Foto reproduzida do site: camaradearacaju.blogspot
Discurso do acadêmico Jorge Carvalho do Nascimento
recepcionando o novo acadêmico Amaral Cavalcante na Academia Sergipana de
Letras
Senhor Poeta Antônio do Amaral Cavalcante:
Quando tive a honra de receber o convite de Vossa Senhoria
para recepcioná-lo ao ingressar nesta Academia Sergipana de Letras, relutei. O
que dizer de um poeta? O que dizer a um poeta? Como dizer a um poeta? Percebi
que Vossa Senhoria marcou a data da sua posse, como acadêmico, às vésperas do
dia 12 de julho, quando a poesia celebra os 107 anos de nascimento do poeta
chileno Pablo Neruda. Julho, já sei, é o mês no qual nascem os poetas. Hoje
comemoramos os 65 anos do encontro de Antônio do Amaral Cavalcante com a vida.
Entendi a responsabilidade da honraria de apresentar a Vossa Senhoria os votos
de boas vindas e busquei a inspiração para receber o poeta sergipano de Simão
Dias em Neruda, com o poema “É Proibido”:
É proibido chorar sem aprender/Levantar-se um dia sem saber
o que fazer/Ter medo de suas lembranças/
Decidi oferecer o meu afago de boas vindas aprendendo com
Amaral Cavalcante e com os ocupantes da Cadeira número 39 deste sodalício. Ao
lembrá-los tomei consciência de que na Cadeira 39, o único com o qual eu não
tive oportunidade de conviver foi o seu patrono: Joaquim Martins Fontes da
Silva, bacharel em Direito e poeta como o acadêmico que ora toma posse. A sua
chegada a Academia Sergipana de Letras, senhor poeta Amaral Cavalcante,
representa para a cadeira número 39 uma homenagem especial ao seu patrono,
outro cultor da lira poética.
Nos primeiros anos de juventude, em 1974, quando comecei a
trabalhar como revisor do jornal Gazeta de Sergipe, conheci a vetusta figura do
jornalista Zózimo Lima, cronista como Amaral Cavalcante. Zózimo era o cultor da
ironia a quem nós, revisores, temíamos, pela certeza de que seríamos
debochadamente nominados e citados na edição seguinte, caso não nos
esmerássemos na correção das suas “Variações em Fá Sustenido”, a festejada
crônica que o reconhecido jornalista quotidianamente assinava. Era o fundador
da Cadeira 39 deste sodalício e com ele aprendi muito. À sua imortal sabedoria
de ancião e ao que pregavam as suas crônicas me remeti ao ler Neruda:
É proibido não rir dos problemas/Não lutar pelo que se
quer,/Abandonar tudo por medo,Não transformar sonhos em realidade.
Foi nesse mesmo período de sonhos juvenis que acentuei a
minha ânsia de transformar desejos em realidade, ao privar com o mais jovem de
todos os velhos do meu convívio: o jornalista Orlando Dantas. Dele pude sorver
as lições do bom jornalismo, a necessidade de combater, de saber lutar, de
defender os ideais nos quais se crê e com os quais cada um se move. Aprendi o
quanto somos humanos, ao mesmo tempo doces e intolerantes, mas que somos
capazes de incorporar as lições dos nossos equívocos. Com Orlando Dantas
experimentei o dia-a-dia existencial que expressa cada um dos versos de Pablo
Neruda:
É proibido não demonstrar amor/Fazer com que alguém pague
por tuas dúvidas e mau-humor.
