltariam a ser representadas na Assembléia
Legislativa do Estado de Sergipe 20 anos depois, em 1954, com Núbia Nabuco
Macedo, esposa de Francisco de Araújo Macedo, líder do Partido Trabalhista
Brasileiro, em Sergipe.
Foto e texto reproduzidos do site: agenciaalese.se.gov.br
Agência de Notícias da Assembléia Legislativa de Sergipe
Publicado em: 21/12/2007
Foto: Maria Odília
Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 18 de Dezembro/2012.
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