segunda-feira, 24 de março de 2014

José Fernandes


Publicado originalmente no site Osmário, em 18,03.2014.

Memórias:

José Fernandes
Por Osmário Santos

José Fernandes Alves dos Santos nasceu em 19 de outubro de 1952 na cidade de Lagarto /SE. Seus pais : José Alves dos Santos e Maria do Carmo de Almeida.

O pai morreu quando o filho tinha três anos de idade. Diante do segundo casamento de sua mãe com Altamiro Carvalho, com ele uma boa convivência. Um segundo pai que esteve em todos os momentos e que passou para José Fernandes o valor da preservação da amizade. “ Uma pessoa muito conhecida na cidade de Aracaju. Foi Rei Momo por um bom período. Uma pessoa humilde e de muita amizade, que me ajudou muito”.

De sua mãe o exemplo de uma mulher de fibra que lhe passou muita segurança.

Com quatro anos de idade o contato com os livros. Um tempo para recreação na escola e de algumas lições para aprender o ABC, através de uma professora particular, cujo nome não se lembra mais.

O curso primário foi realizado coma professora Elze, com aulas particulares que aconteciam na residência da professora na Avenida Pedro Calazans.

Colégio Leite Neto

Chegado o momento de fazer o então Exame de Admissão, escolheu o Colégio Leite Neto, sendo bem sucedido nas provas. Concluído o curso ginasial, troca o Leite Neto pelo Colégio Atheneu, onde estuda o curso científico. No Atheneu, em pelo período da Ditadura , tornou-se um estudantes altamente politizado. Conversa sobre política e participava das atividades culturais. Conta que aproveitou bem o tempo e hoje tem a dizer que foram momentos importantes da sua vida. Não terminou o científico , por conta da pintura.

Do período da infância, vivida na Rua Lagarto, recordações dos amigos João Garcez, Sávio, Bobô Cruz, Cacau e Orfélia Cruz. “ Foram pessoas que marcara muito”.

Jogava futebol nos momento de folga do colégio, com os amigos da Rua Lagarto, mas sempre conseguia tempo para a pintura.

Do tempo da juventude , recordações do tradicional natal no Parque Teófilo Dantas; “ Era uma bonita festa. Quando criança era fascinado pelo Carrocel do Tobias. O natal no Parque era ponto de encontro da rapaziada e os jogos movimentava muito”.

Primeiro emprego

Da História das artes plásticas em Sergipe José Fernandes
Na Agência Nacional, hoje, Empresa Brasileira de Notícias, com Rubens Ribeiro Cardoso, o primeiro emprego. Iniciado como auxiliar administrativo, passando em seguida para a função de operador de telex . “ Tem um fato interessante: Anselmo Rodrigues, artista plástico,foi trabalhar lá depois que falei com Rubens. O Anselmo montou dento da Agência Nacional o atelier de pintura. Primeiramente o Rubens achou ótimo. Pois assim ficaríamos por mais tempo no emprego. Nisso , o Rubens recebe uma comitiva e o Anselmo estava no atelier que era escondido por uma divisória e lá esta ele pintando e cantando. Alguém da comitiva pergunto o que era aquilo e o Rubens que sentia o maior orgulho em ter um atelier de pintura no local de trabalho que dirigia, respondeu que era o servente eufórico estava cantando. Quando a comitiva que veio de Brasília foi embora, o Rubens nos procurou e pediu para acabar com a atelier.

Florival Santos

Ainda do tempo em que trabalhou na Agência Nacional, fez questão de contar um outro episódio. “ O emprego era perto do atelier de Florival Santos. Um dia , deixei a Agência Nacional e fui para o atelier de Florival. Quando estava lá chega Rubens Ribeiro . Meu filho, meu filho, você tem um futuro pela frente . Você quer deixar esse emprego por não saber o que representa você. Um emprego federal e vai ficar nessa pintura. Isso não pode acontecer.Respondi que só queria saber dos pincéis e de mais nada. No outro dia cair fora”.

“ O segundo emprego foi ao lado de Eliane Fonseca, como integrante da equipe de restauração do Museu de Arte Sacra. “ Fui contratado pela Emsetur no ano de 1978”.

Vida Artística

Quando passou a falar da vida artística começou dizendo que só o espiritismo podia explicar, pois aos 15 anos de idade já estava ganhando prêmio com a sua pintura.

A primeira tentativa de pintar foi rasgando lençóis da mãe para esticar e prepará -los para receber tinta. Como se fosse tela. “ Já tinha fome de tinta”.

Revela que até hoje só tem habilidade com o pincel, já que nunca usou qualquer tipo de lápis em seus trabalhos. “ Só consigo fazer alguma coisa com pincel e com cor”.

Também pintou em papelão com tinta a base de água. “ Conseguia papelão de caixas que iam ao lixo, até mesmo, caixa de sapato e pincéis usados em construções. Outro lado interessante de sua carreira é que não começou pintando figuras de revistas em quadrinhos; “ Sempre tive a preocupação de trabalhar com o social. Pessoas marginalizadas, crianças de rua e mendigos. Também pintei violeiros”.

Conhecendo através do pai adotivo , Washington, Wellington, Daniel e Osvaldo, pintores jovens que despontavam na pintura aumentou seu entusiasmo pela pintura e passou a se preocupar pelo seu lado técnico. “ Agora entrava na fase da tela, da pintura a óleo. Comprava na época todo o material na então Livraria Regina”.

Conta que na época das primeiras produções, vender quadro em Aracaju era a coisa mais difícil, pois só conseguia colocar no mercado quem tinha mais de seis anos de atividade.

O artista plástico José Fernandes, chegou a conquistar Menção Honrosa do Rotary Clube no ano de 1976. No mesmo ano ganhou a Medalha de Prata no Salão Atalaia de Pintura. Em 78 ganhou dois prêmios: O Salão Nacional de Artes Plásticas do Festival de Artes de São Cristóvão e Prêmio Norcon.

Passou de vários salões de arte em 1980 e conquista o Prêmio em Aquisição Nacional do Salão de Artes de Brasília. Também foi selecionador par representar Sergipe no Circuito Nordeste de Artes Plásticas.

Voto de Louvor

Pelo valor do seu trabalho artístico, já recebeu Voto de Louvor da Assembléia Legislativa Câmara de Vereadores de Aracaju e Voto de Louvor pelo Conselho Estadual de Cultura.

Uma vida de dedicação a pintura e com boas referências curriculares. No ano de 1979 promove sua primeira exposição individual na Galeria de Arte Álvaro Santos. Volta no ano de 1983 na mesma galeria, para uma segunda exposição. Na Ludus Artes Galeria, expõe individualmente em 1984. No ano seguinte participa da exposição individual da Galeria Portinari. Retorna em 1988 para a Álvaro Santos em 1991 expõe m J. Inácio em 1993 expõe na Caixa Econômica.

Assina inúmeros painéis espalhados pela cidade de Aracaju. Entre eles o do Celi Praia Hotel, Salão nobre da Prefeitura de Aracaju, Centro Médico Odontológico, Edifício Scorpius , Mares da Grécia, Clínica São Marcelo e outros.

Publicado em 03/12 /1995.

Foto e texto reproduzidos do site: osmario.com.br

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 23 de março de 3014.

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