Uma das melhores lições de amor aos estudos aprendi em 1976,
quando sentei em uma das salas de aula da Universidade Federal de Sergipe como
aluno da professora Maria Thétis Nunes na disciplina Cultura Brasileira. Foi
ela a última ocupante desta Cadeira 39 à qual Vossa Senhoria agora tem assento,
senhor poeta Antônio do Amaral Cavalcante. Seduzido, fui encantado pelas lições
da mestra Thétis, pela relação afetuosa que ela estabelecia com os alunos. Pela
capacidade de questionar a História e pelo bom humor permanente. Por ela fui
fortemente influenciado nas opções que fiz pela carreira docente e pela
pesquisa em História da Educação. Fiquei orgulhoso ao tomar assento ao lado da
mestra nesta Academia Sergipana de Letras, quando aqui cheguei, em 1978,
recebido pelo amigo dileto, o acadêmico Luiz Antônio Barreto. Logo descobri ter
em Maria Thétis, mais que a professora, a confreira, uma amiga que praticava os
ensinamentos de Pablo Neruda:
É proibido deixar os amigos/Não tentar compreender o que
viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
Portanto, honrando a tradição do poeta Joaquim Martins
Fontes da Silva, Vossa Senhoria, poeta Amaral Cavalcante, sucede a três
importantes intelectuais que ocuparam, pela ordem cronológica, a Cadeira 39 da
Academia Sergipana de Letras: Zózimo Lima, Orlando Dantas e Maria Thétis Nunes.
Confio na sua comprovada competência intelectual como poeta, jornalista,
agitador cultural e cronista que é. Manifesto toda a admiração de amigo que sou
de Vossa Senhoria, no canto de Neruda:
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,/Fingir que
elas não te importam,
Ser gentil só para que se lembrem de você,/Esquecer aqueles
que gostam de você.
Senhor poeta Antônio do Amaral Cavalcante:
Com este canto do poeta chileno reafirmo os votos de boas
vindas que apresento a Vossa Senhoria em nome da Academia Sergipana de Letras,
dizendo que orgulhosos recebemos o filho que Simão Dias viu nascer no dia 11 de
julho de 1946, menino gerado pela graça de Corina Hora do Amaral e seu amor por
José Cavalcante Lima. Família na qual o matriarcado era forte. Menino que
dividiu os primeiros anos da infância com seus irmãos José Nery, Tereza, Édila
e Jorge, o único já falecido. Mas, aos quatro anos de idade o menino foi viver
na cidade de Itaporanga D’Ajuda com as tias-avós paternas Emiliana Nery, uma
professora jubilada, católica, filha de Maria, militante da Pia União, e a
presbiteriana Maria dos Anjos, que ecumenicamente o alfabetizou e incentivou as
primeiras leituras, juntamente com o padre Arthur Moura Pereira, o vizinho das
margens do rio Vasa Barris.
Na guerra santa da sua família, o menino Amaral Cavalcante
fez primeira comunhão, freqüentou a Cruzada e foi coroinha sem entusiasmo. Da
igreja católica, gostava mesmo da pompa dos altares, dos mistérios do senhor
morto guardado em caixão de vidro, de desfilar nas procissões com o distintivo
da Cruzada e, principalmente, do serviço de alto-falantes e da música dolente
que anunciava a hora do Ângelus.
Mas, foi o estimulo de Maria dos Anjos que o ensinou a ser
bom leitor. A tia-avó era uma oradora de Itaporanga D’Ajuda, que tinha
guardados em seus baús discursos para todas as ocasiões: Dia da Arvore, Grito
do Ipiranga, Natal, Valor do Saber. Em pouco tempo o menino aprendeu a
recitá-los com voz impostada e a angariar alguns trocados para abrilhantar os
eventos sociais da cidade.
Menino introspectivo, inquieto, nunca aceitou o anonimato.
Aos 12 anos de idade Amaral Cavalcante regressou a sua Simão Dias, onde outra
vez conviveu com o núcleo familiar original na hospedaria mantida por sua mãe,
em companhia do pai, Liminha, funcionário dos correios. Pai a quem Amaral
dedicou um poema, prestando tocante homenagem póstuma no seu festejado livro
Instante Amarelo:
No mais alto beiral da minha casa/plantaste a sombra de uma
angústia.
Jurei jamais cantar-te o breve instante/e a sempre incerteza
do teu passo
não seria compasso em meus poemas./Jurei emudecer como uma
árvore
que no silêncio tece a sombra e o fruto/mesmo depois que lhe
podaram os ramos.
Estes versos ruidosos/irrompem da aridez do meu
silêncio/como se a flor da angústia soterrada/ainda sobre os escombros
germinasse/com a cor e o perfume do meu grito.
