Publicado originalmente no site Osmário, em 18,03.2014.
Memórias:
José Fernandes
Por Osmário Santos
José Fernandes Alves dos Santos nasceu em 19 de outubro de
1952 na cidade de Lagarto /SE. Seus pais : José Alves dos Santos e Maria do
Carmo de Almeida.
O pai morreu quando o filho tinha três anos de idade. Diante
do segundo casamento de sua mãe com Altamiro Carvalho, com ele uma boa
convivência. Um segundo pai que esteve em todos os momentos e que passou para
José Fernandes o valor da preservação da amizade. “ Uma pessoa muito conhecida
na cidade de Aracaju. Foi Rei Momo por um bom período. Uma pessoa humilde e de
muita amizade, que me ajudou muito”.
De sua mãe o exemplo de uma mulher de fibra que lhe passou
muita segurança.
Com quatro anos de idade o contato com os livros. Um tempo
para recreação na escola e de algumas lições para aprender o ABC, através de
uma professora particular, cujo nome não se lembra mais.
O curso primário foi realizado coma professora Elze, com
aulas particulares que aconteciam na residência da professora na Avenida Pedro
Calazans.
Colégio Leite Neto
Chegado o momento de fazer o então Exame de Admissão,
escolheu o Colégio Leite Neto, sendo bem sucedido nas provas. Concluído o curso
ginasial, troca o Leite Neto pelo Colégio Atheneu, onde estuda o curso
científico. No Atheneu, em pelo período da Ditadura , tornou-se um estudantes
altamente politizado. Conversa sobre política e participava das atividades
culturais. Conta que aproveitou bem o tempo e hoje tem a dizer que foram
momentos importantes da sua vida. Não terminou o científico , por conta da
pintura.
Do período da infância, vivida na Rua Lagarto, recordações
dos amigos João Garcez, Sávio, Bobô Cruz, Cacau e Orfélia Cruz. “ Foram pessoas
que marcara muito”.
Jogava futebol nos momento de folga do colégio, com os
amigos da Rua Lagarto, mas sempre conseguia tempo para a pintura.
Do tempo da juventude , recordações do tradicional natal no
Parque Teófilo Dantas; “ Era uma bonita festa. Quando criança era fascinado
pelo Carrocel do Tobias. O natal no Parque era ponto de encontro da rapaziada e
os jogos movimentava muito”.
Primeiro emprego
Da História das artes plásticas em Sergipe José Fernandes
Na Agência Nacional, hoje, Empresa Brasileira de Notícias,
com Rubens Ribeiro Cardoso, o primeiro emprego. Iniciado como auxiliar
administrativo, passando em seguida para a função de operador de telex . “ Tem
um fato interessante: Anselmo Rodrigues, artista plástico,foi trabalhar lá
depois que falei com Rubens. O Anselmo montou dento da Agência Nacional o
atelier de pintura. Primeiramente o Rubens achou ótimo. Pois assim ficaríamos
por mais tempo no emprego. Nisso , o Rubens recebe uma comitiva e o Anselmo
estava no atelier que era escondido por uma divisória e lá esta ele pintando e
cantando. Alguém da comitiva pergunto o que era aquilo e o Rubens que sentia o
maior orgulho em ter um atelier de pintura no local de trabalho que dirigia,
respondeu que era o servente eufórico estava cantando. Quando a comitiva que
veio de Brasília foi embora, o Rubens nos procurou e pediu para acabar com a
atelier.
Florival Santos
Ainda do tempo em que trabalhou na Agência Nacional, fez
questão de contar um outro episódio. “ O emprego era perto do atelier de
Florival Santos. Um dia , deixei a Agência Nacional e fui para o atelier de
Florival. Quando estava lá chega Rubens Ribeiro . Meu filho, meu filho, você
tem um futuro pela frente . Você quer deixar esse emprego por não saber o que
representa você. Um emprego federal e vai ficar nessa pintura. Isso não pode
acontecer.Respondi que só queria saber dos pincéis e de mais nada. No outro dia
cair fora”.
“ O segundo emprego foi ao lado de Eliane Fonseca, como
integrante da equipe de restauração do Museu de Arte Sacra. “ Fui contratado
pela Emsetur no ano de 1978”.
Vida Artística
Quando passou a falar da vida artística começou dizendo que
só o espiritismo podia explicar, pois aos 15 anos de idade já estava ganhando
prêmio com a sua pintura.
A primeira tentativa de pintar foi rasgando lençóis da mãe
para esticar e prepará -los para receber tinta. Como se fosse tela. “ Já tinha
fome de tinta”.
Revela que até hoje só tem habilidade com o pincel, já que
nunca usou qualquer tipo de lápis em seus trabalhos. “ Só consigo fazer alguma
coisa com pincel e com cor”.
Também pintou em papelão com tinta a base de água. “
Conseguia papelão de caixas que iam ao lixo, até mesmo, caixa de sapato e
pincéis usados em construções. Outro lado interessante de sua carreira é que
não começou pintando figuras de revistas em quadrinhos; “ Sempre tive a
preocupação de trabalhar com o social. Pessoas marginalizadas, crianças de rua
e mendigos. Também pintei violeiros”.
Conhecendo através do pai adotivo , Washington, Wellington,
Daniel e Osvaldo, pintores jovens que despontavam na pintura aumentou seu
entusiasmo pela pintura e passou a se preocupar pelo seu lado técnico. “ Agora
entrava na fase da tela, da pintura a óleo. Comprava na época todo o material
na então Livraria Regina”.
Conta que na época das primeiras produções, vender quadro em
Aracaju era a coisa mais difícil, pois só conseguia colocar no mercado quem
tinha mais de seis anos de atividade.
O artista plástico José Fernandes, chegou a conquistar
Menção Honrosa do Rotary Clube no ano de 1976. No mesmo ano ganhou a Medalha de
Prata no Salão Atalaia de Pintura. Em 78 ganhou dois prêmios: O Salão Nacional
de Artes Plásticas do Festival de Artes de São Cristóvão e Prêmio Norcon.
Passou de vários salões de arte em 1980 e conquista o Prêmio
em Aquisição Nacional do Salão de Artes de Brasília. Também foi selecionador
par representar Sergipe no Circuito Nordeste de Artes Plásticas.
Voto de Louvor
Pelo valor do seu trabalho artístico, já recebeu Voto de
Louvor da Assembléia Legislativa Câmara de Vereadores de Aracaju e Voto de
Louvor pelo Conselho Estadual de Cultura.
Uma vida de dedicação a pintura e com boas referências
curriculares. No ano de 1979 promove sua primeira exposição individual na
Galeria de Arte Álvaro Santos. Volta no ano de 1983 na mesma galeria, para uma
segunda exposição. Na Ludus Artes Galeria, expõe individualmente em 1984. No
ano seguinte participa da exposição individual da Galeria Portinari. Retorna em
1988 para a Álvaro Santos em 1991 expõe m J. Inácio em 1993 expõe na Caixa
Econômica.
Assina inúmeros painéis espalhados pela cidade de Aracaju.
Entre eles o do Celi Praia Hotel, Salão nobre da Prefeitura de Aracaju, Centro
Médico Odontológico, Edifício Scorpius , Mares da Grécia, Clínica São Marcelo e
outros.
Publicado em 03/12 /1995.
Foto e texto reproduzidos do site: osmario.com.br
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 23 de março de 3014.
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