Portal Infonet - Festa do Mastro Capela 2013 - 30 de junho.
Festa do Mastro atrai multidão em Capela
Pessoas de todas as idades percorreram os 10 km tradicionais
Por Jéssica Vieira.
O som dos bacamartes no início da manhã deste domingo, 30,
anunciava o início de uma das mais tradicionais comemorações juninas do estado
de Sergipe: a Festa do Mastro.
Realizada há mais de 70 anos no município de Capela, a festa
reuniu em 2013 uma multidão de crianças, jovens e até mesmo de idosos que
percorreram, da Prefeitura Municipal à Praça de São Pedro, 10 km ao som de
muita música e, claro, muita lama!
O corretor Stwart Augusto, 26, participa da festa há 13 anos
e diz que a motivação lhe foi passada por gerações. “Muitos homens da minha
família participaram e participam da festa. Claro que, quando eu era
adolescente, tinha mais animação, mais disposição para percorrer o trajeto
inteiro do mastro, mas acho que a curtição real da festa vem com o passar dos
anos”, disse Stwart.
Curtição mesmo não falta para o funcionário público José
Marden, 27, que participa da festa pela quarta vez. Ele conta que, além de ser
o melhor São Pedro do país, a festa lhe permite realizar um sonho de infância.
“Sempre quis brincar na lama, mas minha mãe nunca deixou.
Aqui, é como se eu estivesse livre para fazer aquilo que nunca me foi
permitido. Ninguém liga pra nada, é uma brincadeira de criança realizada por
adultos. Só isso!”, explica ele.
Percorrendo a cidade, via-se claramente que não só os
adultos estavam entusiasmados com a tradição da festa. A pequena Caroline
D’Almeida, 12, veio de Salvador com os pais para conhecer o festejo e, a todo
instante, mostrava-se entusiasmada. “Desde bem cedinho estou vendo tudo,
acompanhando tudo. Já vi o mastro, os bacamarteiros, os presentes e achei tudo
muito bom. Já disse aos meus pais que quero voltar ano que vem. Se desse,
queria até ser bacamarteira”, contou a menina.
Encantando turistas
Pela primeira vez em Sergipe, o carioca Sérgio Mota, 67,
veio visitar a família da esposa declarou-se absolutamente encantado com os
festejos juninos do estado. “Cheguei no dia 20 e estou muito feliz em conhecer
as festas de vocês. Aqui, o pessoal é muito animado, divertido, hospitaleiro.
Já conheci o Arraial do Povo, o Forró Caju e, sexta (28), vim conhecer Capela.
Estou amando e quero voltar mais vezes”, disse.
Mostrando timidamente as anotações dos lugares visitados num
guardanapo, a esposa dele, Ianne Torres, disse estar muito contente em poder
conhecer um pouco mais do mais tradicional São Pedro Sergipano. “A gente tem
notícias dos festejos pelos parentes, mas vendo de perto é tudo muito, muito
mais bonito. Não tem comparação”, salienta.
Também vindo do Rio de Janeiro, Jurandir Santiago, elogiou
os festejos, a descontração da população na corrida do mastro e lamentou apenas
não ter podido, quando estava na capital sergipana, andar na Marinete do Forró.
“Vou embora ainda hoje e, infelizmente. não pude andar na marinete, mas Capela
me deixou fascinado. Tudo muito organizado e, graças a Deus, sem violência.
Brincaram aqui muitos jovens e crianças, o que me deixou muito feliz. Então já
estou bem servido, né?!”.
Uma preparação popular
No último dia 30 de maio, feriado de Corpus Christi, uma
árvore da mata do Junco Novo (Povoado Lagoa Seca) foi marcada e teve seus
galhos retirados para que, no dia posterior, pendurassem os presentes
conseguidos pelo grupo folclórico conhecido por Sarandaia.
Na companhia de bacamarteiros, zabumba e pífanos, o grupo
saiu às ruas de Capela tradicionalmente às 22h para que toda a cidade pudesse
participar daquilo que já é considerado tradição cultural do município
sergipano.
No último sábado, 29, um homem vestido de baiana e com um
cesto na cabeça saiu da Prefeitura de Capela, às 15h, em direção às casas
comerciais da cidade para que os proprietários também pudessem ajudar na doação
dos presentes que, geralmente, são bebidas alcoolicas.
Acompanhada de bacamarteiros e muita música em trio
elétrico, uma multidão acompanhou o corte da árvore e a amarração dos brindes
aos seus galhos, levando o famoso “mastro” à Praça Anderson de Melo, onde
recebe uma saudação de bacamartes e é fincado num buraco.
“Depois , erguemos o mastro com cordas e começamos a soltar
os busca-pés. Sobe quem aguenta, além do percurso de 10 km, os bacamartes, os
fogos e, claro, a bebida, que já pegou desde cedo. Eu sempre tento, mas nunca
consigo”, diz aos risos o comerciante Augusto Dias.
Imagem e texto reproduzidos pelo site: infonet.com.br/saojoao/2013
Fotos Arthuro Paganini
Postagem originária da página do FACEBOOK/MTéSERGIPE, em 1 de Julho de 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário