Foto reproduzida do blog: seminariodearacaju.blogspot
A Academia (maio de 2009).
Por José Anderson Nascimento - Presidente.
A Academia Sergipana de Letras é a instituição literária
sergipana que tem por finalidade o cultivo e o desenvolvimento das letras em
geral e colaborar na elevação das artes e da cultura do Brasil e, de modo
particular, em Sergipe.
Foi criada segundo o modelo da Academia Brasileira de
Letras, por iniciativa do poeta Antônio Garcia Rosa e de outros intelectuais
sergipanos, destacando-se, entre eles, José de Magalhães Carneiro, Cleómenes
Campos, José Augusto da Rocha Lima, Rubens Figueiredo, Monsenhor Carlos Costa,
Clodomir Silva e Manuelito Campos.
A Academia tem uma história toda especial, pois sucedeu à
Hora Literária, instituição recreativa, fundada em 1º de abril de 1919, depois
transformada em sociedade literária de caráter acadêmico autônoma, por decisão
da Assembléia Geral de 17 de julho de 1927.
A Hora Literária tinha como objetivos a promoção do estudo;
o envolvimento intelectual do cidadão e a difusão do pensamento.
Cumpria, a Hora Literária, as suas metas, quando o movimento
em prol da fundação da Academia consolidou-se, principalmente a partir de 13 de
abril de 1929, quando deliberou-se que para a composição do quadro acadêmico,
ficariam mantidos os acadêmicos que pertenciam à Hora Literária.
Assim, a 1º de junho de 1929, a Hora Literária convertia-se
na Academia Sergipana de Letras, dando grande brilho às letras sergipanas. Seu
primitivo estatuto criou 16 cadeiras para os seus sócios acadêmicos, todas
patrocinadas por sergipanos ilustres, já, falecidos, na seguinte ordem: Tobias
Barreto, Silvio Romero, Fausto Cardoso, Bitencourt Sampaio, Ivo do Prado,
Gumercindo Bessa, Curvelo de Mendonça, Felisbelo Freire, Maximino Maciel, Lapa
Pinto, Maria Perdigão, Severiano Cardoso, Frei Luiz de Santa Cecília, Horácio
Hora, Armindo Guaraná e Pedro de Calazans.
Segundo o mesmo estatuto, para ocupá-las foram considerados
sócios acadêmicos, com posse de todos os direitos inerentes à dignidade do
cargo e das funções, os escritores e poetas Antônio Garcia Rosa, Cleómenes
Campos, Etelvina Siqueira e Hermes Fontes, José de Magalhães Carneiro, Ranulfo
Prata, Manuelito Campos, Rubens de Figueiredo, Clodomir Silva e Gilberto Amado;
filológo e orador José Augusto da Rocha Lima; oradores D. Antônio Cabral e
Monsenhor Carlos Costa; pedagogos Manuel Santos Melo e Helvécio Andrade.
Posteriormente, foram integrados os 24 membros restantes, a
exemplo da Academia Brasileira de Letras, constituindo, dessa maneira, o corpo
dos 40 imortais. A Academia passou a adotar, como logomarca, uma coroa de
louros, formada de dois ramos, presos por um laço de fita, tendo ao centro o
mapa de Sergipe, dentro do qual consta a divisa: Dare lumina terris (Dar luz a
terra), encimada com uma estrela pentagonal.
Em 1931, o Sodalício estava composto de 40 membros efetivos
e de 20 correspondentes. Como patronos das cadeiras criadas, estabeleceu-se a
seguinte ordem: Tobias Barreto, Sílvio Romero, Fausto Cardoso, Bitencourt
Sampaio, Ivo do Prado, Gumercindo Bessa, Curvelo de Mendonça, Felisbelo Freire,
Maximino Maciel, Lapa Pinto, Lima Junior, Severiano Cardoso, Frei Santa
Cecília, Horácio Hora, Armindo Guaraná, Ascendino Reis, Pedro de Calazans,
Vigário Barroso, Pereira Barreto, Coelho e Campos, Caldas Júnior, Martinho
Garcez, Ciro Azevedo, Pedro Moreira, Dias de Barros, Monsenhor Fernandes da
Silveira, Manuel Luiz, Conselheiro Orlando, Jackson Figueiredo, José Jorge de
Siqueira, José Maria Gomes de Souza, Oliveira Ribeiro, Guilherme Rebelo, Joaquim
Fontes, Conselheiro Aranha Dantas, Baltazar Góis e Brício Cardoso.