Cravada no meu corpo/sua ausência pende-me dos ombros
e toda juventude do meu passo esmorece/ante a solidão da
caminhada.
A hospedaria da família costumava receber artistas
convidados dos circos que se instalavam na cidade: Marinês, Jackson do Padeiro,
Wilson Simonal, Milionário e Zé Rico, José Augusto e palhaços sergipanos como
Gravatinha e Batalhinha.
Naquela casa, Amaral Cavalcante conheceu os poemas de
Ascenso Ferreira, leu as aventuras de Pedro Malazarte, os amores da Princesa
Teodora e as batalhas de Carlos Magno. Vibrou com a História da Mulher que
virou Cachorro e com as pelejas do Cego Aderaldo. Ali começou a se forjar o
poeta que hoje recebemos. A matriarca Corina, ao perceber o gosto do menino
pela poesia, o presenteou no Natal com uma Antologia de Sonetos de amor que
tinha cerca de 400 páginas. Ia de Petrarca aos Irmãos Campos. Tudo isso
aconteceu no período em que Amaral trocara a Igreja Católica pelo
protestantismo presbiteriano. Igreja Presbiteriana que freqüentava, passando
semanalmente pela Escola Dominical, entoando encantado os hinos evangélicos.
Entre Itaporanga D’Ajuda e Simão Dias, Amaral Cavalcante
aprendeu a arte do autogoverno cantada por Pablo Neruda:
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,/Não crer em
Deus e fazer seu destino,
Ter medo da vida e de seus compromissos,/Não viver cada dia
como se fosse um último suspiro.
Esse aprendizado incluiu a iniciação de Amaral Cavalcante no
jornalismo. Em Itaporanga D’Ajuda, começou a escrever um jornal em papel
pautado, juntamente com Marcos Prado Dias, que atuava como ilustrador, e com a
colaboração de Danilo Sampaio. Cada edição manuscrita, com um único exemplar,
era levada de porta em porta. As pessoas liam e depois devolviam o exemplar
acompanhado da contribuição financeira que entendiam justa. Talvez a riqueza
dessas experiências tenha feito de Amaral Cavalcante um menino que cedo se
rebelou contra a monotonia rotineira dos grupos escolares que freqüentava.
Consumia o tempo das aulas desenhando e escrevendo nos cadernos problemas
distantes das lições ensinadas pelas professoras. Na vida escolar era mais
atraído pelos sanduiches de sardinha que levava de casa.
Transferido para Simão Dias, freqüentou o Ginásio Carvalho
Neto, da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade, a CNEC, onde apenas dois
professores o interessavam pelo discurso que faziam: as aulas de História do
professor Lauro Pacheco e as aulas de Português do professor Fernando Ferreira
de Matos. A escola não era atraente, mas o convívio com os colegas o
entusiasmava. Do mesmo modo as práticas cívicas com as quais se tornava um ser
social, como o canto coletivo do Hino Nacional Brasileiro, no início e ao final
da jornada escolar, bem como as idas aos médicos que freqüentavam o Ginásio
regularmente para examinar os alunos. Mas, acima de tudo, as aulas de Etiqueta
e de Canto que recebia da professora Olga e que o forjaram até o momento em que
saiu de Simão Dias para ingressar no Colégio Agrícola. Na mala levou saudades,
que celebrava, como ensinou o canto de Pablo Neruda:
É proibido sentir saudades de alguém sem se
alegrar,/Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,/Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
O Colégio Agrícola foi um importante lócus da sua formação.
Ali, costuma dizer, virou gente. Morou no internato e aprendeu o que é estar
cercado de colegas e ao mesmo tempo viver sozinho. Lidou com as tarefas do
campo, cuidou do curral, aprendeu a tirar leite, plantar e capinar, serviu na
enfermaria e na residência do diretor, o agrônomo Moacyr Wanderley.
