Medicina na UFS - 50 Anos (Publicação de 6 de abril de
2011). *
Medicina comemora 50 anos com programação ao longo do ano
As comemorações do “Jubileu de Ouro” do Curso de Medicina da
UFS
Há exatas cinco décadas inicia-se em Sergipe o ensino formal
das ciências médicas. Isso porque em 21 de março de 1961 começava a funcionar a
Faculdade de Medicina de Sergipe, curso posteriormente incorporado à UFS. Para
homenagear o Jubileu de Ouro do curso de medicina foi preparada uma série de
atividades comemorativas que se estenderão por todo o ano.
O sonho de uma Faculdade de Medicina em Sergipe
A ideia da criação de uma Faculdade de Medicina em Sergipe
surgiu na década de 50 sob a tutela de Garcia Moreno. Juntamente com o corpo
médico do Hospital de Cirurgia, ele fundou a Sociedade Civil Mantenedora da
Faculdade de Medicina.
A Sociedade Mantenedora foi fundada em 12 de junho de 1953.
Antes mesmo da criação da Faculdade, a Sociedade Mantenedora, que seria
responsável pela direção geral, já havia escolhido os futuros professores. No
entanto, dificuldades operacionais e políticas da época adiaram por oito anos a
concretização do sonho.
Eis que surge a faculdade
O processo de criação da Faculdade de Medicina teve
prosseguimento, somente em 1960, com o apoio do governador Luiz Garcia e do
Prof. Antônio Garcia Filho, então Secretário da Educação, Cultura e Saúde.
“Dr. Antônio Garcia priorizou a fundação da Faculdade de
Medicina entre as tarefas da secretaria e convenceu o governador sobre a
necessidade de formar médicos para atender a população desassistida do
estado" conta Eduardo, filho de Antônio Garcia.
Com o apoio irrestrito do governador do Estado, Antonio
Garcia conseguiu fundar a Faculdade de Medicina. Em 21 de janeiro de 1960 foi
eleita a primeira diretoria da Faculdade de Medicina de Sergipe, sendo o Prof.
Antônio Garcia Filho seu primeiro Diretor. E, em 11 de janeiro de 1961, o
Presidente Juscelino Kubitschek assinava o decreto nº 49.864 que autorizava o
funcionamento do curso.
O início
A Faculdade de Medicina de Sergipe ofertou inicialmente 20
vagas. Em 16 de fevereiro de 1961 realizou-se o primeiro vestibular, com 54
inscritos dos quais apenas 9 foram aprovados.
A primeira aula inaugural foi proferida pelo professor
Silvano Isquerdo Laguna. Eduardo Garcia conta que Dr. Antônio Garcia o fez vir
da Universidade de Valladolid, na Espanha, a fim de iniciar o ensino de
Anatomia em Sergipe.
Durante os dois primeiros anos, o curso de medicina
funcionou nas dependências do Instituto Parreiras Horta. Em 1962, através de
uma parceria, a Faculdade é transferida para o Hospital de Cirurgia, local onde
permaneceu por quase três décadas, até a construção do Hospital Universitário
em 1989.
Lúcio Prado, formado pela UFS e presidente da Academia
Sergipana de Medicina relata que “nos primeiros anos de funcionamento da
Faculdade, de forma honorífica, os professores ensinaram sem receber salários
ou qualquer outra forma de pagamento”.
A Faculdade de Medicina possibilita a criação da UFS
Antes do surgimento da Faculdade de Medicina, Sergipe
contava com cinco escolas de ensino superiores (Faculdade de Química, Faculdade
de Ciências Econômicos e Contábeis, Faculdade de Filosofia e Letras, Faculdade
de Serviço Social e Faculdade de Direito), Eduardo Garcia conta que por
exigência da Lei, para que Sergipe pudesse pleitear a criação de uma
Universidade seria necessário que a sexta escola de ensino superior fosse de
Medicina ou Engenharia, pois o Estado já possuía Filosofia e Direito que também
eram exigidos.
Após a criação da Faculdade de Medicina, é possível a
criação da Universidade Federal de Sergipe, o que ocorre em 28 de fevereiro de
1968 através da união da seis faculdades até então existentes.
Construção do Hospital Universitário
Em 1988, as dependências do Hospital de Cirurgia já não eram
suficientes para abrigar o curso de Medicina. Nesse ano foi feita uma passeata
com médicos e estudantes reivindicando a construção de um Hospital
Universitário.
O governo da época então desativa um hospital usado para
tratamento de pacientes tuberculosos e passa o prédio para tutela da UFS. Coube
a Eduardo Garcia, então reitor, a tarefa de adequação daquele espaço para o
funcionamento do curso.
“Quando o hospital para tuberculosos veio para nossas mãos,
foi necessária uma série de melhorias para adequá-lo às condições que o curso
exigia. Na época possuíamos uma planta para construção de um Hospital
Universitário, mas para o governo foi mais viável desativar aquele hospital e
passar sua administração para a UFS”.
Dessa forma, em 1989 o curso de Medicina e os outros cursos
de saúde que a universidade já possuía ganham uma nova casa, compondo o Centro
de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS).
O curso de Medicina hoje
Hoje o curso está entre os mais procurados para o Processo
Seletivo Seriado (PSS), e já foi capaz de formar aproximadamente 1.500 médicos
ao longo dos seus 50 anos de existência.
Para enfatizar a importância do curso para o Estado, Eduardo
Garcia relata que “somente hoje, a universidade foi capaz de criar um novo
curso de medicina, e até mesmo instituições privadas só conseguiram há pouco
tempo, isso mostra o quanto foi relevante e difícil a construção deste curso 50
anos atrás; os homens que se empenharam nessa árdua tarefa são verdadeiros
heróis”.
Para Lúcio Prado, “a homenagem aos primeiros médicos é muito
apropriada, uma vez que foram os pioneiros que, enfrentando várias
adversidades, tornaram possível a formação de profissionais da área médica”.
Bruno Garcia, estudante de Medicina e ex-coordenador geral
do Centro Acadêmico, relata que “a profissão de salvar vidas já é algo de
extrema importância, e ter esse curso no seu estado lhe dá todas as condições
para aprender isto de forma gratuita é muito gratificante”.
Investimento para o futuro
O professor Alex Vianey ressalta que estão prevista algumas
reformas para o curso, a fim de aumentar sua qualidade e capacidade de
assistência a população.
Entre as melhorias estão a criação de uma unidade de
transplante, laboratório de práticas, maternidade infantil, 30 salas de
ambulatório e uma unidade de emergência, reformas previstas para 2012.
“Quando essa mudanças forem feitas, e aliada a reforma
curricular, o curso ganhará ainda mais vida e força para continuar sendo um
centro de excelência na formação de médicos para o Estado de Sergipe”, afirma
Alex Vianey.
Juacy Júnior (estagiário)
Márcio Santana
comunica@ufs.br
Fonte: ufs.br
*Texto e foto reproduzidos do blogdoricco.blogspot.com.br
Postagem originária da página do facebook/Minha Terra é SERGIPE, 19 de Dezembro/2012.
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