Tintiliano retrata a arquitetura antiga.
Saudosismo. Essa é uma das marcas das obras do artista
sergipano Tintiliano. Com 32 anos ele já coleciona diversas obras, que se
destacam por retratar a arquitetura antiga e o sentimento interiorano que ele
carrega por ter nascido em Propriá, local onde desenvolveu seu dom nos seus
primeiros anos de trabalho.
Tintiliano começou a se relacionar com a arte com idade
entre 5 e 6 anos, ajudando a avó que produzia artesanato, e apesar de ter se
mudado para Aracaju nessa mesma época, devido ao falecimento da avó, nunca
deixou de lado a sua cidade natal.
“Mantive a relação com Propriá, e sempre voltava para lá.
Acho que, na verdade, a minha escola foi esta cidade. Lá eu saia com meu
cavalete e pintava na rua, as pessoas me conheciam e às vezes alguém ia lá e me
dava um copo de leite”, relembra Tintiliano, acrescentando que os resquícios
coloniais de Propriá sempre atraíram a sua atenção.
Ainda sobre as lembranças da infância e da pré-adolescência,
o artista conta que nunca recebeu apoio da família e que já chegou a furtar
tintas para poder pintar. “Para comprar material era difícil. Pintava no fundo
de casa, montava meu próprio material, pegava caixote de uva para pintar, tinha
que fazer mistura para a tinta render e negociava com as pessoas para conseguir
trabalho. Meu começo foi muito difícil. As pessoas não me levavam a sério”,
recorda.
A respeito da paixão por projetos arquitetônicos antigos, o
artista é enfático e alega que o passado lhe atrai mais que o presente. “Se
Deus me desse a oportunidade de ter 50 minutos para olhar qualquer período de
tempo, não queria saber do futuro e escolheria voltar ao passado”, revela.
Amadurecimento
Sobre o seu amadurecimento enquanto artista, Tintiliano
comenta que é autodidata e aprendeu errando. Ele alega que a sua entrada na
universidade foi um ‘divisor de águas’ e defende que não é refém de nenhuma
técnica, e ainda que o tipo de tinta e de pincel empregados são apenas
ferramentas que utiliza para se comunicar com o público.
Tintiliano utilizava, até o ano de 2010, óleo para pintar.
Porém, por conta de uma tuberculose, iniciada pelos danos causados pelo produto
nocivo, foi proibido de trabalhar com isso e passou a usar muito a aquarela.
“Tem dois anos que uso muita tinta à base de água e me
aprimorei mais na técnica. Utilizava o óleo porque era o produto que menos muda
suas cores originais. Quanto à aquarela, esta foi um refúgio para a minha
saúde. Hoje sou aquarelista por acidente e tive que me readaptar”, comenta
Tintiliano.
Influências
Influenciado pelo impressionismo espanhol, o artista destaca
ainda que estuda muito a arte de Joaquín Sorolla, e de artistas sergipanos, a
exemplo de Florival Santos, Jordão de Oliveira, e do artista plástico radicado
em Sergipe Eurico Luiz.
“Não sou uma cópia fiel do impressionismo, e nunca pensei em
pisar no campo do abstrato, pois isto não me emociona. O espaço e o conjunto
arquitetônico são o que me interessa”, destaca.
Trabalhos
Chamado para fazer diversos trabalhos e para levar sua arte
para outros Estados, Tintiliano conta que já ministrou cursos e oficinas,
desenvolveu obras para calendários, dentre eles um que retratou as mulheres que
trabalhavam no mercado municipal de Aracaju. Ele conta que já pintou também
alguns afrescos, ilustrou livros e que além de pinturas sobre tela, produz
gravuras em azulejo.
Imagens e texto reproduzidos do site:
infonet.com.br/aracaju/2013
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 29 de novembro de 2013.
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