Gente estou desolada e chocada com a morte prematura da
nossa querida amiga Siomara Madureira Siomara Tauster .
Idos de 70, na memória é como se fosse rolando um filme,
diga-se de passagem, de longa metragem e em câmara lenta, lembranças boas,
saudáveis e inesquecíveis do tempo do Colégio de Aplicação. Turma maravilhosa,
um pedacinho de cada um dos nossos colegas está no meu coração.
Exuberante, talentosa, inteligente, engraçada, criativa,
sensível e especial, a nossa querida colega e amiga Siomara Madureira Tauster,
- aos mais íntimos carinhosamente Siô - . Pensava, as idéias fervilhavam e a
arte em primeiro lugar, na sua vida, cabeça e coração.
Lindas passagens que anualmente são docemente relembradas e
partilhadas com a nossa turma, a TURMA DO GA. E Siô se fazia presente, sempre,
em reuniões para reminiscências. Com um sorriso gostoso e cativante lá vinha
ela para alegrar o ambiente.
O filme continua a passar na memória e lembro o início da
carreira brilhante de jornalista, repórter de televisão, programa infantil - e
tudo ao vivo e a cores viu pessoal -, da produção à apresentação, lá estava
ela, com a desenvoltura que lhe era peculiar e não deixava a peteca cair. Pois
é, até jurada eu fui uma vez do programa, a convite da amiga que não deixava
furo nem lacuna no trabalho.
Lembro também do primeiro “Criança Esperança” e a Siô como
repórter da Tv Sergipe acompanhava os artistas que aqui desembarcaram para a
campanha e já naquela época cumpria as pautas e o seu texto límpido, criativo e
irreverente as pessoas paravam para raciocinar. Conheci a Bete Mendes através
de Siô e a nossa amizade perdura até os dias atuais.
Lembrou bem o nosso Imortal Amaral Cavalcante, no governo
Augusto Franco, as inseparáveis colegas, amigas e de imensurável criatividade
Sylvinha Leite e Siomara Madureira Tauster trouxeram a nata da literatura
brasileira, os cabeças pensantes, para debater Semana Literária na Biblioteca
Pública, lembro de Ziraldo, Millor Fernandes, Afonso Romano de Sant´Ana,
Gilberto Gil e outros. Nossa, foi um verdadeiro deleite cultural.
Aracaju começou a ficar pequena demais para aquela cabeça
cheia de planos e sonhos. Próxima parada: Rio de Janeiro, estágio na Rede
Globo. Ela e o saudoso Chiquinho Barreto se mudaram de “malas e cuias” para a
cidade maravilhosa. E daí não parou mais. Certa feita, nos encontramos no Rio,
em casa de tios Lenalda e Lúcio Duboc, lembra Cele Duboc? Ela e Chiquinho
Barreto chegaram para visitar a conterrânea. Dia gostoso e ainda fui convidada
para assistir uma gravação do programa “Os Trapalhões”, kkkk e a amiga disse:
“fique aqui e você vai fazer parte da claquete” – sabe aquelas pessoas que dão
risada quando o diretor manda, pois é, lá estava eu, encantada com a venus
platinada e sorrindo muito e admirando a desenvoltura daquela sergipana
“arretada”.
E daí não parou mais, queria galgar voos mais altos e lá vai
ela para Nova Iorque, trabalho profissional reconhecido por jornalistas da mais
alta estirpe. Carreira internacional, casamento com o Alvin, dedicada aos
irmãos Silvinha Madureira Pareja e Carlos Madureira, sobrinhos, colegas,
amigos.
E os nossos encontros, orgulho da nossa turma –TURMA DO GA –
temos uma amiga na Globo Internacional. Ora, ora, mas sempre voltava à sua
terrinha, para rever a família, amigos e solver a inspiração nas suas raízes. E
gostava de papear no “Teimonde” de Lealdo Feitosa quando estava cá na terra dos
cajus.
Aí veio o pânico com a tragédia do 11/09, e retornas ao
Brasil e a Cidade Maravilhosa. Passa a dirigir o Teatro Net/Rio. Fazia o que
mais gostava: pensar arte.
Amiga, o peito dói, as lágrimas são inevitáveis, saudades
imensas de você e da sua risada gostosa, mas tenho certeza que você está bem e
o seu caminho será de paz e de muita luz!
Postagem de Aida Campos na página do Facebook/MTéSERGIPE, em 20 de setembro de 2013.
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