Nos anais do Cenáculo, figuram como primeiros ocupantes das
cadeiras, renomados homens de letras, a começar por Antônio Garcia Rosa, José
de Magalhães Carneiro, Cleómenes Campos de Oliveira, José Augusto da Rocha
Lima, D. Antônio dos Santos Cabral, Gilberto Amado, Ranulfo Prata, Manuelito
Campos de Oliveira , Rubens Figueiredo, Artur Fortes, Luiz José da Costa Filho,
Monsenhor Carlos Camélio Costa, Clodomir Souza e Silva, Manuel José Santos
Melo, Helvécio de Andrade, Hermes Fontes, Manuel dos Passos Oliveira Teles, D.
Mário Miranda Vilas Boas,João Pires Wynne, Alfeu Rosas Martins, Joaquim
Maurício Cardoso, João Passos Cabral, Joaquim Prado Sampaio Leite, Julio
Ferreira de Albuquerque, Antonio Manuel Carvalho Neto, Florentino Teles de
Menezes, Benedito da Silva Cardoso, Gervásio de Carvalho Prata, Abelardo
Cardoso, Enock Matusalém Santiago, José Esteves da Silveira, Edson de Oliveira
Ribeiro, Humberto Olegário Dantas, Olegário Ananias Silva, Augusto César Leite,
Hunaldo Santaflor Cardoso, Pedro Sotero Machado, Marcos Ferreira de Jesus,
Zózimo Lima, Epifânio da Fonseca Dória e Menezes.
Passaram, também, pelos assentos da Academia, expressões
culturais do porte de Antônio Garcia Filho, Felte Bezerra, José Silvério Leite
Fontes, Luiz Pereira de Melo, Luiz Magalhães, Severino Pessoa Uchoa, José da
Silva Ribeiro Filho, Renato Mazze Lucas, José Maria Rodrigues Santos, Acelino
Pedro Guimarães, João Freire Ribeiro, Urbano Lima de Oliveira Neto, João
Batista Perez Garcia Moreno, Exupero de Santana Monteiro, Abelardo Romero, José
Bonifácio Fortes Neto, Jorge de Oliveira Neto, José Augusto Garcez , Francisco
Leite Neto, Gonçalo Rollemberg Leite, Josué Tabira da Silva, D. José Brandão de
Castro, José Sebrão Sobrinho, Monsenhor Domingos Fonseca de Almeida, Luiz
Rabelo Leite, José Olino de Oliveira Neto, Filadelfo Jônatas de Oliveira,
Walter Cardoso, João Fernandes de Britto, Clodoaldo de Alencar, Núbia
Nascimento Marques, João Gilvan Rocha, Luiz Garcia, Orlando Vieira Dantas.
As reuniões da Academia, a partir de 1932, aconteceram na
Sala da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Sergipe, localizada no
antigo Palácio da Justiça, na Praça Olympio Campos, onde atualmente funciona a
Procuradoria Geral do Estado; mudou-se, depois para o Instituto Histórico e
Geográfico de Sergipe, na rua Itabaianinha, nº 41, já que, praticamente todos
os acadêmicos eram, também, sócios dessa modelar instituição cultural.
No início da década de 70, as reuniões da Academia foram
mais uma vez transferidas. Desta feita, graças aos trabalhos desenvolvidos
pelos acadêmicos Severino Uchôa, então Presidente, e Emmanuel Franco, as
tertúlias acadêmicas passaram a ter lugar no vasto salão do primeiro andar da
antiga Biblioteca Pública, hoje Arquivo Público do Estado, na Praça Fausto
Cardoso. E aí permaneceu por alguns anos, até que foi desalojada e transferida
para o sobrado em que funcionou, antigamente, o Colégio Tobias Barreto,
localizado na Rua Pacatuba, 288, o qual, aliás, é um dos últimos exemplares da
arquitetura civil do início do século XX, em nossa cidade.