Ao voltar para o Ginásio Carvalho Neto, em Simão Dias, onde
cursou o último ano daquele ciclo, era outro. Fez política estudantil e
liderado pelo padre estanciano Joaquim Antunes Almeida, o Padre Almeida, fundou
o Grêmio Escolar daquela instituição de ensino, ao lado de Clínio Guimarães,
sob a influência do seu professor de História, Lauro Pacheco. Era o professor
Lauro Pacheco quem mais falava de política para os estudantes, quem criticava o
colonialismo e os abusos da propriedade latifundiária. O professor Lauro
Pacheco foi uma espécie de consultor que contribuiu na redação do Regimento
Interno do Grêmio. Amaral concluiu o curso ginasial e foi o orador da sua
turma. O menino, agora rapaz, estava pronto para conquistar a capital do
Estado. O ano era o tumultuado e tenebroso 1964. Amaral havia, já, vivido 18
anos. A dureza da vida se fez real. O comércio foi a alternativa de trabalho
que se apresentou, para garantir o próprio sustento e colaborar com a renda da
família. À noite, freqüentava as aulas do Atheneu. Foi vendedor ambulante de
aparelhos de jantar, transportando enormes e pesadas caixas de louça na cabeça.
Trabalhou na Movelaria Universal, arrumando móveis. As agruras do mundo
mostraram a Amaral uma regra de viver que Neruda transformou em poesia:
É proibido não tentar compreender as pessoas,/Pensar que as
vidas deles valem mais que a sua,/Não saber que cada um tem seu caminho e sua
sorte.
Mas, nada disto fez Amaral Cavalcante renunciar aos sonhos.
Na bagagem que trouxe de Simão Dias vieram os primeiros poemas. Aquelas folhas
datilografadas foram importantes quando ele conseguiu trabalhar nos escritórios
do Sergipe Jornal, onde conheceu o jornalista Luiz Eduardo Costa, agora
confrade deste sodalício na Cadeira 14. Fez amizade com Luduvice José, que o
levou para a Academia de Jovens Escritores, organizada pela professora
Carmelita Pinto Fontes, atual ocupante da Cadeira 38 desta Academia Sergipana
de Letras. A convivência no Sergipe Jornal estimulou o aprofundamento na
leitura e alargou o relacionamento social do jovem poeta de Simão Dias. Lá
conheceu Florival Santos, que o convidou para ocupar o cargo de Secretário da
Galeria de Arte Álvaro Santos. Ali, um novo amigo: Clodoaldo de Alencar Filho,
agora também confrade e atual ocupante da Cadeira número oito da Academia
Sergipana de Letras, que o apresentou aos jovens intelectuais de Sergipe: Mário
Jorge, Ilma Fontes, João Augusto e Aparecida Gama, Luiz Antônio Barreto, Nino
Porto, Ivan Valença, Aderaldo Argolo e Ezequiel Monteiro. Era a poesia que
agregava Amaral Cavalcante. O jornalismo era o pano de fundo. O Margelino foi o
primeiro jornal alternativo que fundou nesse período. Impresso em mimeógrafo,
era distribuído entre os alternativos freqüentadores do Parque Teófilo Dantas.
Antecedeu o Folha da Praia, periódico alternativo que inscreveu definitivamente
o nome do poeta Amaral Cavalcante na galeria dos grandes do jornalismo em
Sergipe. Antes disso, o inquieto Amaral fez cinema, fez teatro, criou o Teatro
Livre da Sociedade de Cultura Artistica de Sergipe – a SCAS, a Associação
Sergipana de Cultura – ASC, a Editora Jovens Reunidos – Jovreu e o Clube de
Poesia. A maturidade chegou e encontrou o poeta presidindo a Fundação Cultural
do Estado de Sergipe. Mas, era mesmo a poesia que o embalava e a partir dela
comungou com Pablo Neruda:
É proibido não criar sua história,/Deixar de dar graças a
Deus por sua vida,
Não ter um momento para quem necessita de você,/Não
compreender que o que a vida te dá, também te tira.
Amaral fez o seu destino. O crítico literário Ezequiel
Monteiro desenhou o perfil do poeta: “Foi Amaral quem me revelou os poetas Ezra
Pound e Yeats,
considerados os mais influentes do século. A partir de então
sempre vi no
autor de “Instante Amarelo” uma mistura de poeta e fino
intelectual.”
O poeta Amaral Cavalcante publicou três livros: o primeiro,
TRÊS TEXTÍCULOS NUM SÓ SACO. Depois, JÁ VOU. E por fim, a obra que o consagrou:
INSTANTE AMARELO, de 1971. O acadêmico Luiz Antônio Barreto, ocupante da
Cadeira 23 deste sodalício, sublinhou a importância da obra e do poeta:
...poesia doce para uma atmosfera amarga de péssimas
lembranças. A surpresa apresentada pelo novo poeta, logo acolhida pela crítica
mais autorizada, sacudia a literatura sergipana. Desde então, o nome de Amaral
Cavalcante jamais deixou
de circular nos ambientes intelectuais de Sergipe.
O poeta recebeu o reconhecimento dos seus contemporâneos. A
maturidade o fez cronista. E, para reconhecê-lo, outra vez vale a pena dar voz
a Luiz Antônio Barreto:
Suas crônicas, hoje postadas na rede mundial de
computadores, em portais sergipanos, atestam a linguagem de um escritor maduro,
consciente da sua responsabilidade como condutor de um grande número de
seguidores. Amaral Cavalcante é, ainda, um memorialista a seu modo, capaz de
cascavilhar no passado não apenas fatos, mas detalhes deles, com os quais
elabora textos antológicos.
É com este cabedal que o poeta, jornalista, animador
cultural e cronista ingressa agora na Academia Sergipana de Letras e toma
assento na Cadeira 39, para que
se faça justiça ao seu exemplo de criador, de líder e de
militante da causa
da cultura. No dizer do ocupante da Cadeira 23 deste
sodalício,
Amaral Cavalcante pertence a um grupo grande de pessoas
ocupadas, ao longo da vida, com o fazer cultural, que devem
transitar pelas
entidades sob os aplausos públicos. Jackson da Silva Lima,
Ibarê Dantas,
Beatriz Góis Dantas, Paulo Fernando Teles de Moraes,
Terezinha Oliva, Luiz Alberto dos Santos, Antonio Carlos Mangueira Viana,
Francisco José Costa Dantas, Murilo Mellins, Francisco José Alves, Antonio
Samarone, Marcelo Deda, José Paulino da Silva, Maria Neli Santos e Lílian
Wanderley.
Amaral Cavalcante conquista a imortalidade, com os
merecimentos que o acadêmico Luiz Eduardo Costa soube muito bem preconizar:
Se ainda na Academia Sergipana de Letras houver lugar para
um poeta, um
cronista primoroso, um jornalista e editor saltador de
obstáculos, um
subversivo agente da contaminadora ideologia da cultura, aí,
o despertar de
Amaral para o premio da imortalidade acadêmica, lhe deverá
ser, sem nenhum
favor, concedido. Vivendo agora esse instante azul de
aceitação do reconhecimento, Amaral, se vier a sentar-se na dignificada cadeira
da professora Thétis Nunes, despertará na mestra um sorriso, agora etéreo, de
plena satisfação com o seu substituto nessa simbólica imortalidade.
Agora, poeta Amaral Cavalcante, Vossa Senhoria está
consagrado ao reconhecimento da História. A sua alma, a sua lira, a sua
personalidade, a sua trajetória de vida, a sua obra recebem o compromisso de
todos nós de um culto perene, permanente, que jamais se apagará. É desta
imortalidade que falamos. É da insatisfação que o intelectual constrói a sua
felicidade. E Vossa Senhoria, poeta Amaral Cavalcante, nos felicita com o seu
convívio, premia a todos nós, porque soube, como o outro aniversariante ilustre
deste mês de julho projetar a sua vida nos seus amigos, na literatura e na
História. É como se estivesse a homenageá-lo que Neruda cantou:
É proibido não buscar a felicidade,/Não viver sua vida com
uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,/Não sentir que sem você
este mundo não seria igual.
Bem vindo poeta Antônio do Amaral Cavalcante.
Muito obrigado!
*Discurso de Jorge Carvalho recebido via e-mail
Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 19 de Dezembro/2012.
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