Como se vê, não foram fáceis esses longos anos de existência
da Academia, já que para começar, não possuía uma local próprio. Ultimamente,
porém, o tratamento melhorou e o Estado de Sergipe vem mantendo, com a
instituição cultural, um pacto de uso do prédio público, numa total parceria,
uma vez que ambos estão comprometidos com as ações de promoção, difusão e
intercâmbio das atividades culturais e artísticas de Sergipe.
A Academia no curso dos seus 78 anos de existência tem sido
reconhecida pela sociedade sergipana como a instituição cultural responsável
pelo estímulo do movimento intelectual do Estado e, como tal, tem merecido do
Poder Público e da iniciativa privada, as melhores atenções, sempre voltadas
para a consecução dos seus objetivos, na incessante busca do desenvolvimento
cultural e social do povo sergipano.
A Academia Sergipana de Letras é reconhecida, também, como a
mais democrática das Academias do país, pois, em seu quadro, abriga não só
literatos, como também homens de artes, humanistas e cientistas, dando, assim,
uma ênfase especial à cultura em geral, cumprindo, destarte, as suas
finalidades estatutárias.
Com efeito, na atualidade (MAIO/2009), as cadeiras
acadêmicas estão ocupadas por intelectuais que nos diversos gêneros literários,
como: José Lima Santana, Eduardo Garcia, Santo Souza, Emmanuel Franco, Luzia
Costa Nascimento, José Amado Nascimento, Clara Leite de Rezende, Clodoaldo de
Alencar Filho, José Abud, Hunald de Alencar, Wagner Ribeiro, Aglaé d´Ávila
Fontes, Gizelda Santana de Morais, Luiz Eduardo Costa, Francisco Guimarães
Rollemberg, Ofenísia Soares Freire, Mário Cabral, Dom Luciano José Cabral
Duarte, Jácome Góes, José Anderson Nascimento, Bemvindo Salles Campos Neto,
João Alves Filho, Luiz Antonio Barreto, João Oliva Alves, Manoel Cabral
Machado, Luiz Carlos Fontes de Alencar, Maria Lígia Madureira Pina, Artur Oscar
de Oliveira Déda, Estácio Bahia Guimarães, Luiz Fernando Ribeiro Soutelo,
Marcelo da Silva Ribeiro, João de Seixas Dória, Carlos Britto, Jorge Carvalho
do Nascimento, Marlene Alves Calumby, Acrísio Torres de Araújo, José Gilton
Pinto Garcia, Carmelita Pinto Fontes, Maria Thetis Nunes e Ariosvaldo
Figueiredo Santos.
Numa ação de grande incentivo, o saudoso ex-Presidente
Antônio Garcia Filho, criou a 25 de agosto de 1984, o Movimento Cultural da
Academia Sergipana de Letras, que, numa homenagem ao seu fundador, passou a ser
denominado de Movimento Cultural Antônio Garcia Filho. Esse importante núcleo
de difusão cultural reúne os escritores José Ferreira Lima, Cléa Maria Brandão
Mendes, Ângela Margarida Torres de Araújo, Tânia Maria da Conceição Meneses
Silva, Marcos Almeida, Gustavo Aragão, Josefina Cardoso Braz e Sergival Silva.
A importância desse Movimento Cultural, no cenário acadêmico, foi confirmada,
de forma unânime, com a eleição e posse de alguns dos seus antigos integrantes,
para cadeiras acadêmicas, dentre eles: José Lima Santana, Acelino Pedro
Guimarães, Maria Lígia Madureira Pina, Bemvindo Salles de Campos Neto, Marcelo
Ribeiro e Luzia Maria da Costa Nascimento.
Entre as atividades da Academia figuram palestras, cursos,
concursos literários, seminários, além da publicação da Revista e de livros de
autores sergipanos. Promove, ainda, a preservação e a divulgação da Literatura
e de outras manifestações culturais, mantendo intercâmbios com sociedades
culturais brasileiras e estrangeiras, objetivando desenvolvimento cultural do
povo sergipano.
Texto reproduzido do blog: clodoaldoalencar.blogspot
De: Clodoaldo de Alencar Filho.
Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 17 de Dezembro/2012.
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